24 de agosto de 2011

Lynyrd Skynyrd: todos os integrantes que já morreram

Por mais que possa ser apontada como umas das bandas mais importantes no território norte-americano, o LYNYRD SKYNYRD possui uma dolorosa e trágica biografia. O grupo, que moldou o que viria a ser conhecido como southern rock nos anos setenta, conquistou o mundo inteiro com os sucessos “Simple Man” e “Free Bird” do seu primeiro álbum – e ainda viu a música “Sweet Home Alabama” virar um dos principais hinos do seu país nos anos seguintes. Porém, duras perdas colocaram o futuro do conjunto em cheque, sobretudo durante o seu auge.



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Embora considerada uma das maiores tragédias do universo do rock n’ roll mundial, o fatídico acidente aéreo que matou Ronnie Van Zant (vocal) e Steve Gaines (guitarra) – além de Cassie Gaines (voz de apoio) e outras três pessoas – não é um fato triste e isolado na história do LYNYRD SKYNYRD. O grupo, que praticamente retornaria das cinzas dez anos depois, ainda veria outros quatro integrantes morrerem por motivos diversos. Curiosamente, da formação clássica da banda (que conta com sete músicos) somente dois ainda estão vivos: Gary Rossington (guitarra) e Artimus Pyle (bateria), mas somente o guitarrista permanece em atividade com o LYNYRD SKYNYRD até hoje.
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O Whiplash! remonta aqui um breve relato sobre todos os integrantes do LYNYRD SKYNYRD SKYNYRD que já morreram. O line-up atual da banda é formado por Johnny Van Zant (vocal), Gary Rossington (guitarra), Rickey Medlocke (guitarra), Mark Matejka (guitarra), Robert Kearns (baixo), Peter Keys (teclado) e Michael Cartellone (bateria).
Ronnie Van Zant (15/01/1948 – 20/10/1977) e Steve Gaines (14/09/1949 – 20/10/1977)
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Em outubro de 1977 o LYNYRD SKYNYRD se encontrava no ápice da sua carreira. Os shows antológicos do conjunto – juntamente com discos de impacto como “Gimme Back My Bullets” (1976) e o recente para época “Street Survivors” (1977) – permitia longas e intensas turnês pelo território norte-americano. O grupo, que recém havia adquirido um jatinho Convair 240 (fabricado em 1947) para viajar, projetava uma movimentada série de espetáculos para promover o novo álbum. No dia de 20 de outubro, a banda tinha como compromisso uma apresentação em Baton Rouge (Lousiana). No início da tarde, a aeronave do grupo – batizada carinhosamente de “Free Bird” pelos músicos – levantou voo de Greenville (Carolina do Sul) com 26 pessoas a bordo.
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Na parte final do trajeto, o avião apresentou problemas e começou a perder altitude. Como um dos motores havia parado de funcionar, os pilotos tentaram transferir o combustível restante para o outro motor – sem nenhum efeito satisfatório. O procedimento teve um trágico resultado: esgotou de forma ainda mais veloz o que havia no reservatório do avião. O piloto até tentou desviar para o aeroporto mais próximo, mas a rápida queda da aeronave – que colidia contra as árvores mais altas – impossibilitou qualquer chance mais consistente de reverter a situação.
No momento em que percebeu que o Convair estava caindo, o vocalista Ronnie Van Zant agarrou um travesseiro vermelho e apertou a mão do baterista Artimus Pyle, um dos poucos sobreviventes que não perdeu a consciência durante/após o incidiente. “Ele olhou para mim e sorriu, falando para não me preocupar. Dois minutos depois ele estava morto com um ferimento na cabeça”, contou Pyle anos depois para as revistas especializadas em música dos Estados Unidos.
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O avião caiu no meio de uma floresta na cidade de McComb (Mississippi). Na batida, o Convair da banda se partiu ao meio e ainda matou o guitarrista Steve Gaines e o roadie manager Dean Kilpatrick, além do piloto Walter MacCreary e do co-piloto William Gray. Com o impacto, o cantor Ronnie Van Zant teve o seu corpo arremessado contra a aeronave e morreu instantaneamente em decorrência de um traumatismo craniano violentíssimo.
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Curiosamente, a capa de “Street Survivors” (1977) mostrava a banda em meio a chamas. Porém, alguns dias depois do acidente, Teresa Gaines, viúva do guitarrista do LYNYRD SKYNYRD, pediu que a gravadora substituísse a capa do disco, pedido que foi prontamente atendida pela MCA. Os corpos de Steve Gaines e de Cassie Gaines foram cremados e as cinzas sepulturas no cemitério Jacksonville Memory Garden. Ronnie Van Zant foi enterrado no mesmo cemitério, juntamente com o seu chapéu de caubói preto e a sua vara de pescar favorita. O irmão de Ronnie – Johnny Van Zant – o substituiria no LYNYRD SKYNYRD dez anos depois do incidente.
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Cassie Gaines (09/01/1948 – 20/10/1977)
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O acidente aéreo que matou na hora Ronnie Van Zant e Steve Gaines fez ainda mais uma vítima. A cantora de apoio Cassie Gaines – irmã do guitarrista morto – não resistiu aos ferimentos ocasionados pela queda da aeronave e faleceu de modo extremamente dramático poucos minutos depois da tragédia. Com um profundo e extenso corte na garganta, Cassie Gaines agonizou até perder a vida no colo de dois dos músicos sobreviventes do LYNYRD SKYNYRD – Leon Wilkeson e Artimus Pyle. Ela foi sepultada juntamente com o seu irmão na cidade de Orange Park (Flórida).
Allen Collins (19/07/1952 – 23/01/1990)
