26 de setembro de 2010

Mike Portnoy: algumas perguntas ficam no ar


Uma triste notícia para todos os fãs do DREAM THEATER (entre os quais me incluo): o baterista Mike Portnoy, líder e membro fundador da banda anuncia sua saída da mesma, através do Twitter e de um post em seu perfil no Facebook e no seu site oficial.
Com um texto demonstrando bastante pesar, Portnoy informa em seu fórum que esta era uma notícia que ele nunca havia imaginado que um dia poderia dar. Sua intenção na verdade seria fazer uma pausa nos trabalhos com o DT, mas os demais membros da banda não teriam concordado e se mostraram aparentemente irredutíveis na decisão de não parar com a banda agora. Devido à desgastante maratona de mais de 20 anos em atividade, Portnoy temia que a insistência em continuar sem uma pausa revigorante pudesse desgastar também sua relação com os outros membros da banda.
Mike descreve que teria até mesmo oferecido trabalhos ocasionais durante o ano de 2011, o que iria até contra o seu desejo inicial de suspender temporariamente as atividades do grupo, porém sua decisão não teria sido acatada pelos outros integrantes, que decidiram continuar os trabalhos ininterruptamente.
Embora bastante aturdido com a notícia, não pude deixar de considerar alguns aspectos da decisão de MP. Primeiramente, todos sabem que como cérebro da banda, Portnoy tomava conta de cada detalhe de tudo o que a envolvia (setlists, iluminação dos shows, edição dos álbuns, arranjos, escolha das músicas dos álbuns etc.) o que realmente deve ser estafante se, mesmo sendo prazeroso, torna-se uma obrigação repetida por 25 anos a fio. Em segundo lugar, a experiência com A7X (Avenged Sevenfold) apenas como integrante do grupo, sem ter de tomar qualquer decisão, somente tocar e divertir-se, deve tê-lo feito concluir que o trabalho com o DREAM THEATER  já não era mais tão agradável de se levar adiante. O próprio M. Shadows (vocalista do A7X) afirmara em entrevista recente veiculada aqui mesmo no Whiplash!) que MP parecia bem à vontade no grupo devido a este fato (de não ter de tomar decisões). Por fim, mas não menos agravante (isto não foi mencionado por Portnoy, é opinião pessoal minha): Mike também tem família, e seu ritmo de trabalho constante, sempre inventando trabalhos paralelos o impede de estar mais presente. Creio que ele também tenha vontade de estar junto de seus filhos, vê-los crescendo e acompanhar seu desenvolvimento. Além de sua paixão pelos seus cães...
Mesmo assim, não posso deixar de ficar triste, muito triste com a notícia. Resta pelo menos o consolo de tê-los visto pela última vez juntos em 20 de Março deste ano, no Citibank Hall, em mais uma majestosa apresentação (não é a toa que o primeiro nome do grupo foi Majesty). Espero sinceramente que todos reconsiderem suas decisões, para que tenhamos a oportunidade de continuar a desfrutar das músicas mais brilhantemente já produzidas pelo rock progressivo.
Para finalizar, deixo algumas perguntas no ar:
1) quem, entre todos os bateristas do Universo, estaria à altura de substituir Mike Portnoy no comando das baquetas do Dream Theater?
2) quem, entre os componentes restantes do DREAM THEATER, substituirá Mike Portnoy no papel de líder e cérebro do grupo, estando atento a absolutamente todos os detalhes da produção dos seus shows e álbuns?
3) como soarão os próximos trabalhos do DT sem as impressões digitais de Mike?
4) por fim, qual será o futuro de Portnoy? Continuará com o A7X como membro definitivo? Tentará levar a firmar carreira algum de seus projetos paralelos? (LTE, Transatlantic, Hail etc).
Enfim, que todos tenham uma boa sorte e que tenham sucesso em suas respectivas carreiras!
Por Fernando Garrido
Fonte desta matéria: Site oficial de Mike Portnoy

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