11 de julho de 2010

Discos Marcantes do Pink Floyd V




The Wall é um álbum conceptual da banda inglesa  de rock progressivo Pink Floyd, lançado em 1979. Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame

Aclamado por críticos e fãs como um dos melhores álbuns dos Pink Floyd (juntamente com Dark Side of the Moon e Wish You Were Here), é conhecido como sendo um clássico do rock, e as suas canções inspiraram muitos dos músicos rock contemporâneos.


Álbum de estúdio por Pink Floyd

Lançado em     Reino Unido 30 de Novembro de 1979
Estados Unidos 8 de Dezembro de 1979
Gravado em     Abril - Novembro de 1979
Gênero(s)     Ópera rock, rock progressivo
Duração     39:19 (Disco 1),42:01 (Disco 2) - 81:20 (Total)
Formato     LP,K7,CD
Gravadora(s)     Reino Unido Harvest Records
Estados Unidos Columbia(1979)/Capitol(1994)
Produção     Bob Ezrin, David Gilmour, James Guthrie e Roger Waters

Descrição

A inspiração de Roger Waters para a criação do álbum apareceu-lhe durante um concerto da digressão de Animals em 1977. Em Montreal, Quebec, Waters cuspiu na cara de um fã que estava a ter um comportamento perturbador. De imediato, repugnado com o acto que tinha cometido, surgiu-lhe a ideia de construir um muro entre si e o público, ideia essa desenvolvida mais tarde para a produção de "The Wall".

O álbum foi galardoado com platina 23 vezes e é o 3º álbum mais vendido de sempre nos Estados Unidos e chegou a Nº 1 nas tabelas da Billboard em 1980. "The Wall" foi reeditado em CD em 1994 no Reino Unido e em 1997 no resto do mundo. No ano 2000, por ocasião do 20º aniversário do seu lançamento, foi novamente reeditado.

Em 1998 os leitores da Q magazine votaram em The Wall como o 65º melhor álbum de todos os tempos e em uma enquete similar em 2003, leitores da Rolling Stone o escolheram como o 87º melhor álbum de todos os tempos.

 História

O conceito do álbum, tal como a maioria das músicas, pertence a Roger Waters. A história retrata em ficção a vida de um anti-herói ("Pink") que é martelado e espancado pela sociedade desde os primeiros dias da sua vida: sufocado pela mãe, oprimido na escola, ele constrói um muro em sua consciência para isolá-lo da sociedade, e refugia-se num mundo de fantasia que criou para si. Durante uma alucinação provocada pela droga, Pink transforma-se num ditador fascista apenas para que a sua consciência rebelde o ponha em tribunal, onde seu juiz interior ordena-lhe que mande abaixo o seu próprio muro e se abra para o mundo exterior.

 Álbum

Durante as gravações, Richard Wright foi despedido da banda, mas continuou tocando nos concertos ao vivo como um músico pago.

O álbum foi gravado em quatro estúdios. Um em Nova Iorque (CBS Studios), um em Los Angeles (Producers Workshop) onde o álbum também foi mixado e dois no sul da França (Super Bear and Miravel). As mudanças de um estúdio para outro foram resultado de problemas financeiros da banda, problemas estes que acabaram por influenciar a produção da obra. Na época, o executivo da banda Norton Warburg gastou milhões em dinheiro recolhido pela banda em 1973 e 1977 e abandonou a banda quase falida. Por isso eles tiveram que gravar na França.

Por todo o mundo o álbum produziu uma série de singles de sucesso, incluindo: The Happiest Days of Our Lives, Another Brick In The Wall (Parte II), Mother, Empty Spaces, Young Lust e Comfortably Numb.

Para Another Brick in the Wall (Parte II), o Pink Floyd precisava de um grupo coral estudantil, eles então foram até Alun Renshaw, professor da Islington Green School, que ficava perto da Britannia Row Studios. Chegaram no meio de uma aula e fizeram o convite. O coro foi gravar, mas impedidos de escutar o resto da música depois de cantarem, o que os decepcionou, já que eles gostariam de ouvir o solo de Gilmour. A voz do grupo coral foi sobreposta doze vezes para dar a impressão que havia mais gente cantando. Apesar do colégio receber um pagamento de mil libras, não houve operações contratuais para royalties. Pela lei de copyright de 1996, o coro ficou elegível a ganhar royalities. Os alunos foram reunidos por um site da internet e processaram a banda. Especialistas dizem que cada aluno ganhou o equivalente a quinhentas libras e uma cópia do disco The Wall.

 Concertos

Os Pink Floyd apenas tocaram The Wall em concerto em Nova Iorque, Los Angeles, Londres, e Dortmund.

As atuações incluíam pequenos filmes animados de Gerald Scarfe projetados em uma área circular atrás de um muro gigante construído para o show. Também havia gigantescas marionetes dos desenhos.

Os grandes palcos dos espectáculos exigiam enormes equipamentos (incluindo guindastes) e custavam muito dinheiro. Por isso a banda perdeu muito dinheiro na realização dos espectáculos, à exceção de Wright, que entretanto tinha sido contratado para os espectáculos.

 Filme

    Ver artigo principal: The Wall (filme)

Uma versão em filme de "The Wall" foi feita em 1982 pela MGM sob o título de "Pink Floyd: The Wall". O filme realizado por Alan Parker, com Bob Geldof no papel principal. O filme conta a história de um rapaz chamado "Pink" que perdeu o pai na 2ª Guerra Mundial quando era criança, tendo, por consequência, desenvolvido uma relação muito estreita com a sua mãe. Abusado na escola, com poucos amigos, cresceu e tornou-se numa estrela de rock, casou com uma atraente acompanhante do grupo. No entanto a sua vida é completamente vazia e após a sua mulher o ter traído, ele tenta o suicídio. Depois disso, durante uma alucinação causada pelas drogas, imagina-se um líder de um grupo Neo-Nazi e manda as minorias em sua audiência "contra o muro", durante seus shows.

O filme tem muito poucos diálogos, a maior parte sem consequências. A história é contada através da banda (trilha) sonora, a qual reflecte os pensamentos de "Pink". Segmentos animados por Gerald Scarfe e várias outras sequências surreais intercaladas com a acção.

O filme gira fortemente à volta de material autobiográfico de Roger Waters e Syd Barrett, combinando a infância de Waters (que perdeu o pai na Segunda Guerra Mundial) com a retirada de Barrett e seu esgotamento mental. Também apresenta fortes críticas sociais e políticas,revelando a intensa preocupação de Waters com a sociedade moderna.Uma das principais preocupações demonstradas no filme foi em relação a modernidade e o consumismo.

Roger Waters disse na Rádio Australiana em 1988 que estava um pouco desapontado porque não conseguia sentir nenhuma simpatia com o principal personagem representado por Bob Geldof. Que a sua investida contra os sentidos era de tal forma imperdoável que não lhe tinha dado hipótese de se envolver.

 Palco

Em 2004 foi anunciado que haviam sido assinados contratos para a realização de um musical na Broadway, indo Waters escrever novas músicas. O musical conterá todas as músicas escritas por Waters para o álbum. No entanto, desconhece-se o que acontecerá com as músicas escritas em conjunto com David Gilmour (Young lust, Confortably numb e Run like hell). Prevê-se que o espectáculo esteja pronto em 2006 e será mais "leve" que a versão do cinema. Há também rumores que outras músicas da banda, possivelmente Money do álbum Dark Side of the Moon entre outras, serão incluídas no musical.

Separação

Após Waters ter deixado o grupo seguiu-se uma batalha jurídica sobre quem tinha os direitos sobre o nome "Pink Floyd". Waters ganhou os direitos sobre The Wall sendo seu nome mais associado com o álbum. Waters levou ao palco um gigantesco espectáculo de "The Wall" em Berlim em 21 de Julho de 1990 com vários artistas convidados tais como: Van Morrison, Sinead O'Connor, Cyndi Lauper, The Scorpions, Jerry Hall, e Bryan Adams, para comemorar a queda do Muro de Berlim e para angariar fundos para o for World War Memorial Fund for Disaster Relief.

