(Tudo Entre Nós)
Estados Unidos, 2000
Direção: Michael Lindsay-Hogg
Com: Aidan Quinn (Lendas da Paixão), como Paul McCartney; e Jared Harris (Resident Evil: Apocalipse), como John Lennon
Duração: 89 minutos
Gênero: Drama
Sábado, 24 de abril de 1976. No ar, um dos programas mais populares dos Estados Unidos até hoje, o Saturday Night Live. Na época, corria pelo mundo o boato de que os Beatles se reuniriam novamente, à luz de uma oferta milionária do promotor Sid Bernstein. A proposta não foi aceita, mas aproveitando-se da esperança dos fãs, o apresentador Lorne Michaels fez uma brincadeira e ofereceu 3 mil dólares se os Beatles aparecessem no programa aquela noite e cantassem 3 músicas. Mal sabia ele que naquela noite, Paul McCartney e Linda estavam visitando o apartamento de John Lennon e Yoko Ono em Nova York, próximo aos estúdios e assistiam ao programa. Quase foram lá dar uma palhinha, mas depois, em uma entrevista, John disse que estavam cansados. Se isso faz parte do filme? Claro! O filme é inspirado nisso. E, sim, isso de fato aconteceu. Aliás, a piada de Michaels entrou para a história dos Beatles.
Com grande maestria, o diretor Michael Lindsay-Hogg, fez um filme imaginando como teria sido aquele dia para os dois amigos. É quase uma hora e meia de conversa entre John e Paul. Falando assim, parece até enfadonho, mas ela é muito bem conduzida entre momentos de tensão, descontração, uma rápida ida ao banheiro ou pausas para lembrar uma música e atender Yoko ao telefone, que supostamente viajava com o filho, Sean.
Michael Lindsay-Hogg também dirigiu o documentário Let It Be (1970), que mostrava a rotina dos Beatles já na época da separação. Conhecendo bem o comportamento de John e Paul, Hogg pôde dirigir os atores fazendo com que eles chegassem o mais próximo possível dos gestos e linguagens dos músicos. A semelhança física acaba ficando em segundo plano (quase terceiro). Além disso, o diretor pôde também recriar, com fidelidade, o apartamento de John e Yoko em Nova York.
Apesar de lento, o filme não cansa, pois a conversa nunca pára num tema. De vez em quando os dois discutem, contam piada, cantam uma música, meditam. Quando o ambiente doméstico se esgota, os dois vão passear pelo Central Park disfarçados e comer num restaurante italiano. O modo como o filme foi montado permite que o diálogo seja sempre dinâmico. Algumas hipóteses levantadas na película são bem interessantes para os beatlemaníacos: como os dois amigos tratam os fãs, o ciúme que existe entre eles por causa dos singles, a adoração por Yoko de John, que às vezes nem sabe o sentido do que faz, mas faz mesmo assim por causa dela, a nova carreira de Paul junto à Linda... Enfim, é com certeza um prato cheio para os fãs. E quem não conhece os Beatles, mas gosta de cinema, não sai perdendo, pois o filme é muito bem montado e não dá pra "voar".
Ainda que seja um exercício de imaginação, o filme permite analisar um pouco da história de John e Paul, tanto separadamente, quanto como amigos. Os sentimentos e dúvidas dos dois são explorados ao máximo. Eles se apóiam e se "estapeiam" várias vezes, como se sua relação estivesse em carne viva com o encontro inesperado, já que Paul apareceu sem avisar. Voltando à realidade, John Lennon declarou à imprensa, no dia seguinte à visita: "Não estamos mais em 1956. Eu cresci. Tenho um filho para cuidar. Quando quiser vir, pelo menos telefone antes". Paul seguiu em sua turnê pelos Estados Unidos e os dois nunca mais se visitaram como em 24 de abril de 1976.
Estados Unidos, 2000
Direção: Michael Lindsay-Hogg
Com: Aidan Quinn (Lendas da Paixão), como Paul McCartney; e Jared Harris (Resident Evil: Apocalipse), como John Lennon
Duração: 89 minutos
Gênero: Drama
Sábado, 24 de abril de 1976. No ar, um dos programas mais populares dos Estados Unidos até hoje, o Saturday Night Live. Na época, corria pelo mundo o boato de que os Beatles se reuniriam novamente, à luz de uma oferta milionária do promotor Sid Bernstein. A proposta não foi aceita, mas aproveitando-se da esperança dos fãs, o apresentador Lorne Michaels fez uma brincadeira e ofereceu 3 mil dólares se os Beatles aparecessem no programa aquela noite e cantassem 3 músicas. Mal sabia ele que naquela noite, Paul McCartney e Linda estavam visitando o apartamento de John Lennon e Yoko Ono em Nova York, próximo aos estúdios e assistiam ao programa. Quase foram lá dar uma palhinha, mas depois, em uma entrevista, John disse que estavam cansados. Se isso faz parte do filme? Claro! O filme é inspirado nisso. E, sim, isso de fato aconteceu. Aliás, a piada de Michaels entrou para a história dos Beatles.
Com grande maestria, o diretor Michael Lindsay-Hogg, fez um filme imaginando como teria sido aquele dia para os dois amigos. É quase uma hora e meia de conversa entre John e Paul. Falando assim, parece até enfadonho, mas ela é muito bem conduzida entre momentos de tensão, descontração, uma rápida ida ao banheiro ou pausas para lembrar uma música e atender Yoko ao telefone, que supostamente viajava com o filho, Sean.
Michael Lindsay-Hogg também dirigiu o documentário Let It Be (1970), que mostrava a rotina dos Beatles já na época da separação. Conhecendo bem o comportamento de John e Paul, Hogg pôde dirigir os atores fazendo com que eles chegassem o mais próximo possível dos gestos e linguagens dos músicos. A semelhança física acaba ficando em segundo plano (quase terceiro). Além disso, o diretor pôde também recriar, com fidelidade, o apartamento de John e Yoko em Nova York.
Apesar de lento, o filme não cansa, pois a conversa nunca pára num tema. De vez em quando os dois discutem, contam piada, cantam uma música, meditam. Quando o ambiente doméstico se esgota, os dois vão passear pelo Central Park disfarçados e comer num restaurante italiano. O modo como o filme foi montado permite que o diálogo seja sempre dinâmico. Algumas hipóteses levantadas na película são bem interessantes para os beatlemaníacos: como os dois amigos tratam os fãs, o ciúme que existe entre eles por causa dos singles, a adoração por Yoko de John, que às vezes nem sabe o sentido do que faz, mas faz mesmo assim por causa dela, a nova carreira de Paul junto à Linda... Enfim, é com certeza um prato cheio para os fãs. E quem não conhece os Beatles, mas gosta de cinema, não sai perdendo, pois o filme é muito bem montado e não dá pra "voar".
Ainda que seja um exercício de imaginação, o filme permite analisar um pouco da história de John e Paul, tanto separadamente, quanto como amigos. Os sentimentos e dúvidas dos dois são explorados ao máximo. Eles se apóiam e se "estapeiam" várias vezes, como se sua relação estivesse em carne viva com o encontro inesperado, já que Paul apareceu sem avisar. Voltando à realidade, John Lennon declarou à imprensa, no dia seguinte à visita: "Não estamos mais em 1956. Eu cresci. Tenho um filho para cuidar. Quando quiser vir, pelo menos telefone antes". Paul seguiu em sua turnê pelos Estados Unidos e os dois nunca mais se visitaram como em 24 de abril de 1976.
Fonte: Vacine