A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar.
Tudo isso e muito mais...
Com seu novo guitarrista, Mick Taylor, os Rolling Stones começam toda uma nova trajetória. Esta é uma banda consideravelmente diferente daquela criada por Brian Jones em 1962. Liderados agora por Mick Jagger, passam a trilhar uma longa jornada. De uma banda que dava lucro para todos os que investiam nela, mas não para os seus integrantes, tornam-se um dínamo de rock que faz escola em organização de suas excursões e, mais importantemente, de suas finanças. Tudo isto sem perder a imagem de meninos maus que fora criado em torno deles e que tão bem souberam viver.
Igualmente, este Livro 2 é consideravelmente diferente do Livro 1, uma vez que o primeiro se preocupou em mostrar paralelamente a crescente popularidade do blues e rhythm & blues na Europa e América apresentado pelos Rolling Stones, e o lento despertar da massa jovem para o fato de que, naquele tempo da nossa história, eram maioria e podiam, como deveriam, ter voz ativa na escolha de como viver suas vidas. É o que se convencionou chamar de ‘A Contra Cultura.’ Ou seja, os jovens renegam a estruturação social que herdariam em prol de uma nova criada à base de imaginação, onde tudo era possível desde que se desejasse.
Não muito depois do auge do ácido lisergico, também conhecido como LSD, criou-se uma ânsia por explorar mais e mais drogas químicas na esperança da auto descoberta ou algo parecido com o que imaginavam ser o nirvana. Infelizmente as realidades quanto a dependência química passam a tomar conta e dominar as aspirações políticas da massa supostamente engajada e ‘hip’. A trindade sexo, drogas e rock’n’roll se infiltra e fica então enraizada no consciente coletivo. O movimento jovem e toda a concepção de uma autêntica contra-cultura passam a fazer uma curva decrecente. Até 1975, o hippie passa a ser coisa do passado.
Assim, como não poderia deixar de ser, a história que contamos fala desta fase dos Rolling Stones ondedrogas, sexo e rock ‘n’ roll será muito mais do que um slogan. Será de verdade praticada como um modo de vida. Este e os textos a seguir não tem nenhuma intenção de ser uma apologia pró narcóticos e nem devem ser vistos como tal. Muito pelo contrário. Será oferecida uma somatória de várias histórias, que geralmente são encontradas fracionadas em fontes diversas. Se há alguma moral a ser encontrada aqui, será a noção de que neste mundo, o dinheiro realmente compra tudo. Menos a redenção.
Natural da Finlândia e na ativa desde 2006, o Axegressor mostrou todo seu apreço pelo bom e velho Thrash Metal europeu já no ano seguinte, quando liberou “Axecution”, um EP que mostrava uma fúria incontida digna de quem precisa provar algo a alguém. E, como diz aquele antigo ditado popular...? ‘A primeira impressão é a que fica’, certo?
Bom... Nem tanto. “Command” é o primeiro álbum completo da banda, mas não possui o impacto destrutivo daquele EP todo nervoso. Nem com esse tanque de guerra aí da capa para intimidar, diga-se. Mas esta conclusão está longe de ser realmente depreciativa, pois não há como negar que o debut foi preenchido com música de qualidade, que absorveu e digeriu toda a influência da tradição oitentista do Thrash Metal alemão ao lado de uma linha mais norte-americana.
Tudo é bastante direto e saudavelmente datado. Os finlandeses procuram encaixar inúmeras passagens mais cadenciadas como nas ótimas “Strangled By Life” e “Holy Terror”, mas é quando o Axegressor pisa fundo no acelerador que aparece a maior parte dos pontos altos do disco, provocando e instigando o ouvinte, especialmente com faixas como "Damage-Inked" e a curta “Iron Will Executor”.
Tendo nos riffs matérias-primas que claramente demonstrem sua devoção pelo estilo, “Command” apresenta muito da consistência que se espera do Thrash Metal, mas ainda não é o suficiente para se sobressair no atual e tão concorrido cenário. Quer dizer, se este for o real intento da banda... De qualquer forma, o Axegressor merece ser conferido pelo leitor que aprecia Kreator e Slayer, que são as maiores influências perceptíveis por aqui.
