17 de janeiro de 2011

Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás - Parte 17


Ainda que nesta série apareçam alguns álbuns que venderam milhões de cópias, o foco será em trabalhos obscuros que, por vezes, conseguiram se tornar cultuados entre os amantes do Hard Rock. Ou, pelo menos, lembrados com certa saudade... Então, não espere muitos clássicos na série “Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás”!

MAMMOTH
Mammoth
(1989 - Jiv Rip Records)

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Pode-se dizer que o Mammoth é a antítese do visual excessivamente colorido dos nomes que estavam em evidência nos anos 80. O projeto surgiu em 1987, quando o baixista John McCoy, que tinha encerrado a parceria com Ian Gillan (Deep Purple), estava assistindo a uma apresentação do Samson, que contava com o vocalista Nick Moore, o então substituto de Bruce Dickinson.
A voz de Moore era incrível, mas seu aspecto visual era lastimável para o padrão de um rock star... Gordo e desleixado como era, nunca alcançaria o sucesso comercialem meio aos magrelos com cabelos cuidadosamente descoloridos. Entre esses comentários, foi a esposa do próprio McCoy quem cogitou a idéia de seu (também) gigantesco marido começar um projeto somente com músicos de corpos avantajados.
E o conceito, por mais bizarro que fosse, foi levado a sério! O baixista já havia trabalhado anteriormente com Nick Moore no “Join Forces” (juntamente com Paul Samson), então ambos se conheciam e facilitou a viabilidade do projeto, que também contou com o guitarrista ‘Big Mac’ Baker e o baterista Vinnie ‘Tubby’ Reed.
A banda foi inicialmente chamada Dinosaur, mas definitivamente batizada como Mammoth – e é claro que este singelo nome estaria ligado ao corpanzil colossal de seus músicos. Assim sendo, o Mammoth tinha tudo para ser a banda de rock mais pesada do planeta: McCoy pesava 120 kg, Reed 140 kg, Baker 152 kg e Moore 127 kg. Os palcos teriam que ser reforçados!!!
Desde o começo estava claro que a idéia visaria realmente o lado comercial do Rock´n´Roll. É claro que todos eram músicos experientes, tanto que estouraram de cara com o EP “Fatman” de 1987, e foram muito bem recebidos na turnê que fizeram com o WHITESNAKE e Marillion.
A boa fase seguiu com seu disco de estréia, auto-intitulado e liberado no ano seguinte, onde até mesmo o guitarrista Bernie Tormé participou da brincadeira. Inclusive este disco também conquistou muitos fãs nos Estados Unidos! Suas canções eram realmente muito boas e conscientemente acessíveis, era inusitado e não tinha como levar a sério aqueles caras grandalhões e peludos tocando algo tão comercial e com de teclados manjados. Mas tinha senso de humor e funcionava.
Todo o crescente sucesso e o fato de a banda aparecer no filme “Just Ask For Diamond” podem ter levado o pessoal a se iludir, tanto que rapidamente foram transferindo seu foco para o aspecto visual da coisa. A megalomania começou a imperar e planejaram cenários enormes, equipamentos de som bizarros e caríssimos, e muitos outros delírios que certamente não seriam viáveis na ocasião – diz a lenda que montaram a maior bateria do mundo, com sete bumbos!!!
Bom, todos os excessos rapidamente foram exaurindo os recursos bancários do Mammoth, e justo quando estavam decididos a tocar nos EUA. Fatalmente começaram os atritos entre os músicos e a gerência, entre a gerência e a gravadora, entre a gravadora e os músicos, e, para piorar, entre os próprios músicos. Aquele velho e desagradável ciclo que geralmente não leva a lugar nenhum.
Com a falta de pagamento, Kenny Cox simplesmente parou de tocar e o Mammoth correu atrás de outro guitarrista de peso. O problema é que a banda continuava tocando em pequenos clubes europeus e o dinheiro mal dava para comer – e haja comida para esse pessoal! E, com a falta de verba, dificilmente se mantém os compromissos dos envolvidos...
Mas, entre todos os problemas, o grupo já havia começado a trabalhar em um segundo álbum que não conseguiu chegar ao público, pois certamente o Mammoth havia entrado prematuramente em fase de extinção. Estas faixas inéditas fizeram parte de “XXXL”, liberado somente em 1997, um último suspiro do Mammoth – ou quase, pois a partir daí surgiram algumas compilações que sempre encontraram um público curioso.

