A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar.
Tudo isso e muito mais...
Anos 80: Multishow ao Vivo é o registro fantástico da Festa Geração 80, um grande projeto de Leo Jaime, em formato de concerto all-star, que já rodou o Brasil inteiro, do Acre ao Rio Grande do Sul. Este show, gravado no Olympia, São Paulo, relembra sucessos de uma década marcada pela vontade de produzir um rock genuinamente brasileiro com letras sobre o dia-a-dia das cidades, que refletiam o pensamento dos jovens.
Destaques para o rock "Núcleo Base", do grupo Ira!; a romântica "Menina Veneno" de Ritchie; e "Bete Balanço", interpretadas por Nasi (Ira!), Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), George Israel (Kid Abelha), Leoni, Ritchie, Leo jaime, Kid Vinil e Dulce Quental.
O Slayer fez escola. Tá, isso não é novidade nenhuma, mas se você analisar os discos thrash da época do “Reign in Blood”, perceberá que o estilo muito rápido de Tom Araya cantar está nesse “Leave Scars”. Duvida? Então, dê uma sacada já na faixa de abertura – “The Death of Innocence” – a melhor e mais violenta do álbum, e veja se não concorda. Que porrada! Entretanto, ao longo do play, a coisa varia entre sons mais trabalhados, e em menor quantidade, os mais diretos. Realmente, as longas composições estão bastante profundas e densas, mas no geral, a qualidade de todas é inquestionável. Adorei os riffs de “No One Answers” - essa que é outra bala de canhão doCD - na parte dos solos. E a instrumental “Cauterization” é um show de técnica e maturidade. “Older Than Time Itself”, que faz parte da leva das mais diretas, éumo coice de mula. Excepcional. E o outro destaque fica para a faixa-título, com solos maravilhosos.
As raízes do rock ‘n’ roll marcam presença na cover do Led Zeppelin “Immigrant Song”, cujos famosos gritos no início da canção soaram meio hilários aqui, dando a impressão de que foram feitos com certo tom de deboche. Mas quem se importa? Ficaram muito legais!
O vocal seco e muito raivoso de Ron Rinehart dá um tom de violência e rebeldia a mais no álbum. Sem dúvida, uma contribuição de peso ao trabalho. Bem, e vale o registro da máquina que está na bateria: o lendário Gene Hoglan, um dos melhores do mundo. Com um time desses, a coisa só poderia resultar num material fodástico.
Outra constatação interessante: para um disco com mais de duas décadas de vida, a qualidade da gravação é espantosa, excelente se considerarmos o fato. Já nas quatro bônus ao vivo, o som é inferior, mas contraditoriamente, as músicas parecem mais extremas do que nas versões de estúdio. Como pode? E a simples, porém linda capa, por alguma razão me lembrou o filme “O Exorcista”.
Para os amantes de thrash e para os mais novos, que escutam essas bandas mais modernas, sem conhecer um pouco do estilo clássico, isso é não somente aconselhável, mas obrigatório.
Tracklist 1. The Death of Innocence 2. Never to Rise Again 3. No One Answers 4. Cauterization 5. Immigrant Song (Led Zeppelin Cover) 6. Older Than Time Itself 7. Worms 8. The Promise of Agony 9. Leave Scars
Muito bem, a banda americana BENIGHTED IN SODOM se enquadra perfeitamente no último modelo mencionado. Óbvio que não somente nele, mas há também aqui algumas variações e uma tendência mais alternativa na composição da sonoridade. Para aqueles que ainda não a conhecem, é interessante mencionarmos que a banda possui vasto material. São vários álbuns, algumas demos e EPs, sendo que este “A Resplendent Starless Darkness” já é o segundo trabalho lançado em 2011. Trata-se de um artefato bastante diferenciado, apresentando um BLACK METAL que certamente poderá não agradar a todos, em especial aos fãsmais radicais do gênero.
A enigmática e misteriosa “Kranker Maschinen Schrei” abre o álbum, uma instrumental que tem uma introdução com som de vento e é composta toda por teclados. “Heroin Is A Reason To Be Happy” é a faixa que vem a seguir, também instrumental (há guitarra, baixo e bateria aqui), e possui quase 12 minutos de duração. Uma música com boa variação de ritmos e que mais próxima do final assume uma velocidade maior. “Mecha-Elohim”, novamente sem a presença de vozes, começa com uma bateria super rápida, demonstrando uma pegada um pouco mais extrema. “Children of A Lesser God”, cuja abertura traz uma criança falando, é uma música bem tranquila, com vocal muito diferente do que geralmente encontramos nas bandas deste gênero, já que a voz gutural e urrada perde espaço para as vocalizações limpas, inclusive chegando até a lembrar algo de grupos góticos. “Cryonic Burial Aesthetic” e “Æthertopia” tem um ligeiro flerte com música eletrônica e o álbum encerra com a música “Deus Ex Machina”, instrumental (de novo!), em seus mais de 20 minutos de variações rítmicas, muito teclado e instrumentos tradicionais/folk.
“A Resplendent Starless Darkness” não é um disco repleto de músicas excepcionais, mas traz uma proposta bem diferente e que acaba de uma forma ou outra, sendo no mínimo interessante e mostrando que o BENIGHTED IN SODOM possui originalidade e identidade. Se você é fã de música pesada e, acima de tudo, possui uma cabeça mais aberta às novidades, certamente é um álbum bastante recomendado.
Banda: Benighted in Sodom País de Origem: Estados Unidos Título do álbum: A Resplendent Starless Darkness Ano: 2011 Estilo: Black Metal Gravadora: Independente
Track-list 1. Kranker Maschinen Schrei 2. Heroin Is A Reason To Be Happy 3. Mecha-Elohim 4. Children of A Lesser God 5. Cryonic Burial Aesthetic 6. Devour The Stars 7. Præternatural 8. Æthertopia 9. Deus Ex Machina
Line-up: Matron Thorn – Voz e Instrumental Gionata Potenti - Bateria
O trio investe em um black metal com trechos death de forma convincente e bem trabalhada. Na música de abertura – “Eternal Judgement” – nota-se o potencial do grupo, que insere no meio do bom barulho um trecho acústico que remete à Azaghal. O contraste torna a canção ainda mais brutal, muito boa.
Depois, vem a agressiva “Crucifixion”. É um som bem direto, a mais porrada das três composições. Curiosidade: esse título, que também deu nome à banda, foi extraído da música do Sepultura (Morbid Visions). Uma homenagem e tanto.
Fechando o EP, “Destroying the Fucking Disciples of Christ” (sim, é o mesmo nome do futuro álbum do grupo) é pura heresia e destruição, a melhor do disco.