Tendo sua origem em Brasília (DF), o Deceivers já vem batalhando desde o distante ano de 1994, tendo como frutos os álbuns "Third Machine" (02) e o excelente "Everbreathe" (05), que foram muito bem recebidos pela imprensa especializada e, inclusive, encontraram selos dispostos a lançá-los em território gringo. E o saldo foi tão positivo que o pessoal passou um bom tempo tendo como base Los Angeles (EUA), visando promover o máximo possível o nome Deceivers.
Pois bem, agora o Deceivers está dando continuidade à sua carreira e liberando o EP "Paralytic" (EP profissional, e não uma simples demo, que fique claro), que revela toda a experiência adquirida ao longo dos anos. Sua fórmula, tão amadurecida e que funde de maneira incendiária a fúria do Heavy Metal e Hardcore, com algumas linhas vocais hip hop, apresenta três faixas ainda mais trabalhadas e com letras de forte teor pessoal e auto-reflexivo, em detrimento dos aspectos sociais e políticos de outrora.
E é sempre gratificante ter em mãos um disco com um projeto gráfico que consiga fugir do convencional... Além de a imagem de sua capa já ser provocante, "Paralytic" é envolto em uma embalagem digipak, cujas proporções visaram algo mais vertical, além de conter um encarte de excelente qualidade em papel fosco, bem colorido e com todas as informações pertinentes.
Como a maioria dos EPs, "Paralytic" tem como único inconveniente sua breve audição: são apenas 10 minutinhos que realmente deixam o ouvinte querendo escutar mais. Muito mais. Esta é uma banda que não precisa provar mais nada a ninguém, e fica a recomendação em acessar o MySpace do Deceivers, pois toda sua discografia está à disposição para os amantes do gênero fazerem download. Que venha o próximo disco completo!
E o Ultraje a Rigor finalmente gravou seu acústico! Porque finalmente? A resposta é simples: este formato já mostrou sua popularidade entre os fãs brasileiros (IRA, Titãs, Rita Lee e Kid Abelha que o digam) e mais cedo ou mais tarde toda banda acaba sucumbindo às vantagens que um CD e DVD neste formato acarretam: exposição, sucesso quase que imediato, e com certeza uma longa turnê. Cá entre nós, soa oportunista essa empreitada, já que o Ultraje vinha de um bom CD, mas sem muita repercussão (“Os Invisíveis”), e a banda iniciava uma caminhada rumo ao “underground”. Mas uma coisa tem que ser dita: apenas um CD acústico não salva bandas... o negócio tem que ser bem feito e convincente.
Para tal Roger Moreira se cercou de um time infalível: Mingau no baixo, Bacalhau (ex-Rumbora) na bateria e Sérgio Serra nas guitarras. Para incrementar as músicas, Roger convidou Manito (Os Incríveis) para o sax, e os vocais de apoio de Oswaldo Fagnani e Paulinho Campos. Roger sempre declarou em entrevistas que a música do Ultraje primava pela simplicidade, e isso pode ser conferido no formato acústico, sem a distorção das guitarras e os efeitos da eletrônica. Como todo show acústico, o palco é simples e inusitado, usando luzes e efeitos com cores.
O set é um passeio pelos mais de 20 anos de carreira da banda: começando com “Zoraide”, passando por “Inútil”, “Filha da Puta” e a versão para “I Can´t Explain” (The Who) que aqui virou “Eu não Sei”, o Ultraje mostra simplicidade, garra e bastante talento.
Mingau assume os vocais no b-side “Jesse Go”, enquanto que Bacalhau canta “Ponto de Ônibus”. As músicas realmente empolgam, e Roger continua o mesmo vocalista de sempre, limitado, mas correto e esbanjando carisma, embora em certos momentos mostre ainda estar se adaptando ao formato acústico.
“Mim Quer Tocar”, “Rebelde Sem Causa” e “Ciúme” (em sua versão original, com levada mais lenta) levam a seleta platéia ao delírio. As novas “Nada A Declarar” (do CD ao vivo “18 Anos Sem Tirar) e “Agora É Tarde” (do CD “Os Invisíveis”) agradam e convencem. Para complementar, a banda apresenta uma boa música nova, “Cada Um Por Si”. “Pelado” e “Nós Vamos Invadir Sua Praia” (com arranjo de cordas e orquestra) são os clássicos que ajudam a encerrar este grande momento, com uma banda bem afinada e um público delirante.