COPPERHEAD
Copperhead
(1992 - Mercury Records)

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Enquanto o Blues foi uma forte influência no Hard Rock de tantas bandas mundo afora, o Copperhead optou por seguir uma linha mais Southern Rock. A banda é norte-americana, da cidade de Appalachia (Virgínia) e seu embrião remete ao comecinho dos anos 1990, tendo como idealizador o vocalista Neil Carswell, jovem que passou anos tocando em reuniões de família e na igreja local.
O Copperhead começou a tomar forma real quando Carswell conheceu em sua própria escola o guitarrista John Byrd. A partir daí, a vontade de encontrar outros músicos somente cresceu e contataram Brad Durden (teclados), Tony Hawkins (baixo) e Eric Suttlemyre (bateria), para rapidamente distribuírem demos pelas gravadoras de seu país.
E o Copperhead assina um contrato de gravação mais rápido do que imaginaram. A Mercury Records se mostrou muito interessada em sua música e contratou para a produção de seu primeiro álbum ninguém menos do que Tom Dowd, que fez fama ao trabalhar com lendas como Lynyrd Skynyrd e The Allman Brothers Band. E não parou por aí, pois a mixagem passou pela zelosa mão de Rodney Mills, conhecido pela qualidade dos discos do 38 Special e do próprio Skynyrd.
Como não poderia deixar de ser, toda essa ajuda especializada estimula ainda mais as já fortes influências sulistas do Copperhead. Seu debut, batizado simplesmente como “Copperhead”, foi liberado em 1992 e impressionou aqueles que tiveram a oportunidade de escutá-lo. Com uma sonoridade influenciada pelos anos 70, mas que claramente soava atualizada, o disco deu um trabalhão aos críticos que tentaram encaixar sua música em algum segmento.
Assim sendo, vamos dizer que “Copperhead” trazia muita coisa boa ao misturar o Southern com o Hard Rock, mas de uma forma tão profunda que até dá para comparar com alguns dos discos do Blackfoot. E a fórmula deu certo, alcançando resultados muito além do esperado pelos jovens músicos.
O primeiro single foi a épica "Long Way From Home", que se tornou o carro-chefe do filme “Harley-Davidson e Marlboro Man”, estrelado por Don Johnson e Mickey Rourke. A abertura "Busted" também se destacou por entrar na trilha sonora de "Dr. Giggles", além de a canção "Whiskey" ser um rockaço clássico que conquistou muitos pontos entre os telespectadores da influente MTV.
Toda essa exposição possibilitou que abrissem para importantes nomes do rock sulista, como o Molly Hatchet e o The Headhunters Kentucky, além de conquistarem sua própria turnê nacional. Mas, curiosa e inesperadamente, o Copperhead encerrou suas atividades em 1995. Era como se o pessoal consumisse toda sua energia criativa no primeiro disco e não tivesse mais fôlego para seguir adiante...
Neil Carswell liberou em 2002 “Live & Lost”, com canções ao vivo e de estúdio que, afortunadamente, encontrou em seus arquivos particulares. Este registro causou certa comoção entre os fãs, que pediam uma reunião do Copperhead, o que infelizmente, nunca se concretizou. Mas o público não ficou de mãos abanando, pois o vocalista liberou posteriormente dois álbuns-solo, “Good Man's Journey” (06) e “Keep You Guessing” (09).

