Por Alexandre Fernandes
Esse quarteto de Baltimore, EUA, lançou em 2010 seu 4º trabalho de estúdio (sem contar os LP’s e Split’s), um show de brutalidade. É pancada atrás de pancada, sem precisar apelar à recursos duvidosos, um mal que faz muitas bandas novas falharem.
Aqui tudo flui naturalmente no Death Metal afiaddíssimo destes caras. Em plays anteriores, flertavam mais abertamente com o grindcore, estilo que hoje só dá as caras raramente. Mas isso não deixou de forma o
som mais leve, se é isso que você está pensando. Basta começar a rolar a primeira faixa, e se vai por terra a desconfiança.
“Embracing Extinction” já começa lá em cima, e dá uma idéia do que vem pela frente: muita velocidade, alguma cadência, uma ou outra pequena melodia.
Em seguida, vem a minha preferida: “Fed The Wolves”, quem tem um dos melhores trabalhos de guitarra do cd. Cortesia da dupla Sparky Voiles (que gravou o CD e já não faz mais parte do line-up) e Mark Kloeppel, que também faz as vezes como um dos vocalistas.
O outro vocalista, que assume a maioria dos urros, é o baixista Jason Netherton, ex-Dying Fetus. No baixo, não tem grande destaque no CD – cujo próprio estilo musical não favorece tanto assim o instrumento, e a produção por aqui não fez muita questão disso. Agora, enquanto vocalista, seus vocais rasgados, fortemente influenciados pelo Hardcore, fazem uma dupla ótima com Kloeppel, dono de um gutural mais grave.
As faixas são curtas, atingindo uma vez apenas a casa dos 4min, no caso de “The Seventh Cavalry”, um death metal mais cadenciado, bem ao estilo old school, que por sinal influencia bastante o som desta banda, que em momento nenhum deixa de lado que é uma banda moderna. Uma dessas características modernas que é usada são os famigerados breakdowns, que aqui são usados de forma mais racional e funcionam muito melhor do que em bandas de metalcore/ deathcore por aí – basta dar uma ouvida em “The Spectator”.
Agora, se formos falar em destaque, aqui ele fica por conta do excelente baterista Adam Jarvis. Esse cara é um monstro nas baquetas – e nos bumbos duplos. Seja mais tecnicamente (como na introdução de “Sleeping Giants”), ou seja na velocidade, ele prova que realmente merece o posto como um dos melhores bateristas da música extrema naturalidade. O que parecia difícil aconteceu aqui, e Jarvis parece mostrar um trabalho melhor que o outro a cada novo CD.
As letras são outro aspecto interessante, e realmente valem a pena ser lidas enquanto se ouve o som. Fogem um pouco daquele lugar-comum de falar sobre ódio, mortes, sangue, religiões, etc.
Ponto negativo? A duração, que só me deixou ansioso por outro CD. E a produção, que já foi melhor em lançamentos anteriores – “Discordia” tem uma produção impecável. Mas isso mal é notado, frente a tantas qualidades.
Com certeza, figura na minha lista de melhores lançamentos da música extrema em alguns bons anos.
Tracklist:
01. Embracing Extinction
02. Fed To The Wolves
03. The Carrion Call
04. Heirs To Thievery
05. Spectator
06. Illuminaught
07. The Seventh Cavalry
08. Plague Of Objects
09. You Lose
10. Sleeping Giants
11. Day Of The Dead