9 de fevereiro de 2011

A História do Burzum - Parte XIII: Logos

Muitos de vocês me escrevem sobre “o logo do Burzum". Em 1991 ter um logo “cool” era uma das coisas mais importantes para as bandas de Metal na Noruega. O Immortal tinha um, o Mayhem tinha um, o Darkthrone também e assim por diante. Eles eram cheios de cruzes invertidas e outros símbolos que eram “satânicos”, “cool” e alguns eram até mesmo difíceis de ler – ou “interpretar”. Inicialmente, quando saí do Old Funeral e reativei meu próprio projeto, mudando o nome de Uruk-Hai para Burzum, eu também quis um logo, e uma amiga minha se propôs a desenhar um para mim. Ela desenhou e tudo estava bem até que percebi que eu estava seguindo uma tendência. Por que eu faria aquilo quando tudo o que eu fazia era para ser uma revolta contra as tendências? Então decidi não ter um logo e apenas usar uma fonte legal.


No final de 1991 eu não tinha acesso fácil a fontes de outros tipos que não os de minha máquina de escrever. Aquilo foi antes da popularização da Internet. Eu tinha que comprar algum tipo de fonte adesiva e só podia comprar poucos conjuntos para depois usá-los para “construir” palavras, letra por letra. Por alguma razão, seja porque as letras certas tinham acabado ou porque fiz de propósito – não consigo me lembrar – escrevi o nome Burzum  com letras maiúsculas e usei a única fonte diferente que eles tinham na livraria: Gothic.
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Quando lancei o álbum de estreia, pedi para a gravadora, a DSP, para usar esse tipo de letra não somente para o nome da banda, mas para todos os outros textos do álbum. O nome Burzum não era, em outras palavras, realmente um logo, mas apenas o nome da banda escrito em letras Gothic juntamente com outros textos em Gothic. Depois de um certo tempo parei de pensar sobre logos e, por alguma razão, não mudei o tipo de fonte usada nos álbuns. Dessa forma, muitos começaram a pensar que o nome “Burzum” em fonte Gothic era o “logo Burzum". Mas nunca foi. Apenas o nome importava; a fonte era, e ainda é, irrelevante.
Para o álbum "Dauði Baldrs" ou "Hliðskjálf" (não me lembro qual) eu quis usar uma fonte ainda mais comum, como Arial mas, por algum motivo, acabei não mudando. Não me lembro por que não mudei. Algumas memórias perdem-se para sempre – porque não importam realmente.
Para "Belus" eu finalmente decidi usar uma fonte diferente para enfatizar que o Burzum não tem um logo e também para indicar que este é um novo começo para o Burzum. Eu encontrei algumas fontes de graça na Internet e escolhi uma que era adequada ao conceito do álbum: Belus, o deus do carvalho (e sua esposa, Eduno, a donzela dos campos). A que decidi usar tem uma aparência florida, tipo fantasia, e era exatamente o que eu estava procurando.
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Tenho certeza que essa fonte já foi usada por outros antes de mim – qualquer um na face da Terra pode fazer o download de graça – e não estou tentando ser original. Cansei de ser original. Eu só quero fazer aquilo que me agrada, não importa o que o resto do mundo possa ou não possa fazer, e eu não quero um logo. Eu simplesmente usei uma fonte que se encaixa no conceito do álbum. Estou sendo eu mesmo e não o oposto daqueles de quem não gosto.
A propósito, se um dia eu quiser criar um logo para o Burzum eu o farei. Nada está entalhado na rocha: nem logos, nem decisões sobre logos e nem qualquer outra coisa. Nem mesmo o nome Burzum está...
Varg Vikernes
(Dezembro de 2009)

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