Tudo começou quando o astro canadense resolveu criticar alguns hábitos sulistas através das letras de duas canções: “Southern Man” e “Alabama”. A principal crítica de Young era sobre o racismo desenfreado que rolava no sul dos EUA. O Lynyrd Skynyrd, como maior representante do “orgulho sulista”, não poderia deixar barato e criou uma resposta às críticas de Young sobre o nome de “Sweet Home Alabama”.
“Well, I heard Mister Young sing about her
Well, I heard old Neil put her down.
Well, I hope Neil Young will remember
a southern man don't need him around anyhow.”
“Bom, eu ouvi o Sr, Young falando sobre ele (o Sul)
Bom, eu ouvi o velho Neil rebaixando-o
Bom, eu espero que Neil Young se lembre
que o homem do Sul não precisa dele por perto.”
Bela alfinetada! O “esquentado” Ronnie Van Zant não perdoou e não admitiu que um canadense viesse criticar seus costumes.
Young por sua vez não deixou barato e compôs “Walk On”:
“I hear some people been talkin' me down,
Bring up my name, pass it 'round.
They don't mention happy times
They do their thing, I'll do mine.”
“Eu ouvi algumas pessoas falarem mal de mim,
Falando meu nome por aí
Eles não mencionaram os bons tempos
Eles fazem as coisas deles. Eu faço as minhas.”
Alguns fãs de Young garantem que esse trecho era direcionado aos seus companheiros Crosby, Stills e Nash, mas fica claro ser uma resposta para o Lynyrd Skynyrd.
Ao rebater as críticas de Young, o Lynyrd Skynyrd passou a ser tachado de um “grupo racista” até pela imprensa musical da época.
A verdade é que Ronnie Van Zant e Neil Young acabaram se tornando bons amigos, sendo que o bate-boca ficou restrito ao papel.
Ronnie não tirava uma camiseta de Neil Young (com a foto da capa do Tonight’s The Night). Young declarou que gostava tanto de “Sweet Home Alabama” que era uma honra ser citado na canção, não importando qual o motivo de tal citação.
Ronnie declarou que as letras de sua polêmica canção não passavam de uma piada. Elas simplesmente “apareceram” daquele jeito na sua cabeça e foram passadas para o papel. Van Zant deixou ainda bem claro: “Nós amamos Neil Young, realmente amamos sua música...”
O que pouca gente sabe é que Neil Young chegou a oferecer uma de suas canções para o Lynyrd Skynyrd gravar, a pedido da própria banda. Numa entrevista na revista inglesa Mojo, Young explicou melhor: “Eles queriam gravar uma das minhas canções, então mandei para eles uma demo com a música Powderfinger! Por muito pouco eles não a lançaram antes da minha versão (que está no disco Rust Never Sleeps, lançado em 1979).” Young ainda confirmou que o Lynyrd gravou “Powderfinger”, mas nunca a lançou oficialmente...
Depois do acidente aéreo, Neil Young fez um show em Miami (no dia 12/11/1977) que contou com a inclusão de sua música “Alabama” (ele raramente tocou essa música ao vivo). No refrão, ao invés de cantar Alabama, Neil emendava a frase “Sweet Home Alabama”, uma justa homenagem aos integrantes mortos no acidente. E as homenagens não pararam por aí; no filme do show Rust Never Sleeps, o baixista do Crazy Horse, Billy Talbot, aparece vestindo uma camiseta do Lynyrd Skynyrd, mais especificamente aquela baseada no rótulo da Jack Daniel’s. No vídeo Weld, é a vez de um fã de Young exibir uma tatuagem em homenagem ao Lynyrd Skynyrd. Tudo isso sem contar as vezes que Neil Young tocou “Sweet Home Alabama” em suas tours...
Como toda rivalidade musical, muitos boatos foram criados ao redor do tema. Um deles era que Neil Young tinha carregado o caixão de Ronnie Van Zant, que por sua vez fora enterrado com a camiseta de Neil Young...boataria pura...Young não apareceu no enterro e Van Zant foi sepultado num caixão lacrado, ou seja, ninguém realmente viu que roupa ele estava trajando...
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