A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar.
Tudo isso e muito mais...
Um história verídica de Danny Balint, um jovem aluno de uma escola judia de Nova York, que com os anos se transforma em um furioso skinhead e passa a perseguir estudantes judeus. Aos poucos Danny começa a descobrir sua personalidade neofacista, ao mesmo tempo que tenta entender o significado do judaísmo em sua vida. Considerado pela crítica como um dos melhores filmes americanos do começo do século, Tolerância Zero é um filme intrigante com memoráveis interpretações.
Tendo iniciado suas atividades na Itapira (SP) de 2008, foi a partir do ano seguinte que o nome Slasher passou a ser mais conhecido pela cena underground, em especial após a excelente repercussão da demo "Broken Faith". De lá para cá, a banda participou de algumas coletâneas e começou o processo de composição visando a tão aguardada estreia em disco, que agora está se materializando com o caprichadíssimo "Pray For The Dead".
"Pray For The Dead" tem como raiz predominante o Thrash Metal, mas, de maneira saudável, existe espaço para cadamúsico exibir suas outras influências, ampliando o leque sonoro e, conscientemente, conseguindo manter a essência do Slasher. O resultado alcançou um nível de maturidade e competência gigantesco e isso tudo é visível neste disco que esbanja versatilidade, técnica, fúria, peso e, principalmente, um feeling de tirar o fôlego.
Sabendo onde ser veloz e cadenciado, e com traços de melodias que conseguem fazer a diferença, o repertório de "Pray For The Dead" está muito bem montado e, inclusive, apresenta as quatro ótimas faixas do citado "Broken Faith". Das inéditas, canções como "World’s Demise", a abrasiva faixa-título, "Hate" (aqui com a participação de Raphael Olmos, vocalista do Kamala), além da matadora "´Till The End", são alguns dos exemplos de uma banda com atitude e que confia plenamente em suas próprias criações.
Com uma atraente arte gráfica que tem no talentoso francês Stan W-D o responsável em desenvolver o pastor e seus acólitos-zumbis, o Slasher segue o caminho ditado pelo próprio coração. Como tal, não existe a menor certeza da repercussão comercial de suas canções, mas chega a ser curioso – para não dizer lamentável – que um disco deste porte chegue ao público de forma independente. Bom, estas são as agruras que qualquer artista enfrenta por aí...
Heh...! Lá pelos meados dos anos 1980 muitos taxavam o lendário Carmine Appice como sendo um verdadeiro ‘vendido’, um ‘mercenário’ que trocou a boa música do Vanilla Fudge e Cactus para montar o King Kobra, projeto voltado ao Hard Rock de apelo comercial e que estreou com “Ready To Strike” em 1985. Mas, ainda que o som e (principalmente) as fotos da época justificassem a ira da crítica e dos velhos fãs, este subestimado debut conquistou boa parte do público amante do estilo.
De qualquer forma, o próximo trabalho mostrou um King Kobra preterindo toda a distorção para investir em algo ainda mais açucarado e, daí em diante, nada mais deu certo. A cobra passou por várias encarnações, e a mais nova tentativa agora apresenta basicamente a formação original, mas contando com a voz de Paul Shortino (Rought Cutt, Quiet Riot) – já virou lenda o fato de o primeiro vocalista, Mark Free, ter feito uma operação para troca de sexo e adotado o nome Marcie Free, para desde então renegar toda a testosterona do passado.
Mas como soa o King Kobra do novo milênio, com um novo cantor? Bem, assim como Free, Shortino é dono de um timbre bastante particular e o resultado oferece uma dinâmica bem diferente, mas novamente repleto de feeling. Assim, o sétimo e novo álbum, batizado simplesmente como “King Kobra”, foi construído com arranjos simples e que, propositadamente, visam resgatar a fase áurea do Hard Rocknorte-americano, o que é refletido até mesmo na capa do disco, de traços gráficos tão simples.
E, mesmo que o campo vocal ofusque parcialmente a identidade que muitos poderiam esperar da banda, "King Kobra" convence por não soar forçado. Veteranos até o osso, David Michael Philips e Mick Sweda destilam muitos riffs bacanas e de força melódica, além de Appice continuar a investir em batidas que sempre enriquecem as composições. A audição funciona muito bem, em especial pelo carisma de faixas como "Live Forever", com ótimo trabalho de voz, além dos 'rockaços' de "Turn Up The Good Times", "Midnight Woman" e "You Make It Easy".