TOBRUK
Wild On The Run
(1985 - EMI Parlophone)

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O Tobruk – nome oriundo de um extenso conflito ocorrido durante a segunda guerra mundial, entre as Potências do Eixo (lideradas pela Alemanha) e os Aliados, no porto de Tobruk (Líbia) – foi uma excelente banda inglesa de Bedfordshire que surgiu em 1981, bem no finalzinho do movimento NWOBHM. Mick Newman, seu guitarrista e fundador, rapidamente mudou-se para Birmingham, onde contatou Stuart 'Snake' Neil (voz), Nigel Evans (guitarra), Jem Davis (teclados), Steven Woodward (baixo) e Alan Vallance (bateria).
O sexteto rapidamente começa a compor, seguindo uma linha bem mais melódica do que o então influente NWOBHM, até que em 1982 teve a oportunidade de participar do Friday Rock Show, da BBC. E essa exposição rendeu frutos, possibilitando que liberassem no ano seguinte o single "Wild On The Run" pela Neat Records.
O Tobruk buscava ser o mais profissional possível. Além de tocar frequentemente para a divulgação deste trabalho, também tomou a acertada iniciativa de contratar a Light And Sound Design, empresa com equipamentos de som e luzes caríssimos, para ajudar na exposição do nome do conjunto.
E não deu outra. Essa empresa convidou vários caçadores de talentos para as apresentações do Tobruk, que então estava em turnê com o Diamond Head, e a EMI Parlophone acabou assinando com a nova banda.
Assim sendo, e contando agora com o novo baixista Mike Brown e o baterista Eddie Fincher, em 1985 chega às prateleiras "Wild On The Run", um álbum completo com um belo e polido Hard Rock. Gravado no Warehouse Studios e tendo como produtores Lance Quinn (Lita Ford) e o próprio Tobruk, suas canções trazem muitas guitarras grudentas, teclados de bom gosto, enfim, tudo com várias referências do Def Leppard da fase "Pyromania" (83), Y&T, EUROPE e até Bon Jovi.
Logo em seguida caem nas estradas inglesas como banda de apoio do UFO, Tokyo Blade e MANOWAR. Mas, infelizmente, muitos dos nomes com que o Tobruk tocou eram realmente Heavy Metal e, como sua sonoridade seguia por uma linha mais acessível, as vendas deixaram a desejar, o que acarretou em uma série gradual de desentendimentos entre o grupo e sua gravadora.
A situação começou a ficar insustentável quando chegou a hora de gravar o segundo álbum. Gravações e regravações, muitas remixagens, atrasos e mais atrasos fizeram com que os aporrinhados Snake e o próprio Newman abandonassem o grupo para montar o Idol Rich. Tentando impedir que o barco afundasse de vez, os músicos remanescentes testaram um vocalista que não deu certo – era um desconhecido chamado Tony Martin, que posteriormente ganhou reputação por ser a voz do Black Sabbath.
O rompimento com a Parlophone era uma questão de tempo e se concretizou em 1987. O futuro disco foi, assim, arquivado. Mas o Tobruk possuía seus admiradores e, entre eles, estava o selo independente FM Records, que apostava na banda a ponto de, quem diria, comprar a fita master deste álbum tão problemático.
Assim, foi no mesmo ano de 1987 que o público teve acesso a "Pleasure + Pain". Mas a coisa nunca poderia dar certo... Suas canções refletiam claramente todas as disputas que envolveram sua produção, fazendo com que o disco deixasse realmente a desejar. Estava há anos luz de possuir o brilho de seu antecessor. E como não havia mais uma banda, a história do Tobruk termina por aqui.
Vale citar ainda que Snake se ligou brevemente ao conterrâneo Wildhearts, deixando sua voz registrada em algumas demos. Infelizmente, esse vocalista faleceu em 20 de dezembro de 2006, e outro que nos deixou foi o baixista Mike Brown, após uma dura batalha contra o câncer, em 27 de janeiro de 2009.

