4 de março de 2010

David Bowie: o camaleão vira o recluso do Rock





Segue abaixo trecho de matéria publicada originalmente em inglês na Reuters:

DAVID BOWIE está passando os seus anos dourados (“Golden Years”) no anonimato. O legendário roqueiro de 63 anos lançou um álbum em 2003, e parou de fazer turnês depois de sofrer um ataque cardíaco durante um giro pela Europa. BOWIE, que há tempos é adepto da Internet, tem sequer atualizado o seu blog oficial desde outubro de 2006, quando orgulhosamente anunciou que emprestaria sua voz a um dos personagens do desenho “Bob Esponja”.

No ano passado, ele participou de alguns eventos para ajudar a promover o filme “Moon”, de seu filho Duncan Jones. Do mais, o “camaleão do rock” parece estar aproveitando sua metamorfose mais recente, que o transformou em um homem de família, pai de uma menina de 9 anos, que vive em Nova York.

“Ele é um paizão e está ficando na dele” – disse a baixista Gail Ann Dorsey, que começou a trabalhar com BOWIE há quase 15 anos. “Eu não consigo imaginar que ele não esteja compondo ou fazendo alguma coisa, mas vamos ter que esperar para ver”.

Dorsey disse que enviou um e-mail para BOWIE em janeiro, na ocasião de seu aniversário, mas que resistiu à tentação de perguntar se ele estava trabalhando em algum projeto.

“Eu nunca me intrometo na vida do artista, nem na forma como ele trabalha” – disse Dorsey. “Eu não escrevo para perguntar ‘e aí, como vai?’, ou ligo perguntando ‘o que você está tocando?’. Você deixa as pessoas fazerem as coisas do jeito delas e espera para ver o que acontece.”

O biógrafo de BOWIE, Marc Spitz, está aos poucos perdendo as esperanças de que o cantor retornará, mesmo enquanto alguns de seus contemporâneos como LOU REED e IGGY POP ainda continuam gravando e fazendo turnês.

À beira do abismo

De acordo com Spitz, a ausência de BOWIE é ainda mais surpreendente considerando-se que ele praticamente lançou álbuns e singles todos os anos desde 1964. Em termos de comparação, seria como se alguém igualmente produtivo como o cineasta Woody Allen, parasse de fazer filmes, disse Spitz.

Ele também ressaltou que as pessoas estão acostumadas a ver celebridades, como o apresentador David Letterman e o ator Robin Williams, recuperar-se de doenças cardíacas. Mas levando-se em conta que muitas vezes BOWIE interpretou músicas sobre a morte e os mistérios da vida, Spitz disse que talvez ele tenha perdido o pique depois de ter chegado “à beira do abismo”.

Ele também entrevistou pessoas para o seu livro “BOWIE: Uma Biografia”, as quais disseram que “talvez ele já tenha feito a sua parte, sente que já cumpriu a sua missão”, Spitz relata. “Não são todos que duram para sempre e continuam tocando, como os ROLLING STONES”.

Os empresários de BOWIE recusaram-se a comentar sobre os seus projetos recentes. O cantor já aventurou-se pelo cinema, pintura e fotografia. BOWIE e sua segunda mulher, a modelo somali IMAN, têm uma filha de 9 anos, Lexi.

No ano passado, o seu filho Duncan, de 38 anos, antes conhecido como ZOWIE BOWIE, colocou o nome da família nas manchetes com o filme de ficção científica “Moon”, o qual recebeu um prêmio da Academia Britânica de Cinema.

Embora seja perfeitamente possível que BOWIE esteja ocupado com reuniões escolares e com o papel de marido, semelhante a JOHN LENNON durante os último cincos anos de sua vida, ele tem mantido os seus representantes ocupados com projetos de arquivamento.

No ano passado, a EMI lançou um CD e um DVD de sua participação no especial “Storytellers” do canal VH1, e também uma reedição do 40º aniversário do álbum “Space Oddity” com faixas bônus.

A Universal está prestes a relançar o seu auto-intitulado álbum de estréia, lançado em 1967, também com faixas bônus, e a Columbia acaba de lançar um CD ao vivo da turnê de 2003.

O último lançamento, “A Reality Tour”, é um CD duplo gravado com seleções de shows realizados em Dublin. A versão em DVD foi lançada em 2004.

Mesmo assim, Spitz está mais interessado no que BOWIE tem a dizer agora. O seu último álbum gravado no estudio, “Reality”, foi lançado em julho de 2003 e ficou apenas quatro semanas na lista “Billboard 200” americana.

“A sua verdadeira importância está na forma como ele sintetizava aquela época e processava tudo em sua mente, para então nos oferecer algo.” – disse Spitz. “Eu não estou tão interessado no que ele tinha a dizer em 1976, quero mais é saber sua opinião sobre o agora, porque ele é muito perspicaz e sua introspecção é muito importante.”

Leia o artigo completo no link abaixo.


Fonte desta matéria (em inglês): Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário