13 de fevereiro de 2011

Consultoria do Rock: introdução ao progressivo italiano


O chamado rock progressivo ficou conhecido mundialmente a partir de inúmeras bandas clássicas como YESGENESIS, KING CRIMSON, PINK FLOYD, GENTLE GIANT, VAN DER GRAAF GENERATOR, EMERSON LAKE AND PALMER e muitas outras. Quando se fala em rock progressivo é muito provável que essas bandas citadas sejam as primeiras que venham à mente de todos, exceção feita apenas entre aqueles que sentem orgulho de só gostar de grupos obscuros. Porém, além do reconhecimento, esses nomes citados têm outro ponto em comum, a sua nacionalidade britânica.
É inegável que o rock progressivo da Grã-Bretanha seja o mais conhecido entre todos os amantes do estilo, uma vez que os medalhões são todos de lá. Isso também acontece com muitos dos subgêneros do rock. Porém a palavra que usei foi “conhecido”, pois para uma parcela dos fãs a vertente preferida vem de outro país, a Itália. Se existiu alguma outra nação que pôde na época confrontar os ingleses em termos de número e qualidade de bandas de rock progressivo, esses eram os italianos.
No final dos anos 60 a Itália ainda não tinha tradição dentro do rock em geral. O clima político no país era pesado, já que a influência da ala esquerdista nos assuntos internos estava se tornando muito grande. Alguns grupos extremistas foram responsáveis por uma série de violentos ataques e desordem, em um período que ficou conhecido como “Anni di Piombo”, ou Anos de Chumbo. Essa turbulência política teve influências nos direcionamentos artísticos de diversas áreas. Os jovens estavam desejando mudanças e esse desejo atingiu dos compositores populares até alguns estudantes de conservatório, para ficarmos apenas na seara musical. O rock foi absorvido à cultura do país e logo se tornou símbolo de protesto do mesmo modo que aconteceu em diversos outros países.
Aqueles que começarem a ouvir o rock progressivo italiano vão perceber logo no início que o estilo é cheio de nuances e peculiaridades e, no fim das contas, que a música desses grupos é o resultado de música clássica tocada como rock, diferente das bandas inglesas, como o YES, que faziam o contrário, ou seja, tocavam rock à moda da música clássica. Outro modo de dizer é que na Itália foi o rock que influenciou o clássico e não o contrário. Outro ponto característico é o fato da música ter um grande caráter nacional, com elementos barrocos e também uma enorme influência das óperas.
Na primeira audição o ouvinte não acostumado notará imediatamente outra peculiaridade, o idioma italiano. Sempre quando apresento alguma banda do estilo para alguém, a questão da língua é a primeira a ser comentada. Todos os fãs de rock estão habituados ao inglês e muitos não escutam música em outras línguas. Comparações como “não há samba em alemão ou japonês, do mesmo modo que rock tem que ser em inglês” são muito comuns. Para aqueles mais bitolados, talvez esta seja a maior barreira a ser vencida para se tornar um ouvinte do prog italiano, mas um pouquinho de cabeça aberta vai ajudar a vencer todos esses obstáculos.
Este texto é endereçado para aqueles que ainda não são familiarizados com o gênero. A ideia é ajudar o interessado a conhecer e saber por onde iniciar. E nada melhor do que começar pelas bandas mais importantes. Afinal, elas são importantes acima de tudo pela sua qualidade musical. Dentre os inúmeros grupos desse país existem três que podem ser chamadas de “a santíssima trindade do rock progressivo italiano”, do mesmo jeito que o DEP PURPLE, o LED ZEPPELIN e BLACK SABBATH são frequentemente conhecidas como a “santíssima trindade do rock”. Essas bandas são: PREMIATA FORNERIA MARCONI, BANCO DEL MUTUO SOCCORSO e LE ORME.
Nesta primeira oportunidade para falar a respeito do assunto, listarei cinco álbuns dessas três grandes bandas que serão um ótimo cartão de visitas para essa vertente musical tão importante. No futuro poderemos enveredar por outros caminhos, outras bandas menos conhecidas, porém também importantes, além daquelas mais obscuras que fazem a cabeça de todo entusiasta. Não posso deixar de falar que a intenção não é listar os cinco melhores discos do estilo e sim bons álbuns para iniciar-se, conhecer as bandas e certamente começar a se aprofundar. Espero que essas dicas sejam aceitas por muitos e já aviso, esse é um caminho sem volta, uma vez fã não há como deixar de sê-lo.
Conheça estas cinco indicações continuando a leitura no blog Consultoria do Rock (link abaixo).
Matéria original: Consultoria do Rock

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