Depois de tantos fiascos, compreensivelmente muitos podem não mais confiar no King Kobra. Mas o fato é que estes músicos, agora sem a afetação de outrora, com o nível capilar em baixa e bem mais pesados, conseguiram fazer um disco que tem tudo para atrair o interesse dos velhos fãs e arrebatar muitos entre a nova geração, principalmente por ter o amparo da Frontiers Records, um verdadeiro reduto quando se trata de Hard Rock e AOR de qualidade. Não deixem de conferir, os caras conseguiram superar as expectativas!
“O AC/DC é minha religião, Angus é meu pastor e o rock and roll nunca me faltará”. Essa frase resume o que é o DVD "Live at River Plate", novo lançamento da lendária banda liderada pelos irmãos Angus e Malcolm Young.
O hard com pitadas de blues do quinteto, que está na estrada há 35 anos, faz parte da trilha-sonora de toda e qualquer pessoa que gosta de rock. A escolha da capital argentina, Buenos Aires, como cenário, deixa isso evidente como nunca. A plateia, formada não apenas pelos 'hermanos', mas por fãs de toda a América do Sul, proporciona cenas de catarse coletiva e fanatismo quase religioso pelo grupo. Ela é, sem dúvida, o personagem principal durante todo o DVD.
A renovação sentida no ótimo "Black Ice" (2008) é levada ao palco por uma banda afiadíssima. Ancorada na cozinha sólida formada por Cliff Williams e Phil Rudd, a banda desfila o arsenal de riffs antológicos que fizeram a sua fama. Malcolm Young é o porto seguro que serve de base para o vôos e solos sacanas e cheios de melodia de seu irmão Angus, não apenas um dos maiores guitarristas da história do rock mas também um dos seus mais inesquecíveis personagens. Na frente de tudo, Brian Johnson segura a onda com a doçura rude e o jogo de cintura de quem foi o protagonista de uma das substituições mais ingratas da música ao assumir o posto do falecido Bon Scott.
O diretor David Mallet, colaborador de longa data do grupo, teve como trabalho principal posicionar as câmeras nos melhores pontos do estádio, sentar e observar. O show que o público dá é espetacular! Coube a Mallet ter a sensibilidade e o talento para transpor toda essa energia e loucura argentina para o DVD, o que ele fez com maestria. O resultado é que, sem dúvida alguma, "Live at River Plate" é o melhor registro em vídeo de um show do AC/DC em quase quatro décadas de carreira! A esperta sacada de Mallet em dividir a tela em vários momentos do show dá a exata dimensão da interação entre a banda e a plateia, que responde de maneira instantânea a tudo o que acontece sobre o palco.
Impressiona também o quanto as músicas de "Black Ice" funcionam bem ao vivo. “Rock and Roll Train”, por exemplo, que abre o concerto após uma divertida animação que culmina com uma locomotiva gigantesca invadindo literalmente o palco, é, com certeza, um dos novos clássicos do grupo. As outras faixas do disco tocadas no show - “Big Jack”, “Black Ice” e “War Machine” - levantam o público, ratificando o status de "Black Ice" como um dos grandes álbuns da carreira do AC/DC.
A faceta blues da banda transforma o palco em um inferninho à beira do Rio Mississipi em “The Jack”, com direito ao esperado strip-tease de Angus Young. Inserindo itens de alto impacto em momentos estratégicos do show – a já citada locomotiva de “Rock and Roll Train”, o sino de “Hells Bells”, a gigantesca boneca inflável de “Whole Lotta Rosie” e os canhões de “For Those About to Rock” -, o AC/DC mantém a excepcional audiência com sangue nos olhos constantemente.
"Live at River Plate" traz o AC/DC tocando para aquela que é, provavelmente, a melhor plateia de sua longa carreira. Poucas vezes assisti uma ligação tão profunda e intensa entre uma banda e seu público como vi aqui. Essa é a principal qualidade de "Live at River Plate".
Como bônus, um breve documentário sobre os nove dias que a banda passou em Buenos Aires durante os três shows que se transformaram no DVD, e a animação que antecede “Rock and Roll Train”.
Logo no início da apresentação, Brian Johnson diz para o público que “we don't speak much Spanish, but we speak rock'n'roll pretty good”. A gente sabe disso, Brian. O amor de um país por uma banda está documentado em "Live at River Plate", o melhor DVD ao vivo do AC/DC, um dos mais sensacionais vídeos ao vivo já lançados e, desde já, o melhor DVD de 2011. Compre!
É inacreditável, mas quando a gente pensa que já ouviu de tudo nesse mundo sempre consegue ouvir algo pior... The Bloody Garden é uma banda que desafia qualquer rótulo, é uma espécie de power-trio sem força. Natural de Ituiutaba, no interior de Mina Gerais— quem poderia imaginar que exista uma cena roqueira em Ituiutaba? Sinceramente ninguém. E a julgar pelo som do Bloody Garden a cidade não tem nada do que se orgulhar...
