Uma aula de Heavy Metal! O show do Grave Digger em São Paulo nesse sábado (23) no Carioca Club teve todos os ingredientes de uma apresentação memorável: muita proximidade com a banda e uma legião de fãs bem reduzida, porém, fiel ao extremo.
Antes dos portões da casa paulistana serem abertos, foi realizada uma seção de autógrafos com todos os integrantes do Grave Digger em um salão dentro do Carioca Club. Inicialmente marcada para as 16h, já passavam das 17h15 e o salão ainda não havia sido aberto. Todo esse atraso fez com que o encontro dos fãs com Chris Boltendahl e seus companheiros fosse mais curto, além disso, numa atitude idiota e sem explicação, os seguranças impediram que fossem tiradas fotografias lá dentro. Mesmo assim, foi muito foda poder conhecer a banda de perto.
Aproximadamente às 20h, os cerca de 400 fãs já estavam muito ansiosos e começavam a clamar peloGrave Digger. No mesmo momento, as cortinas se abrem, revelando um enorme pano de fundo com a capa do último disco “The Clans Will Rise Again”. Era impressionante. Parecia que a imagem do “Reaper” tinha criado vida em meio a fumaça que era descarregada no palco. Em seguida, o tecladista Hans Peter Katzenburg adentra ao palco tocando gaita de fole com seu traje de morte ao som da intro “Days of Revenge”. Os fãs já sabiam que a calmaria estava chegando ao fim e que uma tempestade de Heavy Metal se aproximava.
Um a um, os membros do Grave Digger chegaram ao palco e logo de cara mandaram a ótima “Paid In Blood”, a melhor música do último trabalho dos alemães. Os fãs pulavam e se espremiam na frente, a banda sabia que o show já estava ganho. Sem tempo de respirar, já é emendada a aclamada “The Dark of the Sun” - do super clássico “Tunes of War” -, uma música que representa bem o que é o mais puro e verdadeiro Heavy Metal.
Novamente, os fãs não tiveram tempo nem de assimilar essa última paulada e o Grave Digger já toca a pesada “Hammer of the Scots” – também do último disco “Days of Revenge” – que conseguiu agradar bastante os fãs, até mesmo os mais antigos. Aliás, todas as músicas do último lançamento dos alemães que foram executadas fizeram a galera agitar muito, quase tanto quanto nas clássicas.
Mas, o que vinha logo em seguida era o que realmente poderia tirar lágrimas desses fãs mais saudosistas. Quando uma banda lança um álbum que é considerado uma obra clássica e fica muitos anos sem incluir um determinado som dessa obra, os fãs ficam ao longo de todos esses anos sonhando em ver essa música ao vivo, e quando essa música é tocada, o resultado é destruidor. Foi isso que aconteceu em “Killing Time”, tocada com muita garra pelo Digger. No final, podia se ouvir em uníssono a galera cantar “Olê Olê Olê! Digger! Digger!”. Foi arrebatador.
Chris Boltendahl mostrava muito carisma e o público retribui, aplaudindo bastante os caras. Todos os músicos pareciam estar muito felizes e satisfeitos, e com certeza, devem curtir bastante tocar no Brasil, onde com certeza possuem fãs fiéis e fanáticos pelo grupo. Então, o Grave Digger presenteia seus seguidores com a linda “Ballad of Mary (Queen of Scots)”. É interessante ver que Chris, mesmo cantando maior parte do tempo com seu timbre grave, rasgado, agressivo e sujo, também possui uma bela voz quando canta de maneira mais limpa e manda muito bem nas baladas.
Depois das boas “Highland Farewell” e “The Bruce”, estava chegando a hora do Grave Digger executar seu maior hino, que até mesmo deu nome a banda do ex-guitarrista do Digger Uwe Lullis. A música que me refiro é uma verdadeira canção de guerra, “Rebellion (The Clans Are Marching)”. Todos os presentes chegaram ao limite de suas vozes cantando aquele épico refrão! Quando os pesadíssimos riffs de guitarra embalados pela bateria de Stefan Arnold foram tocados, a galera toda começou a pular, fazendo o chão do Carioca Club literalmente tremer! Não é por acaso que “Rebellion” é sempre um dos sons mais esperados pelos fãs.
Como se pode perceber, o show do Grave Digger foi dividido em duas partes, sendo que a primeira era só músicas dos discos que o Digger presta homenagem às lendas escocesas, ou seja, somente sons do “Tunes of War” e “The Clans Will Rise Again”, já a segunda parte do set list era dedicada para Chris e companhia desferirem suas porradas dos outros discos.
Assim, começava um novo show do Grave Digger, com a intro “The Gallows Pole”, os fãs entoam as fúnebres melodias da música e de um momento pro outro a melancolia se transforma em euforia, com a épica “Ballad of a Hangman” – do disco homônimo de 2009 – a galera cantava tão alto que nem se ouvia direito o som da guitarra. Já emendada, veio a clássicona “Morgane Le Fay” – do extremamente aclamado “Excalibur” – onde Jens Becker simplesmente arregaçou com seu baixo, tal qual fazia nos remotos tempos do glorioso RUNNING WILD, saudado por todo bom headbanger que curte um Metal germânico. Certamente, Becker é o instrumentista mais talentoso do grupo e um dos melhores da cena Heavy e Power Metal da Alemanha.
