23 de outubro de 2011

Immortal (Carioca Club, São Paulo, 18/10/11)



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Fotos: Pierre Cortes
O Carioca Club, local do show, já é uma casa bastante familiar aos headbangers devido ao intenso número de bandas tocando por lá. Nenhuma novidade, mas a quantidade de fãs na porta desde cedo chocou até os menos céticos quanto à realização desse evento histórico em plena terça-feira. Fico imaginando se o momento ocorresse em um sábado. Enfim, o que interessa é a sensação de que o estilo musical que mais amamos é tão apaixonante ao ponto de, por exemplo, trazer público do Acre, Roraima e Pará exclusivamente por causa de uma única atração. Não que o Immortal – ou diversos outros nomes – não mereça, mas que o sentimento é gratificante, isso é.
Pontualmente às 21h30 Horgh sentou-se ao seu kit de bateria e gerou uma euforia intensa. O grandalhão, que já emprestou suas habilidades ao Hypocrisy, tem presença e muito talento no que faz. Em seguida foram chegando o baixista Apollyon (Aura Noir) e ele, Olve Eikemo, mundialmente conhecido como Abbath. A breve introdução pré-gravada emendou com a faixa que dá nome ao mais recente trabalho de estúdio, All Shall Fall, lançado em 2009. Podia-se ouvir tudo com clareza. OUVIR, porque VER já eram outros quinhentos. Particularmente nunca tive tanta dificuldade em enxergar uma banda no palco como ali. Além da fumaça, o técnico trazido pelo Immortal só jogava luz branca no público, ofuscando quase que totalmente os músicos. E o que dizer do nosso fotógrafo Pierre Cortes, desesperado em capturar boas imagens? Sei que a dificuldade era geral, pois tive a oportunidade de conversar com diversos durante e após o espetáculo. Faço questão de colocar esse fato por conta das fotos que o caro leitor encontra nesta resenha. Saiba que elas saíram com a qualidade máxima que a falta de iluminação proporcionou. Em tempo, a produção brasileira do show nada teve a ver com isso. A decisão de ter pouca (ou quase nenhuma) luz foi da própria banda e sua equipe.
Voltando ao set, Abbath agradeceu a presença dos fãs e bradou: “Finalmente o Immortal  chegou!”, anunciando uma das mais celebradas, “Sons of the Northern Darkness”, do disco homônimo de 2002. Retornaram ao novo com a poderosa “The Rise of Darkness” e atacaram na sequência com uma das que mais causou impacto na plateia, a perfeita “Damned in Black”, hino perfeito para se cantar/berrar ao vivo. Interessante observar o esforço de alguns bangers mais empolgados em tentar abrir um mosh-pit em meio à multidão, o que conseguiram. Com o álbum Damned in Black (2000) em foco, mandaram uma das mais importantes dele: “Triumph”. Ótima escolha, assim como “In My Kingdom Cold”, certamente uma música forjada para quebrar pescoços.
As duas seguintes foram de arrepiar. Primeiro por conta do hino “Tyrants”, faixa mais cadenciada doSons of the Northern Darkness e obrigatória no repertório do Immortal. A letra é daquelas de cantar empunhando uma espada e trajando uma armadura. Veja: “Deep within the mind/ Thoughts roam free and endless/ Remembering the tyrants time” (em tradução livre: Fundo dentro da mente/ Pensamentos vagam livres e sem fim/ Relembrando o tempo dos tiranos). A outra razão do arrepio que mencionei acima foi a execução irretocável de “The Call of the Wintermoon”, única do lendário debut Diabolical Fullmoon presente no set-list. Por mim poderiam ter tocado ainda “Unholy Forces of Evil”, “Cryptic Winterstomrs”, “Cold Winds of Funeral Dust”, “Blackerthan Darkness” e “A Perfect Vision of the Rising Nothland”, isto é, o registro de estreia na íntegra, mas me contentei em perceber que a banda não ignora seu passado.
Abbath estava em noite inspirada, fazendo suas caretas, botando a língua pra fora no melhor estilo Gene Simmons e realizando a típica “dancinha de carangueijo” tão amada e igualmente odiada. Apollyon também não deixou por menos e fez das suas firulas. Caso o prezado leitor não tenha ido ao evento descrito neste texto, peço que pegue o DVD do grupo gravado no festival Wacken Open Air. Pois é, foi aquilo ali, logicamente com palco e público menores. Para encerrar o set regular da noite, “Beyond the North Waves” e duas do fabuloso álbum Battles in the North (1995): a faixa-título, maravilhosa do início ao fim, e a obrigatória “Blashyrkh (Mighty Ravendark)”, uma das que mais escutei deles na vida!
Com o Immortal não tem frescura com o tal do bis, que antigamente indicava total suspense com relação ao retorno ou não de uma banda ao palco. Sendo assim, só foi o tempo de tomar uma birita e ali estavam eles de volta para nos brindar com mais três hinos definitivos, o que não é difícil ao observarmos sua discografia. Com os instrumentos afiados (e afinados!), punhos erguidos, emoção à flor da pele e muito calor, era hora das imponentes “Withstand the Fall of Time”, do nem sempre lembrado At Heart of Winter (1999), a soberba “One by One” e aquela que talvez defina o lema “Fuck the Sun” perpetuado pela banda, a sensacional “The Sun No Longer Rises”, do meu favorito Pure Holocaust (1993). Horgh ergueu-se em meio à fumaça, veio perto do público e jogou algumas baquetas. Já os outros dois desceram e apertaram as mãos dos mais próximos à grade de proteção. Ainda houve tempo para um “We will return...” do Abbath. Se me permitem a repetição: Histórico!
Set-list do Immortal
1. All Shall Fall
2. Sons of Northern Darkness
3. The Rise of Darkness
4. Damned in Black
5. Triumph
6. In My Kingdom Cold
7. Tyrants
8. The Call of the Wintermoon
9. Beyond the North Waves
10. Battles in the North
11. Blashyrkh (Mighty Ravendark)
Encore:
12. Withstand the Fall of Time
13. One by One
14. The Sun No Longer Rises
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