4 de julho de 2011

Red Front: "É hora de malhar o boneco Emo..."


Desde 2007 na ativa o Red Front só não seria uma banda peculiar por completo se o som que praticassem não fosse o sério e raivoso Thrash Metal. Apesar de toda a seriedade que o estilo impõe, a banda leva o trabalho com bom humor, portanto com os pés no chão, investindo em marketing maciço nas redes sociais da internet. Falamos com os hilários Oscar (guitarra) e Léo (vocal) sobre a banda, o marketing e todas as peculiaridades que envolvem a banda. Completam o line-up Daniel (bateria), Marq (baixo) e Marcelo (guitarra). Com vocês, Red Front!
O Red Front alia elementos do Thrash Metal ‘old school’ com o Thrash dos anos 90, com algumas pitadas de Death Metal e até Hardcore. Como é o processo de composição de vocês?
Oscar: Você esqueceu-se de citar que também tem um pouquinho de influência de forró sacana nas músicas (risos). Agora falando sério, nos compomos normalmente a partir de alguma ideia de alguém, na maioria das vezes sou eu que trago os riffs e ideias centrais de como a música será, ai passo pros caras da banda e a gente começa a montar a música a partir daí, em seguida o Léo faz uma letra e a música nasce. Realmente nosso som se baseia nesses estilos porque são os estilos que normalmente todos da banda ouvem com mais frequência.
Memories of War foi lançado ano passado, portanto já conta com um bom e longo trabalho de divulgação. Como tem sido a repercussão do disco até então, tanto por parte da crítica, quanto por parte do público?
Oscar: Lançamos o CD em novembro de 2010, temos oito meses com o álbum na praça, ainda estamos correndo atrás de divulgação e tudo mais. Por enquanto não temos o que reclamar visto que tanto o público como a mídia especializada tem nos elogiado bastante e dado um retorno muito positivo.
Léo: Nas resenhas as críticas são sempre positivas, já com a galera o apoio ao álbum é total! Todos que adquirem o CD vêm até o nosso Orkut, Facebook e Twitter elogiar a parte de composição e de produção, sabe como é, esse CD é nosso primeiro filho e vem nos dando muito orgulho!(risos).
A produção do álbum ficou excelente, tanto a sonora quanto a gráfica. Até que ponto vocês acham que um bom trabalho gráfico ajuda em um disco?
Oscar: Muito obrigado pelo elogio, curtimos muito a qualidade de gravação, ainda mais por ter sido gravado 100% em casa (possuo um home estúdio). Sabemos que temos muito a melhorar. Para o próximo CD a qualidade ficará melhor, pois compramos melhores equipamentos e já aprendi a usar os programas de áudio (risos). A parte gráfica também ficou bacana e foi feito pelo nosso guitarrista Marcelo. Enfim podemos dizer que o álbum foi totalmente idealizado e feito por nós, a cagada é nossa, não temos nem a quem culpar (risos).
Léo: Bom a parte gráfica dá vida aquilo que a banda quer passar ao público, todas as ideias do Memories são criações da banda pensando em como queremos que o público entenda a mensagem contida nessa CD, tentamos fazer com que a partir disso tudo o que a banda produzisse daqui pra frente seguisse a mesma temática, tanto nas camisetas, Myspace, vídeo-clip e etc.
Em suas letras vocês procuram abordar temas que, unidos, se baseiam em um ódio contra o sistema social. Fale-nos um pouco mais sobre suas letras e que importância vocês vêem nela para a música?
Oscar: A parte de letras eu prefiro que o Léo explique melhor, pois não me envolvo muito com isso. Essa ‘pica’ é sua Leozera.
Léo: ‘Xá’ comigo. Bom nossa intenção é mostrar às pessoas aquilo que pensamos sobre vários assuntos, por mais que eu escreva a maioria das letras estou sempre conversando com os caras para saber a opinião de todos sobre aquilo que estou querendo encaixar na música. Apesar de todas as putarias que fazemos nos shows as letras carregam nossas frustrações, alegrias e visões sobre o mundo, de vez em quando até o RED FRONT fala sério!(gargalhadas).
Em Memories of War eu destacaria faixas como “Just A Game” e “Circle of Hate”. Você tem alguma faixa preferida no disco?
