Eis que chegou 22 de setembro, e finalmente começou o Rock In Rio, ironicamente, voltando a ter uma edição no Rio de Janeiro depois de 10 anos e que por isso, causou empolgação assim que seus ingressos começaram a serem vendidos. Empolgação que naturalmente foi indo embora a medida que as atrações iam sendo anunciadas.
Apesar que na 3ª edição em 2000 (e com aquele logo modificado pelo patrocínio da AOL), já tinha mostrado toda sua “mistura”; então não era de se esperar que essa 4ª edição brasileira seria diferente.
Mas como a esperança, no fim das contas e das piadas, é a última que morre, e brasileiro nunca desiste; se tinha a esperança que esse Rock In Rio honraria o nome. Mas... passada a empolgação minha e dos meus amigos em fazer um mochilão, ir pra lá, e dormir em qualquer lugar; o tempo passado mostrou que o investimento (entendam bem, investimento) de quem não mora no RJ e sim em SP, não valia tão lá a pena. Afinal, o Brasil, ao contrário da primeira edição em 85, se tornou um circuito obrigatório ao shows internacionais. E hoje se pode escolher mais pra que show você vai, ou não, querer ir em todos provocando falência tão instantânea quanto o preparo de um miojo.
Nasci em 88, e era pequeno demais pra ver o Rock In Rio em 91. Mas ao que minha querida mãe conta, e comparando a programação de cada um dos 3 Rock In Rio's realizados aqui. Rock In Rio mesmo foi só o de 85 com
AC/DC,
Iron Maiden,
Queen,
Ozzy Osbourne,
Whitesnake, entre outros; e agora meu ponto fala (mentira) que foram nada menos que 15 atrações internacionais em um país que raramente via bandas desse porte passarem pelo país (acho que eles achavam que era cheio de macacos talvez). Bom, creio que tenho que concordar com ela.
Em 91 começou a misturar, mas tivemos grandes bandas como Faith No More (no auge),
Judas Priest,
Megadeth, Guns n' Roses, Billy Idol, apesar de George Micheal como "intruso". Já em 2001 misturou de vez, abraçou a diversidade e marca, e teve bandas como
Iron Maiden e Guns n' Roses (mais uma vez),
Foo Fighters e o finado
Silverchair. Porém como disse, a diversidade havia, tendo Britney Spears, Sandy e Júnior, e Carlinhos Brown na ocasião abrindo o dia do Guns n' Roses (se não me engano) e sua chuva de garrafas histórica com gritos proferidos de: “nada me atinge”.
Consciente de sua marca, o evento se internacionalizou com várias edições em Madri e Lisboa, inclusive ano que vem voltará pra Madri. Sabe que até imagino os portugueses dizendo: “Rock In Rio”? Rio é Rio de Janeiro ó pá!”, depois os portugueses é que são burros. Mas sabe como é, coração de mãe cabe sempre mais um e o Cristo Redentor está de braços abertos. O Brasil é um país que tem de tudo mesmo, é um país cosmopolita (tanto quanto hipócrita), até das coisas infernais.
As bandas expoentes do rock nacional (jurássico diga-se de passagem) Titãs e Paralamas do Sucesso ficaram encarregadas de fazer o primeiro show abrindo o Rock In Rio. Ai sim realmente o título faz sentido, apesar das participações de Cláudia Leitte e Maria Gadú no palco. O problema é o depois. Fora o Elton John – que é clássico – teremos Claudia Leitte com dois T's mesmo, como um leite de má qualidade; Katy Perry e seus peitos (ahhhh) e Rihanna com sua “umbrella” encerrando o dia. E só falo do primeiro!
Aqueles que dizem que irão vomitar com o evento, terão seus ouvidos invadidos por sangue agora que sabem o “esqueminha malandro” do primeiro dia.
Bom, com todo respeito que a tolerância me faz ter, tanto quanto a democracia me faz odiar esse fato. Isso chega a ser patético!
Quero deixar claro aqui que não tenho nada contra o estilo musical, e muito menos quero pagar de “rockeiro revoltadinho” que só faz protesto quando a internet cai, pregando contra os estilos musicais e artistas. Uma coisa é dizer que eles não deviam participar do evento “Rock In Rio”, outra é taxá-los como incompetentes.
Bom, só sei que trato o axé e o pop (por exemplo) como cachorros, eles lá e eu aqui, e que o inferno não está nada longe, me fazendo achar que a vida é um verdadeiro teste insuportável. Mas se o festival tem “rock” no nome, com todo respeito, não devia-se chamar o axé, pop e eletrônico pra tocarem lá. Tem carnaval, VMA e rave pra quê?
Quando o senhor supremo organizador do evento, Roberto Medina, foi perguntado disso, entre outras coisas, apoiado no bordão “um mundo melhor” e “evento que une gerações”, ele disse que eles “atraem público”. Bom, se essa for - e É – o atendimento ao nicho da “nova geração”, estamos apocalípticamente lascados.
Talvez a ideia da diversificação do festival seja essa: “Temos um festival e só podemos ter um, vamos encher de tudo de melhor (ou pior) que temos e conseguimos”. Bom, se é pra atrair público, nessa edição só faltou Justin Bieber...
Ah não, mês que vem ele tocará aqui. Agora entendo sua “dispensa” do Rock In Rio. Foi excesso de contingente.
Bom, pra quem vai acompanhar, e eu irei porque apesar de tudo, tem muita banda legal lá. A programação minha basicamente será no sábado dia 24 que tem
Red Hot Chili Peppers e Stone Sour. Domingo dia 25 que tem
Metallica,
Slipknot e
Motorhead. No outro domingo, dia 2, que tem Guns n' Roses e
System Of a Down. Sem contar Korzus, Matanza e
Sepultura no palco Sunset no dia 25, o “dia metal”. Bons tempos em que éramos mais pobrezinhos e tínhamos apenas um palco...
Pena que é só isso, poderia ser muito mais.
Antes que me apedrejem, sei que claramente que tem outras bandas, e como fã, apenas apontei minhas preferências como disse; aliás esse texto é expondo minha opinião como fã de rock que sou e apreciador de boa música, e não como um "zé imparcial".
Com essa breve programação que dei, toda "cortada", ai sim dá pra se dizer que é o Rock In Rio. Acho que queria ser desinformado e ver que é só isso. Que puxa!