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Para muitos, o coração do LYNYRD SKYNYRD. O guitarrista Allen Collins – que compôs sozinho o antológico hino “Free Bird” – frequentemente é esquecido pelas revistas especializadas de guitarra como um dos músicos mais influentes da sua época. No entanto, suas performances ao vivo – assim como a sua vida desregrada fora do palco – marcaram fortemente a sua carreira até a sua morte, em janeiro de 1990. No incidente aéreo que matou Ronnie Van Zant e Steve Gaines na década de setenta, Collins não só viu a própria morte de perto como ainda correu sérios riscos de ter braço amputado, em decorrência de uma séria infecção pós-acidente.
Outra tragédia ainda abalaria fortemente o guitarrista: a morte da sua esposa Kathy Johns por complicações durante a gravidez. No entanto, a desgraça definitiva ocorreu em janeiro de 1986. Allen Collins dirigia embriagado o seu Ford Thunderbird quando perdeu o controle do veículo. Na batida, a sua namorada, Debra Jean Watts, morreu na hora e o guitarrista ficou paraplégico. O acidente limitou boa parte dos movimentos de Collins, que ficou preso a uma cadeira de rodas, impossibilitado de tocar guitarra. Na turnê de reunião do LYNYRD SKYNYRD no ano seguinte – que nasceu de uma ideia do pai seu pai Larkin Collins – Allen trabalhou como uma espécie de diretor musical, escolhendo as músicas e elaborando os novos arranjos. Nos shows, o guitarrista entrava em cena justamente para contar aos fãs a razão de não poder mais tocar com a banda - em uma espécie de mensagem contra a mistura fatal de álcool e trânsito.
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Em 1989 a saúde de Collins se deteriorou ainda mais em razão da paralisia. Ele foi hospitalizado em setembro, mas os remédios utilizados para combater uma pneumonia pioraram ainda mais o quadro infeccioso até a sua derradeira morte, no início do ano posterior. O seu corpo foi sepultado no Riverside Memorial Garden ao lado da sua esposa Kathy Johns.
Leon Wilkeson (02/04/1952 – 27/07/2001)
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O baixista original do LYNYRD SKYNYRD foi encontrado morto em um quarto de hotel, em Ponte Vedra Beach (Flórida), no verão de 2001. O músico, que aparentemente sofria de problemas crônicos no fígado e no coração, faleceu de causas naturais, como informou os peritos norte-americanos que fizeram a autópsia. De certa forma, o baixista viu a morte de perto outras duas vezes. O músico não só sobreviveu ao acidente aéreo na década de setenta com apenas ferimentos leves, como ainda resistiu a um misterioso ataque assassino, nos anos noventa.
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Em meio a turnê de reencontro do grupo, o guitarrista Ed King encontrou Wilson, ainda dormindo no tour bus do conjunto, com um profundo corte na garganta. Como foi encaminhado ao hospital rapidamente, o baixista, mesmo sangrando bastante, conseguiu sobreviver sem sequelas. O caso permanece sem resposta até os dias de hoje. Ed King acusou a namorada de Wilkeson pelo ataque. Ela, como não poderia de ser diferente, apontou o ex-guitarrista do grupo como o verdadeiro agressor. De qualquer modo, o LYNYRD SKYNYRD dedicou a música “Mad Hatter”, do álbum “Vicious Cycle” (2003), à memória do seu primeiro baixista.
Billy Powell (03/06/1952 – 28/01/2009)
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Poucos fãs sabem, mas Billy Powell – o tecladista original do LYNYRD SKYNYRD – iniciou a sua carreira ao lado do conjunto em 1970, como roadie, antes de virar membro permanente dois anos depois. O músico, que sobreviveu ao fatídico acidente aéreo em 1977 com apenas ferimentos no rosto, deixou os companheiros de southern rock para formar uma banda cristã no início da década de oitenta, chamada VISION. No entanto, em 1987 Powell retornou ao grupo para uma turnê-tributo e continuou como integrante do LYNYRD SKYNYRD até a sua morte em Orange Park, Flórida, no início de 2009.
O tecladista vinha sentido desconforto para respirar e estava em casa de repouso, por orientação médica. Porém, um dia após consultar o seu médico para um check-up completo, o músico morreu em casa, vítima de uma parada cardíaca. Em casa, sozinho, Powell ainda conseguiu avisar a emergência antes de ser encontrado inconsciente – e ainda com o telefone na mão – pelos paramédicos norte-americanos. O tecladista deixou a esposa Ellen, os seus dois filhos, Brandon e Joel, e outras três filhas, Layla, Ashley e Maggie. O último registro de Powell com a banda foi o CD/DVD ao vivo “Live at Freedom Hall” (2010), gravado cerca de um ano antes da sua morte.
Ean Evans (16/09/1960 – 06/05/2009)
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O baixista Ean Evans morreu em maio de 2009, após uma curta batalha contra o câncer, que foi diagnosticado por seus médicos na segunda metade de 2008. Em estágio extremamente avançado, a doença precisou ser combatida com tratamentos mais agressivos do que os convencionais, o que debilitou – e muito – a saúde de Evans. De qualquer modo, o baixista encontrou forças para subir ao palco pela última vez com o LYNYRD SKYNYRD, durante o Mississippi Kid Festival, realizado em abril (menos de um mês antes da sua morte) para angariar fundos para o seu caro tratamento médico.
Os shows do ícone do southern rock não foram interrompidos em razão da debilidade de Evans e contaram com Robert Kearns como substituto imediato. No entanto, Johnny Van Zant pedia, durante os espetáculos, que os fãs rezassem pela saúde do baixista. O músico, que substituiu Leon Wilkeson em 2001, faleceu em sua casa, em Columbus (Mississippi) e deixou a sua esposa Eva e suas duas filhas, Sydney e Andrea.

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