10 de março de 2010

Discos Marcantes de Stevie Wonder







Stevie Wonder - Talking Book(1972)

Origem: Estados Unidos
Produtor: Stevie Wonder, Robert Margouleff e Malcolm Cecil
Formação Principal no Disco: Jeff Beck - Buzzy Feton - Scott Edwards - Malcolm Cecil - Trevor Laurence - Ray Parker, Jr - Stevie Wonder - Syreeta Wright - Steve Madaio
Estilo: Soul
Relacionados: Danny Hathaway/Marvin Gaye/The Spinners
Destaque: Superstition
Melhor Posição na Billboard: 1o


Stevie Wonder era o meníno-prodígio da Motown: com treze anos, já tinha um primeiro lugar na parada soul da Billboard, em 1963. Foi o ponto de partida para uma exitosa careira como intérprete, que compreenderia pelo menos treze discos — contando o malfadado disco instrumental Eivets Rednow, de 1968, que ele gravou sob pseudônimo. Aqueles anos de formação começaram a render frutos quando ele começou a compor e passou a ter plena noção do que ele queria em estúdio (contando também com a inefável ajuda de Syreeta Wright, com quem ele se casaria). Isso se deu a partir de Signed, Sealed, and Delivered, que ele co-produziu. Esse seria o marco do capítulo 2 de Wonder — o seu período clássico. Contudo, Where I'm Coming From, o primeiro plenamente concebido por Stevie, não se saiu bem nas paradas, e isso lhe causou problemas para assinar um novo contrato com a Motown. O outro problema é que o dono do selo, Braford Gordy, controlava seus pupilos a mano militari, e não queria que nenhum deles saísse do cânone da gravadora. Isso não ia muito bem ao encontro com o interesse de artistas do tipo freestyle, como o novo Wonder e seu amigo, Marvin Gaye. A questão é que,nas justas com os donos do campinho, Marvin provou que mudar o clichê era o caminho e o seu What's Going On conseguiu convencer o impassível e draconiano Gordy de que algo estava acontecendo na música e ele não havia se dado conta: o modelo padrão da Tamla estava sendo superado e a própria concepção do formato álbum também. Braford queria que os LPs de seus artistas fossem meras coletâneas de canções de potencial comercial, como hit-singles packs. E Stevie ainda teria que se meter numa queda de braço com o todo-poderoso Braford para provar que estava certo. Rescindiu o contrato mas, como ele colaborava com o selo como músico e compositor, Wonder usou essa expediente como moeda de troca para se impor. Além de assumir todas as composições, ele queria mudar o seu próprio som, mesclando toda a sorte de instrumentos de teclado, como sintetizadorers moog e clavinetas. Esse seria a moldura dos seus álbuns seguintes e que se tornaria a sua marca registrada nas produções posteriores. O "novo som" já ficara evidente em canções como a fantástica Superwoman (Where Were You When I Needed You), do Music of My Mind. Mas o disco que iria consolidar ese paradigma seria Talking Book que, além de entronizar o estilo peculiar de Stevie Wonder, ele ainda faria o crossover com do funk com o rock, tanto na criação musical, introjetando elementos daquele gênero musical, como o moog e a clavineta Hohner (mais ou menos aquela, de teclas pretas, que o Lovin' Spoonful usa em Summer In The City, de 1966) quanto no gosto de público diverso daquele que consumia soul. O corolário foi o sucesso de Superstition nas paradas e durante a sua turnê com os Rolling Stones, naquele ano. Talking Book quebraria o mito de que roqueiros só apreciavam rock'n roll (se bem que os mods já misturavam guitaras rascantes com R&B há pelo menos uma década). E, de quebra, depois de mudar o soul, wonder iria mudar o rock.

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