Publicado originalmente no site Van do Halen
A imbatível combinação guitarra/baixo/bateria povoa as mentes de fãs dos bons sons desde sempre. Em vários casos, um quarto elemento assume o vocal e completa a banda. Porém, muitas vezes um dos três (ou até mesmo todos se revezando) também toma conta do microfone. Portanto, hoje lembraremos alguns dos maiores Power Trios da história. Muita gente boa ficou de fora, até porque o espaço é curto. Mas temos um bom resumo do que rolou durante todo esse tempo.
A imbatível combinação guitarra/baixo/bateria povoa as mentes de fãs dos bons sons desde sempre. Em vários casos, um quarto elemento assume o vocal e completa a banda. Porém, muitas vezes um dos três (ou até mesmo todos se revezando) também toma conta do microfone. Portanto, hoje lembraremos alguns dos maiores Power Trios da história. Muita gente boa ficou de fora, até porque o espaço é curto. Mas temos um bom resumo do que rolou durante todo esse tempo.
(por João Renato Alves)
Jack Bruce disse certa vez: “Se fomos responsáveis pelo surgimento do Heavy Metal, deveríamos ter abortado”. Simpático, não? Controvérsias à parte, junto de Eric Clapton e Ginger Baker, o baixista sedimentou o caminho para uma evolução que aconteceria durante os anos seguintes no mundo do Rock. Em seu segundo álbum, contando com a produção de Felix Pappalardi, o trio se aprofundou em seu lado mais psicodélico dando uma encorpada à sua sonoridade. A impressionante sincronia de caras que nem possuíam tanta afinidade mostrava-se capaz de criar algumas das mais belas melodias. Dois singles foram lançados, “Strange Brew” e “Sunshine Of Your Love” (seu riff, aliás, tornou-se um dos mais tocados por aspirantes à guitarristas). A climática “Tales Of Brave Ulysses” se tornou outro hino para os admiradores. “World Of Pain” e o remake para “Outside Woman Blues” também se sobressaem. No encerramento, os três cantam juntos “Mother’s Lament”. Disraeli Gears chegou ao quarto lugar na parada norte-americana e quinto no Reino Unido.
Eric Clapton (guitarras, vocals), Jack Bruce (baixo, piano, vocals) e Ginger Baker (bateria, vocals)
1. Strange Brew
2. Sunshine Of Your Love
3. World Of Pain
4. Dance The Night Away
5. Blue Condition
6. Tales Of Brave Ulysses
7. SWLABR
8. We’re Going Wrong
9. Outside Woman Blues
10. Take It Back
11. Mother’s Lament
Grand Funk Railroad – Closer To Home [1970]
(por Igor Miranda)
O Grand Funk Railroad já era grande antes do lançamento de Closer To Home. Eram a banda de Rock mais importante dos Estados Unidos naquele momento. Superavam até mesmo o Led Zeppelin em termos de idolatria. Quando abriram para o Led geraram o cômico episódio em que foram expulsos do palco pelo empresário da banda (Peter Grant) por conta da recepção da plateia. Closer To Home não apenas estabeleceu o power trio como uma potência. Serviu para maximizar seu sucesso e tratou de experimentar um pouco mais de sofisticação com a adição de violões, pianos discretos e arranjos orquestrados. A visceralidade característica do Grand Funk, entretanto, não foi afetada. A sensação “setentista” que permeia a audição de Closer To Home é maravilhosa. Rock n’ Roll pesado, repleto de bons riffs, cozinha poderosa e vozes fenomenais.