A banda iniciou a carreira em 1997, na época um projeto acústico do vocalista e guitarrista Denio. De lá para cá lançou três demos The Proto-Meta Paleontozolic Tapes(97), Silly Little Lollipop(98) e Procreation(99). Neste último trabalho o pessoal do Bloody Garden, para disfarçar a incompetência, teve a brilhante idéia de gravar uma demo como se fosse a trilha sonora de um filme pornô, sugestivamente, intitulado The Procreation of the Ass. A banda informa que o filme está em fase de finalização. Mas, infelizmente, é bem possível que essa pérola cinematográfica sequer exista, e que tudo não passe de um truque para chamar atenção para a banda. Não deixa de ser uma idéia interessante, mas quando se vai ouvir o som dos caras, a coisa toda desanda na maionese.
A cacofonia desmedida e incoercível perpetuada pela banda é algo digno de nota. As principais influências musicais parecem ser rock progressivo dos 70 e psicodelia, mas sinceramente é difícil reconhecer qualquer coisa entre as ondas de feedbeck e desafinações constrangedoras.
No release bastante elucidativo da demo o baixista Oidicius descreve o método de criação de Procreation: "Enquanto assistíamos às cenas do filme para pegarmos o clima, ficávamos com o maior tesão, e ao invés de desperdiçarmos nossas forças, você bem sabe como, fazíamos uma jam". Então tá. Para terem idéia da coisa a primeira faixa "Procreation" tem inacreditáveis 11minutos e 40s !
As sete faixas da demo, que se constituem da trilha do filme, foram gravadas ao vivo, em algum estúdio caseiro bastante precário. A qualidade sonora da demo é mínima. Apesar dessa ser a terceira demo da banda, ninguém parece ter aprendido a tocar algum instrumento até agora. O baterista, por exemplo, parece estar sempre no tempo errado.
Além da trilha incidental do filme Procreation of The Ass, a demo trás ainda mais três músicas bônus. Entre elas uma faixa supostamente ‘ao vivo’( "Come on It’s Rock’n’nRoll" ), com aplausos gravados incluídos toscamente no final. Simplesmente patético.
Sinceramente o som dos caras é tão ruim, mas tão ruim, que deveria se tornar algo digno culto! Sério.
4 anos passaram desde a última apresentação de Ian Anderson (com o Jethro Tull) no país. Tempo suficiente para os apreciadores de sua música ficarem ansiosos com o anúncio de uma nova turnê por aqui. Sem saber direito o que esperar do show, já que a divulgação às vezes anunciava uma performance acústica, ora como Ian Anderson apenas, ora como Ian Anderson’s Jethro Tull, o público que se dirigiu ao Citibank Hall na noite de domingo não teve do que reclamar.
Era fácil ver na platéia pais que estavam levando seus filhos, algumas famílias inteiras, adolescentes contando os segundos para o início do espetáculo e muitos senhores beirando seus 50 ou 60 anos felizes por poder presenciar mais uma vez clássicos inesquecíveis do rock. Pouco depois da hora marcada, Ian e sua banda - formada por Florian Opahle (guitarra), David Goodier (baixo), Scott Hammond (bateria) e John O' Hara (teclado) - entram no palco emendando uma trinca de músicas que já valeu o ingresso de muita gente: "Living In The Past", "A New Day Yesterday" e a maravilhosa “Up To Me”, do disco Aqualung (lançado em 1971), talvez a maior surpresa da noite.
Mas não foi só de “velharia” que o setlist foi preparado: também teve espaço para novas composições, como a excelente "Hare In The Wine Cup", ainda não lançada oficialmente, que mistura o folk rock da fase dos álbuns “Songs From The Wood” e “Heavy Horses”com pitadas de ritmos Indianos. Após ela, a própria "Songs From The Wood" abriu sorrisos na platéia: mesmo sem ter o mesmo alcance e potência na voz, Ian Anderson soube conduzir o clássico de maneira condizente com seu passado, com as partes instrumentais beirando a perfeição, em uma prova de fogo para os músicos.
Se juntando ao tecladista John O' Hara, Ian iniciou a sequência clássica do compositor Johann Sebastian Bach com "Prelude In C Major", que serviu como introdução para a esperada "Boureé", gravada pelo Jethro no disco “Stand Up”, e que rendeu muitos aplausos do público. Mas o melhor estava por vir, e uma versão “curta” de "Thick As A Brick" (que tem originalmente 40 minutos) deu sequência ao espetáculo, mostrando todo o poder que a canção tem, mesmo há quase 30 anos de seu lançamento, emocionando muitos dos presentes e sendo um dos pontos altos do show.
