Bom galera ontem foi o ultimo show de Amy WhineHouse aqui no nosso país.E eu estava lá para conferir!
Primeiro tenho que falar que o festival como um todo estava ótimo.A organização esteve muito boa, pelo menos não presenciei nada fora do controle, a não ser o preço dos produtos vendidos no recinto, mas já era esperado.A pista premium não tapou a visão das pessoas que estavam na pista normal(como eu).Enfim gostei da organização.
As primeiras apresentações foram boas e serviram para esquentar ainda mais o publico em um sábado de muito sol e nem um pingo de chuva,contrariando várias previsões.Não sei o nome das apresentações iniciais, e nem foram divulgadas no site, uma falha do evento.Mas como eu disse foram muito boas, e creio que a maioria dos presentes gostaram pois estavam todos dançando e interagindo com os músicos, muito bons por sinal, as duas mulheres, a da primeira e a da segunda apresentação estavam ótimas, não conhecia elas.
Bom falando das apresentações principais, vou falar sem muito conhecer os dois que antecederam a Amy, primeiro Mayer Hawthorne, uma palavra, magistral, imaginem uma mistura de antigos cantores de Soul e Blues americanos da década de 60 e 70, com a galã e o carisma de um cantor como Bono Vox do U2, e mais a técnica de vocal e composição de mestres como Smokey Robinson, Curtis Mayfield, e o lendário compositor e trio Lamont Dozier, Brian Holland, e Eddie Holland Jr.Considerado uma versão masculina de Amy(sem os problemas com drogas) está construindo sua história na música e o primeiro albúm é simplesmente ótimo muito bom mesmo, e pra quem pode conferir de perto sua apresentação pode afirmar mesmo que foi memorável, e outra sua banda de apoio é sensacional, o baixista é uma figura unica, além de tocar muito os caras realmente sabem como conduzir um show de soul, ou neo soul como ele é classificado.
Já a segunda apresentação a de Janelle Monae foi surpreendente, bom eu já conhecia um pouco de seu trabalho,mas ao vivo, em poucas palavras...MEU DEUS O QUE FOI QUE PASSOU AQUI...foi o que pensei quando ela se despediu do publico com o cabelo todo desarrumado, encharcada de água e praticamente arrastada pelos integrantes da banda.Mas bem, não querendo comparar mas vou tentar apenas citar alguns artistas que lembram seu estilo.Michael Jackson estava nela, eu tenho certeza disso, assim como James Brown, e não era o cabelo ou cor que estou dizendo e sim, o vigor físico que os dois tinham para dançar e cantar, fazer apresentações teatrais sem deixar que toda a ginástica desempenhada no palco atrapalhasse a sua poderosa voz, sim ela ainda canta muito, divas do Soul, do Blues, do Funk, do Glam e da musica Black ficariam felizes em ouvi-lá,ela mistura vários estilos que parecerem distintos, mas com ela, lembra quando o Rei do Pop lançou seu albúm de maior sucesso, tinha tudo que um artista precisa ser para não ser "mais do mesmo" ousado, isso ela é muito.O ponto alto do show pra mim foi o inicio, o meio e o fim...vamos ser sinceros...foi muito bom.Galera em dado momento entrou no palco uma tela e uma caixa de tinta, não entendi nada, mas enquanto ela declama os versos da música ela molhando o pincel e de certa forma ela estava pintando uma tela, loucura total, muito bom ver aquilo,o quadro abstrato que ela fez pra mim é como a música dela, "sem sentido pra quem não entende e não gosta, mas algo tão belo e sublime, pra quem sabe e gosta de apreciar uma boa arte".E o momento final foi melhor ainda...deixando 2 músicas agitadas e contagiantes pro final, quando ela voltou ao palco para fazer a sua ultima música e a banda deu a introdução ela entrou com um algo a mais.Estava possuída(no bom sentido) mas ela parecia que estava literalmente encarnando um certo cantor de cabelo parecido com o dela, homossexual assumido e que botava platéias a baixo quando tocava apenas sentado em um piano o hit Tutti-Frutti(espero que vocês saibam de quem falo), mas enfim, a idéia de pegar fogo com ela quase que foi algo literal, nos instantes finais, teve muita coisa, uns dizem que foi estrelismo, outros que ela estava tentando ser algo que ela não é; pois bem, eu digo que ela tudo e um pouco mais se se jogar ao chão, espernear e ainda jogar em si mesma uma garrafa inteira de água, não quer dizer nada, ou melhor, quer dizer apenas que ela não é normal.
Amy Whinehouse, a mais aguardada da noite, mesmo tendo como abertura ótimas apresentações o publico ainda queria e muito a Amy.Bom primeiro uma definição,Divã.Dizer que ela lembra cantoras como Sara Vaughan é verdade, mas podemos dizer também que ela tem um pouco de Janis Joplin(sim em tudo até nas confusões), ela tem muito de muitos, bebe de farias fontes antigas do Soul,Blues e Jazz.Ela sabe o que faz, o show de Sampa, não lembrou em nada os outros shows que ela fez no país.Ela estava mais animada, mais contagiante, menos cambaleante, não estava errando as letras, e sim essa branquela e negra por dentro.Ela mostrou isso em algumas músicas, sua voz é muito boa.Suas brincadeiras no palco faziam o publico delirar, todo e qualquer gesto dela era analisada e muitas vezes, aplaudido e incentivado, suas corridinhas até o fundo e seus pulinhos de uma bailarina iniciante eram muito engraçados, e ótimos pra ela.Quando ela foi embora com uma despedida curta alguns já começaram a ir embora, reclamando como a maioria da mídia que não entende de nada, do tempo do show, mas algo aconteceu, os gritos e aplausos fizeram ela voltar, ou talvez o choro de uma menina que estava em prantos na minha frente.Enfim, ela voltou e cantou mais 2 músicas, a ultima, muito aplaudida e esperada Me & Mr Jones.Posso dizer a todos que ouvi ao vivo a maior e melhor voz feminina da música Soul da atualidade, ou como citam alguns da década.
Por Fernando Jesus de Almeida
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