28 de janeiro de 2011

A História do Burzum: Parte VIII - Por Caminhos Pedregosos

Há muitos caminhos pelos quais podemos conduzir nossa vida, mas a grande maioria escolhe seguir o rebanho pela estrada ampla e bem pavimentada que somente leva à mediocridade espiritual e à estagnação. Ao final da jornada, eles não deixaram traços de sua existência e simplesmente passam para o esquecimento. Como gado, eles seguem o indivíduo na frente deles, sem pensar muito no que estão fazendo, e caminham diretamente para o nada. Eles escolhem esse caminho porque é o que oferece a menor resistência e a vida mais confortável.


Porém, há outros caminhos que o homem pode percorrer em sua vida. Naturalmente, os caminhos de nossos antepassados estão pedregosos e cobertos por vegetação hoje em dia. Ninguém percorreu esses caminhos por muito tempo e a natureza selvagem retomou a maioria deles. Precisamos procurar com cuidado até para descobrir se existem realmente. Entretanto, esses caminhos não são fáceis. Aqueles que seguem pelos caminhos pedregosos irão, em sua jornada, tropeçar em pedras cobertas de musgo, raízes em florestas negras e, freqüentemente, escorregarão e cairão na lama, ficarão presos nos brejos e terão que atravessar perigosas correntes a nado. Fora um ou outro andarilho que poderão encontrar pelas florestas, esses também são caminhos bastante solitários. Você provavelmente andará sozinho.
Quando os caminhos pedregosos cruzam a estrada pavimentada do rebanho, o viajante solitário – fedido, sujo e vestido de trapos – encontrará uma chuva de linguagem abusiva, zombaria, desprezo, medo e até ódio. O gado está acostumado a seguir obedientemente o indivíduo na frente deles sem ser perturbado. Um indivíduo que viaje por outra direção, ou que cruze a estrada, sempre causará confusão e incerteza entre a multidão de massa cinzenta limitada.
O rebanho não encontra mistérios, segredos, iluminação espiritual ou culturas antigas na estrada pavimentada. As runas e as peças de ouro dos deuses somente podem ser encontradas na grama verde ou sob o musgo dos caminhos pedregosos e cobertos de vegetação. A iluminação somente será alcançada pelo indivíduo que parar de seguir os passos da pessoa na sua frente e olhar para o céu, em busca de mudança. A cultura antiga somente será aprendida por aqueles que andarem por onde os ancestrais já andaram e agirem como nossos antepassados agiram.
Não é fácil encontrar saídas que levem aos caminhos pedregosos fora da estrada pavimentada. A maior parte das pessoas passa rapidamente por eles sem nem perceber que estão lá. Você precisa procurar por eles, muitas vezes nos lugares mais improváveis, e mesmo assim poderá não encontrá-los. Outros têm mais sorte, pois seguiram as informações de outros. Destino é, talvez, tudo o que importa e aqueles que são predestinados a encontrar os caminhos pedregosos conseguirão, um dia, encontrá-los. Quer eles gostem ou não.
Eu estou andando num desses caminhos pedregosos e talvez seja por isso que às vezes é difícil as pessoas entenderem o que estou dizendo, fazendo ou pensando e talvez seja por isso também que muitos reagem com repugnância ou medo, não importa o que eu faça ou diga. Mas e daí? Eu sei o que é essencial na vida e só me importo realmente com os “heróis e heroínas espirituais”, os Einherjers [N.: Guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias para irem ao palácio de Valhala, onde viverão em banquetes e fartura até o derradeiro dia do Ragnarok] e as Valquírias, que ocasionalmente encontro nas florestas e que encontraram sua própria saída da estrada pavimentada. Eu só me importo realmente com indivíduos fortes que estão procurando as runas e o ouro dos deuses na relva verde. Eu realmente só respeito os outros que gostam de mim e andam por caminhos pedregosos. As massas medíocres não importam nem um pouco. Valhalla não é para as ovelhas.
Varg "Loki" Vikernes (December 2004)
Varg "Loki" [N.: Figura complexa da mitologia nórdica, era um dos filhos de Odin e pode ser considerado, entre outras coisas, como um símbolo da maldade] Vikernes (Dezembro de 2004)
Aurum nostrum non est aurum vulgi!
(O nosso ouro não é como o ouro do homem comum)

Nenhum comentário:

Postar um comentário