Alternando clássicos e novidades com inteligência, Ian ainda tirou da manga “My God”, e “Budapest” (uma favorita dos fãs que pode ser considerada um dos sucessos “recentes”, do álbum Crest of a Knave, de 1987) e deu espaço a todos na banda para se destacarem, em maior ou menor escala. O bom guitarrista Florian Opahle fez seu solo em cima de "Toccata And Fugue", também de Bach, e mostrou dar conta do recado. Chegando próximo ao final do show, uma versão diferente da obrigatória “Aqualung” dividiu opiniões, já que muitos preferiam que ela fosse tocada com seu arranjo original – foi bastante válido tentar inovar, mas a verdade é que a versão não funcionou muito bem, principalmente para fechar a apresentação antes do bis.
* imagens * shows/jethrotull_ianRJ2011/09.jpg
Voltando para o palco, os primeiros acordes de "Locomotive Breath", movimentaram todo o público, que até o momento estava sem seus respectivos lugares (a pista era com cadeiras e lugares marcados), e uma invasão generalizada tomou conta da frente do palco, mostrando todo o calor da platéia carioca (mesmo que alguns tenham reclamado, com certa razão, pela segurança da casa ter permitido isso) que vibrava com a banda, e ela respondia em uma performance impecável de mais uma canção eternizada pelo Jethro Tull. Um ótimo final para uma noite que lembrou uma boa parte da história do rock.
Setlist:
- Living In The Past - A New Day Yesterday - Up To Me - Hare In The Wine Cup - Songs From The Wood - Prelude In C Major / Bouree - Thick As A Brick - The Poet And The Painter - Toccata And Fugue - A Change Of Horses - My God - Budapest - Aqualung Bis - Locomotive Breath
Não há dúvidas de que RITA LEE pode ser considerada a cantora mais querida do público gaúcho. Depois de passar pela capital gaudéria no ano passado (em dois shows consecutivos que praticamente lotaram o Teatro do Bourbon Country), a rainha do rock brasileiro retornou ao mesmo palco para mais um espetáculo da sua turnê intitulada “ETC”. Em cena quase que o mesmo repertório. Na plateia, por outro lado, um público ainda mais animado à espera dos clássicos que marcaram época.
Apesar dos problemas em sua formação, é indiscutível que o paulistano Reviolence saiba como manter o foco em sua música e carreira. O resultado é “Modern Beast”, um debut que vem recebendo elogios rasgados do público e crítica de várias nações. O Whiplash! conversou com o baterista Edson Graseffi, que contou tudo o que anda acontecendo com a banda, inclusive detalhes sobre o próximo disco, que já está a caminho.
Olá pessoal. Ainda que frequentemente lembrado pelo público, a trajetória do Reviolence foi marcada por instabilidades que dificultaram o fortalecimento de seu nome na cena. Quais os motivos que tanto atrasaram sua estréia em disco?
Edson Graseffi: Antes de mais nada, obrigado pela oportunidade da entrevista. Realmente o Reviolence teve muitos problemas nos seus primeiros anos de vida. O sério problema que tive em meu joelho direito, fazendo com que eu me afastasse da música por quase dois anos foi um dos motivos para a coisa toda parar por completo.
Edson: Só depois de recuperado totalmente, remontei a banda com meu velho parceiro Maurício Cliff, em seguida tivemos problemas com algumas trocas de vocalistas, mas sempre seguimos adiante sem deixar o objetivo principal morrer, que era fazer a banda ter seu reconhecimento. Se observarmos, temos produzido bastante material novo, além de “Modern Beast”, lançamos dois singles e um vídeo clipe em menos de um ano e meio. Todo esse material nos trouxe à tona, e hoje o Reviolence tem um ótimo reconhecimento do público.
Whiplash!: “Modern Beast” oferece um ótimo trabalho nas guitarras, e faixas como “Warning Hell” e a própria “Modern Beast” mostram muito vigor nos elementos clássicos do Thrash e Heavy Metal Tradicional. O que torna uma música mais interessante durante o processo de composição do Reviolence?
Edson: Realmente, nosso guitarrista Guilherme Spilack fez um ótimo trabalho com as guitarras neste disco, ele estudou por muitos anos e tem uma bagagem musical muito grande. Todo esse trabalho rendeu para ele um endorsement de uma fábrica de guitarras, acredito que seja o resultado de um trabalho bem feito.