No concerto britânico Live 8 em 2 Julho 2005, apesar do desentendimento entre os ex-membros da banda, Waters tocou com Gilmour, Mason e Wright pela primeira vez em aproximandamente 23 anos. Eles tocaram "Breathe", "Money", "Wish You Were Here" e "Comfortably Numb".

Faixas

Todas as canções escritas por Roger Waters, exceto quando indicado.

Lado 1 (primeiro vinil)
#     Título     Compositor(es)     Duração
1.     "In the Flesh?"             3:19
2.     "The Thin Ice"             2:27
3.     "Another Brick in the Wall (Parte 1)"             3:21
4.     "The Happiest Days of Our Lives"             1:46
5.     "Another Brick in the Wall (Parte 2)"             3:21
6.     "Mother"             5:36

Lado 2 (primeiro vinil)
#     Título     Compositor(es)     Duração
1.     "Goodbye Blue Sky"             2:45
2.     "Empty Spaces"             2:10
3.     "Young Lust"       Gilmour, Waters     3:25
4.     "One of My Turns"             3:35
5.     "Don't Leave Me Now"             4:16
6.     "Another Brick in the Wall (Parte 3)"             1:14
7.     "Goodbye Cruel World"             1:13

Lado 3 (segundo vinil)
#     Título     Compositor(es)     Duração
1.     "Hey You"             4:40
2.     "Is There Anybody Out There?"             2:44
3.     "Nobody Home"             3:26
4.     "Vera"             1:35
5.     "Bring the Boys Back Home"             1:21
6.     "Comfortably Numb"       Gilmour, Waters     6:24

Lado 4 (segundo vinil)
#     Título     Compositor(es)     Duração
1.     "The Show Must Go On"             1:36
2.     "In the Flesh"             4:13
3.     "Run Like Hell"       Gilmour, Waters     4:19
4.     "Waiting for the Worms"             4:04
5.     "Stop"             0:30
6.     "The Trial"       Bob Ezrin, Waters     5:13
7.     "Outside the Wall"             1:41

 Faixas adicionais para o filme

    * "When The Tigers Broke Free" (Editado em Echoes: Best of... Disco 2, Faixa 05 e na reedição em 2004 de The Final Cut)
    * "What Shall We Do Now?" (Versão mais comprida "Empty Spaces" durante a sequência de construção do muro)

 Faixas do álbum não incluídas no filme

    * "Empty Spaces" (Versão menor com a letra ao contrário)
    * "Hey You" (editado no DVD)
    * "The Show Must Go On"

 Faixas do concerto ao vivo

A versão ao vivo de "The Wall", Is There Anybody Out There?, incluía as seguintes faixas não incluídas no álbum original

    * "What Shall We Do Now?" depois de "Empty Spaces".
    * "The Last Few Bricks" depois de "Another Brick In The Wall (Part III)".

Citações

    Em 1980 quando terminámos em Nova Iorque, Larry Maggid, um promotor de Philadelphia […] ofereceu-nos 1 milhão de dólares por espectáculo, mais despesas, para fazermos dois concertos de 'The Wall'no JFK Stadium [...] e eu recusei. Tive que voltar a explicar tudo aos outros membros do grupo. Disse-lhes que deviam ter lido as explicações do que 'The Wall significava para mim'. Disse-lhe que já passavam três anos desde que tínhamos tocado num estádio e que tinha jurado nunca mais voltar a fazê-lo; disse que 'The Wall' perdia a chama completamente, tocado num estádio, e que nem o público nem a banda nem ninguém conseguiam aproveitar alguma coisa que valesse a pena e que por isso não ia fazê-lo    

— Roger Waters - Junho de 1987, com Chris Salewicz


    Talvez a minha aprendizagem de arquitectura me tivesse ajudado a ver os meus sentimentos de alienação perante o público do rock’n’roll, o que foi o ponto de partida para 'The Wall'. O facto de ter encarnado uma narrativa autobiográfica era como que secundário à questão principal, que era uma afirmação teatral na qual eu dizia: Isto não é horrível? Aqui estou eu em cima do palco e vocês estão aí em baixo, não é horrível? Que porra é que nós estamos aqui a fazer?    

— Roger Waters - Junho de 1987, com Chris Salewicz

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