Aparentemente, há uma maneira certa de se conduzir no mosh, com regras não-divulgadas. Mas tal como Barrowman pode testemunhar, nem todo mundo as entende.
O mosh começou no começo dos anos 80 na cena estadunidense de punk hardcore. Uma banda chamada BAD BRAINS costumava gritar para que seu público ‘mash it up’ (algo como ‘batam um contra os outros’). “Mas o vocalista tinha um forte sotaque jamaicano, então as pessoas entendiam ‘mash’ como ‘mosh’”, disse Riches.
Os mosh pits cresceram em popularidade ao longo das duas décadas seguintes e se tornaram um elemento fixo dos shows de metal e punk.
Riches descreve um mosh pit como um espaço em frente de um palco onde um grupo de fãs se junta e forma um pelotão sem nenhum espaço entre seus componentes. Um mosh pit de heavy metal envolve empurrões, pulos e algumas vezes ‘crowd surfing’, enquanto um mosh pit punk envolve mais pulos, deslocamento uniforme e stage diving. O ‘circle pit’ e o ‘wall of death’ são os dois tipos principais de mosh pit. ‘Os circle pits são mais comuns na Europa. Todo mundo corre em círculo e forma um tipo de doughnut,” disse Riches, acrescentando que os headbangers por vezes entram no espaço que sobra no meio e dançam usando suas cabeças.
“No wall of death, dois grupos de pessoas em cada extremidade da pista correm em direção um ao outro, colidem e formam um pit só.”
Existem regras pro moshing, como a proibição de jóias com rebites e pregos, assim como contato sexual. Uma das mais importantes é ajudar alguém que cair.
“O pior é quando você não consegue se levantar quando cai. Você sente mais dor do que prazer,” disse Riches.
Landon, fundador de um blog punk chamado Dead City Press, disse que tal estudo poderia ajudar a educar as pessoas sobre o que é o moshing na verdade.
“Com certeza há conceitos díspares entre o que as pessoas sabem ao entrar no moshing e o que as pessoas sentem com isso,” ele disse, emendando que há uma cortesia no mosh que muitas pessoas desconhecem.
Barrowman disse que ele cresceu em um meio onde as pessoas conheciam tal cortesia e ‘como te erguer e lhe tratar bem’, referindo-se a uma das principais regras que Riches indicou – se alguém sair, levante-o.
“Há muitas pessoas por aí que realmente precisam entender e ouvir algo assim”, disse Barrowman.
Riches descreve o moshing como uma experiência social, algo que não é completamente entendido ou mesmo respeitado por alguns.
“No começo, o moshing pode ser intimidador, assustador, porque é físico e agressivo. Parece violento, mas não gosto de dizer isso porque não é.”
Riches ama moshing porque “há uma sensação de euforia, excitação, comunidade. A energia que a música fornece te joga pro pit,” ele disse.
“É como um voto de confiança. É uma experiência transcendental, você se ente como se você fosse um só, com os outros e com a música.”
Estar no pit “é bom pra mim porque daí eu posso ver a banda”, ela disse, rindo.
Sua experiência favorita no mosh pit foi num show do Slayer no Shaw Conference Centre.
“É esse centro de convenções enorme e toda a pista vira um mosh pit. E foi bem compactado, então alguém do meu tamanho podia se garantir,” disse Riches, uma garota magra de 1m60.
Recentemente, Riches ganhou um prestigiado prêmio do Congresso Canadense de Pesquisa em Lazer pelo trabalho dela sobre o moshing. Ela disse que receber o prêmio por um tema como o dela é importante porque o campo de lazer sempre se concentrou em ‘passatempos de lazer normais’.
“Esse prêmio significa muito pra mim porque ele representa como o lazer está constantemente em expansão, progredindo e sendo desafiado,” disse ela.
A cultura do Moshpit “agora começou a ser levado a sério por teóricos e profissionais do lazer. Uma tomada na direção certa.”
Riches disse que o moshing continua a crescer e se expandir para outros gêneros de música. Ela planeja continuar estudando os mosh pits, o heavy metal e seus fãs na Leeds Metropolitan University, onde ela espera obter seu PhD ano que vem.
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