Edson: Quanto a compor, nós sempre nos baseamos no que gostamos de ouvir, somos grandes fãs de Thrash e Heavy Metal tradicional. Então, o que torna a música mais interessante é justamente essa mistura de Thrash, Heavy tradicional e até mesmo Rock´n´Roll. Muitas pessoas erroneamente nos chamam de uma banda de Thrash Metal, o que não somos... Sempre digo que a música que o Reviolence toca é Metal.
Whiplash!: Vocês perderam seu vocalista logo após o disco ter sido lançado... Considerando a importância em divulgar “Modern Beast”, não houve mesmo alguma forma de conciliar a decisão de Rod Starscream em ter um projeto paralelo? Esse foi o motivo de sua saída da banda, certo?
Edson: Independente da troca de vocalista, posso afirmar que “Modern Beast” rendeu ótimos frutos e rende até hoje. A decisão que tomamos na época foi a mais acertada para o futuro da banda.
Whiplash!: O fato de o vocalista Gerre, do Tankard, se declarar fã do Reviolence, aliado aos leitores da Roadie Crew os elegerem como a revelação de 2010, são evidências de sua boa fase. Com a mudança em sua formação, está sua agenda de shows, afinal?
Edson: Cara, só temos a agradecer a todas as pessoas que tem nos acompanhado e dado apoio, e nos ajudado fazer o nome do Reviolence a se tornar cada vez mais forte. Só o fato de o Gerre ter se tornado fã do Reviolence já faz o “Modern Beast” valer a pena; ele está sempre acompanhando nosso trabalho e tem elogiado muito essa nova fase, é uma honra ter um cara que é uma lenda do Metal como fã.
Edson: A mudança de vocalista veio reforçar tudo isso, a resposta do público foi ótima, inclusive nas apresentações que fizemos ultimamente, sempre com casa lotada. Quanto à agenda, estamos preferindo fazer menos shows, mas shows melhores, com melhor condição técnica. E possibilitar a quem vai nos assistir, ver o show que espera ver.
Whiplash!: E como encontraram o vocalista Ralph Wiltemburg? O single "King Of The Night", em que ele canta, apresenta uma personalidade e dinâmica bem diferentes, se comparado com seu antecessor...
Edson: O Ralph era um velho conhecido, se eu for olhar para trás, ele deveria ter entrado no Reviolence na época em que selecionávamos vocalistas. Quando entrei em contato na primeira vez, antes de gravarmos “Modern Beast”, ele estava ocupado tocando guitarra em uma banda de Death Metal.
Edson: Quando precisamos novamente de um vocal, ele foi logo a primeira opção, liguei e ele aceitou na hora, pois havia se desligado de sua banda antiga e queria voltar a cantar. Na verdade o Ralph traz o mesmo espírito que a banda tinha antes, mas à sua maneira, com sua personalidade e estilo próprios, além de ser um grande performer ao vivo. Nós realmente achamos nosso caminho novamente, com vocais mais agressivos e ácidos.
Whiplash!: O vídeo-clip de "King Of The Night" saiu há pouco tempo. Como rolou sua produção, e até onde este tipo de material é importante para uma banda hoje em dia?
Edson: Produzir “King Of The Night” foi muito bacana, porque o produtor Cláudio Tibérius é meu amigo há muito tempo. Ele já havia trabalhado comigo no clipe do Panzer, a antiga banda em que eu e o Cliff tocamos por muitos anos, e nós sabíamos a que resultado ele podia chegar. O Claudio é um cara que vem da cena underground, sempre esteve envolvido com Metal, além de ser um profissional da área de vídeo, onde trabalha em uma grande rede de TV.
Edson: Ele entendeu exatamente o que queríamos e o resultado ficou perfeito. Ele conseguiu extrair toda a ‘doidera’ que queríamos passar no clipe, isso deu uma dinâmica muito legal no vídeo. Esse tipo de material é muito importante para uma banda que quer mostrar sua música para o público, sempre foi assim. Antigamente nós dependíamos da boa vontade da MTV, que passava os clipes nacionais no meio da madrugada. Hoje, com o Youtube, a coisa se tornou mais democrática e todo mundo pode divulgar sua música, é só trabalhar e divulgar... Que e a resposta vem.
Whiplash!: No passado, os elogios dos europeus ao Reviolence foram uma constante. Agora, com "Modern Beast" sendo distribuído na Alemanha, Japão, EUA e Canadá, como está sendo sua recepção? Há chances de uma excursão por estes países?
Edson: A resposta das pessoas lá fora tem sido ótima, temos recebido muitos e-mails e mensagens nas redes sociais de fãs do mundo todo, elogiando tanto o “Modern Beast” como o novo single “King Of The Night”. Outro fato interessante que aconteceu, foi o caso da empresa Merchland, que está produzindo e comercializando nosso merchandising na Alemanha, são quatro modelos de camisetas e três de bottons.