No geral, as músicas são velozes, com vocais infernais de Lord Grave War (lembra o de Emperor Magus Caligula, do Dark Funeral), que também é o guitarrista da banda. Aliás, os riffs são bem elaborados, diga-se de passagem. O baixista Blasphemy não faz feio e manda ver na cozinha, completada por Darkmoon, uma moça (!) que surra a bateria sem dó e quase nunca para com os bumbos duplos. Perceberam a violência que a Crucifixion BR emana?
Qualidade da gravação ótima, e artes gráficas muito boas. A banda está prometendo muito com essa prévia. Ah, ficou interessado? Entra lá no www.satanica.org e arruma o seu, meu amigo. Minha aposta é que o conjunto estará no topo do black nacional muito em breve.
Após os primeiros acordes da faixa de abertura 'Seclusion', começa a nossa jornada pelos caminhos obscuros da alma. Ao fechar os olhos e se deixar levar pelas linhas de cello, o sujeito vai encarando/encarnando a música de uma forma que parece a trilha sonora de sua viagem transcendental. As já citadas linhas de cello, aliadas as melodias funestas do tecladista/vocalista Ávila Schultz e até passagens de flauta dão o toque especial no som desses curitibanos.
A faixa seguinte, 'Lachrimatory', é para mim a depressão representada em forma de música. Seguindo numa linha funeral doom, eles conseguiram aliar melancolia e melodia de forma esplendorosa, e na hora que entra os corais na metade da música, são de fazer você começar a pensar seriamente sobre sua existência na terra. Ao vivo essa passagem da música se torna miserável e pode causar sérios transtornos obsessivos.
'Twilight' começa de uma forma mais “animada”, e novamente se faz presente as linhas de flauta, e temos o prazer de ouvir o vocalista Ávila deixando de lado o seu gutural para realmente cantar, e logo temos uma bela passagem atmosférica com piano sendo tocado em meio a vocais falados dando um toque especial na faixa.
'Clarity' e 'Deluge' me trazem a mente os primeiros trabalhos de Celestial Season e My Dying Bride respectivamente, este último principalmente pelas linhas e timbre do vocal. E para encerrar esse excelente debut temos 'Void', a passagem sinistras de cello/guitarras e vocais falados, dão um certo desespero no ouvinte e de forma magistral termina de lhe enterrar no limbo de sua existência, a sua vida sofrida que lhe foi trazido a mente durante a audição desse play.
A banda deixou disponível em seu site oficial a compra do áudio em formato mp3 e você também tem a opção do material físico. Está esperando o que para adquirir o seu?
As influências vão dos já mencionados Cream, Led Zeppelin e Who, passam por Jimi Hendrix e chegam em referências mais atuais como Prince e Lenny Kravitz. A escolha por uma sonoridade fortemente calcada nos anos setenta atrairá de saída os órfãos dessa década, mas os caras vão muito além. A maturidade do trio é evidente. Recheado de boas composições, o debut do London Souls revela uma banda afiada e com um entrosamento todo especial. Os trêsmúsicos se revezam nos vocais principais, o que faz com que o disco tenha uma variedade muito bem-vinda.
Com todas as faixas sendo gravadas em apenas um take, a espontaneidade e a energia saltam aos ouvidos. “She's So Mad” tem guitarras que são puro Hendrix. “She's in Control” soa como se Prince tocasse rock. A balada “Easier Said Than Done” tem ecos de Beatles, enquanto “Old Country Road” traz pitadas de country.
A escolha por uma sonoridade mais limpa e crua, sem os exageros do rock atual, faz o London Souls prender-se apenas no que realmente importa: a música, pura e simplesmente. O ritmo (sempre pulsante) e as melodias (onipresentes) são a linha de frente do grupo. Abanda sabe usar o silêncio, os espaços entre os instrumentos, a seu favor, e o resultado são composições cheias de swing e dinamismo.
Com uma personalidade forte e ótimas músicas, a estreia do London Souls destaca-se com facilidade entre os lançamentos de 2011 e é, sem sombra de dúvidas e desde já, um dos grandes álbuns de 2011.
Faixas: 1. Intro 2. She's So Mad 3. Someday 4. She's in Control 5. Future Life 6. Old Country Road 7. Six Feet 8. Stand Up 9. Easier Said Than Done 10. I Think I Like It 11. Dizzy 12. Under Control 13. The Sound
O título vem do nome de uma obscura banda de rock progressivo alemã que teve somente um lançamento em 1972 e que chamou a atenção de Mikael pelo nome, mais do que pela música, como ele mesmo afirma.
Pela primeira vez o OPETH contou com a participação de um produtor em estúdio. Steven Wilson, reconhecido por ser o líder do PORCUPINE TREE, foi contratado para produzir os vocais e guitarras, já que quando ele chegou no estúdio a banda já havia gravado praticamente tudo. Steven, por insistência de Mikael, ainda colabora nos vocais e tocando guitarra e piano. Pode-se dizer que muito do resultado final do álbum deve-se à sua colaboração, principalmente nas belíssimas melodias vocais e no som encorpado que asmúsicas possuem.
A capa e arte ficaram a cargo do renomado Travis Smith, que além de ter trabalho com o OPETH em obras como Still Life, Deliverance e Damnation, também foi responsável por capas de bandas como NEVERMORE, CONTROL DENIED, ICED EARTH, KATATONIA, entre outras.
Musicalmente, Blackwater Park é um clássico absoluto dessa banda que não tem medo de arriscar e criar algo original e honesto de quem acredita no que se propõe a tocar. Para quem não conhece, o som doOPETH se caracteriza por músicas sofisticadas, mudanças de andamento e alternância entre vocais limpos e guturais. Intervenções acústicas em meio a passagens extremamente pesadas fazem com que a música não se torne repetitiva ao longo da audição. Tudo isso se deve às diversas influências dos músicos, que vão de rock progressivo e hard rock do anos 70 a death metal.
“The Leper Affinity”, “Bleak” (com Steven Wilson dividindo os vocais no refrão), “The Drappery Falls”, “The Funeral Portrait” e a faixa-título estão entre as melhores composições da banda e contam com diversos riffs marcantes, passagens intrincadas e mudanças de andamento que com certeza irão fazer a cabeça dos fãs de rock progressivo e músicas elaboradas em geral. Mesmo aqueles que não gostam de vocais guturais não precisam se preocupar, pois o equilíbrio com as partes mais melódicas dão o brilho que as músicas doOPETH possuem.
“Harvest”, belíssima faixa com instrumentos e vocais limpos poderia figurar no álbum quase acústico Damnation, assim como “Patterns in the Ivy”, delicada música instrumental que conta apenas com violão e piano.
