26 de setembro de 2011

Filosofia Metal: Metallica, um raio x de "Sad but True"


METALLICA - "Sad but True" traduzida:
Ei, eu sou sua vida
Sou aquele que o levou lá
Ei, eu sou a sua vida, sou o que se importa
Eles, Eles traem
Eu sou o seu único amigo verdadeiro agora
Eles, eles irão trair
Eu estarei sempre lá
Eu sou o seu sonho, faço-o real
Sou os seus olhos quando você precisa roubar
Sou sua dor quando você não pode sentir
Triste, mas é verdade.
Eu sou o seu sonho, mente perdida
Sou seus olhos enquanto você está distraído
Sou sua dor quando você rebate
Você sabe, é triste, mas é verdade
Você, você é a minha máscara
Você é a minha cobertura, meu casulo
Você, você é a minha máscara
Você é quem é culpado
Faça, faça meu trabalho
Faça meu trabalho sujo, bode expiatório
Faça, faça meus deveres
Para que só você se envergonhe.
Ódio, eu sou o seu ódio
Sou o seu ódio quando você quer amar
Pague, pague o preço
Pague por nada ser justo
Ei, eu sou sua vida
Fui eu que o trouxe aqui
Ei, eu sou a sua vida
E eu não me importo mais
Sou sua verdade, mentindo
Sou seus álibis racionais
Eu estou dentro, abra seus olhos
Eu sou você
Nessa semana analisaremos a letra de “Sad but True” do METALLICA, uma das mais importantes bandas de heavy metal e uma das pioneiras do estilo nas Américas, além de ajudar a formar o Thrash Metal. O desafio de analisar uma música como a "Sad but True" é a sua falta de linearidade o que obriga uma fuga maior do universo da música.
A música trata de um dilema muito comum a qualquer pessoa que pare eventualmente para refletir. O que somos nós, individualmente falando? Essa pergunta é impossível de responder tendo base apenas com o conhecimento antes de Freud. O pensamento mais comum envolve coisas subjetivas, como alma, espírito, reencarnação, que varia da crença de cada um e que não serão discutidas aqui.
O conceito trazido pela psicanálise que há algo dentro da gente, da qual não temos controle e que, muitas vezes, controla nossas ações é um pouco mais complexo. Normalmente temos a sensação de sermos senhores de nós mesmos, quase como um ente superior que habita o nosso corpo e o utiliza a seu bel-prazer. Porém, há escolhas na nossa vida que, por mais que analisemos, não encontramos nossas verdadeiras motivações, algumas vezes até pensamos que seria melhor voltar no tempo e fazer diferente. O engraçado é que, mesmo assim, muitos de nós acabamos cometendo os mesmos erros no futuro.
O que fazer diante desse incontrolável eu? Quantas vezes não nos deparamos no nosso dia-a-dia com pessoas fazendo coisas que criticam, ou criticando coisas que fazem? Bem, caso você também se incomode com isso, comece olhando para dentro. Imagino que seja impossível controlar todos os nossos impulsos, mas isso não é desculpa para sermos incoerentes.
Voltando a letra da música, ela fala de um “eu” interior de uma forma nem um pouco animadora. Basicamente como se houvesse uma luta entre a nossa consciência e os nossos instintos. Pensando de uma forma mais darwinista, a hipótese da música faz todo sentido. Nós só estamos aqui hoje, porque todos os nossos ancestrais foram bons o suficiente em apenas duas coisas: sobreviver e procriar. Pensando que nossos impulsos irracionais, no fim das contas, são controlados por nossos genes, todos os genes que nos ajudaram a sobreviver e a procriar tiveram mais chances de se manter replicando. Os que nos ajudariam a ser bondosos, éticos, compreensíveis ou qualquer outra qualidade enfatizada nas diversas morais, não necessariamente resistem ao passar de milhares de anos.
Porém, há algo em nós humanos que quebra com essa lógica da seleção natural. No limite, somos a única espécie (na terra) que entendeu esse processo. Essa diferença nos deu, durante toda a história da civilização, a oportunidade de criar nossas próprias regras de convivência e comportamento. O processo evolutivo de milhões de anos confrontado pela vivência social nesses últimos milhares de anos, talvez tenha gerado essa disputa interna de uma parte consciente que é capaz de racionalizar nossas ações e outra que apenas faz o que a gente sempre fez, lutou pela nossa sobrevivência.
Poderia falar mais sobre esse tema, mas corro o risco de ficar muito maçante e de esgotar um tema muito complicado em apenas uma música. "Sad but True" é uma ótima música para refletirmos até que ponto escolhemos as coisas certas para nós mesmos e até que ponto somos mestres de nossa própria vida.
Escrito por Vinícius Nascimento Silva

Um comentário:

  1. Ficava até hoje me questionando sobre o sginficado da música, vlw cara, vc me ajudou.

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