19 de dezembro de 2010

Napalm Death: passamos uma mensagem humana e compassiva


A revista Dose Of Metal entrevistou recentemente o vocalista Mark "Barney" Greenway da banda britânica pioneira do gênero grindcore, NAPALM DEATH. A seguir, trechos da entrevista:
Dose Of Metal: Você toca em uma banda de metal extremo, ainda assim foi apelidado de Barney. Você pode criar agora algo melhor que isso para nós? Algo como alter-egos de uma banda de black metal?
Barney: Bem ... algo como "The Tormentor" (O Carrasco). Eu acho que ... "The Pacifier" (O Pacificador) seria adequado - com certeza não é 'do mal', mas eu realmente não curto 'o bem' ou 'o mal', por isso serve pra mim. Mas para dar uma sonoridade, ele deve ter algumas palavras sem sentido no final. Algo como 'O Pacificador-Al-Kabob Urath'.
Dose Of Metal: As pessoas confundem o Barney/ cara legal, com o vocalista do NAPALM DEATH ou vice-versa? Como você lida com isso?
Barney: Bem, parece um pouco pretensioso fazer essa auto-análise. Mas o NAPALM DEATH passa uma mensagem muito humana e compassiva, é apenas a forma de expressão que é feroz. Então eu acho difícil que as pessoas que são da opinião de que eu sou um "cara legal", façam uma distinção entre isso e o que a banda é. Quando você entende as idéias - NAPALM DEATH e eu seria exatamente a mesma coisa de várias maneiras. Ainda assim, algumas pessoas supõem que eu sou algum tipo de animal impiedoso por causa da minha abordagem vocal quando tudo que eu sinto na maioria das situações é a paz, calma e equilíbrio. Eu tenho a explosão de cabeça estranha, mas que é meramente humana. Em geral, não é uma questão de lidar com diferentes opiniões sobre eu ou sobre a banda. Eu sou definitivamente uma pessoa pública, mas eu não tenho problemas com pessoas que formam opiniões negativas sobre eu ou a banda - isso é a vida. Portanto, não há necessidade de eu ter que lidar com qualquer coisa se eu me sinto confortável comigo mesmo e confiante nas idéias, eu estou colocando na frente o que é uma banda muito eticamente orientada.
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Dose Of metal: Napalm Death é alguns anos mais velha que eu. A formação com você no vocal já tem idade suficiente para beber legalmente nos EUA. No entanto, vocês continuam em turnê, ainda fazendo discos. Qual é a sensação de continuar fazendo o que vocês fazem? Todos os macetes para as bandas mais jovens lá fora?
Barney: Eu não menosprezo nada, e é ótimo para fazer os discos - que de alguma forma parece que saem muito bem no final - e ser capaz de detonar no palco.. Se algum dia eu acordar de manhã e sentir que tudo isso é apenas uma tarefa, ou que nós saímos da idéia, vou chamá-lo 'um dia'. Minhas dicas, se valem, são: 1) Sempre faça o que você sente que é a coisa certa - do ponto de vista criativo - Se um gerente ou alguém lhe diz para fazer algo e você realmente sente que é um balde de merda, então você deve seguir seu próprio caminho. 2) Tente manter a sua cabeça para fora das nuvens, na realidade. 3) A vida de rock and roll é um mito fedido. 4) Na estrada, sempre trate as outras bandas de modo justo, como iguais - você também vai precisar da ajuda de alguém um dia. 5) Se alguém lhe promete o mundo, geralmente está mentindo.
Dose Of Metal: Atualmente você está em tour com a NAPALM, e já são cinco anos desde "Time Waits For No Slave" (2009). Existem planos para um novo álbum?
Barney: Nós começaremos mais ou menos a partir do zero, em janeiro de 2011 fazendo um novo álbum para gravar em maio. Não leia isso errado - não levamos tanto tempo para juntar o material, só que Russ Russell, nosso produtor, tem compromissos até maio. Parece um bom tempo desde o "Time Waits ...", mas nós gravamos os álbuns anteriores com curtos espaços de tempo, por isso pensamos em esperar um pouco pra variar. O tempo pode realmente esperar.
Dose Of Metal: Você esclareceu bem as suas crenças religiosas (ou falta delas), mas você tem alguma superstição?
Barney: Não, nenhuma na verdade. Tudo tem uma explicação física ou científica, ainda que eu nem sempre tenha pois sou leigo. Eu não acho que você quer que eu fale mais sobre a minha ausência de fé aqui, mas eu acho triste que as pessoas já não consigam confiar apenas em si mesmas ou no mundo físico - fé divina é como uma saída fácil pois não requer muito raciocínio ou aplicação lógica.
Dose Of Metal: Sabemos que você usa o Twitter. Vários músicos reclamam dizendo que esse tipo de interação destrói a imagem do 'rock star' pois não há mistério quando todos podem ver o que cada um está fazendo. Eles estão certos, ou deveriam apenas se atualizar?
Barney: Que importância tem isso? Essa discussão serviria pra alguma coisa? Se as pessoas querem construir seu próprio misticismo, então isso seria a morte. Eu não tenho uma imagem de 'rock star' pra seguir porque nunca me interessei por isso. Não estou preocupado com todas as redes sociais, mas o Twitter funciona pra mim, porque são poucas palavras e eu posso dizer coisas aleatórias. Eu tento jogar um pouco de comédia lá dentro, mas te dizer que eu estou indo fazer a barba ou alguma coisa do tipo é algo que não interessa a ninguém. Eu só esperaria que as pessoas tivessem coisas melhores para fazer com seu tempo.
Fonte desta matéria (em inglês): Dose Of Metal

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