Como extras a banda apresenta três excelentes “covers” (que deveriam estar no repertório original): “Johnny B. Goode”, “Great Balls Of Fire” e “Slow Down”. Além disto, temos um interessante “making of”, um ensaio com “Nós Vamos Invadir Sua Praia” e uma matéria sobre o famoso periscópio que de certa forma é o mascote e símbolo da banda. Um pacote completo e muito bem elaborado, que vale cada centavo gasto.
Continuo com minhas ressalvas aos projetos acústicos, pois muitas bandas usam do mesmo, não só no Brasil como no exterior, para resgatar o sucesso perdido, ou para não cair na mesmice durante uma crise criativa, mas não deixo de louvar o excelente trabalho criado pela banda e o resultado final que é mais que convincente. Mas agora você já sabe: vem uma longa turnê, shows no formato acústico... e tomara que o Ultraje a Rigor não se perca no meio desta febre, como aconteceu com os Titãs, que só conseguiram se recuperar anos depois. Em todo caso, sente e aproveite, pois é a história do rock brasileiro que está sendo contada. E Roger Moreira é um dos caras mais qualificados para tal.
Primeira demo desta banda formada em 1999 na cidade de Nova Odessa (interior de SP), dizendo-se influenciada por RAGE AGAINST THE MACHINE, EXTREME NOISE TERROR, RATOS DE PORÃO, RACIONAIS, CYPRESS HILL, PLANET HEMP, entre outros.
Virou uma confusão? Que nada, o resultado final está muito bom dentro do que se propõe o ARAME FARPADO, pois na realidade, o que a demo nos traz são seis faixas toscas, rápidas e agressivas em menos de doze minutos, com letras diretas e explícitas (coisas como "pau no c* da polícia" e por aí afora), ou seja, a proposta dos caras não está calcada na musicalidade em si, mas sim na mensagem que querem passar, conforme relata Trator:
"Fazemos o som que gostamos e tentamos passar nossas idéias com um pouco de agressividade merecida (...)Não me vejo como músico e até calo o bico quando alguém me chama assim(...)".
Um diferencial interessante em relação à demo é que se trata obviamente de um CDR, mas traz incluso uma faixa multimídia, espécie de "apresentação" do grupo, com fotos, letras, textos, etc.
Faixas:
Arame farpado na agonia
Quero vê o sangue escorrê
Cabeça de aço
Maria gasolina
Rato de Terno
Ódio
Total: 11:10
Formação:
Dão, Dragão, Trator e Miquim
Contatos:
Telef: (19) 3466-3603 c/Trator e (19) 3466-3057 c/ Dragão
Cheguei por volta das 21:00hs ao Vivo Rio, sem muitas dificuldades pra entrar apesar da longa fila e ainda deu pra ouvir a banda de abertura, o Tempestt, encerrar seu set com o clássico do AC/DC "Back in Black". Pra minha surpresa, a casa recebeu um bom público e apesar de não estar lotada, estava cheia. Slash mandou bem desde o início, diferente de seu ex-companheiro de Guns N' Roses, Axl Rose, começando seu set no horário marcado.
Abrindo o show com a ótima música "Ghost" de seu álbum solo, Slash foi ovacionado pelo público carioca desde o início. Aliás, público esse que agitou em praticamente todas as músicas e fez bonito na interação com a banda. A animação foi ainda maior quando o guitarrista atacou com a primeira música doGuns N' Roses da noite, "Nightrain". Sem sombra de dúvidas as músicas do Guns eram as mais comemoradas.
Slash tocou o show inteiro com as suas marcas registradas, a indefectível cartola e seus óculos escuros. O cabeludo começou econômico nas palavras, só falando com os fãs na hora de introduzir a sétima música da noite, "Civil War" mas depois foi se soltando e agradeceu ao fim de algumas músicas com um "obrigado" carregado no sotaque. Slash disse que seu português não era muito bom e que esperava que o inglês da galera estivesse em dia. Em outra ocasião, mencionou ainda que a primeira vez que tocou no Rio foi em 1991, no Rock in Rio, e que desde então, o Rio se tornou uma de suas cidades favoritas pra tocar pois é sempre bem recebido e se diverte muito por aqui.