Edson: Além disso, temos um fórum oficial feito por fãs de outros países, tudo isso pode ser conferido em nosso site. Tivemos propostas de shows na Europa, mas resolvemos segurar a onda até ter o novo álbum com os vocais do Ralph. Nosso plano é de excursionarmos o ano que vem, por alguns países europeus, mas estamos ainda negociando mais este passo com alguns produtores de lá, para não cairmos nas famosas ‘roubadas’.
Whiplash!: Não é novidade que há um segmento na música que está se tornando cada vez mais técnico e extremo. Assim sendo, e considerando a proposta do Reviolence, o que vocês acham que o futuro reserva ao lado mais tradicional do Heavy Metal?
Edson: Eu sou suspeito para falar porque ouço muito Metal Tradicional, mas dá para observar que este gênero foi se adequando ao passar do tempo com as novas tecnologias de gravação, os discos atuais soam mais limpos e pesados, mas a essência permanece a mesma. Veja o Saxon, por exemplo, é uma banda que teve várias fases em sua música, mas permanece soando maravilhosamente bem em todas elas. Como disse, sou suspeito para falar, mas acredito que os grandes pilares desse estilo manterão sua música influenciando sempre as bandas que surgirão.
Whiplash!: Vocês estão preparando um novo álbum. Poderia dar mais detalhes sobre o trabalho, já dá para ter uma noção de como estará soando nesta nova fase?
Edson: O novo álbum está previsto para ser lançado no segundo semestre deste ano, é apenas uma previsão, porque queremos apresentar algo realmente matador. Ele terá muita coisa rápida, que é o que gostamos de fazer, além de partes Heavy Metal. As letras possivelmente virão mais ‘politizadas’, falando cada vez mais sobre nosso dia a dia. No último show, tocamos uma faixa inédita e a resposta do público foi ótima... “King Of The Night” é uma boa amostra do que será o novo álbum, é só aguardar...
Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! agradece pela entrevista e deseja boa sorte ao Reviolence. O espaço é de vocês para os comentários finais...
Edson: Quero agradecer o Whiplash! por mais uma vez nos abrir a oportunidade de falar sobre nosso trabalho e por todo apoio que nos deu durante todos estes anos. Quero agradecer também a todas as pessoas que, de alguma forma, fizeram o Reviolence chegar até este momento em que banda esta vivendo, aguardem o novo disco, ele está sendo feito para vocês. Visitem nosso site e baixem o single!!! Metal até os ossos!!!!
Tendo iniciado suas atividades há quase uma década na capital paulista, o Massahara está estreando com um álbum auto-intitulado que é um verdadeiro passeio pelos primórdios do Rock´n´Roll, completamente calcado nos anos 60 e 70. Uma sonoridade dessas não passa despercebida e o Whiplash! contatou Fábio Gracia (voz e guitarra) e Ronaldo Rodrigues (teclados), que deram uma geral em sua história, gravação e muito mais, num bate-papo que merece ser conferido pelos amantes do gênero.
Olá pessoal! Ainda que o Massahara esteja na ativa há quase uma década, somente agora vocês estão estreando em disco... Que tal começarmos com um breve histórico desde sua fundação?
Fábio Gracia: No final de 2001 resolvi montar uma banda com o baterista e amigo Thiago Sapienza para tocar covers de bandas chamadas lado B, como Captain Beyond, Cactus, Budgie, Dust, mesclando com bandas de maior domínio público. Resolvemos então recrutar o nosso amigo e baixista Allan Ribeiro, que na época havia acabado de voltar a Sampa e conseguimos um vocalista através de um anúncio. Essa formação durou de 2002 até meados de 2004, quando então, por força do destino, nos tornamos um power trio e tive que assumir os vocais. Ficamos um ano ensaiando até eu conseguir coordenar as guitarras com as linhas de voz, repaginando um novo repertório mais calcado em power trios como Mountain, Cream, BBA, Hendrix, etc. Foi nesse período de reclusão que começamos a compor nosso material próprio, desde então não paramos e decidimos tocar em shows apenas nossas músicas, já que a maioria do público não conhecia o repertório lado B, mas gostava mesmo assim por causa de nossas improvisações ao vivo. Trocamos de baterista algumas vezes até conseguirmos fechar um repertório para a gravação do nosso disco, recentemente.