Vale também ressaltar a performace de Martin Mendez, que aparece com um baixo mais alto e presente do que no álbum anterior e Martin Lopez que, segundo o próprio, parece ter encontrado seu som de bateria neste disco. O entrosamento da dupla de longa data Mikael e Peter nas guitarras mais uma vez está irrepreensível.
Não há como não recomendar a execução na íntegra do álbum, embora com outra formação, no mais recente lançamento da banda em DVD, o “In Live Concert At The Royal Albert Hall”.
Talvez este não seja o álbum mais técnico que a banda já fez, mas com certeza é um clássico atemporal da boa música e porta de entrada para aqueles que ainda não conhecem a banda.
Blackwater Park – Lancamento: 12.03.2001
Músicas:
1.The Leper Affinity (10:23) 2.Bleak (9:16) 3.Harvest (6:01) 4.The Drapery Falls (10:54) 5.Dirge For November (7:54) 6.The Funeral Portrait (8:44) 7.Patterns In The Ivy (1:53) 8. Blackwater Park (12:08)
Músicos:
- Mikael Åkerfeldt: vocal, guitarra - Peter Lindgren: guitarra - Martin Lopez: bateria - Martin Mendez: baixo - Steven Wilson (produtor, Porcupine Tree): vocal, guitarra, piano
A banda possui um som característico do Thrash Metal, com outros elementos influenciadores como Crossover, ouHardcore. Enfim, o rótulo não interessa, e classifique-os como quiser. O grupo possui influências relevantes de bandas como Pantera e Kyuss.
Faixa 1 - Collider - O álbum começa com "Collider". A cançãode abertura mostra de cara o profissionalismo do grupo. Uma canção relativamente curta, porém radiante, com uma bateria cadenciada e um timbre de guitarra realmente de agradar os ouvidos.
Faixa 2 - Reflection - Para mostrar criatividade, através da variedade das composições, "Reflection" começa mais lenta, com dedilhado e depois recaindo em um som pesado e mais arrastado. Ao contrário da canção anterior, em "Reflection", o 'ódio' nos vocais, se é que posso dizer assim, demonstra um sentimento mais revolucionário à esta canção.
Faixa 3 - When I Fall - Esta começa com um riff de guitarra mais pausado e uma bateria mais reta logo no início, que depois recai no cadenciamento. O sentimento de rebeldia em "When I Fall" é lindo, quando o vocalista Leandro pronuncia "when I die / when I fall / no paradise / I stand to fight". Os vocais rasgados e sobrepostos na canção lembram claramente os vocais de Phil Anselmo no Pantera, que acabam resgatando ainda mais o sentimento de bandas nesta linha. Contudo, não tiro mérito do Sakrah, que conseguiu criar uma identidade própria. Menciono aqui apenas as influências.
Faixa 4 - Whiskey Devil - A canção "Whiskey Devil" apresenta uma composição mais técnica perante as anteriores e mais doentia. A técnica de tapping / ligado na guitarra, encontrada no refrão, dão uma identidade única à música.
Faixa 5 - Fight Bar - Esta é a última canção, e talvez com o refrão mais viciante que já tenha escutado. O sentimento de "foda-se" quando o vocalista vocifera "motherfucher can you repeat what you say to me / you peace of shit / you don`t deserve my attention" é realmente encantador. "Fight Bar", em opinião própria, é uma das melhores canções que já escutei desta linha, e graças ao nosso bom Deus, ela veio de uma banda brasileira.
Apresento a todos os leitores, o Sakrah, que sem sombra de dúvida, esta condenada a seguir uma carreira sólida e abocanhar uma grande fatia do mercado mundial da música, graças ao profissionalismo de Leandro (vocal), Ale-x (guitarra), Maurício (baixista), B.A (baterista). Se eu pudesse fazer uma crítica construtiva, eu diria apenas que as faixas do Sakrah são muito curtas. Ou seja, o que eu quero dizer, é que as canções são tão boas, que não deveriam acabar tão rápidas.
O material é um CD composto de cinco músicas que nos remetem ao som caracteristico do Thrash metal dos anos 80, e podemos ver ao longo da audição deste ep-demo, claras referências como Slayer, Destruction, Onslaught e Sodom.
Os guitarristas Jeff Witt e Chris Colletti realmente nos mostram riffs endiabrados e cortantes, daqueles que, após uma audição, já ficam na sua cabeça. Completando a formação, na competente e pesada cozinha Alexandre Guterres (baixo) e Z.Ace (bateria) e o bom vocal de G.G.Mussi, mais uma vez um destaque que nos remete aos anos dourados do Thrash Metal. Inclusive, na música que dá nome à banda (outra tradição oitentista), temos a participação de Flávio Soares, do lendário Leviatham.
No release que recebemos da banda, fala que já estão preparando uma segunda demo. Aguardemos e também pelo CD "full length".
Se o dia 11 de setembro é lembrado como um dos maiores acontecimentos da história, no último domingo a data tomou proporções ainda mais obscuras ao ser escolhida para a versão 2011 de um dos eventos mais maléficos do país. O Sol ainda insistia em brilhar quando o RAGNAROK entrou em cena no Carioca Clube. Esta era sua segunda turnê por aqui e pelo visto não demorarão a retornar. Os dias anteriores percorrendo o Norte e Nordeste do Brasil junto ao BELPHEGOR agregaram bastante intimidade entre o quarteto e o público nacional. Com algumas cartas na manga, tocaram velhos clássicos dos temos de Nattferd (1995) e Arising Realm (1997), mesclados a blasfêmias recentes do novo Collectors of the King, lançado em 2010. Destaco as atuações do vocalista HansFyrste e do guitarrista Bolverk. Este último, inclusive, costuma receber o sintomático apelido de Kerry King do black metal. Brincadeiras a parte, uma ótima abertura às duas atrações seguintes.
Com um intervalo de apenas 15 minutos, o BELPHEGOR iniciou sua apresentação em meio a muitos aplausos. Atacaram com "In Blood - Devour This Sanctity", faixa que abre seu nono e mais recente álbum, Blood Magick Necromance (2011). A sequência não poderia ser melhor, com as fenomenais "Belphegor - Hell's Ambassador", "Veneratio Diaboli - I Am Sin" e "Impaled Upon the Tongue of Sathan" dos álbuns Pestapokalypse VI (2006), Walpurgis Rites – Hexenwahn (2009) e o já citado novo disco, respectivamente. A postura de palco do líder inquestionável Helmuth (vocalista/guitarrista) impressiona. Ele nem precisa erguer o punho para que seus seguidores o façam; basta sinalizar. O baterista Tiger parece ter oito braços tamanhas desenvoltura e velocidade, já o baixista Serpenth adquiriu um jeitão meio Cronos (Venom) em cena com direito a posição de microfone a la Lemmy Kilmister. O encerramento em grande estilo com “Black Goat Zombie”, do autointitulado álbum, provocou os pedidos por mais sons, o que não foi possível devido ao horário apertado com que o Carioca rege os concertos abrigados na casa (nota do redator: O local costuma receber espetáculos de todos os gêneros, muitos deles logo após os de heavy metal, daí a correria).
