29 de agosto de 2011

Destruction (Carioca Club, São Paulo, 27/08/11)



Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Texto e fotos: Durr Campos
Agora falando da música, posso afirmar que oDESTRUCTION fez um dos melhores shows em terra brasilis. Parece pouco, mas os alemães já estiveram seis vezes em turnê por aqui, o que dá ao concerto do último sábado o status de memorável. Segundo informações que obtive pouco antes da abertura do Carioca Clube, o vocalista/baixista Schmier esteve meio irritado durante a passagem de som e não foi diferente durante algumas músicas já no show: o homem não se entendeu direito com o um dos microfones e atirou o pedestal longe por duas vezes. Em contrapartida, o guitarrista Mike Sifringer era só sorriso e riffs. Muitos riffs! Nem preciso comentar, mas o que este músico faz com as seis cordas faz corar de inveja muito marmanjo de nariz empinado, tipo bem comum na cena, diga-se.
Um show que começa com “Curse The Gods” não pode dar errado, pode? Mesmo após 25 anos, este clássico ainda soa contemporâneo e necessário. Os primeiros versos “Allah, Buddha, Jesus Christ/ Whatever Your God May Be...” são de arrepiar! Quase me esqueci de fotografar tamanho o impacto. Como se não bastasse a sequencia foi com a não menos essencial “Mad Butcher”, do clássico EP Setence of Death (1984) e regravada em outro EP (autointitulado) três anos após. As novas “Armaggedonizer” e “Hate Is My Fuel”, ambas do aclamado álbum Day of Reckoning (2011) só confirmaram o sucesso que a bolachinha tem feito no país. Inclusive esta última foi super bem recebida desde que começou a circular pelos programas de rádio especializados no início do ano.
Schmier falou algumas frases em português, finalmente abriu aquele sorriso que lhe é peculiar e conclamou os headbangers a unirem-se. Era hora do hino “Eternal Ban”, do fabuloso Eternal Devastation (1986). Perdoe-me se pareço meio empolgado demais com a apresentação, mas é humanamente impossível ficar parado ao ouvir um refrão assim: “United we stand- eternal ban/ together we are strong - eternal ban (traduzindo: “Unidos nós estamos - banimento eterno/ Junto nós somos fortes - banimento eterno)”. À época do lançamento isso causou um impacto poucas vezes visto no underground mundial. “Life Without Sense” foi precedida de Schmier se lembrando de sua primeira passagem pelo Brasil, em 1989.
“Devolution”, do disco de mesmo nome lançado em 2008, manteve o público nas mãos, bem como a poderosíssima trinca “Days of Confusion”, “Thrash Till Death” e “Nailed To The Cross”, que nos levaram direto ao absurdamente veloz e pesado The Antichrist (2001). “Metal Discharge” soou bem melhor que a versão de estúdio editada em 2003 (nota do redator: o álbum foi bastante criticado pela produção que, segundo os fãs, pareceu um tanto descuidada). A deixa foi perfeita para o solo de bateria do recém-chegado Vaaver, polonês que segura as baquetas doDESTRUCTION  desde o ano passado. Vale lembrar ainda que, de acordo o próprio Schmier, um dos finalistas para tal posto foi do brasileiro Marcelo Moreira (Almah e Burning In Hell). Sem pausa, viajamos no tempo direto ao indefectível Infernal Overkill (1985) com “Tormentor” e “Invincible Force”. O impacto causado não pode ser descrito em palavras, quem esteve lá sabe do que estou falando e podem compartilhar suas impressões no fórum logo abaixo. “The Butcher Strikes Back” encerrou o set regular da noite e provocou os berros dos fãs chamando pelo nome da banda assim que puseram os pés fora do palco.
Assim que a frase “The End Is Near” foi ouvida nos PA’s, indicando os primeiros versos da introdução do já mencionado EP Sentence of Death, a euforia tomou conta do Carioca Clube. O mosh-pit que se abriu em “Total Desaster” dividiu, literalmente, o local em dois. Da primeira a última nota o que se seguiu foi uma mistura de suor, lágrimas e headbangin’. Só de observar já era de tirar o fôlego! A emoção contagiou o trio que em retribuição deixou que a plateia indicasse a derradeira. Como era de se esperar, tendo em vista a dinâmica do repertório, “Bestial Invasion” foi a escolhida e nenhuma outra poderia finalizar tão bem quanto. Saíram ovacionados, merecidamente.
Antes do DESTRUCTION, o pessoal do Red Front aqueceu de forma bastante convincente com seu Thrash Core. A banda foi a vencedora da etapa paulista do Metal Battle, concurso promovido pela revista Roadie Crew no intuito de selecionar um nome do cenário metálico brasileiro para nos representar na eliminatória, que acontece sempre durante o famoso festival alemão Wacken Open Air. Apesar de não concordar com alguns pontos de vista dos caras nos inflamados discursos durante sua apresentação, é inegável o talento do quinteto.
Set-list do Destruction:
1. Curse the Gods
2. Mad Butcher
3. Armaggedonizer
4. Hate Is My Fuel
5. Eternal Ban
6. Life Without Sense
7. Devolution
8. Days of Confusion
9. Thrash Till Death
10. Nailed to the Cross
11. Metal Discharge
12. Drum Solo
13. Tormentor
14. Invincible Force
15. The Butcher Strikes Back
Encore
16. Total Desaster
17. Bestial Invasion

Nenhum comentário:

Postar um comentário