Com o seu mais recente disco, os gaúchos da DISTRAUGHT definitivamente se inserem entre os maiores nomes do thrash metal brasileiro. Embora possua um passado de respeito, a banda atingiu em “Unnatural Display of Art” um nível incomparável até mesmo para o ótimo “Behind the Veil” (2004). A nova empreitada do grupo apresenta um interessante contraponto entre agressividade e técnica – e conta com as músicas mais inspiradas em vinte anos de carreira.
Nota: 9
Em atividade desde o início da década de noventa, André Meyer (vocal), Marcos Machado (guitarra), Ricardo Silveira (guitarra), Nelson Casagrande (baixo) e Everson Krentz (bateria – substituído recentemente por Dionatan Santos) uniram a pancadaria do thrash metal à temática da violência humana em “Unnatural Display of Art”. No fim das contas, o resultado não poderia ter sido melhor, sobretudo em razão a excelente mixagem/masterização assinada pela dupla Heros Trench e Marcello Pompeu (KORZUS) no conceituado Mr. Som. A sonoridade da banda, que junta elementos ainda mais extremos (que vem do death metal) e referências até que modernas (como o LAMB OF GOD também faz), se traduz em composições de impacto e em muitapersonalidade.
Na reta final do disco, outras músicas devem chamam a atenção dos fãs. O mais interessante no thrash metal da DISTRAUGHT é que os músicos gaúchos evidenciam uma busca por uma sonoridade bastante própria, sem que exista uma comparação recorrente com os ícones alemães do gênero (DESTRUCTION e KREATOR) ou com os representantes do movimento de São Francisco (DEATH ANGEL e ANTHRAX). Entre as músicas que fecham “Unnatural Display of Art”, aparecem “Your God is Dead” (uma das melhores de todo o álbum) e “Hauting the Enemy”, que novamente deixa claro a preocupação do grupo em construir um instrumental bem trabalhado e rico em detalhes (ou até mesmo variações rítmicas).
Não há dúvidas de que “Unnatural Display of Art” é um dos mais surpreendentes discos de thrash metal que surgiram em nosso país nos últimos dois ou três anos. Para quem acompanha a banda desde o ‘debut’ “Nervous System” (1998), é possível notar que a banda passou por uma evolução técnica que chegou ao seu ápice após todos esses anos. Entretanto, por mais que a banda possua grandes composições em “Behind the Veil” (2004) – como “Burning Pages” e “The Order” – certamente as doze faixas do seu novo álbum são as que ficarão marcadas para a eternidade. Comprove você mesmo.
Track-list:
01. The End of Times
02. Reflection of Clarity
03. Cradle of Violence
04. Hellucinations
05. Evil Portrait
06. Killing in Silence
07. Burial of Bones
08. Your God is Dead
09. Conquering Domain
10. Hauting the Enemy
11. Villains
12. Alchemy
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