Pontualmente às 20h o protagonista da noite surge por entre as cortinas. Falar dos predicados do MORBID ANGEL seria redundante, mas este show vinha carregado de expectativas por conta do recém-lançado disco Illud Divinum Insanus (2011), primeiro a contar com David Vincent – vocalista/baixista – após mais de 15 anos! Como já é sabido dos leitores que acompanham o WHIPLASH!, fui totalmente favorável às mudanças adotadas neste novo registro.
Pois bem, com ou sem cara feia, o fato é que o quarteto possui uma série de clássicos que parece não ter fim. Veja, por exemplo, as cinco primeiras do set: “Immortal Rites”, que abre magnificamente o primeiro Altars of Madness (1989); “Fall From Grace”, outra faixa de abertura, mas do segundo – e também essencial – Blessed Are The Sick (1991); “Rapture”, canção que principia (pasmem!) o terceiro e fabuloso Covenant (1993); “Pain Divine” e o hino “Maze of Torment”. Eles fizeram de propósito, dá para perceber, no intuito de ganhar, a partir dali, o público em definitivo. Conseguiram, já adianto.
“Sworn to the Black” encerrou a sequência inicial de clássicos. Como já era de se esperar, do mais recente escolheram as mais próximas do material antigo, a saber, “Existo Vulgore” – uma paulada!, “Nevermore”, velha conhecida muito antes da gravação de Illud Divinum Insanus, e “I Am Morbid”, bastante cantada pelos fãs a pedido de Vincent. Sobre o frontman é obrigatório ressaltar seu talento com a plateia. Suas expressões e emoções às músicas por si sós já imprimiam um caráter notável, sem falar que o cara está debulhando as quatro cordas. Outro destaque vai para o novo baterista Tim Yeung (All That Remains, Hate Eternal, Vital Remains, Divine Heresy, World Under Blood, dentre outros). Pete Sandoval, afastado por motivo de saúde, faz falta, lógico, mas seu substituto temporário(?) segura tranquilamente tanto suas criações em estúdio quanto as batidas perpetuadas – e copiadas mundialmente – por Sandoval. Por último, sem ordem de importância, o norueguês Destructhor (aka. Thor Anders Myhren) comandando as seis cordas ao lado do chefão Trey Azagthoth desde 2008.
De volta a Covenant, “Angel of Desease” causou um mosh-pit de respeito em meio ao salão, mas não mais do que “Lord of All Fevers and Plagues” e seu refrão contagiante: “Ia iak sakkakh/ Ia sakkakth/ Ia shaxul/ Ia kingu ia cthulu ia azbul/ Ia azabua”, cantado em uníssono. “Chapel of Ghouls”, intercalada pelo solo de Trey, mais uma do debut, antecedeu o duo “Dawn of the Angry” e “Where the Slime Live”, ambas do quarto álbum Domination (1995). Continuaram com “Blood on My Hands”, passearam pelo Formulas Fatal to the Flesh (1998) com “Bil Ur-Sag”, única da fase sem David Vincent tocada, e encerraram com a obrigatória “God of Emptiness” e o poder de “World of Shit (The Promised Land)”, totalizando mais de 90 minutos de show. A devastação continua em 2012, quando serão anunciados os novos responsáveis pelos futuros “pescoços quebrados” característicos do SETEMBRO NEGRO.
Set-list Morbid Angel
1. Immortal Rites 2. Fall From Grace 3. Rapture 4. Pain Divine 5. Maze of Torment 6. Sworn to the Black 7. Existo Vulgore 8. Nevermore 9. I Am Morbid 10. Angel of Disease 11. Lord of All Fevers and Plague 12. Chapel of Ghouls / Trey Azagthoth Solo / Chapel of Ghouls 13. Dawn of the Angry 14. Where the Slime Live 15. Blood on My Hands 16. Bil Ur-Sag 17. God of Emptiness 18. World of Shit (The Promised Land)
Rick Florino do ARTISTdirect entrevistou o vocalista do SOUNDGARDEN/ex-AUDIOSLAVE Chris Cornell e falou sobre a novacanção de Chris, "The Keeper", faixa da trilha sonora do filme "Machine Gun Preacher" que estará em cartaz futuramente. Seguem alguns trechos da conversa.
ARTISTdirect: A "The Keeper" é um indício de seu processo criativo no novo SOUNDGARDEN ou ele foi bem mais pesado?
Cornell: Bem, não importa o que for, o SOUNDGARDEN sempre será mais pesado. Contudo eu também acho que musicalmente o material do novo SOUNDGARDEN é diferente de tudo que já fizemos. Assim sendo, acho que existe um tema que sempre tivemos. Acho que todas as vezes que fizemos um disco não era na verdade fácil fazer comparação com o anterior – a não ser o fato de sermos a mesma banda. Acho que podem haver momentos que são meio que sonoramente mais quietos e mais despojados. Num todo, é um disco de rock. É o que a gente faz.
ARTISTdirect: Sempre foi importante para você criar figuras imaginárias que não são necessariamente explícitas? Você pode interpretar a "The Keeper" de tantas maneiras quanto a Pretty Noose" ou "Let Me Drown". É crucial contar uma história que seja ambígua e que possa ser contada?
Cornell: Essa sempre foi a meta... Eu acho que as vezes que eu perdi o alvo foram aquelas quando parecia claro para mim e não estava claro para mais ninguém. «Risos» É bem fácil passar longe do alvo. Literalmente algumas palavras mal escolhidas pode tipo obscurecer o pensamento, a idéia e a imagem, e daí ela não está mais lá. É bom ouvir que sua sensação ficou intacta. A única instrução que recebi do Marc Forster, o diretor, foi "Não seja literal demais", coisa que eu nunca sou. Ele na verdade seguiu dizendo, "Você unca é, se eu tenho de dizer algo é isso". Eu concordo com isso. Eu realmente não acho que seria correto para um grande filme. Eu não acho que realmente haveria um ambiente onde isso funcionaria. Eu poderia relacionar um monte de canções compostas para filmes que são totalmente obviais e literais e descrevem a sinopse. É como se elas fossem a sinopse. Eu não vou perder nosso tempo. «Risos» Ok, a "Ghostbusters"!
