8 de novembro de 2010

The Cult: "as artes não são apoiadas pelos EUA"


O site The Silver Tongue conduziu uma entrevista com o líder do THE CULT, IAN ASTBURY. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
The Silver Tongue: Sobre esse novo formato você está adiando seus lançamentos. Isso é feito de modo que os lançamentos coincidam com a turnê, ou há uma razão específica pra lançar as cápsulas?
Iam: Bem, você sabe, é uma nova maneira de fornecer música pra nós, então nós estamos praticamente fazendo tudo nós mesmos. Há umas coisas sendo preparadas. A primeira cápsula, depois de ter sido lançada, nos ensinou bem rápido o que o nosso público não gostou em termos de sistema de entrega, DVDs encodados por região e esse tipo de coisa. Mas nós rapidamente atualizamos isso pra segunda cápsula. Para sair em turnê, é algo que fazemos constantemente. É algo contínuo. Começamos como uma banda ao vivo. Somos uma banda de rock ao vivo. Já estamos agendados para o ano de 2012 inteiro. Quero dizer, é um planeta inteiro lá fora. Já agendamos datas por toda Europa. Estamos trabalhando constantemente; é simplesmente a natureza do que fazemos. Nós não podemos tirar muito tempo de folga. Tem muito de ficar na estrada e no estúdio trabalhando em projetos. A segunda cápsula irá sair nessa turnê, enquanto estamos tocando essas canções. Estamos tocando “Embers” nesse momento, que é a principal canção da segunda cápsula, e também estamos tocando “Every Man and Woman is a Star”, que é da primeira cápsula. É interessante, porque ao mesmo tempo em que estamos tocando-as ao vivo, elas vão tomando formas diferentes, e estão na verdade crescendo durante as apresentações ao vivo. Não tem como elas serem mais novas.
The Silver Tongue: Houve alguma turbulência em mudar para o format de cápsula ao invés de aderir à norma de disco turnê, disco turnê?
Ian: Ah sim. Nós sentimos que nossos discos foram canibalizados. Ao excursionar, parece que a plateia tem comando porque a maioria dos artistas passa por ali muitas vezes, e há artistas especiais que não passam por lá nunca. Agora, há tantos artistas na estrada que a ideia de ir a um show é lugar-comum. Então, engajar a plateia baseado num contexto que você está lançando como turnê, isso força o artista a trabalhar mais duro. Você mostra a eles o que você está criando na verdade. Nós não estamos procurando pela esmola de uma gravadora ou um benfeitor pra ajudar nisso, estamos fazendo isso por conta própria. Estamos abertos à ideia de talvez fazer outro disco de estúdio, se pintar. No momento, estamos focados no formato cápsula e os elementos de filme.
The Silver Tongue: Eu realmente acredito que o THE CULT tem um segmento de fãs para trabalhar com formato cápsula. E o lance extra nas cápsulas são as faixas ao vivo e os remixes. Você vê isso pegando com os fãs do THE CULT?
Ian: Uma coisa é pôr no formato, mas a qualidade do que vai dentro das cápsulas é o que importa. Quero dizer, alguns de nossos fãs têm reclamado de nossas faixas ao vivo, perguntando por que há faixas ao vivo? Bem, aquelas músicas ao vivo têm sido apresentadas com a total integridade que vai nos trabalhos gravados; elas não estão lá simplesmente pra encher linguiça. São postas lá porque acreditamos nessa música; isso te dá uma oportunidade de ver as diferentes performances ao vivo e diferentes interpretações da música. Em consideração ao valor de nossa música; nós valorizamos nossa música. Nós não achamos que a música deva ser dada de graça. Você não vai ao McDonald’s e ganha um hambúrguer de graça, sabe? Você não entra num posto de gasolina e ganha gasolina de graça; Muito sangue, suor e lágrimas vão na criação da música, e eu não corroboro com esse atual pânico desesperado da indústria de dar música de graça, ninguém perguntou ao artista, e eu sinto que isso é extremamente irresponsável. Não é só sobre os artistas, há uma comunidade inteira que a indústria do entretenimento apoia. Então, estamos vivendo em um tipo de comunidade onde expelimos mais música. Eu entendo ripar algumas coisas, compartilhar elas com seus amigos, mas a indústria está em queda livre, e de um modo que é um lugar muito perigoso. O meio termo e o homem do marketing estão mais interessados em marketing popular. As artes não são apoiadas pelos EUA, então você tem que arregaçar as mangas e inventar suas próprias soluções, e parte de nossa solução é o formato cápsula.
Leia a entrevista inteira [em inglês] no site The Silver Tongue (link abaixo).
Fonte desta matéria (em inglês): Site The Silver Tongue

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