NELSON
After The Rain
(1989 - Geffen Company)

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Heh! Certamente muitos se lembram do radicalismo generalizado existente nos anos 1980, cujo preconceito, incrivelmente, se estendia até mesmo a alguns veículos da imprensa especializada, que chamavam esta dupla de 'irmãs Barbie'... Mas, mesmo detonado impiedosamente por parte da crítica e público em função de seu Hard Rock açucarado e visual tão colorido, o Nelson fez grande sucesso comercial com seu primeiro disco.
E o Nelson nem pode ser considerado simplesmente como um desses grupelhos fabricados... O fato é que os irmãos gêmeos Matthew e Gunnar veem de uma respeitável família de artistas que se tornaram famosos nos EUA. Eram netos de Ozzie e Harriet Nelson, que se tornaram um fenômeno com a longa série televisiva “The Adventures Of Ozzie And Harriet”; e filhos de Rick Nelson, um verdadeiro ídolo do Rock´n´Roll entre os jovens da década de 50 e 60.
Assim sendo, é natural que os gêmeos tivessem contato com a música muito cedo. Sua primeira banda surgiu no início dos anos 1980 e chamava-se Strange Agents, que seguia uma linha mais Heavy Metal. Mas, ao final desta década, Matthew (baixo) e Gunnar (guitarra) eram os únicos remanescentes e resolveram adotar o nome Nelson, partindo então para composições mais acessíveis.
Já mais adultos e com os contatos que sua família dispunha no meio musical, Matthew e Gunnar se rodearam de músicos veteranos – Brett Garsed (guitarra), Bobby Rock (bateria, ex-Vinnie Vincent Invasion) e Paul Mirkovich (teclados) – para gravar seu primeiro álbum. Sua música se baseava no pop, mas sempre existiam bons riffs e solos, havia até arranjos com harpas (!!!), além de bonitas vocalizações cantando letras de conteúdo um tanto quanto inocente.
Ainda que todos esses atributos muitas vezes fossem injustamente esquecidos pelas críticas acirradas ao excesso de seu visual, “After The Rain”, que foi liberado em 1990 pela major Geffen Records, sendo uma estréia que não só fez um sucesso estrondoso em seu país natal, mas também levou o nome Nelson para o mundo todo.
Este disco vendeu mais de um milhão de cópias e emplacou o hit "(Can't Live Without Your) Love And Affection" em primeiro lugar nas paradas de sucesso, além de mais três singles atingirem o Top 40 e quatro vídeos alcançarem o primeiro posto da MTV. Essa boa fase os levou a aparecerem nas páginas da Rolling Stone e também em programas de televisão de grande audiência como “Late Night With David Lettermen” e “Saturday Night Live”.
Após a fase das turnês, cuja platéia fatalmente era composta por garotas ainda adolescentes e apaixonadas, a banda se empenha em fazer algo diferente para o próximo disco. Realmente diferente! Era inegável que “After The Rain” possuísse sua cota de personalidade, mas seu sucessor era bem mais maduro, trazendo um conceito que seria mais difícil de ser digerido pelas grandes massas, inclusive com canções inesperadamente mais pesadas para os padrões de uma banda como o Nelson.
O álbum foi batizado como “Imaginator” e apresentado à Geffen, que prontamente o reprovou. Os engravatados queriam novamente a música radiofônica que vendesse milhões de discos e, no embate entre a música e os cifrões, a situação chegou a ponto de o Nelson ser ameaçado de demissão se não produzisse algo imediatamente mais acessível. Encostado contra a parede, os irmãos cedem e voltam à prancheta...
Após um ano testando novas composições, a banda apresenta um disco apropriadamente batizado como “Because They Can” (em português: “Porque eles podem”). Era quase um pedido de desculpas para com a liberdade de expressão... De qualquer forma, foi somente em 1995 que este segundo trabalho chegou ao público. E não foi uma boa época, pois a forma como se consumia Rock´n´Roll havia mudado drasticamente desde que o Grunge aparecera.
E como as menininhas agora queriam caras feios enfiados em trajes de flanela, o Nelson deixou de ser uma prioridade para a sacana da Geffen, que não investiu em nada para a divulgação de “Because They Can”. Obviamente as vendas foram um fiasco, mas Matthew e Gunnar não se importaram e no ano seguinte montaram seu próprio selo, Stone Canyon Records, para rapidamente lançarem “Imaginator”, que ficara na geladeira por tanto tempo.
Este disco conquistou seus fãs, e a partir daí o Nelson lançou ainda "The Silence Is Broken" (97), "Brother Harmony" (98), "Life" (99) e "Like Father, Like Sons" (00). Uma boa sequencia, mas que nunca chegou nem perto do sucesso experimentado com sua estréia de 1990. Mas os Nelsons foram incluídos no Guinness Book Of World como sendo a única família que alcançou a primeira posição nos charts norte americanos por três gerações sucessivas.
Em 2009 a banda assinou um novo contrato, agora com a italiana Frontiers Records, famosa pelo seu excelente cast de bandas de Hard Rock. Vamos ver o que sai daí..!