Mark Farner (vocals, guitarra, teclados), Mel Schacher (baixo), Don Brewer (vocals, bateria)
1. Sin’s A Good Man’s Brother
2. Aimless Lady
3. Nothing Is The Same
4. Mean Mistreater
5. Get It Together
6. I Don’t Have To Sing The Blues
7. Hooked On Love
8. I’m Your Captain/Closer To Home
Motörhead – Ace Of Spades [1980]
(por João Renato Alves)
Em uma época onde o Rock se tornava cada vez mais autoindulgente, Lemmy Kilmister e seus capangas salvaram a safra com obras da visceralidade. A banda foi aperfeiçoando a fórmula até chegar em Ace Of Spades, obra definitiva que consagrou sua faixa-título. Mas apesar de ser essa a música mais lembrada, outros clássicos marcam presença como “The Chase Is Better Than The Catch” e “(We Are) The Road Crew”, homenagem mais que sincera à equipe que acompanhava o trio na estrada. Reza a lenda que os roadies choraram quando a ouviram pela primeira vez. Mas espere, tem mais, já diria aquele cara dos anúncios televisivos. Sons mais obscuros como “Love Me Like A Reptile”, “Shoot You In The Back” e “Bite The Bullet” possuem alto poder de destruição, equiparando-se às irmãs famosas. O disco alcançou grande sucesso, chegando ao número 4 na parada inglesa. Além disso, tornou-se referência para as futuras gerações.
Lemmy Kilmister (vocals, baixo), ‘Fast’ Eddie Clarke (guitarras) e Phil ‘Animal’ Taylor (bateria)
1. Ace of Spades
2. Love Me Like a Reptile
3. Shoot You in the Back
4. Live to Win
5. Fast and Loose
6. (We Are) The Road Crew
7. Fire, Fire
8. Jailbait
9. Dance
10. Bite the Bullet
11. The Chase Is Better Than the Catch
12. The Hammer
Rush – Moving Pictures [1981]
(por Gabriel Ferreira)
Quando se fala em power trios, o Rush é um nome citado freqüentemente. Os canadenses permanecem até hoje como um dos grupos mais competentes, com discos impecáveis e performances memoráveis. Não é à toa que eles são conhecidos por serem extremamente profissionais em seus respectivos instrumentos. No início da carreira, o som era um Classic/Hard tipicamente setentista, mas os toques do Progressivo já dariam as caras no segundo full. Os discos seguintes se aproximariam cada vez mais ao gênero. Foi com Moving Pictures que eles alcançaram o auge, musical e comercial. O álbum é praticamente um greatest hits contando com os indispensáveis clássicos “Limelight” (onde Neil Peart parece brincar com a bateria), “YYZ” e “Tom Sawyer”, a eterna música do McGyver. Ideal e indispensável para conhecer uma das bandas mais conceituadas de todos os tempos.
Geddy Lee (vocals, baixo, Minimoog, Oberheim 8-voice synthesizer, OB-X, Moog Taurus bass pedals), Alex Lifeson (guitarras, Moog Taurus) e Neil Peart (bateria, timbales, gong bass drum, orchestra bells, glockenspiel, wind chimes, bell tree, crotales, cowbells, plywood)
Participação especial: Hugh Syme (sintetizadores)
1. Tom Sawyer
2. Red Barchetta
3. YYZ
4. Limelight
5. The Camera Eye
6. Witch Hunt
7. Vital Signs
Destruction – Eternal Devastation [1986]
(por João Renato Alves)
Diretamente da Alemanha, o representante Thrash Metal da lista. Comandados por Marcel ‘Schmier’ Schirmer e Mike Sifringer, o trio mostrou evolução em seu segundo full-lenght. Em Eternal Devastation, as composições estão mais trabalhadas, sem perder a tradicional agressividade. Já de cara, o grupo despeja aquele que é seu maior clássico, a indefectível “Curse The Gods”. Outras que são presença certa nos shows são “Life Without Sense” e “Eternal Ban”, com sua intro matadora. Destacam-se também a instrumental “Upcoming Devastation” e a saideira “Confused Mind”, que também caiu no gosto dos fãs. Eternal Devastation mostra toda a fúria e competência do metal germânico em seu lado mais agressivo. Na sequência, o Destruction acrescentaria mais um guitarrista ao line-up e passaria por tempos de instabilidade até sua reunião em 2000 quando retomou ao formato original e voltou a lançar discos dignos.
Marcel ‘Schmier’ Schirmer (baixo, vocals), Mike Sifringer (guitarras) e Thomas ‘Tommy’ Sandmann (bateria)
1. Curse the Gods
2. Confound Games
3. Life Without Sense
4. United by Hatred
5. Eternal Ban
6. Upcoming Devastation
7. Confused Mind