O set list foi basicamente o mesmo dos últimos shows da tour sulamericana, recheado de músicas do Guns N'Roses, além das músicas do primeiro álbum solo "Slash", algumas músicas do Velvet Revolver e também do Slash's Snakepit. A surpresa no set ficou por conta da inclusão das músicas "Beautiful Dangerous" (cantada no CD pela Fergie), "We're All Gonna Die" (que foi cantada pelo baixista Todd Kerns) e "Just Like Anything". O momento de catarse do show, como não podia deixar de ser, foram as execuções de "Sweet Child O’ Mine" e "Paradise City", que fechou a noite. A banda estava impecável e teve como destaque, obviamente, o vocalista Myles Kennedy, que aproveitou pra rasgar seda para a cidade, dizendo que o Rio de Janeiro realmente era uma "Paradise City".
Em pouco mais de 2 horas de apresentação, Slash incendiou o Rio de Janeiro, tocou os clássicos do Guns de forma soberba e como eles merecem ser tocados, deu aula de guitarra e ainda mostrou como se faz um verdadeiro show de Rock n' Roll. Se Axl Rose pudesse ver ficaria com uma pontinha de inveja.
Conheça mais sobre a psicologia (ou algo próximo) aplicada no mundo do rock 'n' roll, através de uma análise descontraída e regada aos melhores - ou piores, dependendo do caso - exemplos musicais do gênero. Diploma? Quem precisa disso no mundo do rock? Dito isso, vamos lá!
A deficiência mental sempre foi um problema grave, apesar de ser bastante conhecida e estudada ao redor do mundo. Obviamente, não abordarei aqui os seus tipos mais comuns, embora exista um específico que, apesar de pouco conhecido, vêm se manifestando cada vez mais entre os apreciadores de rock. Falo do "retardo rocker", ou, como prefiro chamar, a 'Síndrome of a Down'.
Quem nunca se deparou com aquele ser absolutamente fanático por uma banda, que praticamente espuma de tanta raiva quando você ousa falar mal do seu ídolo? Sim, meus caros, ele sofre de 'Síndrome of a Down'! E quanto àquele que discute sobre música com você até chegar ao ponto de querer te encher de porrada? Sim, meus caros, este ser também sofre de 'Síndrome of a Down'!
Tentarei categorizar o que já tenho em mãos, como resultado das pesquisas médicas realizadas em campo até então...
Estágio 1 - Leve: Típico de adolescentes "rebeldes sem causa", com idade mental ainda próxima à sua idade física, pode-se observar um comportamento que já indica traços de idiotice, embora a pessoa ainda tenha alguma salvação, graças à sua idade pouco avançada.
Frases comuns: "Essa banda é uma merda, quase não tem peso!", "Esse estilo é pura modinha!", "Que horrível, esse som aí nem é rock!", etc...
Estágio 2 - Moderado: Típico de jovens com um pouco mais de formação roqueira, mas que insistem em um comportamento arrogante e "revoltadinho" que joga por água abaixo boa parte do seu razoável conhecimento musical.
Frases comuns: "Você quer discutir música comigo? Você nem conhece as bandas 'X', 'Y' e 'Z', logo não pode falar nada!", "Não ouse opinar sobre esse artista enquanto não conhecer melhor (leia-se "quase toda") a sua discografia!", "A banda 'D' é bem melhor do que a banda 'M', porque os caras tem muito mais técnica!", etc...
Estágio 3 - Agudo grave: Típico de um adulto que aparenta ser bem informado, e que consegue ter uma atividade mental aparentemente normal, até o ponto em que um indivíduo munido de argumentos mais fortes o desmascara completamente.
Frases comuns: "Ah, você critica porque tem inveja!", "Aposto que você gostaria de ter metade do sucesso que eles tem/tiveram!", "Criticar é fácil, quero é ver você fazer melhor!", etc...
Estágio 4 - Profundo: Típico de pessoas realmente imbecis, que já iniciam uma discussão com seus "olhos de lasers" ativados, e que se fazem acreditar que estão "mandando ver" na discussão em questão. O uso de violência física também pode ocorrer em alguns desses casos...
