De qualquer modo, o que se sucedeu foi um verdadeiro fiasco coletivo, como contou em suas páginas a Rock Brigade número 122, de setembro daquele ano, em texto de Fernando Souza Filho:
As garotas se aproximaram do palco e as vozes femininas falaram mais alto. Muitos marmanjos se mandaram para a frente do palco para “aproveitar” a marcante presença do sexo feminino. Mas quem estava interessado apenas em música, se deparou com um show energético, demonstrando grande amadurecimento musical dos caras do Skid Row.
Só que, depois de Biohazard e Motörhead, a recepção ao Skid Row não poderia ser das mais simpáticas. Cusparadas, garrafas, chinelos e até radinhos eram atirados no palco, tendo como alvo principal o vocalista Sebastian “Barbie” Bach. Vaias, então, nem se fala...
Claro que foi nos sucessos e nas baladas que a vibração das fãs à frente do palco foi maior, mas o fato é que o show do Skid Row hoje está bem forte, satisfazendo não apenas as garotinhas que ficam gritando pelo “Barbie”, mas também aos apreciadores de um grupo competente de Rock. Monkey Business e 18 and Life foram algumas das que mais mexeram com o público.
No entanto, a essa altura, o cansaço já tomava conta da platéia que, nas arquibancadas, permanecia sentada guardando forças para o Iron Maiden. Na pista, o cenário não era diferente e, do meio para trás, boa parte do público permanecia sentado descansando. Não raro de costas para o palco.
Resultado: esse foi o último show do Skid Row com Sebastian Bach, que abandonou o barco. Um retorno aconteceria apenas 3 anos mais tarde, com Johnny Solinger assumindo o microfone. Hoje é provável que a reação negativa tivesse sido bem menor, já que o Hard Rock é bem aceito por boa parte da geração atual de headbangers, muito graças ao apoio que o estilo conquistou na mídia segmentada, que abraçou o gênero quando ele mergulhou em crise profunda. Curiosamente, lá fora a banda já excursionou com grupos bem mais pesados, como Pantera e Anthrax. Imaginem isso acontecendo por aqui? Problemas à vista.
O Skid Row retornaria para show único em São Paulo apenas em 2009. Sebastian passaria por aqui no mesmo ano, como atração de abertura para o Guns N’ Roses, além de já ter tocado quatro anos antes.
Blaze Bayley também lembrou o fato em apresentação solo, anos depois.
Provavelmente, se soubessem o que ele faria com as músicas de Bruce Dickinson no principal show da noite, os fãs não tivessem atacado Sebastian com tanta veemência.
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