19 de junho de 2011

The Byrds Celebration (Estúdio M, São Paulo, 14/05/2011)


O público presente era composto por, basicamente, pessoas mais experientes – que provavelmente viram a (rápida) ascendência da banda em uma época onde a concorrência era desleal – simplesmente os Beatlesestavam “nas paradas” e ter atenção naquela época era uma missão praticamente impossível.
Falando em Beatles, na abertura dos trabalhos, a competente “Fenícios – Banda Quem”, composto por músicos profissionais e com som de boa qualidade, coverizou uma dos Fab Four, Can’t Buy Me Love, clássico de 1964, em um set que contou também com Rock das Aranhas, Blue Suede Shoes, do genial Carl Perkins (1955) e que depois ganhou o mundo com Elvis Presley. Esta música foi usada pela banda para apresentação dos músicos, também.
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Pouco tempo depois, o the Byrds Celebration ganha o palco. O som da casa continuou bom, apesar de alguns problemas na terceira música, após a abertura com I’ll Fell A Whole Lot Better e o que mais marcou o set da banda – músicas de Bob Dylan. A banda apresenta The Times They Are A-Changin, de Bob Dylan, comentando que “hoje a música faz muito mais sentido”. Durante os problemas com som, fizeram questão de brincar com o público com a palavra “problema” em português e interagir com as pessoas que estavam tranquilamente sentadas nas mesinhas próximas ao palco, onde eu estava também.
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Com o som voltando a ficar bom (aliás, tudo correu rápido e o som voltou a ficar muito bom), a banda foi apresentando sucessos de sua rápida ascensão nos anos 60, entre elas Mr. Tambourine Man, música do primeiro LP da banda de 1965.
Antes de iniciar “Night Road”, como carinhosamente a chamam, comentam que é uma música de Michael, do irmão falecido. A atual formação da banda presta uma bonita homenagem antes de informar que a próxima é para quem gosta de moto! Vamos para 1968 com talvez uma das músicas mais conhecidas da carreira da banda, Easy Rider, onde o baterista aproveita para fotografar a plateia!
“Agora uma história onde o amor prevalece”, lido em Português, abre “Southern Cross” e seu contagiante refrão, quando a banda anuncia que a próxima era uma música de Clark: Gipsy Rider, outro sucesso.
Scott pega uma guitarra de 12 cordas e o baixista introduz a banda para Turn! Turn! Turn! (to Everything There Is a Season), que fez sucesso com o The Byrds em 1965, mas que a banda faz questão de lembrar e creditar a música a Pete Seeger, lá em 1959. Aqui talvez o ponto mais alto do show, o público cantava alto e muitos ficaram de pé para curtir e dançar.
“So You Wanna Be A Rock “N” Roll Star?”. Pausa. A música de 1967 da banda é, na verdade, uma resposta que a banda faz questão de mencionar no show ao The Who – “The Who, então vocês querem ser astros do rock?”. Outro grande momento da noite, com a plateia interagindo bastante. (N.R.: e não é que o The Who foi mesmo?)
Hora do momento mais “psicodélico” do show, com Eight Miles High, com diversos solos de guitarra e de bateria. A guitarra de Scott está carregada de efeitos, lembrando muito aquela fase onde todos estavam experimentando e criando (aqui quero dizer apenas musicalmente, ok? – hehehe) a base do que hoje chamamos de rock progressivo. O show ganha em peso nesta música, com alguns acordes mais, digamos, metal, culminando em um lindo (e longo) solo de guitarra de Scott.
O BIS é marcado por um solinho de flauta (ok, não resisto – “óóó Suzana, não chores por mim, eu vou pro Alabama, comendo amendoim” – não tenho como não lembrar do desenho do Pica Pau!) mas, brincadeiras a parte, tudo para abrir o clássico de Bob Dylan, Knockin’ On Heavens Door, coverizada por tantos e tantos até hoje – e como o Guns N’ Roses usa e abusa desse direito, hehehe – e com louvor, diga-se de passagem!
A versão executada pela banda é das mais longas e, se me recordo bem, teve mais de 10 minutos de muita diversão rock and roll, fechando o show!
Em uma demonstração de muita humildade e carinho pelos presentes, a banda fez questão de cumprimentar, autografar e tirar fotografias com todos que estavam presentes, sem qualquer pressa. Ainda deu tempo de uma conversa informal com eles sobre o Brasil e sobre rock and roll (fotos no final do post).
Mas uma das coisas que mais me marcou foi um pouco antes do parágrafo de cima acontecer: ao final do show, enquanto alguns se levantavam já em direção a saída, eu fui até a grade do palco acompanhar a movimentação – eu sempre vou perto do palco nos finais de shows. Acontece que a própria banda estava desmontando seus equipamentos e guardando-os, com a ajuda da banda de abertura e outras pessoas. Quando digo “guardando”, não é apenas o instrumento: estou falando de tirar as fitas do show, enrolar cabos…
Das fotos que vocês verão no caprichado slideshow abaixo, todas foram conseguidas por mim após um papo com o próprio Scott que, ainda no palco, fez questão de me ouvir enquanto eu pedia por um setlist. Ele olhou para o chão e não achou nenhum. Pediu para que eu esperasse que ele ia para o backstage e voltaria. Ali fiquei. Cerca de 3 minutos depois, lá vem ele me procurando com o setlist em mãos e outras folhas, que eram justamente as frases deles anotadas em Português e outros lembretes a serem falados no show. Ele me agradeceu bastante, ainda no palco, e pediu para que eu ficasse mais um tempinho para um papo, fotos e autógrafos.
Enfim, muita simpatia e humildade de todos, sob o conforto de um clássico rock and roll. O que mais eu quero da vida?


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