13 de setembro de 2011

Aequilibrium - Torture Squad

Mas, vamos ao disco. De início, temos “Generation Dead”, destacando os efeitos dos riffs, que parecem navalhas cortantes, e que ao longo da faixa vão ganhando velocidade, sendo a força motriz por trás de tanta porradaria. “Raise Your Horns” surpreende pela união dinâmica da “cozinha”, muitíssimo bem trabalhada, destacando as linhas criadas pelo baixista Castor, simples e eficientes, mas que completam a música com o vigor necessário, sem deixar furos. Buscando um lado ainda mais extremo e veloz, “Holiday in Abu Ghraib” é aquela típica faixa estonteante, talvez a mais rápida do álbum, ao lado de “Azazel”. Agora, o grande clássico, “174”, certamente não pode ficar fora de nenhum show dessa tour, e porque não, do repertório fixo da banda, já que é animalesca do primeiro ao último segundo! Para os mais atentos, pode lembrar um pouco “Chaos Corporation”, do último álbum, pelo fato de ser mais grudenta e com riffs exemplares.

Walpurgis Rites – Hexenwahn - Belphegor

E isso só com a faixa de abertura, que leva o nome do CD. Realmente avassaladora! E tão impressionante quanto, é o fato de conseguirem distribuir uma boa dose de belas melodias em um som que a princípio jamais aceitaria tal mistura. Ouçam “Veneratio Diaboli - I Am Sin” para entenderem exatamente o que digo.

I'm With You - Red Hot Chili Peppers

O grupo não abandonou o seu som único, característico, nem deixou de usar alguns elementos presentes no álbum anterior, mas a troca de guitarristas é perceptível. JOSH deixou sua marca no som da banda, sem piorar nem melhorar o que JOHN vinha fazendo. Simplesmente cumpriu o seu papel e tranquilizou milhares de fãs exaltados com a saída de JOHN. A cobrança do público provavelmente deve ter sido uma pressão e tanto para o caçula do grupo (JOSH é quase 20 anos mais jovem que seus colegas de banda), mas o músico passou pelo teste, pelo menos até agora.

O Inevitável - Tomada

O terceiro disco do Tomada é também o seu mais maduro registro. Muito disso se deve à entrada do excelente Marcião Gonçalves, um dos melhores guitarristas em atividade no Brasil. Explorando timbres e texturas com a curiosidade de uma criança em uma loja de brinquedos, Marcião colocou o som do Tomada em outro nível, tornando ótimo o que já era muito bom. As cores brilham, fortes e espessas, em arranjos repletos de detalhes. Das levadas de bateria ao groove do baixo, passando pelo tempero especial proporcionado pelo criativo trabalho de Lennon Fernandes, a parte instrumental segue na trilha do rock dos anos 60 e 70, mas inserindo algumas pitadas que fazem toda a diferença.

Inner Monster Out - Shadowside

Os fãs mais tradicionais irão cair de amores pelas guitarras que despejam peso, pelos vocais agressivos de Dani Nolden e pela cozinha afiadíssima. Já quem curte o lado maismoderno  e atual do estilo irá curtir os sutis efeitos adicionados às músicas, o timbre e os riffs extremamente atuais e a grande habilidade com que a banda transita pelos diversos caminhos do heavy metal, inserindo elementos dos mais variados estilos da música pesada em sua música.

Worship Music - Anthrax

Produzido pelo guitarrista Rob Caggiano, "Worship Music", décimo álbum do grupo, é o disco que os fãs estavam esperando. Essa é a melhor definição para as trezes faixas do trabalho. A banda soube unir a agressividade thrash dos primeiros álbuns com o caminho mais melódico que seguiu a partir de "Persistence of Time" (1990), indo de um extremo a outro de sua sonoridade.

A Dramatic Turn of Events - Dream Theater

Estilisticamente, há uma aproximação maior com o rock progressivo em "A Dramatic Turn of Events", ao contrário dos últimos álbuns. Produzido pelo próprio Petrucci, o disco é longo, com quatro de suas nove faixas durando mais de dez minutos. Ou seja: se você não é fã do Dream Theater, não é com esse álbum que você passará a ser. Agora, se você curte o som da banda, prepare-se paraouvir um de seus melhores trabalhos.

Out of My Mind / Holy Water - Who Cares

Na verdade, o Who Cares é uma espécie de continuação doRock Aid Armenia, iniciativa levada a cabo por Iommi e Gillan nos anos oitenta para levantar fundos em benefício deste país localizado entre a Europa e a Ásia. Dessa vez, parte das vendas do single serão revertidas para a reconstrução de uma escola destruída por um terremoto.

Black and White America - Lenny Kravitz

Produzido, como sempre, pelo próprio Lenny, "Black and White America" é uma deliciosa viagem aos anos setenta, cujo ingrediente principal é o groove, o embalo, o balanço. Orgânico como há tempos um disco do cantor e guitarrista não soava, o nono álbum de Kravitz inicialmente iria se chamar "Negrophilia", atestando o retorno às raízes black music de seu som.