CONEY HATCH
Coney Hatch
(1982 - Anthem Entertainment Group)

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Ainda que tivesse como base a cidade canadense de Toronto, Andy Curran (baixo) e Dave Ketchum (bateria) tiveram a perspicácia de batizar sua nova banda com o nome de um notório e gigantesco hospital psiquiátrico de Londres - Hatch Colney Lunatic Asylum - em 1980. Definido o nome, passaram a buscar o vocalista que considerassem como sendo o ideal, que foi encontrado na pessoa de Carl Dixon (Firefly), e o próximo a ser recrutado e foi o guitarrista Steve Shelski, que somente apareceu depois de um ano de testes entre os interessados.
Formação completa, o Coney Hatch se mostrou verdadeiramente obstinado em refinar suas aptidões musicais para conseguir assinar com alguma gravadora. Toda sua ambição seria recompensada, pois em apenas seis meses prepararam um belo repertório e, melhor, encontraram o apoio de uma das lendas do rock canadense: Kim Mitchell, da gravadora Anthem Records, que ajudou os novatos em vários estágios da cristalização do nome de sua banda.
Aliás, Mitchel inclusive influenciou para que os novatos posteriormente assinassem com a poderosa Mercury, o que naturalmente permitiria que seus futuros álbuns tivessem distribuição mundial, o sonho de qualquer banda de Rock´n´Roll. Assim sendo, com toda a estrutura proporcionada por sua gravadora, o quarteto entrou em estúdio para gravar seu primeiro disco, que obviamente teve como produtor o próprio Kim Mitchell.
Com noventa por cento das canções escritas ou co-escritas pelo vocalista Dixon e batizado simplesmente como "Coney Hatch", o álbum chegou às lojas em 1982 com um Hard Rock de nuances AOR que foi muito bem recebido pelo público e crítica de seu país. Tendo como single "Hey Operator" alcançando o Top Ten das rádios canadenses (e mais tarde regravado por Aldo Nova), rodaram pelo pelo Canadá e Europa abrindo para o JUDAS PRIEST na "Screaming For Vengeance Tour", o que ajudou a banda a conquistar disco de ouro logo com seu primeiro registro.
Estimulados com os resultados, no ano seguinte lançaram "Outta Hand", agora produzido por Max Norman (Ozzy Osbourne). Novamente tendo Dixon como principal compositor, emplacam "First Time For Everything" nas rádios rock e caem nas estradas abrindo 40 shows para o IRON MAIDEN, que divulgava o clássico "Piece Of Mind" (83). Mas, apesar dos esforços, o sucesso deste segundo álbum não alcançou o patamar de seu antecessor.
Foi somente no início de 1985 que chegaram com "Friction", seu derradeiro registro que, inclusive, trazia agora o baterista Barry Connors. Este álbum é considerado por muitos como sendo sua obra mais madura, mas foi um fiasco comercial. Desanimado com a crescente falta de sucesso, o Coney Hatch começou a descobrir as diferenças entre seus integrantes, e a tensão interna chegou a ponto de Carl Dixon, seu principal compositor, se desligar da banda no final deste mesmo ano. Como último prego em seu caixão, a banda recebe o comunicado de que estava sendo dispensada por sua gravadora...
Bastante decepcionado com as sequelas do mundo business, sobrou ao talentoso vocalista iniciar uma carreira solo. Mas, mesmo trabalhando em cima desta linha de ação pelos próximos dois anos, as incertezas eram tantas que seu álbum acabou ficando engavetado por um bom tempo. Mas o nome Coney Hatch ainda tinha força suficiente para envolver consideráveis ofertas de dinheiro para uma reunião, o que acabou acontecendo em 1989.
Os shows desta reunião foram sincronizados com o lançamento da coletânea "Best Of Three" (92), e os recursos captados foram suficientes para que Carl pudesse seguir com seu projeto solo, contratando compositores norte-americanos que mostraram novas possibilidades para sua música. De qualquer forma, era curioso como seu primeiro álbum demorou a sair do forno, pois "One" somente se concretizou depois de sete anos de sua idealização. Mas essa é outra história... O que importa aqui é que, após o breve reencontro, cada um dos músicos do Coney Hatch seguiu seu rumo, deixando para trás registros que merecem ser conhecidos pelo público amante do estilo.

