Som Extremo: O pedido padrão: dê um breve histórico da Incinerador.
Marconi Oliveira: Primeiramente, obrigado, Christiano, pelo espaço cedido no Som Extremo para poder falar um pouco sobre o Incinerador. Começamos em meados do primeiro semestre de 2004, com cinco caras na banda, mas antes de completarmos um ano, o guitarrista base (Levi) teve que sair por não se encaixar na proposta da banda. Seguimos em quatro e em janeiro de 2007 gravamos o CD demo “Exterminando os Ciclos da Hipocrisia”, com distribuição da Anaites Rec. Esse material saiu em tape por um selo de Portugal chamado Herege Warfare Prod., obtendo bons comentários em vários zines e webzines, além de ter algumas músicas lançadas em coletâneas. Nos fins de 2007, Geovanni sai da banda por motivos pessoais e ideológicos, dando lugar a Iure. Continuamos a divulgação da “Exterminando...” e em novembro de 2008, Iure sai da banda por desentendimento interno. Decidimos então seguir como trio, dando continuidade aos trabalhos da banda. Tocamos em vários shows aqui pela cidade (nota do redator: a cidade é Porto Velho – Rondônia) e também em algumas cidades como Rio Branco (Acre), Cuiabá (Mato Grosso) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul), dividindo o palco com várias bandas nacionais. Concluímos o CD promo “Enterrado Vivo”, que foi gravado em entre novembro e dezembro de 2010, dando continuidade a nossa fúria! No momento estamos compondo novos sons... e planejando alguns ataques!
Som Extremo: “Enterrado Vivo” é uma excelente revelação do death metal tradicional brasileiro. E exatamente pelo fato de fazerem um som tradicional, vocês conseguem, mesmo assim, se sobressair em relação a muitas outras bandas do gênero. Falem sobre isso.
Marconi: Obrigado por ter gostado do nosso som dessa forma. Tocamos o que gostamos de ouvir e ouvimos várias coisas, desde o Rock’n Roll até ao metal mais maléfico e brutal. Acho que isso acaba fluindo sem perder a base extrema do heavy metal! Assim, procuramos trabalhar um pouco nosso som, tentando deixá-lo com uma cara própria.
Marconi: Também concordamos com a qualidade e que realmente merecia ser um lançamento oficial, mas não tivemos nenhuma proposta para que fosse lançado dessa forma até o momento. Então, nós o lançamos da forma que planejamos, contando com a distribuição da Lux Ferre Prod.
Som Extremo: Vocês cantam em português, algo não tão comum no underground nacional. Por que essa opção? A banda ganha mais admiração por esse fato, ou no fundo, isso não faz diferença?
Marconi: Existem várias bandas que cantam em nosso idioma e isso, desde o começo da cena nacional. Sabemos que o inglês ainda prevalece para alguns, mas acredito que conseguimos compor nossas músicas de uma maneira bem elaborada, dando atenção aos detalhes, pronuncias, encaixes e tudo mais. Acho que hoje o mercado está um pouco mais aberto para as bandas que cantam em sua língua pátria, mesmo ainda tendo pessoas que não curtam muito. A maioria dos maníacos headbangers que escutam nosso trabalho têm elogiado, e isso nos deixa cada vez mais famintos para fazer um som poderoso e indestrutível!
Som Extremo: Em uma troca de e-mails, você não concordou que a Incinerador tinha influências de Subtera (risos). Nesse caso, quais seriam as bandas inspiradoras da banda?
Marconi: Essa é uma opinião sua, amigo, e nós entendemos, só não concordamos hehehehe. Cada um tem uma visão das coisas, é normal. Acho que nosso som passa longe do deles, sem desmerecer ninguém. As bandas que nos inspiram são as antigas, como Death, Destruction, Slayer e Sarcófago, por exemplo. São muitas bandas destruidoras nesse necrounderground, mas também tudo o que vemos nesse mundo caótico, canalizamos para o nosso som. E nossa vontade, dedicação e respeito pelo que realmente gostamos de fazer também é uma grande inspiração pra banda.
Som Extremo: O que vem pela frente com a Incinerador?
Marconi: Continuar a divulgação do CD promo “Enterrado Vivo”. Entretanto, no momento estamos compondo novos sons. Já temos oito músicas e pretendemos fazer mais algumas para depois entrar em estúdio. Também estamos tentando marcar algumas datas, vamos ver o que acontece por aí...
Som Extremo: O quão difícil (ou não) é tocar death metal? Você acha que existe muito preconceito por parte de quem não curte o estilo?
Marconi: Quando você gosta, não tem nada que o faça desistir. As dificuldades existem para serem vencidas e o preconceito de pessoas que não entendem esse estilo de música se reduz a cinzas perante nosso ódio contra a ignorância humana.
Som Extremo: Você acha que a cena underground nacional está no seu auge ou ainda acha que deve melhorar mais?
Marconi: A cena nacional sempre foi fodida, com ótimas bandas em todos os estilos e por todas as regiões do país. Acredito que hoje existem pessoas fazendo um trabalho sério, tanto na produção de shows, como tours, além de selos que lançam grandes bandas. Lógico que, se melhorar, será bom para nós, que estamos envolvidos nesse meio.
Som Extremo: Rondônia tem uma cena boa? Que outras bandas extremas existem por aí?
Marconi: Aqui a cena ainda é pequena, mas melhorou bastante. Tem havido bons shows com bandas locais e de outros estados. Aqui não tem muitas bandas de metal extremo. As que existem são a Sortilégio e a Putrid Gore, ao menos são as que conheço até o momento. Esperamos ver mais bandas aparecerem para fortalecer a união da cena de Porto Velho.
Som Extremo: O Som extremo agradece a entrevista. Mais algum recado, Marconi?
Marconi: Espero que todos curtam nossa nova maldição, “Enterrado Vivo”, e continuem apoiando a cena e os shows. Adquiram material das bandas nacionais, fortalecendo assim o underground. Mantenham a chama acesa!!!
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