Fábio: A idéia do nome ‘Massahara’ surgiu de um amigo nosso chamado Tico, ele foi e ainda é uma espécie de mentor pra nós. Ele freqüentava na Mooca um tipo de festa chamada de Massa Rara, uma festa direcionada para um público específico, uma ‘massa rara’ que gostava de sonzeira, loucura, slides nas paredes e tal. Por tocarmos na época um repertório lado B, por sermos da Mooca e por gostarmos do significado do nome, que tem tudo a ver conosco, e também pela bela sonoridade que causa, decidimos batizar a banda. Apenas juntamos os dois nomes e trocamos um ‘R’ pelo ‘H’ para dar origem a uma palavra nossa que tem todos esses significados, além do fato de muitas pessoas acharem que a palavra tem origem indiana ou oriental, o que torna a coisa mais mística, psicodélica.
Whiplash!: "Contramão", "Lugar ao Sol" e "Zói D´Cobra" são excelentes composições... Visto a técnica e melodia variada que caracterizam seu primeiro álbum, qual é o ponto alto e o maior diferencial que ele apresenta em se tratando deRock´n´Roll?
Ronaldo Rodrigues: Obrigado pelos elogios! Primeiro a gente cria, depois é que a gente interpreta aquilo que criou. Nosso processo de composição é muito mais instintivo do que racional, e a gente não tem essa sanha, ou essa audácia, de tentar fazer algo totalmente inovador. O rock já tem uma trajetória longa, fundamentos bem sólidos e dá também muita margem a diferentes expressões. Assim, a gente capta a musicalidade que nos influencia e interpreta para o nosso contexto, para as nossas experiências e as nossas idéias. Não sei se isso pode se chamar de diferencial, mas em tudo que criamos colocamos muita raça, muita energia, muito gás e trabalhamos isso com os elementos que possuímos.
Whiplash!: Algo que realmente apreciei em "Massahara" é a presença de muitos improvisos. Afinal, como rola o processo de composição e até onde vocês permitem essas experimentações?
Fábio: Na verdade, o processo de composição se restringe às bases do som, refrões, e outros elementos que agem como espinhas dorsais. O resto é improvisação, que sempre estivemos acostumados a fazer e convenções que a música nos permitir fazer. No caso das letras é diferente, pois existem duas maneiras de trabalhá-las, na minha opinião. Uma delas é ter a letra e se criar um riff a partir daí, e outra é ter uma base e uma linha melódica e construir uma letra daí, ou seja, totalmente o oposto, mas com o mesmo objetivo. É assim.
Whiplash!: Vocês participaram do festival catarinense Psicodália na edição de Ano Novo de 2010 e o entusiasmo com que tocaram foi grande. E agora, com o lançamento de "Massahara", como fica sua situação fora de São Paulo, em relação aos shows? Aliás, considerando todo o aspecto retrô de sua proposta, qual é o perfil do público de vocês, afinal?
Ronaldo: O Psicodália, tanto nessa edição de 2010 como na anterior a ela em que também tocamos, foi uma ótima vitrine, foi nossa primeira experiência musical fora de SP. Algumas dificuldades que sempre apareceram no nosso caminho tinham relação a um trabalho oficial. E agora ele se concretizou. A gente imagina que, com ele, consigamos alçar vôos mais altos, dentro e fora de SP. Para o momento atual, estamos garimpando contatos e locais que possam oferecer uma boa estrutura para o nosso som em outros estados e para o público que se identifica com a gente. Sempre com bastante pensamento positivo e trabalho de formiguinha a gente chega lá.
Ronaldo: Com relação ao público, o perfil que a gente nota é de uma galera que não se convence com qualquer som. É uma galera que tem muita percepção, procura conhecer bem o que está ouvindo e tem bastante critério pra eleger seus favoritos. Não é pessoal que ouve FMs e nem fica de orelha com Ipod e outras novidades. É pessoal que ainda compra discos, que presta atenção na sonoridade, que troca informações a respeito. Que gosta de rock, de som honesto e bem feito. Tem gente nova e tem gente mais velha (isso de idade, porque de pensamento todos se sintonizam). É uma malucada linda, é a ‘massa rara’.
Whiplash!: Falando em Psicodália, foi lá que vocês contataram o selo Som Interior. Sei que vocês utilizaram equipamentos vintage e valvulados para a gravação do debut, e há muita história bacana aí! Poderia dar mais detalhes sobre a gravação do álbum?