DAMN YANKEES
Damn Yankees
(1990 - Warner Bros. Records)

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Na década de 1980, para acompanhar as tendências do mercado, Ted Nugent liberou alguns álbuns em sua carreira solo que foram vergonhosamente tão comerciais que resultaram em verdadeiros tiros pela culatra. E como o famigerado guitarrista sempre foi bom entendedor no que diz respeito à 'tiros', ele simplesmente renegou cada um desses fiascos, verdadeiras manchas em sua discografia.
Mas, em 1989 ele participou de um projeto que se propunha tocar uma música mais acessível do que o Rock´n´Roll selvagem de seus álbuns-solo. A nova empreitada, batizada como Damn Yankees, tinha tudo para dar certo, pois também envolveria outros personagens consagrados do circuito musical da época.
Além do guitarrista esquentadinho, também traria o vocalista Tommy Shaw (Stix), o baixista e também vocalista Jack Blades (Night Ranger) e o baterista Michael Cartellone. Um time de primeira que investiu em belas composições de um Hard Rock que, ainda que fosse facilmente assimilável, possuía muito mais conteúdo do que a média oferecida pelo mercado até então.
Assim sendo, em 1990 o Damn Yankees liberou seu primeiro disco, auto-intitulado e produzido por Ted Templeman, que rapidamente caiu nas graças do público e gerou vários sucessos, tendo como carro-chefe a balada (sempre uma balada...) "High Enough", que se caracterizava pelo dueto matador entre Shaw e Blades, além de "Coming Of Age" também ser presença constante nas rádios rock. Além disso, suas canções apareceram em várias trilhas sonoras de filmes de Hollywood, como "Gremlins II" e "Nothing But Trouble".
Uma mega turnê mundial com o Bad Company, Poison e Jackyl durou mais de um ano e, considerando que o EUA estava envolvido na chamada Guerra do Golfo Pérsico, contra o Iraque, em suas apresentações a banda desfraldava bandeiras de seu país e fazia declarações patrióticas. No entanto, as pirações que o fervoroso Nugent fazia em cena tornaram-se motivos de controvérsia (novidade!), tanto que o guitarrista acabou sendo preso e multado por disparar uma flecha em chamas contra um retrato do desafeto Saddam Hussein, em pleno palco do Colorado.
Logo após esse giro que passou por tantas nações e alavancou ainda mais as já excelentes vendas de "Damn Yankees", a ponto de este arrebatar platina dupla, o conjunto se enfiou novamente em estúdio para preparar seu próximo registro.
O talento do Damn Yankes era tal que nem era necessário se esforçar muito para fazer boa música, e "Don't Tread On Me", liberado em 1992, trouxe novas faixas marcantes como "Mister Please", "Where You Goin' Now" e "The Silence Is Broken", esta última uma poderosa balada que entrou para a trilha sonora do filme "Nowhere To Run", com Jean Claude Van Damme. Importante citar que a própria canção "Don't Tread On Me", com a voz de Blades, recebeu ampla cobertura nos Jogos Olímpicos de Barcelona, ocorridos no ano de lançamento do disco.
Mesmo não obtendo o mesmo respaldo do público, o novo repertório era muito bom e atingiu mais uma platina pelas vendas. Como era previsto por muitos, o Damn Yankess se desfez no ano seguinte, com cada músico seguindo por outros projetos: Nugent mandou bem em sua carreira solo, Tommy Shaw e Jack Blades fizeram parceria no Shaw Blades, e Cartellone... Boa pergunta! O que esse baterista fez a seguir?!?
Bom, posteriormente Tommy Shaw reativou o Stix, e o mesmo ocorreu com o Night Ranger de Jack Blades. Ted Nugent, naturalmente, segue caçando e tocando muito, enquanto Michael Cartellone (agora, sim!) estava tocando com ninguém menos do que os mestres do Lynyrd Skynyrd... E, apesar dos compromissos, em 1998 esse pessoal preparou mais algumas canções visando liberá-las em um novo disco do Damn Yankees, que já vinha sendo provisoriamente chamado de "Bravo".
Mas o repertório geral deste futuro disco acabou não satisfazendo tanto assim aos envolvidos para que seu lançamento se concretizasse. Algumas destas canções acabaram sendo aproveitadas posteriormente, fazendo parte do "7 Deadly Zens" (98), da carreira solo de Tommy Shaw; do excelente "Craveman" (02), do Ted Nugent; e ainda do solo auto-intitulado de Jack Blades, lançado em 2004. E, ainda que vez ou outra o Damn Yankees seja convidado para alguns shows esporádicos, não existe planos para o tão aguardado novo disco.

THE DOGS D'AMOUR
In The Dynamite Jet Saloon
(1988 - China Records )

