6 de agosto de 2010

Radiohead: RIAA quer que "In Rainbows" saia da internet

Depois de romper contato com a EMI, o RADIOHEAD lançou de forma independente o seu até agora mais recente álbum, "In Rainbows" e deu aos fãs a opção de baixá-lo pelo preço que se sentissem confortáveis a pagar. Não só foi uma das melhores campanhas promocionais da década, como isto lhes rendeu muito dinheiro.

O RADIOHEAD disse que a tática lhes rendeu mais dinheiro do que todos os seus outros álbuns reunidos. A banda estava orgulhosa de ter ultrapassado as grandes gravadoras com êxito. Nos anos seguintes os membros da banda apoiaram a causa que exigia mais direitos aos artistas e menor poder às gravadoras.

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Ano passado, o RADIOHEAD e muitos outros artistas conhecidos formaram um grupo o objetivo de acabar com a prática de extorsão das gravadoras, o que permitiria aos artistas maior controle ao próprio trabalho. Os artistas estavam insatisfeitos com o fato das gravadoras, representadas pelos grupos de interesse como RIAA e IFPI, forçarem sua agenda anti-pirataria sem consultar os artistas que diziam representar.

"Correr atrás dos fãs não é a solução para os problemas que a indústria está enfrentando", argumentavam eles.

Considerando tudo isso, é surpreendente constatar que a RIAA e a IFPI tomem medidas anti-pirataria em nome do RADIOHEAD. Tanto a RIAA quanto a IFPI tem mandado alertas ao Google (RIAA, IFPI), pedindo que filtrem e desativem contas de blogs que disponibilizem o álbum "In Rainbows" gratuitamente.

Embora algumas pessoas pensem que o ‘In Rainbows’ ainda esteja disponível de graça, a oferta gratuita apenas durou alguns meses. Depois disso, o modelo revolucionário "pay-what-you-want" (entendido como "pague o quanto quiser"), foi modificado para os esquemas tradicionais de licenciamento das grandes gravadoras.

As versões de download do álbum ainda são independentes, mas para as cópias físicas, o RADIOHEAD se uniu à gravadoras como Warner e Sony. Devido a esses negócios, as gravadoras tem o "direito" a um pedaço de "In Rainbows", e eles estão usando esse poder para inibir as cópias que são distribuídas online sem autorização.

Obviamente é irônico que o álbum que já foi visto como o novo modelo de negócios da indústria musical esteja sendo protegido contra a pirataria pela indústria. Por outro lado, é duvidoso que os pedidos sejam legítimos, visto que as gravadoras tem direito de distribuição física, e não digital.

O site TorrentFreak entrou em contato com representantes do RADIOHEAD para discutir as práticas da RIAA e IFPI, mas eles se recusaram a comentar. Ainda assim, com todos os comentários sensatos que os membros da banda fizeram sobre a partilha, assumimos que eles não aprovam as táticas empregadas pelo RIAA e IFPI. Ou não?

É interessante notar que os álbuns digitais do NIN, lançados da mesma maneira, permanecem totalmente "livres".

Fonte desta matéria (em inglês): TorrentFreak

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