Frases comuns: "Seu bosta, você não conhece nada de música!", "Vai escutar pagode, seu baiano preto!", "Você só pode ser emo, seu viadinho enrustido!", etc...
Pois bem, como vocês podem ver, a agressividade é um sinal claro da falta de argumentos, o que é um dos principais sintomas da 'Síndrome of a Down'. Se você apresenta algum desses sinais, recomendo a seguinte receita básica:
- Altas doses de artistas de subgêneros diversos do rock, assim como artistas fundamentais de outros estilos musicais.
- Calma e concentração ao longo de uma discussão musical.
- Humildade e disposição para aprender o que for preciso com o seu "rival".
- Muita leitura, a fim de melhorar e ampliar seu vocabulário.
Estamos todos juntos nessa luta contra a 'Síndrome of a Down'. Precisamos mostrar que roqueiros também são inteligentes, maduros e bem informados. Pense nisso e faça a sua parte!
Uma dose de rock 'n' roll em excesso pra você, e até a próxima!
Uma lista de 20 músicas mais tocadas da banda no Brasil nos últimos 5 anos foi divulgada nesta sexta feira pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), confira:
1. "With Or Without You"
2. "One"
3. "Vertigo"
4. "Still Haven't Found What I'm Looking For"
5. "Beautiful Day"
6. "Pride"
7. "I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free/On"
Em 31 de março, a revista Lithium entrevistou o guitarrista do KORN James "Munky" Shaffer. Seguem trechos da conversa.
Lithium: O "Korn III" tem sido referido como um "álbum de retorno" para o KORN. Eu realmente não o vejo dessa forma. Para retornar, você tem de ter partido... e eu não sinto que o KORN tenha partido. Acho que o "Korn III" mais vigoroso que seus últimos álbuns – mais picante talvez... mais ainda assim é uma progressão válida para o KORN em meus registros.
Munky: Sim, ele é mais direto, um pouco menos eletrônico. Achamos que é um álbum mais orgânico.
Lithium: O KORN teve alguns remixes fantásticos ao longo dos anos também, deixando sua fonte de material ser mixada por DJs e produção eletrônica.
Munky: Eu definitivamente acho que há espaço em nossa música para isso tudo criativamente, sabe? Eu não acho que nos limitados a ser (fazendo gesto de ‘entre aspas’ com os dedos) "só uma banda de metal". Nós sempre estivemos abertos a tentar coisas diferentes. Mesmo no primeiro álbum – tem uma música chamada "Helmet In The Bush" que tem um som bem industrial. Aquela faixa tem bateria eletrônica, e incluímos isso porque sentimos que podíamos desenvolver nesse som e tocar mais nessa área. Acho que ao longo dos anos nós meio que tentamos coisas diferentes. Você tem de ver o que pega; o que permanece interessante ao longo dos anos. Acho que o núcleo da banda – nosso som base, por assim dizer – permaneceu real em todos nossos álbuns. Nós retivemos um som de bateria energético em todos nossos álbuns.
Lithium: E um som único no baixo e na guitarra. A música do KORN soa como o KORN do primeiro álbum até o último álbum sem nome que veio em 2007. A música do KORN tem uma certa energia própria.
Munky: Sim. Essa é a essência do nosso material. Isso é o KORN. E quando escolhemos o Ross «Robinson» para produzir esse último disco, aquela essência é o que buscávamos mais uma vez. Nós estávamos abertos a qualquer desdobramento que viesse.
Lithium: Na marca de vinte anos na carreira de vocês como o KORN,, como você descreveria gravar agora em comparação aos seus primeiros demos e ao primeiro álbum? É mais difícil encontrar o gingado agora? A música do KORN sai da mesma forma como saía antigamente?
Munky: É realmente a mesma coisa para nós.
Lithium: Sério?