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Ainda que relativamente desconhecida do grande público, essa é uma banda britânica com muitos fãs espalhados pelo underground de países como Inglaterra, Finlândia, Suécia e Japão. Tendo como mentor o cantor, guitarrista, compositor, pintor e escritor Tyla (rapaz versátil, não?), o The Dogs D´Amour iniciou sua trajetória em meados dos anos 80, contando com um vocalista norte-americano chamado Ned Christie
O grupo trabalha rápido e já em 1984 estréia com “The State We're In” pelo selo finlandês Kumibeat, e se tornou um item bastante raro em função de serem disponibilizadas apenas 2000 cópias. Mas, ainda que o The Dogs D´Amour mantivesse bom contato com empresários do mercado fonográfico, havia vários problemas com o real comprometimento de alguns músicos, tornando sua formação instável, tanto que, por diferenças musicais com Tyla, Ned acaba se desligando do grupo.
Era tudo o que Tyla queria. Agora o líder assumia as vozes e estava acompanhado de um excelente guitarrista português, muito influenciado pelo blues, de nome Jo ‘Dog’ Almeida, além do companheiro e baixista Steve James e do baterista Bam Bam. De qualquer forma, o Dogs D´Amour ainda teve que ralar muito para conseguir liberar um disco realmente decente.
Foi somente em 1988 que o selo China Records os descobriu, possibilitando que a banda, enfim, lançasse “In The Dynamite Jet Saloon” neste mesmo ano. E é importante lembrar que, apesar de todo esse tempo, a formação permaneceu a mesma e tornou-se a considerada clássica pelo público.
“In The Dynamite Jet Saloon” mostrava a banda executando um rock´n´roll básico, bem na linha do ROLLING STONES, mesclando-o ao glam e algo do punk rock, com letras escritas em um estilo poético e temas românticos ou bem humorados. Foram faixas meio dançantes, alto-astral mesmo, como os singles "The Kid From Kensington", "I Don't Want You To Go" e "How Come It Never Rains?", que possibilitaram que a Inglaterra realmente conhecesse o nome da banda.
Ao contrário do hiato de quatro anos entre seus primeiros álbuns, agora a coisa havia engrenado! Liberaram em 1989 outros dois ótimos álbuns, “A Graveyard Of Empty Bottles” e “Errol Flynn” (que chegou ao mercado norte-americano sob o título “King Of The Thieves”), que atingiram respectivamente as posições # 16 e # 22 das paradas de seu país, sendo que o segundo apresentou o famoso hit "Satellite Kid".