Leia a entrevista na íntegra (em inglês) no ARTISTdirect.
O vocalista James LaBrie do DREAM THEATER foi entrevistado na edição de 11 de setembro do programa de rádio de rede nacional Full Metal Jackie. Seguem alguns trechos da conversa. (cortesia do Loudwire.com)
Full Metal Jackie: Obviamente, o Mike Portnoy «baterista» foi uma parte integrante do DREAM THEATER desde sua origem, não alguém que pode ser substituído de forma simples, tipo, é só contratar um outro baterista. Em qual momento durante sua audição vocês souberam que o Mike Mangini seria o cara?
LaBrie: «Risos» Eu acho que após os três primeiros minutos. Não, quero dizer, ele veio com tanto entusiasmo e ele deixou bem claro, bem evidente para nós o que ele queria como que nos dizendo, "Eu estou vindo atrás disso e estou investindo tudo nisso e estou muito focado. Eu estou bem preparado e eu vou deixar irrefutavelmente óbvio para vocês que eu quero entrar nessa banda mais do que qualquer um e que eu mereço isso mais do que niguém". Nós tocamos três músicas de álbuns antigos e, é sério, depois da primeira música ficou tão óbvio que aquele cara era sem igual, ele era fora de série e acho que outra coisa foi que nos fez sentir à vontade foi que pareceu tão natural; simplesmente pareceu muito natural. Você podia olhar para ele, se já não estivesse olhando, e você simplesmente se deixava levar pela música e pela sensação que ele lhe dava, e era muito natural, você sentia a sinergia. Depois da audição brincamos dizendo que podíamos ter feito um show naquela mesma noite. Nós literalmente podíamos ter subido em um palco e feito um show, isso mostra o tanto que ele se ajustou e o tamanho do controle que ele teve ao tocar as músicas. Os outros bateristas eram fenomenais; os outros bateristas eram únicos à sua própria maneira. Todos eles tinham seu próprio estilo e sua própria interpretação, eram bateristas incríveis, mas a sensação que deu, foi a química certa, a forma como ele se entrosou com a gente conversando, ele é muito inteligente. Quero dizer, eu conheço o Mike Mangini há 13 anos e ele tocou em três dos meus álbuns solo, eu fui tão privilegiado de ter trabalhado com ele antes e eu sabia que ele seria um cara que iria dominar; ele ia tocar e eu tinha certeza de que ele ia deixar os outros caras de queixo caído e foi o que ele fez. Por causa disso, eu sei que houve um papo correndo por aí do tipo, "Bem, eu sei que assim que o Mike Mangini tocou que eles se fecharam para os outros bateristas e apenas se apresentaram a eles e os cumprimentaram", e eu possoo lhe dizer que todos nós mantivemos nossas mentes abertas ao ouvir os outros seis bateristas. Aconteceu que quando nós começamos a ver o que tinha acontecido e rever as audições de cada baterista, nós simplesmente sempre voltávamos ao Mike Mangini e tinha algo nele, era mágica.
Full Metal Jackie: James, a saída de alguém como o Portnoy, que assumia o controle de tantos aspectos do funcionamento do DREAM THEATER deve ter significado uma total reestruturação do mecanismo da banda. Uma reestruturação assim vem para melhorar e sair da complacência da rotina?
LaBrie: Sim, acho que sim. Acho que nos permitiu repensar na forma de nossa existência. Acho que uma coisa importante é que musicalmente nós tínhamos certeza e sabíamos o tipo de álbum que queríamos fazer quando entrássemos no estúdio e que acabou sendo o "A Dramatic Turn Of Events". A música nesse álbum, nós sabíamos que realmente queríamos voltar a nossas raízes e realmente queríamos recriá-las mantendo-as contemporâneas e obviamente novas. O que realmente nós colocou no mapa internacionalmente, que é o elemento progressivo e do heavy metal do DREAM THEATER mas de uma fora controlada e fazendo com que eles se completem de uma forma que cada um fale alto mas não exceda ao outro. Além disso, também sabíamos que há muitas atividades nos bastidores que fazem da banda o que ela é e há tantas coisas se passando, seja promoção, arte de capa, ou simplesmente afazeres cotidianos que precisam ser feitos e que permitem que uma banda permaneça na mente dos fãs e da indústria, tudo de uma forma bem positiva e sadia. Então, nós já sabíamos de cara que queríamos que fosse uma empreitada em conjunto a partir de então para que não houvesse só uma pessoa tomando as decisões; não era uma só pessoa assumindo as responsabilidades da banda porque isso tende a te deixar alheio ao que está se passando e podem haver tantos momentos em que algo pode lhe surpreender. Tipo, "Oh, eu não sabia que estávamos fazendo assim" ou "Eu não sabia o que estava acontecendo" ou "Eu não sei como isso foi acontecer". Então nós sabíamos que nós não queríamos jamais estar numa situação assim de novo.
Então a coisa mais importante para a banda é a transparência e o fato de que iríamos todos discutir qualquer atitude que seria tomada e foi ótimo e não foi complicado, é porque antes nós tínhamos uma visão diferente tipo, "Bem, se todos forem decidir, haverá muita gente querendo mandar", ou algo do tipo. E não houve nenhuma situação desse tipo. No pior dos caos, é algo que é facilmente discutido. Todos sabemos o que é melhor para a banda e todos sabemos o que queremos. No fim das contas queremos é sucesso e queremos continuar construindo isso para que fique cada vez maior e melhor.
Então somos capazes de discutir as coisas e manter um diálogo aberto e acho que por causa disso todos nos sentimos muito mais conectados e muito mais livres e tranqüilos e animados e acho que isso até se faz transparecer. Bem, a gente sabe que transparece porque os fãs estão falando disso, e parece que há toda uma nova harmonia acontecendo na banda, uma nova animação no palco e o papel de cada um está falando mais alto a ponto de você ver a banda e enxergar essa banda. Então eu acho que está tudo indo otimamente bem, sabe – tudo está nos levando a um lugar melhor.
Jeff Treppel da Roadrunner Records entrevistou oguitarrista John Petrucci do DREAM THEATER. Seguem alguns trechos da conversa.
Vocês tinham algumas metas estabelecidas para o (novo álbum do DREAM THEATER) "A Dramatic Turn Of Events"?
