Acaba de ser lançado, pela Companhia das Letras, o livro "Like a Rolling Stone: Bob Dylan na encruzilhada (capa ao lado). Escrito pelo crítico musical (o verdadeiro gênero dos “escritores malditos”), historiador cultural e jornalista de rock Greil Marcus, a obra analisa o impacto de Dylan na música e na cultural popular.
Com uma linguagem acessível e argumentação sempre muito coerente, Marcus construiu uma reputação invejável no campo do jornalismo cultural ao empregar métodos acadêmicos para dar sustentabilidade aos textos que produz. Nesse título — um dos mais importantes na obra do escritor, editado originalmente em 2005 — não é diferente: retrocendendo e avançando no tempo, o autor prova que a influência de Dylan no rock é tamanha que o torna um dos maiores gigantes do gênero, com uma importância musical e cultural comparável aos Beatles e aos Rolling Stones.
Com tradução de Celso Mauro Paciornik, o título tem 256 páginas e custa em média R$ 42.
Release:
Em todo e qualquer período histórico, há sempre um momento-chave a partir do qual os eventos subsequentes mudam seu curso e todos os elementos envolvidos são alterados para sempre. Neste livro, o jornalista Greil Marcus consegue nos levar ao dia 15 de junho de 1965, quando Bob Dylan entrou no Studio A, da gravadora Columbia Records, para registrar “Like a Rolling Stone”, música que melhor iria lhe representar enquanto ícone da contracultura. Fazendo mais do que uma “biografia” da canção sessentista, o autor se aprofunda em uma análise meticulosa do gênio criador de Dylan, tendo como pano de fundo a situação política e cultural dos Estados Unidos.
Mas ao invés de se encerrar no passado, o referencial narrativo de Marcus está centrado nos dias de hoje. Ele consegue resgatar as raízes da música pop em artistas seminais como Robert Johnson e Hank Williams, atento aos percalços de como o legado de Dylan sobreviveu ao tempo através de músicos influenciados por ele, como Jimi Hendrix, Frank Zappa, Village People e até alguns participantes do programa American Idol. Mais do que saudar a estrondosa repercussão do hino de uma geração, Marcus avalia, sob diversos ângulos, por que ela continua atual. Atestando assim, de uma vez por todas, sua condição de clássico.
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