23 de agosto de 2010

Café com Ócio: o Heavy Metal também tem sua Moda

Em outro texto meu batizado como “Do Reggae ao Heavy Metal: de onde vem o gosto musical?”, vimos que o gosto musical pode vir de um lugar e desembocar em outro totalmente diferente.

Apesar das maiores mudanças acontecerem na adolescência e pré-adolescência, geralmente se definindo na fase adulta, a preferencia de estilos continua mudando durante toda a vida, ainda que mais lentamente depois dessa fase.

Antes vimos que no meu caso, passei por músicas de criança na minha infância e depois migrei para o Reggae e finalmente desemboquei no Heavy Metal, estilo que aprecio até hoje. Durante toda essa mudança, como vocês puderam tomar conhecimento, tive influência das mais diversas. Desde amigos, sites e principalmente da grande mídia (no começo). Afinal, sem ela não teria conhecido nomes como RED HOT CHILLI PEPPERS, Metallica e OZZY, que foram quem me trouxeram para o rock/metal.

Mas as mudanças e influências não pararam por aí. Depois que entrei no mundo do rock, muita coisa ainda mudava em meu gosto pela música e muita coisa ainda me influenciava, mesmo sem eu me dar conta disso. Quando você está no mundo do mainstream o principal fator de influência é invariavelmente a mídia. Que te diz o que ouvir, o que fazer e como agir. Porém, mesmo depois que você passa a fazer parte (e a curtir) do underground, você não está completamente livre. Mesmo no mundo do Heavy Metal existem muitas forças te empurrando para determinadas direções e te dizendo como você deve se portar. Ainda mais se você for um adolescente, facilmente sucumbirá a essas forças.

Mesmo que todo novo iniciado (e até veteranos) no Heavy Metal goste de dizer que escuta apenas o estilo que lhe agrada e é livre de influencias midiáticas. Na verdade ele é, de certa forma, igual a todos aqueles que ele gosta de criticar por escutarem apenas aquilo que toca no rádio e que está na moda. Porém, a moda do jovem headbanger é outra. Mas não deixa de ser uma “moda” também.

Eu mesmo já passei por isso. Por exemplo, eu comecei no mundo do rock ouvindo RED HOT, GREEN DAY, METALLICA e essas coisas mais conhecidas. Aí comecei a descobrir e gostar de um som mais pesado, como os primeiros do METALLICA, Iron Maiden, MANOWAR, BLIND GUARDIAN, SEPULTURA e muitas outras coisas que passava a conhecer através de sites e revistas especializadas. Nessa época de descobrimento, ainda ouvia as bandas mais Pop, ao passo que também escutava coisas mais metalizadas também. Nessa fase conheci a banda SLIPKNOT e curti bastante, comprei os dois álbuns deles que haviam na época, o disco homônimo e o “Iowa”. Até então, eu era apenas um roqueiro de bom gosto. Porém, conforme me aprofundei mais no mundo do rock pesado, passei a ser um headbanger propriamente dito. Pois praticamente tudo que eu ouvia era Heavy Metal, e dos bons.

Até então, tudo normal. Mas também comecei a detestar tudo o que não se encaixava no rótulo “Metal” e também a odiar o que fosse denominado “New Metal”. Afinal, “esse tal de novo metal não é metal de verdade, é coisa de poser. Morte ao falso metal!” – já bradava Joey DeMaio. Em suma estava me tornando um troo. Até mesmo o Slipknot que eu gostava tanto, passei a odiar e vendi (ou troquei, não me lembro) os dois CDs deles que eu tinha. Nem mesmo Hard Rock era bem quisto por mim. Bastava ler em uma resenha de algum álbum de banda que eu não conhecia e via que o gênero não era metal, eu nem chegava perto para ouvir, por mais que o redator tenha escrito muitos elogios à banda em questão. Afinal, se não podia ser chamado de “Metal”, não devia ser coisa boa.

Passei a me vestir todo de preto, sempre com camisetas estampando os logos das bandas que mais apreciava, assim como a maioria dos headbangers. Ou seja, estava me vestindo conforme uma “moda”. Além disso, deixei meu cabelo crescer na altura dos ombros, também conforme a moda. Apesar de ainda ter saudades de minhas longas madeixas, o problema é que meu cabelo não era (e não é) muito propenso para isso e o resultado só agradava a mim mesmo. Mesmo assim, mantinha o cabelo comprido.

Depois de muitos anos vivendo nessa “ditadura” do metal, me desliguei um pouco disso tudo, talvez por ter amadurecido, talvez não. Mas mesmo com cabelos curtos e camisas de cores diversas, continuo gostando mais de Metal do que de qualquer outro estilo de música. A minha coleção de CDs do estilo continua crescendo e sempre procuro conhecer novas bandas e também velhas bandas que são novas para mim. De estilos fora do rock, ainda são poucos os que me agradam, talvez um POP bem produzido ou um bom Jazz ou música erudita (de vez em quando). Mas a mudança dentro do rock n roll é o que surtiu maior efeito. Agora, além do Metal, gosto bastante de Hard Rock e de rock clássico. O new metal continua sendo um estilo que não me agrada, mas agora falo isso por afinidade e não por “pressão”, tirando poucas exceções, como o Slipknot que agora não tenho mais vergonha de dizer que gosto e também o SYSTEM OF A DOWN, que tem coisas bem interessantes.

Independente de qual estilo lhe agradar mais, o importante é manter a cabeça aberta para a música. Mas “manter a cabeça aberta” não significa que você tem que gostar de tudo, significa que você pode dar chance a qualquer coisa e ter o direito de gostar ou não. Se lhe apetecer, ótimo! Senão paciência. Desde que você não queira ouvir porque não acha bom e não pelo simples fato de não ter certa denominação. Afinal, livremente de qualquer rótulo só existem dois tipos de músicas: as boas e as ruins.

Contudo, é bom dizer que, mesmo tendo a cabeça aberta e sendo livre de qualquer influência ou regras, meu estilo preferido continua sendo o Heavy Metal e minhas bandas favoritas ainda são SAVATAGE, ANGRA, OZZY, DREAM THEATER, Iron Maiden, BLIND GUARDIAN, METALLICA, HELLOWEEN, RHPASODY, HAMMERFALL, DIO entre muitas outras. Enquanto tem estilos que no geral eu não suporto, como pagode, o tal do sertanejo universitário, ou pop descartáveis.

Fonte desta matéria: Café com Ócio

Nenhum comentário:

Postar um comentário