21 de novembro de 2010

Duff McKagan: a chegada em L.A. e o início do Guns´n´Roses

Duff McKagan (VELVET REVOLVER/ex-GUNS’N’ROSES), escreveu em sua coluna no SeattleWeekly.com sobre sua chegada em Los Angeles, bem como o início da carreira do GUNS’N’ROSES.



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“Há alguns meses atrás eu escrevi neste espaço que eu iria testar alguns pequenos pedaços de um livro que posso vir a escrever no futuro. Se eu fizer testes suficientes, quem sabe? Pode ser o início de um trabalho maior. Para que as coisas sejam apresentadas de uma maneira coerente e dentro de um contexto, eu vou mostrá-las de uma maneira mais abrangente. Imagine que isso é um resumo. Aqui está outro episódio.
Minhas memórias da cena de Hollywood no meio dos anos 80 podem incluir bandas que as pessoas não vão se lembrar automaticamente. Minha banda, o GUNS’N’ROSES, e a pequena rede de amigos que nós mantínhamos, era um grupo de excluídos que se isolaram por um período. Nós não tínhamos muito em comum com as bandas mais populares de L.A. naquela época. Apesar de partes desta estória parecerem um tanto obscuras, este período da minha vida foi um dos mais divertidos e profundos. Também estavam presentes vários elementos fortes dos ritos de passagem de um jovem, como a perda da inocência em vários aspectos, assim como ter que lidar com a morte como um resultado da perda de amigos próximos pelo uso deDROGAS. Talvez isso não seja muito usual, mas na época pareciam obstáculos normais.
Eu deixei Seattle, onde eu nasci, em setembro de 1984. A minha idéia de dirigir até Nova York em meu velho Ford Maverick ano 1971 me pareceu irreleante assim que eu percebi que, com apenas 360 dólares, uma viagem para a costa leste seria impossível. Eu decidi que Los Angeles era um lugar mais seguro para mim quando comparado com a cena punk do noroeste do pacífico, que estava infestada pelo uso de heroína. Eu estava errado.
Não existia uma cena de rock no outono de 84, apenas o final de uma cena punk que um dia teve força e heavy metal ruim (o METALLICA tinha acabado de se mudar para São Francisco). Eu conheci o Slash e o Steven Adler um pouco depois que cheguei na cidade através de um anuncio procurando músicos no jornal. Izzy Stradlin se mudou para um apartamento do outro lado da rua em que eu morava. Nós vivíamos em uma rua em que o uso de DROGAS era constante, em que todas as noites apareciam traficantes, prostitutas e policiais. Historias sobre esta rua já dariam um grande livro. Axl, que era amigo de infância de Izzy, logo passou a morar em um lugar próximo. Nós formamos a banda pouco tempo depois.
Meus novos amigos e eu compartilhávamos uma similaridade incomum traduzido pelo ‘foda-se todo mundo exceto a gente’, quando compúnhamos e tocávamos. Nós queríamos fazer isso nos nossos próprios termos e do nosso jeito. Este era nosso estilo de vida. Naquele ponto da vida, você não tem nada a perder... uma coisa que muitos leitores conseguem entender.
Os primeiros shows que nós conseguimos foram com bandas como o SOCIAL DISTORTION, TEX AND THE HORSEHEADS e com o RED HOT CHILI PEPPERS. A cena glam do outro lado da cidade parecia um clube privado com um aperto de mão secreto. O Troubadour estava sempre cheio nos finais de semana. Acho que naquela época nós éramos considerados sujos demais para conseguir a posição principal nas noites de sexta e sábado.
Nosso círculo social passou a incluir um grupo recém chegado de Nova York que se mudaram para o oeste, eu suspeito, por causa de problemas com a lei. ‘Red’ Ed, Petey e Del se encaixaram perfeitamente no nosso estilo de vida, que incluía o consumo de alccol durante 24 horas, qualquer tipo de droga disponível e muitoROLLING STONES, MOTORHEAD, SLY AND THE FAMILY STONE e ROSE TATTOO (O Sly vivia em um apartamento acima do meu, mas isso é outra historia). West Arkeen era outro conspirador que era valioso não só pela sua amizade, mas também pela qualidade de suas composições. O West co-escreveu ‘It’s so Easy’, que se tornou um hino obscuro para a juventude. O West morreu alguns anos depois por complicações decorrentes do uso excessivo de crack e heroína.
Em 1985/1986, a AIDS era realmente preocupante, mas ainda não era uma ameaça muito grande na cabeça dos heterossexuais. A cena de Hollywood se tornou uma orgia de sexo, DROGAS e rock and roll. Talvez não tenha existido nenhum outro período na historia recente em que as portas estivessem tão abertas a tudo. As agulhas eram divididas, assim como as namoradas e namorados. Parecia que todo mundo vivia para o momento, e que nada era demais. Existia um sentimento de camaradagem entre nossa banda e nosso pequeno círculo de amigos. ‘Viva rápido e morra jovem’ era nosso lema. Soa estúpido hoje em dia.
O lugar onde morávamos e ensaiávamos era o mesmo. Um espaço pequeno e sem banheiro atrás do Hollywood Guitar Center. Nós ensaiávamos duas vezes por dia neste espaço. Por $1,29 por garrafa, nós conseguíamos vinho suficiente. A comida era opcional naqueles dias.
Lentamente começamos a atrair o público, e nossa habilidade como compositores começou a se solidificar. Nossa posição como banda de abertura nos finais de semana foi trocada pela posição de atração principal. Representantes de grandes gravadoras começaram a aparecer nos nossos shows e eles estavam sempre lotados. Nós assinamos com a Geffen Records que nos deu toda a liberdade que queríamos. No final, ninguém iria dizer como faríamos nossos disco. Nossas músicas eram a coisa mais importante para nós.”
Continua....
Fonte desta matéria (em inglês): SeattleWeekly.com

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