Porém, diz o antigo ditado que ‘tudo o que é bom dura pouco’... No ano seguinte, com o lançamento de “Straight??!!”, o término do casamento de Tyla repercutiu séria e desastrosamente nas atividades da banda. O agora ex-marido andava meio fora de si, a ponto de, deliberadamente, se cortar com uma garrafa em pleno palco de Los Angeles, diante de uma platéia estupefata. O resultado? Cerca de 30 pontos na ferida e o fim do The Dogs D´Amour...
Enquanto esfriava a cabeça, Tyla escreveu um livro de poesia, e Bam Bam passou uns tempos no The Wildhearts. Foi após um ano que Tyla resolveu novamente encarar o The Dogs D´Amour, porém o guitarrista Jo preferiu não participar desta nova fase. Era uma perda importante, mas seu substituto veio sob o nome Darrell Bath, e assim lançaram em 1993 “More Unchartered Heights Of Disgrace”.
A repercussão deste disco foi apenas mediana, tendo como single um mero cover do Small Faces chamado "All Or Nothing". Os músicos, decepcionados e com outros projetos, debandam no ano seguinte. Tyla, com toda sua necessidade de se expressar, segue em carreira solo com “The Life And Times Of A Ballad Monger” (94), contando com os mesmos músicos que tocaram no próprio The Dogs D´Amour de 1992.
Ainda que em 2000 a banda voltasse à ativa e liberasse mais dois álbuns - “Happy Ever After” e “Seconds” - contando com Tyla, Jo, Bam e, no baixo, ninguém menos do que Share Pedersen (Vixen), então esposa do baterista, o The Dogs D´Amour já vinha demonstrando claros sinais de cansaço e novamente encerra suas atividades.
Tyla se estabeleceu em Barcelona e continua liberando álbuns-solo, pintando e escrevendo, mas não se esqueceu de sua antiga banda, pois gravou mais alguns discos sob o nome The Dogs D´Amour: “The State We're In” (03), “When Bastards Go To Hell” (04) e “Let Sleeping Dogs...” (05). A realidade é que esses trabalhos também são discos-solo, pois todos os instrumentos foram gravados pelo vocalista, agora acompanhado dos backing vocals de Yella, sua nova companheira.
Vale citar que foi o próprio e talentoso Tyla quem ilustrou muitas das intrigantes capas de seus álbuns, e o homem evoluiu muito ao longo dos anos, indo das caricaturas a elegantes representações mezzo abstratas em pastel e aquarela. Ainda que a maioria dos músicos ligados ao The Dogs D´Amour se envolvesse em vários outros projetos, é o inquieto Tyla quem ainda consegue se sobressair na cena musical. Com certa discrição, é claro...

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