21 de agosto de 2011

Kvelertak: entrevista com o frontman Erlend Hjelvik


“Punk rock/metal brutalmente cativante com uma pitada de escuridão”. Assim o grupo norueguês KVELERTAK define seu som, que vem conquistando legiões de fãs ao redor do mundo desde o lançamento do homônimo álbum de debute do sexteto de Stavanger, em junho de 2010. Na estrada desde 2007, quando lançou a demo “Westcoast Holocaust”, o KVELERTAK já tem no currículo citações como “o novo Mastodon” e é, para muitos, o dono do “melhor álbum de estreia da história da música norueguesa”.
E não para por aí. O bom momento é tamanho que a banda recebeu das mãos de nada menos que Dave Grohl, líder do FOO FIGHTERS, e diante de 22 mil pessoas que lotaram a Telenor Arena, em Oslo, o disco de ouro na Noruega graças às 15 mil cópias vendidas do álbum. Além disso, o CD rendeu à banda dois Spellemann Awards, um prêmio norueguês de música equivalente ao Grammy, nas categorias “Melhor Revelação” e “Melhor Banda de Rock”.
Na entrevista exclusiva a seguir, o vocalista Erlend Hjelvik fala sobre as origens, as influências e os novos planos do KVELERTAK, entre eles um segundo álbum e uma futura visita ao Brasil. Esbanjando simpatia, Erlend ainda contou o que curte no cenário norueguês atual, quais bandas brasileiras conhece e ensinou, inclusive, a pronunciar o complicado nome do grupo. Confira:
Leandro Ferreira: Como foi escolhido o nome da banda e a coruja como símbolo? 
Erlend Hjelvik: Eu não me lembro. Para nós, KVELERTAK (em português, estrangulamento) era um nome curto e que soava bem, pelo menos em norueguês. Quanto à coruja, um dia nosso baixista, Marvin (Nygaard), chegou com essa ideia de que nós deveríamos ter uma coruja como mascote. Ele a viu em um restaurante indiano e desde então ficou.
LF: Ela já foi batizada?
EH: Não. É só chamada de coruja mesmo.
LF: Como foi a recepção do primeiro álbm de vocês pela mídia e fãs na Noruega?
EH: Foi além do que esperávamos! Eu sabia que o álbum seria bom uma vez que tínhamos Kurt Ballou (guitarrista do CONVERGE e produtor de álbuns da mesma, além dos CDs “Amnesia” e “Surrender”, do PAINT IT BLACK, entre outros) produzindo-o e John Baizley (vocalista, guitarrista e artista do BARONESS) fazendo a arte. Mas eu não imaginava que nós teríamos apenas boas críticas. Aqui na Noruega, ele estreou na terceira posição do Top40 de álbuns e permaneceu na lista por seis meses. Não tenho do que me queixar.
LF: Um novo álbum está nos planos da banda?
EH: Sim. Nosso guitarrista, Bjarte (Lund Rolland) começou a trabalhar em um material novo, mas não temos ensaiado nada ainda. Não há data específica também, mas, esperançosamente, teremos um novo CD saindo em algum mês do ano que vem.
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LF: Como você classifica o som que o KVELERTAK faz? No myspace oficial de vocês está como “punk rock/metal brutalmente cativante com uma pitada de escuridão”. O que isso significa para vocês?
EH: Tem muita coisa diferente no nosso som o que faz ser complicado de dar algum nome para isso. Eu apenas digo que tocamos rock. Acho que isso explica boa parte do nosso som. Esse termo do nosso myspace apenas tenta transmitir a mensagem de que nosso som é, ao mesmo tempo, pesado e cativante.
LF: Quando o KVELERTAK vai aterrissar em solo sul-americano, mais especificamente brasileiro?
EH: Isso não vai acontecer em 2011, pois o resto do ano está bem cheio. Mas esperamos ir aí. Realmente estamos tentando tocar no maior número de lugares diferentes possível. Vocês devem exigir da gente.
LF: O que você conhece e curte da música brasileira? Mas SEPULTURA não conta.
EH: Nesse caso, então eu só conheço SARCÓFAGO. Agradeceria algumas dicas.
LF: Como está o cenário musical norueguês atualmente?
EH: Acho que no momento é muito bom. Temos grandes bandas, como OLITERATION, NEKROMANTHEON, HAUST, OKKULTOKRATI, KONSORTIUM, PURIFIED IN BLOOD, ÅRABROT, OVERTHROW, LYDIA LESKA, SOCIAL SUICIDE e por aí em diante.
LF: Quais são as inspirações do KVELERTAK?
EH: Quando começamos, em 2006, nos inspirávamos em bandas como Satyricon, Turbonegro, Enslaved, etc. Mas hoje existem várias. É meio difícil para mim falar sobre isso, pois quem compõe é o Bjarte, mas ele se inspira em tudo desde Beach Boys até Burzum.
LF: O álbum de vocês foi considerado por muitos, incluindo alguns fãs brasileiros, como o melhor de 2010. Na sua opinião, quais os melhores lançamentos entre o ano passado e 2011?
EH: Nós apreciamos muito isso. Obrigado aos fãs do Brasil. Bem, alguns dos lançamentos que eu curti foram: “Opus Eponymous”, do GHOST; “Bellus” e “Fallen”, do BURZUM; “Krankenhaus”, do LYDIA LESKA; e “House with a Curse”, do COLISEUM. Isso é no que eu consigo pensar agora, mas posso acrescentar que lancei recentemente o primeiro álbum da minha banda de black metal, DJEVEL. O álbum é chamado “Dødssanger” e quem se interessar pode dar uma checada no facebook ou myspace.
LF: Para encerrar: para os brasileiros é muito complicado falar o nome da banda, então nos diga como se pronuncia KVELERTAK?
EH: Kuh-veh-larh-takh. Repita dez vezes que você acerta!

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