O Whitesnake se apresentou em São Paulo no último dia 10 e desfilou uma série de hits na Arena Anhembi para um público de cerca de 25 mil pessoas. A banda de hard rock liderada pelo lendário vocalista David Coverdale fez um show curto, de pouco mais de 1 hora de duração, mas conseguiu empolgar os fãs presentes numa noite fria e com céu encoberto na capital paulista.
Com uma mesclagem do talento de Coverdale com a juventude dos integrantes atuais, o Whitesnake não fez feio. O grupo britânico mostrou que ainda tem muito a dar de bom ao rock, tão necessitado de novidades impactantes neste novo milênio.
O show começou com a música “Best Years”, do álbum “Good To Be Bad”, de 2008. Ao lado de Mr. Coverdale, estavam os bons guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach, o baixista Michael Devin e o tecladista Brian Ruedy. Ao fundo, o baterista Brian Tichy mostrava grande pegada e dava um show particular com as baquetas.
Com boa recepção do público, a banda iniciou uma trinca de hits que bombaram nas FMs: logo de cara ”Give Me All Your Love”, que já levantou a plateia, repleta de garotas que cantavam letra por letra das músicas. Na sequência, depois de uma breve saudação de Coverdale aos fãs brasileiros, o megaclássico ”Love Ain’t No Stranger”, que mostrou os músicos bem entrosados.
Se o Ramones tem uma fixação com as palavras “I Don´t Wanna” em suas letras, o mesmo pode ser falado do Whitesnake com a palavra “Love”. E para confirmar esta marca, a banda tocou “…Is This Love”, outro hit de sua história.
Depois da “trinca de Loves”, Coverdale & Cia. tocaram três músicas do mais recente álbum de estúdio, mas a palavra “love” não ficou de fora do show. “This is a love song for you”, disse o vocalista ao público, referindo-se a ”Steal Your Heart Away”, que foi seguida pela música título “Forevermore”.
Como o Whitesnake estava abrindo o show do Judas e o tempo era curto, não haveria um bis no final. Mas a banda, de maneira inteligente, soube dosar a apresentação com solos de guitarra e bateria que proporcionaram um descanso para os integrantes.
Logo após “Forevermore”, os guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach proporcionaram aos fãs um duelo animalesco que deixou a plateia hipnotizada. Depois, o grupo tocou a música “Love Will Set You Free”, também do álbum mais recente, que foi seguida por um bom solo do baterista Brian Tichy.
Após o descanso do restante da banda, os hits voltaram ao show, com “Here I Go Again” e a grande e pesada “Still Of The Night”, que fez o público pular. Logo após “Here I Go Again”, Coverdale tirou uma bandeira do Brasil do bolso e mostrou aos fãs, que aplaudiram o gesto de simpatia.
O show já estava bom com o repertório particular do Whitesnake, mas teria um grande momento ainda com músicas do Deep Purple, banda seminal do hard rock em que Coverdale também fez história com bons discos. À capela, o vocalista cantou um trecho da belíssima ”Soldier of Fortune”, que emocionou o público.
Mas o show esquentaria o frio Anhembi com nada menos que “Burn”, um dos maiores clássicos da história do rock, que o Deep Purple não costuma tocar há um bom tempo. A música sempre foi desafiadora para os maiores vocalistas do estilo e foi tocada pelo Whitesnake num tom levemente acima do conhecido. O esperto Coverdale, que completará 60 anos no próximo dia 22, mandou bem nos vocais e, no refrão tradicional, deixou a plateia se esgoelar, mas ninguém reclamou de ajudá-lo a montar aquele momento histórico.
Se ”Burn” já presenteava até os fãs mais radicais de Judas Priest que não curtem Whitesnake, outra preciosidade foi vista no meio da música, com um trecho de “Stormbringer”, canção do álbum de mesmo nome do Deep Purple lançado em 1974. Após a grata surpresa, o show chegou ao fim e gerou um gosto de “quero mais” nos fãs, que foram suficientemente aquecidos para o que viria a seguir no show histórico doJudas Priest.
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