Munky: Juro por Deus – é uma loucura, especialmente trazendo Ross de volta. Ele realmente nos faz sentir abertos a tentar coisas diferentes, coisas mais desafiadoras. Ele tira aquele medo de alguma forma e te impulsiona. Ele te dá muito apoio nesse sentido. Se vier a se tornar uma má idéia após algumas tentativas... está tudo bem, sabe? Vai simplesmente partir para a próxima idéia, ou aquela idéia que não deu certo vai se desenvolver em algo válido para outra música. O Ross força com algo até se desdobrar em algo ótimo. Ele pode ver essa pequena semente e ele vai seguir alimentando a idéia até que se torne algo ótimo. Ele faz isso com todos os membros da banda. Isso é algo que nos ganhamos de volta por gravar com ele.
Lithium: Vocês estão com a Roadrunner há mais ou menos um ano agora, James. Como vocês os vêem como lar para o KORN?
Munky: Eles são ótimos. Nós realmente gostamos deles. Eles nos oferecem tudo que um grande selo oferece – boa distribuição e promoção. Todos no selo são realmente legais. Todos os representantes regionais sempre estão lá para te dar um alô nos shows e ajudar como puderem. Eles são como nossa família, como uma família pequena com pesoas que realmente se importam com a música e trabalham pelo selo. Eu não acho que eles estejam fazendo coisas para obter um enorme ganho financeiro... Acho que eles realmente fazem as coisas porque eles amam a música. Quando eu converso com as pessoas no selo, ou passo por um dos escritórios em Nova Iorque, eu tenho a impressão de que esses caras são fãs de música da pesada.
Angus Young em “Let There Be Rock”, John Paul Jones em “Whole Lotta Love”, Ray Manzarek em “Light My Fire”, Neil Peart em “YYZ”. Guitarra, baixo, teclado, bateria, e atuações inesquecíveis de músicos fabulosos.
E a voz? Sempre identificamos Elvis, Freddie, Plant, Vedder, entre outros, como fantásticos vocalistas, mas raramente elogiamos a performance deles em uma determinada música. Podemos considerar a voz como “instrumento” e fazer uma classificação dos maiores desempenhos vocais da história do rock?
Penso que sim, e entre os 10 principais desempenhos tem que estar “Child in Time”, do DEEP PURPLE. A atuação do vocalista Ian Gillan nessa canção é emblemática, demonstrando por que ele foi (e ainda é) uma das maiores vozes roqueiras de todos os tempos.
Apesar de ser uma lenda do rock pesado, Gillan sempre seguiu influências de vários estilos musicais, vindo daí sua exótica personalidade vocal: Arthur Watkins (barítono, avô de Ian), Robert Plant, Dusty Springfield, Cliff Bennet, Elvis Presley, Ray Charles... Para Ian “a inspiração vem sempre de pessoas que fizeram coisas originais”. Ritchie Blackmore, o guitarrista original do PURPLE, descreveu o vocal de Gillan como "gritos profundos com uma pegada de blues”.
Ian, ou “Mr. Silver Voice”, assumiu os vocais do DEEP PURPLE em 1969, no lugar de Rod Evans, após ter sido assistido à frente da banda “Episode Six”. Depois de sair do PURPLE, em 1973, esteve em carreira solo e foi integrante do Black Sabbath, gravando com os caras o disco “Born Again”, em 1983. Felizmente sua volta definitiva à banda que o consagrou aconteceu em 1992.
Ian é uma figuraça... Pude vê-lo ao vivo com o PURPLE em 2006, em Porto Alegre (memorável). Carismático, Ian passa o espetáculo inteiro elogiando a platéia (“You are absolutely fantastic...”), canta de pés descalços e nunca perde a chance de fazer uma piada. Ian foi apelidado de “Naked Thunder” na década de 70, pois cantava nu durante as gravações para “se sentir mais à vontade”.
“Child in Time” faz parte do sensacional “DEEP PURPLE in Rock”, de 1970, o quarto disco estúdio dos caras, um dos 100 maiores álbuns da história do Rock e o preferido de Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden. Foi gravado de agosto de 1969 a junho de 1970 em 3 estúdios britânicos, entre eles o lendário Abbey Road. As influências mais fortes foram os Yardbirds, o Led Zeppelin e os Beatles, além, é claro, do intenso cenário psicodélico da época.
Faixa 03 do lado “A” do vinil de “In Rock”, “Child in Time” é uma canção épica de 10min15seg. Sua letra simples e curta é um protesto contra a guerra do Vietnã e o massacre de jovens nos conflitos.
