Lou Reed - Transformer (1972)
Origem: Inglaterra/Estados Unidos
Produtor: David Bowie e Mick Ronson
Formação Principal no Disco: Lou Reed - Herbie Flowers - Mick Ronson - John Halsey - Ronnie Ross
Estilo: Glam Rock
Relacionados: The Hype/Velvet Underground/David Bowie
Destaque: Satelite Of Love
Melhor Posição na Billboard: 29o
Com o fim do Velvet Underground, mesmo sendo o guitarrista e o principal colaborador da banda, Lou Reed quase deu adeus à vida de músico para se fornar um mero burocrata nos negócios de seu pai. Em 1971, a RCA resolveu contratá-lo para gravar um disco. Ele resolveu reaproveitar sobras do seu trabalho com o Velvet no que seria o seu disco de estréia que, a despeito da excelente produção e a participação de gente como os membros do Yes, Rick Wakeman e Steve Howe, acabou não deslanchando. Foi quando Lou se converteu à Igreja Davidbowiana do Glam Rock. Com Ziggy e seu fiel escudeiro, Mick Ronson, do Hype, Reed foi devidamente ungido. Para seu novo disco, ele agora se focou em material inédito (Andy's Chest era do quarto disco do Velvet, que foi abortado). Se em parte, a dupla soube explorar todo o talento do compositor norte-americano dentro daquele estilo musical, por outro lado, esse mesmo estilo coube como uma luva com as pretensões e o estro dele, que fez de Transformer a sua obra prima. Dali saíram sucessos como Perfect Day, Satelite Of Love e, é claro, Walk On The Wildside. A despeito da letra ser censurada e a música banida em várias partes do globo, a curiosa crônica da fauna de michês e junkies e da boemia mal vestida dos hipsters nova-iorquinos (Haingin' Around seria outro exemplo) ganhou o mundo. Na verdade, eram eram histórias reais sobre personagens imaginários que curcundavam a galáxia de Andy Wahrol, como Holly Woodlawn, Candy Darling, Joe Dallesandro, Joe Campbell (a explicação da referência à ele, "fadinha açucarada", é relativo a um dos seus papéis como ator) e Jackie Curtis. Bowie e Ronson souberam transpor e sublimar o rock de Reed ao estilo pop mais 'filtrado' do glam, mudando os arranjos ao gosto da época, transformando rocks em baladas, e colocando cordas e saxofones (a cargo de Ronnie Ross) em arranjos dramáticos que se tornariam antológicos, como em Perfect Day. Mas havia ainda espaço para rock, certeiro ainda que deliciosamente sutil, como I'm So Free e a chuckberryana e irreverente Hangin' Around. Aliás, os próprios Rolling Stones fariam algo parecido na sua fase glam, com Starfuker (Star, Star), do Goat Head' Soup, de 1973.
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