Vários mal-entendidos podem ser cometidos por quem não conhece bem o Devildriver, a começar pelo nome, na realidade, uma referência a um sino de origem italiana que "conduz o mal" para longe.
Muitos o associaram ao new metal ou, pior, ao metal pula-pula, termos depreciativos. Sempre gostei & defendi o grupo, tendo o CD "Pray For Villains" (2009) como ápice de sua carreira.
Sabia que a tarefa seria árdua para o Devildriver. Manter-se cool num ambiente infestado de teenagers de todo o mundo, na busca da próxima grande banda extrema, é um troço ingrato.
Todo o pacote está lá em "Beast": integrantes tatuados ad nauseam, riffs inspirados, pesadas faixas, vocal gutural bem colocado. O que pesou contra nesta embalagem foram as músicas retilíneas demais. Seria um modo da banda tentar afastar-se do nefasto new metal, estilo em que, erroneamente, foram inseridos pela mídia? Afinal, as bruscas variações nas faixas são uma das maiores características deste ‘novo’ metal. Beast passa reto como um ônibus lotado. Não há músicas como “Bitter Pill” e “Teach Me To Whisper” que abrilhantavam seu predecessor.
Raros são os CDs do Devildriver nas lojas virtuais brasileiras, parecendo haver um desinteresse de alguma das partes (gravadora, banda, consumidores finais) pela totalidade de sua discografia. Uma pena já que encontraremos grandes músicas em todos. Cito “Dead To Rights” e “Black Soul Choir” como minhas prediletas em "Beast", um disco fraco a esconder uma banda de enormes potencialidades.
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