Petrucci: Tínhamos; tivemos diversas conversas antes de partir para o álbum, alguns meses antes, e queríamos ter certeza de que estávamos todos de acordo quanto ao tipo de álbum que iríamos fazer e quanto à direção dele. No geral, nós realmente queríamos nos focar nos elementos de composição, no fator da originalidade e aperfeiçoar as qualidades que fazem do DREAM THEATER uma banda única e especial. Nós queríamos fazer algo que fosse em grande escala, queríamos levar as coisas ao extremo e realmente explorar mais profundamente qualquer elemento que fosse. Nós sabíamos que se fôssemos fazer algo num tom progressivo, nós deveríamos levar isso ao extremo. Se fôssemos fazer algo do tipo mais amplo, tínhamos de levar isso o mais longe possível. Queríamos que o álbum fosse sonoramente interessante. Eu sabia desde o princípio, eu sonhei que o Andy Wallace ia fazer a mixagem e o sonho se tornou realidade. Queríamos que fosse um verdadeiro experiência épica em hi-fi. Então quando fomos compor, tínhamos em mente que íamos tomar nosso tempo com progressões de acordes e elementos melódicos e com o alcance vocal e o som dos instrumentos em geral e coisas do tipo. Foi definitivamente um trabalho conjunto e focado em manter as qualidades da composição o mais elevadas possível.
Como foi a composição da música para esse disco em particular?
Petrucci: Meio que começa em casa. No meu tempo livre eu gosto de fazer uma coleção de riffs e idéias que ponho num gravador portátil, tipo uma biblioteca de riffs e idéias e muitos dos caras fazem isso. Você meio que organiza isso e deixa pronto no seu laptop para levar consigo. Por exemplo, a intro da "On The Backs Of Angels", foi algo que eu compus em casa e levei. Eu fiz uma demo da "This Is The Life" e a levei. Eu tinha riffs que viraram coisas como "Bridges In The Sky" e "Lost Not Forgotten", coisas assim. Então no mínimo você tem essas sementinhas para levar. E então nos ajeitmos no estúdio, o James «LaBrie, vocal», John «Myung, baixo», Jordan «Rudess, teclado» e eu, tudo tipo que no modo pronto-para-gravar, e nós sentamos lá e compusemos. No que diz respeito a documentar as coisas, está tudo gravado. O Jordan escreve praticamente tudo no papel, nós listamos tudo que achamos que vamos precisar, e temos todo o tipo de gravadores diferentes – em caso de estarmos improvisando algo, nós gravamos, e se precisarmos podemos voltar naquilo. Fizemos isso por mais ou menos 2 meses e meio, e temos tudo não só escrito mas totalmente em demo, totalmente mapeado, todos os tempos e marcações e tudo mais. É um tipo de pré-produção mestra ao mesmo tempo em que estamos compondo. Isso nos permite começar o processo com bastante tranqüilidade. Quando o Mike Mangini «bateria» veio, ele pode realmente só tocar junto com as faixas demo que tínhamos gravado e não tivemos de ter de passar por todo um processo de passar tempos e mapeamentos e marcações, essas coisas já estavam prontas ao mesmo tempo.
Você acha que os avanços na tecnologia de gravação ajudaram a simplificar o processo de preparar sua complexa música?
Petrucci: Eu definitivamente acho que os avanços na tecnologia me ajudam a organizar as coisas muito bem. nos ajuda a ter rapidamente a referência e editar as coisas. Coisas que não podíamos fazer há 10 anos, podemos facilmente fazer agora. E quanto a esse mecanismo, ele eleva a qualidade geral, a abertura e o som do álbum. Obviamente enquanto os mecanismos de gravação vão ficando melhores e a tecnologia progride, podemos fazer coisas com muito mais facilidade, muito mais eficiência e na maioria das vezes com um som bem melhor. O que é ótimo. Se você pensar até mesmo no último álbum que fizemos, ou o álbum antes dele, nós definitivamente fizemos grandes avanços no que diz respeito ao impacto sonoro. É realmente legal ir nesse caminho, superando a última coisa que você fez.
Bob Zerull do Zoiks! Online entrevistou o vocalista do ANTHRAX Joey Belladonna. Seguem alguns trechos da conversa.
Zoiks! Online: Como você descreveria para os fãs o novo álbum de vocês, "Worship Music"?
Joey Belladonna: Acho que... Não sei, acho que ele realmente tem alguns tipos diferentes de sons. Acho que fizemos algo mais amplo no fim da composição. Ele é tão agressivo quanto qualquer disco que fizemos. Sonoramente, acho que é um dos melhores.
Zoiks! Online: Soube que eles tinham um álbum pronto para sair antes de você voltar para a banda. É o mesmo álbum, mas com você nele?
Joey Belladonna: Não, há várias faixas novas. Muitas gravações novas, guitarras totalmente novas, baixo totalmente novo, vocal totalmente novo, três ou quatro faixas de bateria diferentes. A estrutura e os acordes que seriam as músicas, alguns dos arranjos são os mesmos, mas ao mesmo tempo, nós meio que espalhamos tudo e juntamos de volta.
Zoiks! Online: Não fossem os shows do "Big Four" «com METALLICA, MEGADETH e SLAYER», você acha que estaria no ANTHRAX agora?
Joey Belladonna: Eu não sei; é uma boa pergunta. Existe uma boa possibilidade de que eles talvez não tivessem me chamado, o que é meio triste. Eu nunca tinha ouvido isso antes. É uma verdadeira possibilidade, o que é meio assustador de certa forma, você pensar que sem uma oportunidade eles não iriam querer eu ali. Diabos, vamos encarar a verdade, se eles não tivessem nenhum problema com o outro cara, eles talvez tivessem seguido com o disco. Eu nem sequer seria um pensamento.
Zoiks! Online: Você sentiu alguma pressão extra de mandar não só um bom álbum, mas relevante também uma vez que o METALLICA, SLAYER e MEGADETH acabaram de sair de grandes e importantes álbuns?
Joey Belladonna: Há uma excitação tipo pressão versus medo, não-sei-se-vou-conseguir. Você sempre quer conseguir fazer um grande disco, uma vibe boa com que estávamos acostumados. Há sempre mais uma pressão positiva do que incerteza. Obviamente eles vinham trabalhando em algo por um bom tempo e as pessoas estavam ficando intrigadas com o que estava acontecendo. "Quando vocês vão terminar?". Vir e ser o último cara vindo do nada e tentar reconcilicar aquela coisa toda, eu não estava na banda há um bom tempo, então houve uns pensamentos interessantes, tipo, "Será que eu vou ser um fardo aqui? Será que eu vou ser a razão pela qual as coisas não saíram como deveriam?" Eu não pensei nisso na verdade, uma vez que começamos eu sabia que íamos ficar bem. Eu não sabia o quão bom ia ser, porque você nunca pode prever esse tipo de coisa. Mas eu achei que... quando fui ouvir, eu fiquei tipo, "Uau!" Você começa a ouvir de novo, porque eles fazem as coisas tão rápido. Em um período de quatro horas, tínhamos terminado uma música. No fim do dia, nós a ouvíamos de novo várias vezes. Eu tinha terminado o dia e a gente mandou para todos para ver se eles gostavam. Nós estávamos prontos para a próxima música no dia seguinte, o que era o que a gente fazia todos os dias. Eu estava tranqüilo com isso. Eu não tinha dúvidas. Se as pessoas estavam curtindo e eu estava curtindo, é tudo o que você quer quando você está compondo e criando músicas. Se você gosta, você vai nessa. A não ser que alguém lhe diga que não deu certo, o que não foi o caso, mas se você gosta... é o que eu faço. Se eu compuser algo nessa tarde e a gravarmos e adorarmos a coisa, a gente simplesmente vai nessa. Se alguém não gostar, o que você pode fazer?
