Notas escritas por Kid Vinil sobre o livro:
“Almanaque do rock”, essa foi minha primeira experiência no campo literário, se assim posso chamar. Há dois anos atrás fui convidado pela Ediouro pra fazer um almanaque e veio a idéia de escrever a história do rock. Sabia que não seria uma tarefa das mais fáceis, pois condensar mais de 50 anos de história numa só obra seria algo complicado. Comecei dividindo por décadas, não tinha jeito, teria que ser de forma cronológica destacando as coisas mais importantes do rock que aconteceram em cada período.
Me animei tanto com a história que depois de 6 meses tinha escrito o equivalente a dois volumes e esse foi o segundo desafio que tive que enfrentar junto a editora. Imediatamente me pediram pra dar uma enxugada geral nos textos e transformar o livro no formato padrão dos Almanaques (vide os lançados 70, 80,90).
Pra minha sorte os editores respeitaram meu argumento de que um almanaque sobre a história do rock deveria conter textos maiores, mais didáticos e que fugissem dos pequenos tópicos encontrados nos outros almanaques. Esse diferencial acabou dando uma identidade ao livro e o resultado final me agradou bastante. Fiz questão de cuidar também de toda parte ilustrativa (fotos em geral). Fotografei em alta resolução milhares de capas de discos do meu acervo e disso resultou todo material fotográfico usado no livro.
Um Trecho Do Livro: APRESENTAÇÃO
São mais de 50 anos de história para esse jovem que atende pelo nome de "rock and roll".
Esse ritmo contagiante que traduz excitação e frenesi nunca envelhece: pelo contrário, se renova a cada geração. Se na década de 50, quando ele foi inventado por Chuck Berry e Elvis Presley, significava uma fusão da country music e do rhythm'n'blues, hoje essa definição pode ser muito mais ampla.
Com o passar dos tempos, o rock agregou elementos do jazz, da música clássica, do folk e da world music, entre outros.
Hoje o rock deita e rola na era digital, usando os famosos samplers, instrumentação eletrônica e muitos computadores.
Mas uma coisa é importante ressaltar: o rock and roll nunca perdeu a sua rebeldia, o seu jeito de "entrar com o pé na porta". Isso se resume em uma palavra: "atitude". Essa é a senha de comando para milhões de jovens do mundo inteiro a cada geração. Comportamento e Moda sempre andaram de mãos dadas com o rock and roll. Cada geração dita sua moda e seu estilo de vida, criando uma conexão entre passado, presente e futuro, e é assim também na música e em outras formas de expressão.
Nesses 50 anos de existência, podemos destacar algumas datas essenciais ao longo dessas cinco décadas:
1955 - quando Chuck Berry inventou o rock and roll e Elvis Presly o popularizou.
1966/1967 - quando Bob Dylan, The Beatles, The Rolling Stones, Frank Zappa, The Doors e Velvet Underground causaram uma revolução maciça na estrutura do rock and roll.
1976/1977 - quando o Punk Rock e a New Wave mais uma vez revolucionaram o rock and roll.
1987/1988 - quando bandas como Pixies, Fugazi e Sonic Youth criaram o indie pop.
1993/1994 - quando Radiohead, Oasis, Blur, Pulp, Manic Street Preachers e Suede inventaram o britpop.
No entanto, essa história não termina por aí. Esses jovens inquietos inventaram e reinventaram um ritmo que por muitos é considerado limitado - imaginem se não fosse!
Só para ter uma idéia, ao término deste livro, ainda veio a geração New Rave, que pode ser representada pelos Klaxons e por nosso Cansei de Ser Sexy.
A produção musical dos jovens eclode pelo mundo todo em busca de referências e ultrapassa o que poderia ser um fator limitante neste diálogo de gerações, o tempo. O rock and roll é atemporal. Vimos freqüentemente os jovens garimpando "novos ritmos, novos estilos" no veio de algo que já foi produzido, agora sendo reciclado e dando uma nova leitura e, quando possível, agregando novos elementos ao rock produzido atualmente.
Esse é o verdadeiro significado do "rock and roll".
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