6 de outubro de 2009

Discos Marcantes de Lou Reed II







Lou Reed - Berlin(1973)

Origem: Estados Unidos

Produtor: Bob Ezrin

Formação Principal no Disco: Lou Reed – Bob Ezrin – Michael Brecker – Randy Brecker – Jack Bruce – Aynsley Dunbar - Steve Hunter - Tony Levin - Allan Macmillan – Gene Martynec – Jon Pierson – Dick Wagner – Blue Weaver – B.J. Wilson – Steve Winwood

Estilo: Art Rock

Relacionados: Velvet Underground/David Bowie/Nico/Iggy Pop

Destaque: The Bed

Melhor Posição na Billboard: 98o


Lou Reed parecia ter descoberto a fórmula do sucesso no auge do movimento glam com o disco Transformer. No entanto, quando a quase totalidade de seus fãs acreditava que o compositor nova-iorquino, como reza o ideário da música comercialóide, fosse lançar uma continuação do seu trabalho do ano anterior, ele apareceu com algo totalmente diferente. Berlin, seu terceiro álbum, é um romance noir fragmentário e patético sobre a tragica relação entre um casal — ele um drogado crônico e esquizofrênico, ela uma prostituta e mãe 'involuntária' — que vai desde a caracterização precisa dos seus personagens, a descrição de sua malfadada vida a dois, onde as canções se encadeiam como visões cuja poética é quase cinematogáfica em sua contrição e sutileza. Mestre em descrever e ambientar personagens de vida perdida que vivem no rés-do-chão da vida, Reed, na contramão de lograr êxito na esteira do sucesso do udigrudi, compôs um poema eterno, onde a aura de tragédia, de depressão, violência, uso e abuso de drogas é de uma insuportável desolação. É impossível descrever o vazio das três últimas canções (é melhor não contar para não estragar o final): as crianças chorando em The kids é de partir o coração; The Bed, a parte fala pelo todo. A narrativa é irretocável. Reed fala mais pelo que omite em seu discurso. Sad song, ao contrário do seu título, é um poema breve, com um contrastante arranjo pastoral. Transformer é uma obra-prima,mas a compaixão que Berlin desperta é simplesmente sublime e perturbador. O disco é tão tenso que Bob Ezrin teve que recorrer a ansiolíticos para suportar o peso das sessões de gravação. Embora tenha se saído bem nas paradas britânicas, Berlin por pouco não charteou nos Estados Unidos. A reação adversa do público e as fracas vendas do álbum fizeram com que Reed renegasse o disco por muito tempo — mais ou menos como aconteceu com Frank Sinatra com o seu conceitual, incompreendido e subestimado Watertown, de 1969.

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