Oscar: Eu gosto de todas as músicas, mas a que mais gosto é a “Institutions Down”, acho que essa música tem a cara do RED FRONT.
Léo: A “Circle of Hate” e a “Institutions” são as que funcionam melhor ao vivo, mas no CD eu destaco a “Get out Here” e a “Born to Death” como as minhas preferidas.
Aliás, “Circle of Hate” virou vídeo clipe. Como surgiu a idéia de gravar um vídeo, quanto trabalhoso isto é e que vantagens vocês vêem neste tipo de trabalho?
Oscar: A idéia de gravar o clip veio de uns amigos nossos que estudam rádio e TV e são fãs de Heavy Metal também. Marcamos uma reunião num bar (engraçado que todas as nossas reuniões são no bar, «risos») e decidimos colocar isso em pratica. Criamos o roteiro e começamos a correr atrás dos equipamentos e tudo mais. Contamos com a ajuda dos amigos que participaram das gravações, montagem do set, figuração, filmagem, edição e etc. Que fique bem claro que não usamos nenhum tipo de maquiagem (risos), somos bonitos assim mesmo(mais risos). Foi muito trabalhoso, mas ajudou muito na divulgação da banda.
Léo: O clip só ajudou ainda mais na proposta dessa música, ela é sempre a última música dos shows e esse clip passa a mensagem pra galera se destruir com vontade, pois a hora de abrir aquela roda chegou!
O Red Front é uma banda que investe muito em marketing que vão desde divulgação maciça nas redes sociais da internet até peculiaridades nos shows da banda como a “malhação do boneco emo” e a distribuição da “gelatina Red Front”. Conte-nos o quão isso é importante, já que existe um lado do underground que reprime este tipo de trabalho e excesso de divulgação.
Oscar: Realmente usamos muito do marketing para a divulgação da banda, acho que isso é uma coisa muito importante, visto o KissMetallicaIron Maiden e etc. Eles só são desse tamanho porque tem um investimento maciço em marketing, não é apenas o som que faz uma banda grande. Infelizmente ainda tem gente que não vê isso, são os que ainda estão com a cabeça presa lá nos anos 80, talvez por isso que a nossa cena ainda engatinha em relação aos outros países.
Léo: Já li em alguns lugares gente chamando o RED FRONT de vendidos, palhaços, e infantis (risos). Eu acho muita graça nisso, pois nosso maior foco no show é divertir o público, aquela molecada que sai de casa e paga para assistir e apoiar as bandas do underground, essa galera tem tanta raiva quanto a gente das bandinhas que estão por ai na mídia, então a eles nós damos a oportunidade de destruir uma representação de tudo aquilo que repudiamos, a gelatina funciona como uma forma de aproximação com a galera, tem gente que chama pra tomar uma ‘breja’, o RED FRONT chama pra tomar uma ‘gela’, além disso entregamos de forma gratuita nosso CD DEMO para toda a galera que comparece aos shows do RED FRONT, isso ajuda na divulgação da banda e também na manutenção do underground nacional, se nós tocamos é porque queremos mostrar nosso som pro máximo de pessoas possíveis, se não continuávamos na garagem tocando pros amigos.
Sobre as peculiaridades dos shows, como surgiu a idéia do boneco emo e da gelatina Red Front?
Oscar: A gelatina surgiu como uma maneira nova de se embriagar, coisa de bêbado mesmo (risos). Estava sozinho em casa e resolvi fazer uma gelatina de vodka pra ver se dava certo, comi o pote inteiro e fiquei mais doido que o Batman (pra vocês terem idéia no dia seguinte eu tinha que acordar às 10h para trabalhar, mas só fui acordar às 15h da tarde). Perdi o emprego, mas descobri um jeito muito legal de ficar high (risos). Aí resolvi compartilhar com a galera do rock que também é chegada numa cachacinha (mais risos). O boneco do emo surgiu em um sonho, fui dormir muito louco de maconha e no meio da noite acordei com esse sonho, anotei num papel pra não esquecer (maconheiro é foda) e voltei a dormir. No dia seguinte peguei umas roupas velhas e fiz o boneco. Não preciso nem falar que quando o jogamos pra galera não sobrou nem um pedaço pra contar a história, ai a partir daí, começamos a levar sempre nos shows.
