9 de maio de 2011

Peace Through Superior Firepower - Cradle Of Filth


m abril de 2005, no Elysée Montmartre, em Paris, a entidade conhecida como Cradle Of Filfh (como o próprio encarte os denomina) fez o show gravado para esse DVD, intitulado “Peace Through Superior Firepower”.



Imagem

Depois das constantes mudanças de formação – hoje, apenas Dani Filth se mantém do grupo original – a banda parece ter se recuperado plenamente com dois bons CDs consecutivos: “Damnation and a Day” (2003) e “Nymphetamine” (2004), e uma extensa turnê mundial que chegou a passar pelo Brasil.
O set list, muito bem escolhido (mesmo que infelizmente só uma música – “Thirteen Autumns and a Widow” - do excelente Cruelty and The Beast esteja presente), cobre praticamente toda carreira destes ícones do mainstream do Black Metal. Não faltam as ótimas “Gilded C*nt” (que abre o show após a intro “Satyriasis”), “Mannequin”, “A Gothic Romance” e a clássica “The Forest Whispers My Name”.
Mas já que a resenha é sobre o DVD, paramos em alguns pontos cruciais que prejudicam bastante o produto final. É bem verdade que o Cradle Of Filth é muito mais interessante em estúdio, já que os vocais de Dani Filth perdem muito ao vivo, soando mais crus e sem todos os efeitos e camadas que seriam realmente impossíveis de serem reproduzidos no show. Isso sem contar com todos arranjos grandiosos que parecem extremamente simplificados durante a apresentação.
O som em 5.1, que hoje em dia é um dos grandes diferenciais dos DVDs, é pobre, a mixagem é ruim e a bateria (principalmente os bumbos) cobrem quase todos os outros instrumentos, deixando as guitarras num segundo plano. Quase é melhor assistir o show usando o som “normal” 2.0.
Qualidade sonora à parte, as imagens também não ajudam. A resolução não é legal, a edição é fraca e dificilmente quem não é fanático pela banda vai conseguir assistir o show completo sem ficar cansado no meio. As luzes parecem não terem sido pensadas para a gravação, já que elas “brigam” diversas vezes com a imagem (a maioria das bandas tem um cuidado mais do que especial na hora de arrumar a iluminação para uma gravação desse porte) e conseguem piorar o resultado que já não estaria perto do ideal.
Nos extras, algumas coisas legais, como dois documentários (um no estúdio e outro numa sessão de autógrafos) e clipes de diversas músicas: destaque para o bem produzido “Nymphetamine”, com participação da cantora Liv Kristine (que gravou a original) e para o vídeo de “Her Ghost In The Fog”.
No final fica a impressão de que a performance é boa, os músicos desempenham bem seus papéis (o baterista Adrian Erlandsson é uma máquina de torturar a bateria) e as músicas têm qualidade de sobra (é só ouvir todos CDs de estúdio), mas tudo é prejudicado pela qualidade técnica da produção do DVD.
Poderia até entrar na discussão se todos aqueles teatros nas músicas são válidos ou não (já que volta e meia acontece alguma coisa, desde pessoas vestidas com fantasias toscas de demônios dançando no palco, até uma mulher se balançando numa corda), mas provavelmente os fãs devem gostar e fica a critério do gosto de cada um.
Mas que o Cradle merecia um produto com bem mais qualidade, isso merecia.

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