Seguindo o show, era vez do Digger desferir o seu medley muito bem montado. Iniciado com a absolutamente épica “Twilght of the Gods” – do álbum “Rheingold” -, o medley segue com duas músicas matadoras do disco “Heart of Darkness”, são elas “Circle of Witches” e “The Grave Dancer”, com seu refrão furioso “I Dance on your Grave!” e se emendando no finalzinho dela, tinha novamente o refrão da “Twilght of the Gods”.
Com o medley finalizado, o Grave Digger continuava a fazer o Carioca Club se estremecer com a poderosa e temática “The Last Supper” – faixa título do disco – que Chris anuncia se tratar de um som que fala sobre os últimos dias de Cristo na terra, é uma letra é bem interessante. Porém, a “The Last Supper” apenas preparou o público para os dois super hits da banda.
Estava por vir “Excalibur”, com seu refrão marcantemente foda, essa música com toda certeza foi a iniciação de muita gente no Grave Digger e Chris Boltendahl sempre canta esse som de maneira mais especial. Em seguida, era hora de pular com a clássica “Knights of the Cross”, essa música é épica e é impossível ficar sem erguer as mãos e urrar seu poderoso refrão “Knights! Knights of the Cross! Murder! Murder! Fight to defend Jerusalem from the unholy devils!”. O Grave Digger jamais poderá fazer um show aqui no Brasil sem tocar esses hinos.
Depois dessas duas pancadas, o Grave Digger resolveu mudar o clima com belas melodias e dos longínquos tempos do debut “Heavy Metal Breakdown” veio a balada “Yesterday”, que pode até não ter uma letra das melhores, mas compensa tudo com a emoção que transmite. Bonita música.
O clima calmo logo terminou com duas canções tipicamente Heavy Metal, “Lionheart” – do ótimo “Knights of the Cross -, e a segunda música do cd “Rheingold” tocada na noite, a afiada “Vallhalla”, em homenagem a morada dos guerreiros que caíram em glória numa batalha, segundo a Mitologia Nórdica.
Os fãs sabiam que o show já estava por acabar, então despejaram suas últimas energias sobre a épica e cadenciada “The Round Table (Forever)”, com seus riffs que soam como uma grande marcha.
E por fim, era hora do maior clássico dos anos 80 do Grave Digger, uma verdadeira explosão de Heavy Metal, capaz de fazer qualquer um banguear com seus riffs simples e empolgantes, chegou a vez do Grave Digger encerrar sua apresentação com a eterna “Heavy Metal Breakdown” que é uma verdadeira celebração ao Metal e é a música ideal para se terminar o show, pois quando ela terminou, pode se ver no rosto de cada metalhead presente a felicidade estampada.
Apesar do Grave Digger vir aqui no Brasil várias e várias vezes, praticamente entre 1 ou 2 anos, os alemães sempre conseguem sair daqui com sua missão cumprida, sempre conseguem fazer uma excelente apresentação e dar aos seus fiéis fãs o que eles mais querem e o que eles mais merecem: uma aula de Heavy Metal!
GRAVE DIGGER -
Chris Boltendahl - vocais
Axel Ritt – guitarra
Jens Becker – baixo
Stefan Arnold – bacteria
Hans Peter Katzenburg - teclado
Chris Boltendahl - vocais
Axel Ritt – guitarra
Jens Becker – baixo
Stefan Arnold – bacteria
Hans Peter Katzenburg - teclado
Set List -:
01 - Intro – Days of Revenge
02 – Paid In Blood
03 – The Dark of the Sun
04 – Hammer of the Scots
05 – Killing Time
06 – The Ballad of Mary (Queen of Scots)
07 – Highland Farewell
08 – The Bruce
09 – Rebellion (The Clans Are Marching)
+
10 – Intro – The Gallows Pole
11 – Ballad of a Hangman
12 – Morgane Le Fay
13 – Twilight of the Gods
14 –Circle of Witches
15 – The Grave Dancer
16 – The Last Supper
17 – Excalibur
18 – Knights of the Cross
+
19 – Yesterday
20 – Lionheart
21 – Vallhalla
+
22 – The Round Table (Forever)
23 – Heavy Metal Breakdown
01 - Intro – Days of Revenge
02 – Paid In Blood
03 – The Dark of the Sun
04 – Hammer of the Scots
05 – Killing Time
06 – The Ballad of Mary (Queen of Scots)
07 – Highland Farewell
08 – The Bruce
09 – Rebellion (The Clans Are Marching)
+
10 – Intro – The Gallows Pole
11 – Ballad of a Hangman
12 – Morgane Le Fay
13 – Twilight of the Gods
14 –Circle of Witches
15 – The Grave Dancer
16 – The Last Supper
17 – Excalibur
18 – Knights of the Cross
+
19 – Yesterday
20 – Lionheart
21 – Vallhalla
+
22 – The Round Table (Forever)
23 – Heavy Metal Breakdown
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