12 de janeiro de 2011

Live Aid: "Festival se tornou um lobby político", diz Bob


O website da revista "Mojo" conduziu uma fantástica entrevista com Bob Geldof, vocalista da RATS e mundialmente famoso por ser o idealizador e organizador do "Live Aid", festival que reuniu nomes como Queen, LED ZEPPELIN e Paul McCartney num único evento, para arrecadar fundos aos famintos na Etiópia.
Na noite de 23 de outubro de 1984, o músico Bob Geldof, além de outros milhões na Inglaterra, assistia ao telejornal matinal da BBC1. O que ele viu – a reportagem de Michael Burke sobre a fome na Etiópia – o sensibilizou.
“Estávamos vendo uma coisa claramente desnecessária”, diz Geldof. “Um crime, na minha opinião. Trinta milhões de pessoas estão morrendo, enquanto na Europa estamos gastando impostos para cultivar alimentos que não precisamos. Gastamos mais impostos para estocá-los e pagamos ainda mais, o que é pior, para destruí-los”.
Nesta entrevista, Bob Geldof fala sobre os bastidores do “Band Aid”, “Live Aid” e “Live 8”.
Quando você viu a reportagem de Michael Burke, quanto tempo você passou pensando, “não posso fazer nada, sou apenas um músico”.
Pareceu um grande salto achar que você poderia fazer a diferença. Eu volto para quando eu tinha 11 anos. Eu não era interessado por esportes. As condições pessoais de minha vida eram terríveis. E então o Rock n’ Roll chegou para este “não-mundo”, esta agitação, que definiu e articulou completamente o que eu estava pensando. Alguns anos depois, eu comecei um lance anti-apartheid com meu amigo Mike Foley. Eu tinha 13 anos. Eu estava lendo Steinbeck, Studs Terkel, Woody Guthrie, então fui de encontro à pobreza através da cultura popular, de certa forma. Aos 15 anos, eu não precisava ir pra casa, então eu rodava por Dublin a noite toda, com um grupo chamado Comunidade de Simon, fazendo sopa e servindo aos sem-tetos e prostitutas. Aquilo era eu. Então quando você chega ao “Live Aid”, não é tão insano o fato de que eu buscaria pela coisa com que eu sempre pude contar: o Rock n’ Roll.
Nos leve daí para o single do Band Aid, “Do They Know It’s Christmas…
Então eu pensei, o que posso fazer? Eu tenho uma plataforma. Eu posso escrever canções, mas o Rats não está conseguindo hits. É embaraçoso, porque se eu escrever uma canção e o Rats estourar, vai parecer que estávamos tentando explorar a situação. Enquanto isso, Paula (Nota do Tradutor: a esposa de Bob Geldof) encontrou com Midge (N.T.: cantor do Ultravox) no The Tube, e ele tem feito alguns hits. Então decidimos escrever algo juntos. No táxi, quando estava indo ver meu amigo, escrevi a letra de “Do They Know It’s Christmas” e os acordes: Dó, Fá e Sol. Então, é claro, ficou claro que eu teria que juntar algumas pessoas. Através do The Tube, acabamos conhecendo o Duran Duran, então liguei para Simon Le Born. Eu vi o Gary Kemp (N.T.: guitarrista do Spandau Ballet) numa loja de antiguidades. Sting faz aniversário no mesmo dia que eu, então liguei para ele. Por volta da hora do almoço, eu tinha uma banda e a maioria da letra, e havia este garoto que veio ver o Rats em Dublin – este garoto se tornou Bono Vox.
Confira a entrevista completa, em português, no www.imprensarocker.com.br.
Fonte desta matéria (em inglês): Mojo

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