Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, escreveu em sua coluna no Yahoo! sobre a definição de boa música. Confira abaixo alguns trechos do artigo.
Por
que ficamos tão acostumados a julgar o valor da música, apontar seus
defeitos e qualidades simplesmente por conta do nosso gosto pessoal?
Toda essa história chega a ter consequências absurdas, transformando o
gosto de alguns numa regra, ou lei, que somos obrigados a seguir sob
pena de sermos ridicularizados, colocados de lado se não seguirmos os
padrões criados por estes manipuladores de desejos.
A
música é natural, viva, de alguma forma ela tem o poder de conectar os
humanos com outras dimensões, trazer sentimentos dormentes à tona, nos
faz chorar, rir, ter medo, coragem. Enfim, ela nos completa, nos
ajudando a encontrar o caminho verdadeiro, sem a imposição de livros
sagrados, templos ou outras histórias que parecem ser mais contos da
Carochinha do que uma descrição histórica da realidade.
Em muitas
culturas, principalmente em várias tribos africanas, o conceito de
música boa ou ruim não existe, a música é simplesmente música, eles não
entedem o conceito de julgar o seu valor. Primeiro porque eles não a
comercializam e segundo porque ela é usada em momentos importantes da
vida tribal, como nascimentos, casamentos, puberdade e outras
cerimônias, onde o dinheiro não exerce o seu poder corrupto. Ela faz
parte da vida, do crescimento e do auto-conhecimento de cada um de nós,
você sendo músico ou não.
Muita gente se acha superior porque gosta de certo estilo
musical, principalmente os amantes do jazz e da música clássica e nem
mesmo consideram música aquilo que não gostam. Isso é arrogância pura.
São músicos que não se misturam por se sentirem superiores, até
humilhando as pessoas por causa desta suposta superioridade. Pior ainda
são os pseudo fãs musicais que não tocam “porra” nenhuma, escutam música
por causa de valores nacionalistas, ou por qualquer outro motivo
patético como este, e se sentem no direito de julgar tudo, mesmo não
sabendo nada. Com isto foi criada uma profissão muito estranha, a do
crítico musical, ou seja, a lei quando se fala em “qualidade” musical.
Estes “Cardeais” da qualidade musical são de dar pena, apesar de alguns
se limitarem a dar a sua opinião pura e sincera, mas mesmo assim é muito
estranho que muita gente dependa de um crítico para escutar algo de
novo.
Para conferir a matéria na íntegra acesse o link abaixo.
Versão completa desta matéria: Yahoo!
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