Zoiks! Online: Você voltou à banda quando, em 2005? Não durou muito tempo, qual a diferença dessa vez?
Joey Belladonna: Você fala sobre manter as coisas como estão?
Zoiks! Online: Sim,
Joey Belladonna: O que está diferente agora, eu não sei. É só uma questão de todos estarem focados juntos. Você tem de certificar-se de manter as coisas sob controle enquanto grupo, o básico do trabalho em conjunto e envolver cada pessoa a ponto de que ela se sinta necessária e tudo mais. Você tem de fazer desse jeito, a não ser que você seja um cara contratado por fora e não tenha de se preocupar em fazer sugestões e dar sua opinião, você simplesmente vem e entrega seu relatório. Não é assim para nós. Nós precisamos ter certeza de que todos se sentem envolvidos e se sinta confortável estando ali. É assim que funciona. Eu já estive por dentro e por fora por várias razões, isso é desconcertante demais, tipo o que você perguntou do "Big Four." Eu nem sequer sei... Depois de fazer o disco todo mundo estava tipo, "Uau, isso é bom, ainda bem que o chamamos". Você nunca sabe o que se passa na cabeça deles. Se tivesse ficado simplesmente razoável e não tivesse sido recebido tão bem, provavelmente seria algo tipo, "Que pena que não deu certo com o outro cara, porque não está dando certo com ele também". As pressões são essas. Você fica pensando, "Meu Deus, eu não devia ter entrado numa coisa que nem foi idéia minha ou não é do meu estilo". As dúvidas são essas, mas eu jamais me senti assim quando entrei porque eu sabia o que eu podia fazer desde que eles tivessem a mente aberta e aceitassem. Agora eu recebi aprovação e espero que que eles se sintam assim a longo prazo.
Polêmico Rock - É extremamente prazeroso estar aqui entrevistando essa banda carioca de Metal Extremo. Então, conte um pouco da história do Engines Of Torture.
Vinícius Freitas: À priori, gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho feito no “Polêmico Rock” e por todo apoio dado à cena e às bandas em geral, bem como pela parceria com o “Som Extremo”. Visito regularmente ambos os blogs e sempre tem algo interessante. Mas vamos lá... o Engines of Torture foi fundado no final de 2006 por Victor Mendonça, Eduardo Berdague e Wederson Félix; em seguida Uranio Cerqueira se juntou à formação, que logo depois, me convidou para integrá-la. Essa formação foi mantida até meados de 2008. Nessa época as idéias sobre gravação já surgiam, mas a banda em si não tinha a identidade tão bem definida, as composições eram bem diferentes, bem como as letras e, de um certo ponto, até a proposta da banda em si. Diante de certos problemas, tivemos nossa formação original “quebrada” algumas vezes, mas tenho orgulho de dizer que nunca por motivo de desentendimentos, entretanto, todos os problemas que vivemos nesses anos, sejam financeiros ou na vida pessoal de cada integrante (e te digo que foram muitos), serviram para acrescentar mais força ainda ao Engines of Torture como um todo. Por fim, em um dos períodos mais difíceis da banda, recebemos Thiago Barbosa para ocupar o posto de baixista, em seguida Sílvio Rocha e por fim Felipe Cabral, que fecharam a formação como está hoje e graças aos três, conseguimos cumprir o trabalho iniciado anos atrás, de gravar nosso primeiro trabalho.
Polêmico Rock - Alguns dizem que as influências de bandas como Nile e Behemoth no som de vocês são notáveis, mas eu também consigo enxergar muita influência da velha escola de Death Metal da Flórida. O som de vocês me lembra muito o Disincarnate, banda o qual teve participação de um dos grandes nomes do Death, o James Murphy. Enfim, me diga quais são suas principais influências.
Vinícius Freitas: Sempre fico arrepiado quando citam bandas como Nile e Behemoth como influências do Engines Of Torture, são bandas que gostamos muito, bem como bandas da velha escola da Flórida, acho que é uma sensação única receber tais referências sem ter que dizê-lo, é uma honra imensa. Realmente temos influências de bandas como Nile, Behemoth, Vader, Melechesh, Hate, Belphegor, Morbid Angel, Death, o próprio Disincarnate, Cannibal Corpse e outras bandas que eu demoraria dias até citar todas. Entretanto, temos algumas influências que estão fora do metal e acho que beneficiam muito na hora de compor, influências de música clássica e digamos “étnica”. Wederson e eu somos grandes admiradores de culturas como a do Egito e Índia, e naturalmente isso acaba surgindo em nossas composições.
Polêmico Rock - O som de vocês possuem qualidade notável, e técnica abundante. Bateria sincronizada, rápida, riffs de guitarra e baixo ousados, e um vocal típico porém muito agradável para quem aprecia um som extremo. Este sempre foi o objetivo da banda? Vocês chegaram exatamente onde vocês queriam, ou vocês pretendem avançar mais?
Vinícius Freitas: Agradeço muito o elogio, e digo que antes, nossas composições eram bem diferentes e com o passar do tempo, a banda adquiriu identidade e passamos a compor com critérios mais orgânicos, mais naturalmente, sem robotizar riffs e tempos, porém, não acho que o Engines Of Torture chegou aonde queremos, e vejo que em cada composição, cada um de nós, até mesmo de maneira inconsciente, evolui mais um degrau, e acho isso de extrema importância para o desenvolvimento da banda como um todo. Não enxergo um “limite” para ser alcançado, quero sempre seguir em frente e superar à mim mesmo, acho que a música em si não tem um limite. Podemos sempre ser melhores, desde que de maneira natural.
Polêmico Rock - Falando em avançar, após terem lançado o EP intitulado Obsidian Redemption, e um video promocional para "Deadlands", podemos esperar agora a vinda de um novo álbum?