Léo: Foi o que eu disse na outra pergunta, não tem como cobrar uma postura seria e menos “palhaça” do RED FRONT, somos um bando de moleques que gostam muito de metal, cerveja, marijuana e ‘menenas’! Onde tem festa, tem RED FRONT e onde não tem fica tranquilo que a gente mesmo faz a nossa!
Vocês já excursionaram pela Europa e agora pretendem voar para os EUA. Vocês acreditam que fazendo um bom nome lá fora abre mais espaço para a banda aqui no Brasil?
Oscar: Com certeza sim, estamos indo para fora do país porque lá a realidade é outra, temos o apoio de todos os lados (produtores, público, bandas, etc.) lá a cena realmente acontece, a banda é tratada com dignidade e tem total condição de viver fazendo música. Pra vocês terem idéia da diferença, é normal tocar pra casa cheia em plena segunda feira, com menos 15 de temperatura e nevasca caindo. O público não gosta de ouvir covers, que é outro grande problema da cena nacional e compram muito o merchandise da banda. Enfim é outro mundo.
Léo: Lá fora a cabeça da galera é outra, se eles gostam da banda eles apóiam comprando o CD a camiseta e etc. E por incrível que pareça, mesmo com som próprio o público agita como se estivesse vendo aSepultura ou o Pantera tocar.
Vocês já abriram o show do Death Angel. Fale-nos um pouco sobre esta apresentação e o contato com a banda?
Oscar: O show de lançamento do nosso CD foi com o Death Angel. Pra gente foi uma honra tocar com esses caras que são uma lenda do Thrash Metal mundial. Eles presenciaram e participaram do nascimento do Thrash. Foi surreal dividir o palco com eles e ainda fumar uns baseados com os caras no camarim (risos).
Léo: Pô! Ouvir da boca do Mark Osegueda: “Parabéns caras, vocês são completamente loucos”! Não tem preço! Esse show foi um marco para o amadurecimento da banda e também uma grande honra!
Falando em shows, a gente tem uma pergunta que faz em comum a todas as bandas que entrevistamos. É fato que existem bandas que pagam para abrir shows de bandas consideradas ‘mainstream’. Qual é a sua opinião sobre o assunto?
Oscar: Infelizmente é verdade e acontece muito. É aquela coisa do promotor explorar o sonho de uma banda que está começando e lucrar em cima disso. É uma pratica abusiva e somos totalmente contra. Felizmente nunca precisamos fazer isso, pois fizemos bons contatos ao longo da estrada que proporcionaram essas oportunidades. Por exemplo, iremos abrir o show do Destruction (27/08) porque conhecemos o agente dos caras durante um show que fizemos na Alemanha, ele gostou e colocou o RED FRONT na parada.
Além da turnê pelos EUA quais são planos da banda e o que vocês podem nos adiantar sobre um próximo álbum?
Oscar: Os próximos planos da banda são tocar no máximo de lugares possíveis e começar a composição de um álbum novo. Temos muitas datas agendadas (nordeste, norte, Paraguai, etc.). Não podemos parar, ‘tamo’ aí na luta pelo metal nacional!!!
Léo: É isso que o Oscar falou, tocar no máximo de lugares possíveis e promover muita destruição por ai! Estão todos convidados a ajudar o RF nessa!
Deixem uma mensagem.
Oscar: Gostaria de agradecer pela oportunidade e pelo espaço cedido. São pessoas como vocês que mantém a nossa cena viva. Gostaria também de convidar a todos para curtir um show nosso e a provar a nossa Gelatina RED FRONT (que é distribuída gratuitamente nos nossos shows juntamente com o nosso cd demo) é só chegar e gritar “buceta” que ganha. E ‘bora’ espancar um boneco colorido também, vamos acabar um por um com eles.
Léo: Valeu galera do Arte Metal, muito obrigado por abrir espaço pro RF, fica o convite pra você bangear, ‘bor’a promover a destruição junto com o RED FRONT! ABRAÇÃO A TODOS OS QUE CURTEM O SOM DO RED FRONT!!!

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