Generation Why? - Diamond Plate

E a banda, formada por músicos muito jovens (na média de 19 anos) tem causado furor no underground metálico, com shows muito energéticos, e já tendo aberto shows parabandas do cacife de BEHEMOTH, GOJIRA, EXODUS, D.R.I., OVERKILL, JOEY BELLADONNA e DESTRUCTION, sendo considerada por alguns como a maior revelações dessa nova safra de bandas de thrash metal. E após dois EPs (“At The Mountains of Madness” -2008 e “Relativity” – 2009), a banda chega a seu debut, que tem tudo para cair nas graças dos thrashers mundo afora.

Enterrado Vivo - Incinerador

São 10 músicas em 34 minutos - sendo uma introdução e uma faixa bônus - de um som brutal e extremamentecompetente. É evidente que o trio bebeu das melhores fontes, como Cannibal Corpse, Morbid Angel, Incantation e até do brasileiro Subtera, e trouxe à vida um excelente registro.

Opus Eponymous - Ghost

O caso mais recente é dos suecos do Ghost, verdadeira sensação na cena metálica mundial. Não é à toa que James Hetfield (Metallica) e Tomi Joutsen (Amorphis), entre outros, andam circulando por aí com camisetas da banda, dizendo-se abertamente fãs de seu trabalho. O que o Ghost faz é umheavy metal clássico, com ares setentistas. Mas o faz tão bem, de maneira tão natural e orgânica, que acaba conquistando os bangers (principalmente, aqueles das antigas) logo na primeira audição.

Descent Into Chaos - Legion of the Damned

Pra quem não conhece a história da banda, ela foi primeiramente formada com o nome de OCCULT, e, por problemas com sua antiga gravadora, acabou mudando o nome para LEGION OF THE DAMNED, tendo debutado com este novo nome no excelente “Malevolent Rapture”, de 2006. E após alguns ótimos álbuns, dentre os quais se destacam “Sons of Jackal”, de 2007 e “Feel the Blade”, de 2008 (que na verdade é uma regravação na íntegra do clássico “Elegy for the Weak”, do OCCULT, com mais três músicas inéditas), a banda chega a seu quinto lançamento, este excelente “Descent Into Chaos”, que mantém intacta todas as características principais da banda, mas traz um dinamismo ainda maior em suas composições.

Forever Changes - Love

Entretanto destes o melhor e mais respeitado grupo era o Love formado (originalmente em Memphis 1964) por Arthur Lee (Guitarrista e compositor) que tinha Bryan McLean e John Echols nas guitarras, o baixista Ken Forssi e o baterista Don Conka (logo substituído por Alban "Snoopy" Pfisterer). Com esta formação debuta pela Elektra Records com LP homônimo, uma viagem sonora com pouco mais de meia hora que trazia pelo menos duas canções inesquecíveis: a lisérgica "Signed D.C." e uma cover da clássica "Hey Joe". Com acréscimo de Tjay Cantarelli nos sopros e Snoopy (substituído na bateria por Michael Stuart) comandando os teclados a banda lança ainda em 1966 o segundo trabalho “Da Capo”, cujas seis primeiras canções (lado A do LP) formam um dos mais perfeitos medleys já gravados (ideia copiada pelos Beatles em “Abbey Road”) com destaque para as etéreas "Stephanie Knows Who" e "Seven & Seven Is".

Judas Priest e Whitesnake (Anhembi, São Paulo, 10/09/11)

Fotos: Matheus Obst
David Coverdale põe fogo na idéia de quem diz que, com a idade avançada, suas cordas vocais não são mais as mesmas. É claro que ele sabe disso, mas, ao deixar sua voz soar mais grave, como nos dois últimos discos da banda, o vocalista deixa os críticos imaginar outra forma de o criticar. E o que dizer da atual formação da banda? Quem presenciou sabe, a qualidade dos integrantes é inigualável e leva a crer que, somente agora, com quase 40 anos de existência, o grupo encontrou uma das mais sólidas e fincadas no blues e rock de suas formações. Doug Aldrich e Reb Beach, nas seis cordas, deram um show à parte.

Blind Guardian (Via Funchal, SP, 09/09/2011)

Texto: Durr Campos/ Fotos: Fernanda Lira
Por volta das 20:30h o Brotherhood de Franca (SP) iniciou seu curto, porém eficientíssimo set. Para quem não sabe, a banda surgiu após a dissolução do Savior e nesta noite praticaram um power metal que em muitos momentos lembrou a atração principal em sua fase inicial. As músicas do seu debut Where The Gods Collide tiveram uma calorosa receptividade, sem contar na ótima participação do tecladista Fábio Laguna (Hangar). Bom nome do cenário nacional, apesar de não trazerem nada de inédito musicalmente falando.