Por Felipe Milano Riveglini
Lembro-me como se fosse hoje, mesmo que tenha acontecido em 1998, assisti pela primeira vez o Iron Maiden. Era a festa de aniversário da 89 FM, a mesma que fora oficialmente “a rádio rock”, e o festival trazia ainda os alemães do HELLOWEEN e o RAIMUNDOS, na época no auge da carreira.
Pense
em um show desse porte nos dias de hoje. Provavelmente o setor mais
barato custaria algo por volta de cento e vinte reais. Pois é, paguei
quinze reais. Está bem que foi meia entrada, na época eu cursava o
Ensino Médio, mas se fosse hoje eu pagaria trinta reais. De quinze a
trinta reais acredito que eu gastaria para assistir uma boa banda de
tributo ao Iron Maiden nos dias de hoje.
Claro que os tempos são outros, mas algumas coisas merecem ser pontuadas, vamos a elas:
1)
O mundo da internet criou a situação inevitável de redução nas
vendagens de álbuns e as bandas ganham dinheiro hoje essencialmente com
os shows, o que provavelmente gerou a subida de valores nos cachês.
2)
Muitas bandas estão fazendo turnês de enorme produção, aumentando
também os custos do evento, o que é revertido para o público.
3) O
aumento da classe média no Brasil fez com que um público maior
estivesse disposto a desembolsar gordas quantias em dinheiro para
assistir suas bandas prediletas.
4) A expansão da Área VIP, pois
os valores desse setor são abusivos, mas os demais setores não sofrem
reduções, ou são mantidos, ou acompanham as subidas da Área VIP.
Claro
que não estou propondo um boicote aos eventos, tão pouco a organização
de um sindicato do rock, mas é importante que tenhamos clareza de que
cada vez que pagamos quinhentos, seiscentos, novecentos reais em um
ingresso de show, não estamos bancando somente os cachês de nossos
ídolos, estamos dando nosso dinheiro também a alguém que não está
preocupado com quem está no palco, seja o Metallica, a MADONNA ou a LADY GAGA.
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