Van Halen + Red Hot Chilli Peppers + Satriani = Chikenfoot

Van Halen + Red Hot Chilli Peppers + Satriani = Chikenfoot. O supergrupo formado po Sammy Hagar e Michael Anthony, do Van Halen, Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, e Joe Satriani, faz renascer o hard rock nos anos 00.

CHICKENFOOT
Chickenfoot
(Ear, imp.)



A facilidade de fazer e produzir música nos tempos modernos faz surgir inúmeras bandas com integrantes já consagrados, os famosos supergrupos, aujmentando também a busca por notícias e toda a megalomania que o rock possui. Exemplo disso foram os shows surpresa do grupo liderado por Josh Homme - que traz Dave Grohl e John Paul Jones - na Europa.


Ainda nessa década, o Audioslave - que muita gente chamava de Rage Against the Machine com Cornell (Soundgarden) nos vocais - e o Velvet Revolver (Guns N'Roses + Stone Temple Pilots) foram os maiores exemplos disso. Eis agora que surge o Chickenfoot. Tudo começou com algumas jam sessions no México. Começaram as perguntas, as pressões e acabou saindo mesmo: Chickenfoot - que era apenas um nome provisório - está nas lojas, com título epônimo.


Os integrantes negaram que o Chickenfoot iria se tornar o projeto principal de cada um deles. Mesmo com o hiato do Red Hot Chili Peppers e do Van Halen, eles afirmaram que a banda é apenas mais uma maneira de poder trabalhar com novos amigos, fazendo algo diferente.


Embora citado por Sammy Hagar, como o novo Led Zeppelin, Chickenfoot não chega a tanto mas é um excelente disco de hard rock. Para os fãs do estilo, um prato cheio. Muito bem gravado, com uma sonoridade de guitarra espetacular, a banda chega próxima ao que o Van Halen fez de melhor há duas décadas. Sim, não é exagero. A banda é redonda com um som viril e integrantes em boa forma. A ótima "Sexy Little Thing", em que se nota as características peculiares a cada integrante - como a jogada de pratos de Chad smith e os fraseados de Satriani - vem para comprovar.


O som da guitarra de Joe Satriani é um capítulo inteiro à parte. Aqui temos além das excelentes melodias - que sempre lhe foram marca registrada -, riffs fortes e uma seqüência de interludes bem feitos. Além de abusar das dobras, ele usa efeitos com perfeição, como em "Runnin Out", por exemplo.


Mesmo com muitas comparações, Satriani diz que Chickenfoot "é apenas um bom disco de rock and roll". Prova disso é a forte "Get it Up", que, além de um início avassalador, une momentos de transição psicodélica e solos de guitarra matadores - esquecemos até que o baterista é Chad Smith, tamanha pancadaria.


Uma das gratas surpresas é o vocalista Sammy Hagar. Ele sempre dividiu opiniões quando o assunto era sua carreira pós-Van Halen. E mesmo que não fosse tão óbvio, Sammy parece um estreante (no bom sentido), tamanha energia que impõe. E sim, lembra muito Van Halen, principalmente em faixas como "Kinda Girl" ou "Down the Drain". Mantendo o ritmo, "Future In the Past", com título bem apropriado ao grupo, fecha esse bom trabalho.


Embora seja impossível fazer previsões quanto ao futuro do Chickenfoot - mesmo porque, na maioria das ocasiões esse tipo de projeto não costuma durar muito tempo e no fim da história cada um volta para onde veio e fim de papo -, a honestidade da proposta surge como uma dose de oxigênio à vitalidade que o hard rock tanto procurava. Por Bruno Eduardo