No álbum original o encarte traz a música com o subtítulo “A story of a looser – it could be you” (A história de um perdedor – ele poderia ser você), deixando seu recado sobre a perda insensata de vidas.
A tradução de “Child in Time” é mais ou menos a seguinte: “Doce criança no tempo, você verá a linha, a linha desenhada entre o bem e o mal; Veja o homem cego atirando no mundo; Balas voando, levando tristeza; Se você tem sido mau, Deus eu aposto que sim, e você foi atingido por uma bala perdida, seria melhor fechar seus olhos, inclinar a cabeça e aguardar pelo ricochete”
Outra característica de “Child in Time” é comum às músicas lendárias de longa duração: trata-se de de uma canção diferente, e em especial cíclica. O vocal varia do suave ao estridente, do sussurro ao grito, com intensidade maior indo e voltando. Na mesma via seguem as performances de teclado e guitarra. Para que a canção tivesse ares realmente diferentes, o guitarrista Ritchie Blackmore trocou sua habitual Fender Stratocaster por uma Gibson nas gravações de estúdio, a fim de encorpar ainda mais a música.
Gillan resumiu as origens de “Child in Time” em sua biografia: “A música é inspirada na canção 'Bombay Calling', de uma desconhecida banda chamada 'It's A Beautiful Day'. Pensamos em brincar com a canção, modificá-la e fazer algo novo, mas mantendo-a como base.”
Reza a lenda que o tecladista Jon Lord estava meditando e experimentando notas no teclado, quando de repente Gillan começou a cantar, do nada, “Sweet Child In Time, You'll See The Line...”. Pelo que pesquisei, ao que parece “Child In Time” foi originada exatamente assim: naturalmente, em uma enorme presença de espírito conjunta.
Na minha opinião, a melhor versão de “Child in Time” está no disco “Made In Japan”, gravado ao vivo em 15, 16 e 17/08/1972. O álbum é uma referência e para muitos é top 10 entre os shows de rock em todos os tempos. A frase de Homer Simpson em um episódio da série: “Todo mundo sabe que o rock atingiu a perfeição em agosto de 1972”, refere-se ao álbum.
Infelizmente “Child in Time” foi tocada pela última vez em shows do Purple em 2002, mas desde 1993 raramente aparece nos setlists. A justificativa do próprio Gillan é que, com o passar dos anos, cantá-la sem qualquer recurso tecnológico, back vocals de apoio ou cobertura da guitarra tornou-se praticamente impossível.
Abaixo, então, outra grande performance de Ian Gillan em “Child in Time”, nos estúdios da BBC de Londres, em 1970. Na oportunidade, o DEEP PURPLE tocava com sua segunda formação, apelidada de “Mark II”, para muitos a melhor da banda em todos os tempos: John Lord, Ian Paice, Ritchie Blackmore, Roger Glover e Ian Gillan.
O som não está cinco estrelas, mas o nível é suficiente para arrepiar com a performance de Gillan e de toda a banda.
O OLD FUNERAL foi uma das primeiras bandas de metal extremo na cena norueguesa. Teve sua origem em 1988. Em 1992 a banda encerrou as atividades. Alguns dos membros do OLD FUNERAL tornaram-se conhecidos pelos trabalhos posteriores, como por exemplo, Olve Eikemo (aka Abbath Doom Occulta), Harald Nævdal(aka Demonaz Doom Occulta) do IMMORTAL e Varg Vikernes do BURZUM. Suas maiores influências eram o CARCASS e o MORBID ANGEL.
Esse é um vídeo raro de um dos ensaios do OLD FUNERAL disponível no YouTube. Segundo a informação que consta lá, o vídeo é de 1990, entretanto, numa entrevista de Tore concedida a Nathaniel Colas (Voices from the Darksides), ele menciona que há um vídeo “hilário” do OLD FUNERAL do seu primeiro ensaio em 17 de maio de 1988, portanto, é possível que seja este vídeo.
Estão presentes no ensaio: Tore Bratseth (guitarra), Padden (bateria), Olve Eikemo (Abbath) (baixo evocal) e Varg Vikernes, tocando uma guitarra branca, no lado esquerdo do vídeo.