Vinícius Freitas/Wederson Félix: No geral sim. Estamos compondo as últimas faixas do que será nosso primeiro full, mas como todos sabem, não é tão simples lançar um álbum assim, ainda mais sendo independente. Temos que juntar dinheiro e investir em equipamentos, bem mais que no caso do Obsidian Redemption, então talvez lancemos algum Web Single durante esse interstício, mas nada certo por hora.
Polêmico Rock - No vídeo promocional de "Deadlands", é possível ver uma espécie de "Behind the Scenes", com cenas dos integrantes no estúdio, e um pouco da vida social de vocês. De onde partiu a idéia do vídeo?
Vinícius Freitas: Sendo honesto, eu venho filmando algumas coisas desde antes das gravações do Obsidian Redemption, e confesso que até para alguns membros o vídeo foi, de certa forma, uma surpresa. Inicialmente eu pensava em fazê-lo com base na Shaped in Hate, mas quando tive a idéia de fazer com a Deadlands, já me faltava material no acervo de gravações, então esperei um pouco e foi bastante positivo, pois consegui imagens de outros shows e viagens, além de mais material do nosso convívio. Minha intenção era realmente aproximar o público de todos os “lados” da banda ... seja nos palcos, gravando ou em nosso convívio rotineiro. E acrescento, provavelmente farei algo similar daqui a algum tempo com outra faixa.
Polêmico Rock - Como funciona o processo de gravação/criação de uma música? Cada um chega com uma idéia diferente, e vocês fazem experimentos musicais? Ou cada um tem um papel específico dentro da banda, para criar as letras por exemplo, ou cada um responsável pelo seu instrumento?
Vinícius Freitas/Wederson Félix: No caso das faixas do Obsidian Redemption, tivemos ainda a participação do ex baterista Victor Mendonça, mas no geral, ainda quando a formação era mantida por Wederson e eu, o Ep já estava composto. Até o presente momento, as composições ainda seguem por nossa conta; me reúno com Wederson para a composição do instrumental e em seguida ele reforça as idéias das letras. Claro que sempre surge uma idéia ou outra por parte dos outros integrantes, mas no geral as faixas são compostas por nós dois ainda, por conta da afeição com a identidade da banda.
Polêmico Rock - Eu gosto muito da faixa "Heretics Fork". Na verdade, como um fã de metal extremo, eu adorei todo o EP, você sabe disso. Mas acho que "Heretics Fork" expressa essa "violência" que deve haver em uma banda de Metal Extremo. Embora, a faixa "Deadlands" poderia ser facilmente acrescentada em um novo álbum do Nile por exemplo, pois tamanha é a complexidade, e riqueza de técnica e melodia, visto nestas faixas. Enfim, qual a música que você sente mais orgulho de ter composto?
Wenderson Félix: Primeiramente, te agradeço pelos elogios, fico muito grato porque pelas suas palavras você compreendeu perfeitamente a proposta da banda no que tange às musicas. Quanto a Heretic´s Fork, também é uma faixa que nos agrada muito e foi a que mais sofreu alterações desde que foi composta; digamos que tenha sido composta entre as duas fases da banda. Gosto de todas as músicas do EP, mas particularmente falando, minha favorita dentre todas é a Deadlands, pois reuni todos os nossos principais elementos como um todo. Preferência essa que se manifesta também nos demais membros, exceto o Vinícius, que tem como maior orgulho do EP a Shaped in Hate.
Polêmico Rock - Como esta o andamento dos shows?
Wederson Félix: No momento estamos focados nos ensaios e nas novas composições, então por hora estamos evitando um pouco fixar datas, mas em breve voltaremos aos palcos para continuar a divulgar o EP, assim como as novas composições que estarão presentes em nosso próximo registro, mas já pretendemos mostrar alguma coisa em palco, o quão breve possível.
Polêmico Rock - Como os headbangers têm recebido o som de vocês?
Wederson Félix: A repercussão tem sido muito boa por parte dos headbangers em geral. Ainda temos muito a conquistar como banda, mas o que me deixa mais satisfeito é ver que a maioria dos que nos apóiam e acompanham nosso trabalho, compreenderam o que passamos em nossas músicas, tanto no que tange à musicalidade quanto ao conteúdo lírico.
Polêmico Rock - Esta pergunta eu costumo perguntar com certa frequência para bandas da cena Underground: o quão difícil é mostrar o som de vocês na cena brasileira?
Wederson Félix/Vinícius Freitas: A cena brasileira em si, tem um público bastante receptivo para o nosso som, versando sobre o público de extremo, claro! Fomos até Belo Horizonte em julho para divulgar o material e fomos super bem recebidos pelo pessoal da galeria do rock, pelos headbangers presentes e acabamos até vendendo cópias do EP quando na verdade a intenção era apenas divulgar, mas fizeram questão de contribuir com a banda. Achamos essa postura muito honrada por parte do público de metal que pouco nos conhecia até o momento em BH, então não apontamos uma dificuldade específica para as bandas, vemos muitos produtores gastando do próprio bolso para manter a cena firme e sem um incentivo da gestão cultural respectiva, mas não vivemos em uma unidade geográfica que valorize tanto o esforço musical, principalmente quando relacionada ao metal extremo. Temos públicos às vezes divididos, falta de incentivo para as produtoras, dificuldade dos que levam bandas à sério a se dedicarem integralmente ao lado musical, e certas vezes surgem “estigmas” de que uma banda só terá reconhecimento se traçar passos pré-determinados, o que não concordamos, e gostem os que traçam tais caminhos ou não, continuaremos a traçar o nosso próprio, mas mesmo com um pequeno número de pessoas que apóiam, sabemos que é uma força verdadeira.
Polêmico Rock - Deixe um recado para os Headbangers, e contatos para shows e afins.
Wederson Félix: Bem, queria antes de mais nada agradecer a oportunidade nos dada pelo Polemico Rock, fico extremamente grato! Agradecer também a todos os verdadeiros amigos e bandas que nos apoiaram desde o inicio e nos apóiam ate hoje, vocês sabem quem são! Aos Headbangers, confiram nosso material no myspace www.myspace.com/enginesovtorture, ou nas nossas respectivas paginas no orkut, facebook, reverbnation e outras que deixaremos abaixo. Quem quiser entrar em contato para shows, material ou para simplesmente nos conhecer melhor, pode falar conosco através dos emails enginesoftortureband@gmail.com e enginesoftorture@hotmail.com.
Polêmico Rock - Valeu pessoal, fico extremamente agradecido pela entrevista com o Engines Of Torture, e desejo realmente boa sorte na carreira de vocês, pois é uma das bandas que eu realmente quero ver crescendo. Um grande abraço!
Vinícius Freitas: Um grande Abraço, e a todos os leitores do Polemico Rock, estaremos sempre juntos!! Vida longa ao Polemico Rock.