Ronaldo: Foi isso mesmo. Lá que conhecemos o Cláudio Fonzi, da Som Interior, e de lá se iniciaram as conversas para que a Som Interior produzisse nosso primeiro disco. A gente é muito grato a ele por nos ajudar a parir esse filho! (risos). Sobre os equipamentos e a gravação, foi uma oportunidade fantástica que tivemos. Gravamos o disco no estúdio Área 13, em São José do Rio Preto, distante cerca de 400 km de São Paulo. Esse estúdio pertence ao nosso amigo Alberto Sabella em sociedade com o Junior Muelas, e ambos tocam atualmente na banda Estação da Luz. Eles, assim como nós, são vidrados em sonoridade vintage e tem disponíveis lá equipamentos fantásticos, coisas como bateria Ludwig, Hammond C3, caixa Leslie, minimoog, tudo original de época, enfim... Um verdadeiro parque de diversões! (risos).
Ronaldo: Além disso, a gente também já tem alguns equipamentos e instrumentos nessa linha, então conseguimos um resultado sonoro que nos deixou bem satisfeitos. A gravação foi feita em cerca de 50 horas de estúdio, mas por conta da distância e das nossas outras ocupações, só pudemos gravar em feriados prolongados. Então, a gravação foi fracionada em várias sessões, mas que totalizaram esse período efetivo de estúdio que citei. Não tivemos muito tempo – foi chegar e tocar. As bases foram gravadas todas juntas, alguns solos de guitarra também. No meu caso, como tecladista, eu nunca tinha tocado com um Hammond ou um minimoog originais, então tive o desafio de conseguir extrair um bom timbre dessas máquinas em pouco tempo. Todo o disco foi gravado com instrumentos e amplificadores analógicos. Um detalhe curioso é de como o Alberto conseguiu esses instrumentos todos, cada um tem uma ‘estória’. Um dos órgãos Hammond, por exemplo, ele comprou de uma igreja evangélica que estava se desfazendo dele, por um precinho muito aquém do que vale o instrumento!
Whiplash!: Na ficha técnica consta que foram dois os bateristas - Renato Amorim e Junior Muelas - que tocaram no "Massahara". Explica isso aí...!
Fábio: É o seguinte: a banda existe desde 2002 e de lá pra cá trocou três vezes de baterista. Quando estávamos prontos para gravar, o nosso segundo batera saiu da banda e nos causou um problema. Mesmo assim, queríamos gravar e então pedimos para o nosso amigo, Juninho Muelas, para fazer as partes de bateria (visto que já tínhamos algumas das músicas prontas e pré-gravadas), não podíamos deixar de registrar nosso som. Então gravamos. Aconteceu que quando tínhamos acabado de gravar algumas músicas com o Juninho, o Renato Amorim conversou com a gente e se propôs a terminar o trampo. Ele acabou entrando pra banda e gravando as outras quatro músicas do disco.
Whiplash!: E qual é a história da canção "Roleta Russa", que ficou de fora do repertório?
Fábio: Roleta Russa é uma música que compusemos a partir de algumas idéias remanescentes que o Allän e eu tivemos, somadas mais as idéias do Renato. Nossa intenção era de gravar com o Rolando Castelo Jr., da Patrulha do Espaço. Ele curtiu o som e topou, mas levando em conta os inúmeros imprevistos para concretizar esse som, acabamos por não gravá-lo. Mas no segundo disco marcará presença, com certeza.
Whiplash!: A mídia dá amplo espaço a aberrações infanto-juvenis como NX Zero ou Fresno... Em sua opinião, onde reside o empecilho de bandas com apelo mais adulto e que cantam em português, como Carro Bomba, Motorocker ou Massahara, para serem constantemente preteridas pelos veículos de comunicação das grandes massas?
Ronaldo: Essa pergunta não tem uma resposta simples. Acho que são dois fatores principais. O primeiro é que parece existir uma extensão da adolescência. As crianças são mais precoces hoje em dia e passam mais tempo sendo adolescentes; é comum ver gente com 22, 23 anos que age e pensa como adolescente. A maturidade chega muito mais tarde – o cara passa décadas se preparando para o dito ‘mercado de trabalho’, sai da casa dos pais lá pelos 30 anos, enfim, a juventude hoje demora muito a sair para o mundo, pra ter que se virar, aprender as coisas da vida de fato, na prática. O som dessas bandas citadas (entre muitas outras) é um reflexo disso. Elas já têm cerca de 10 anos de carreira e continuam no mesmo som adolescente, não evoluem. Surpreende pensar hoje que Robert Plant, John Paul Jones e John Bohnam tinham cerca de 19 anos quando lançaram o primeiro disco, ou então os garotos do Dust, todos na faixa dos 18, lançar um disco de estréia tão maduro, denso e com aquela competência instrumental. Os Beatlessaíram de “Love Me Do” para “A Day In The Life”, veja que evolução...
Ronaldo: O segundo ponto é que a indústria avançou muito para cima da música, que vem perdendo seu status de arte e cada vez mais é entretenimento, é produto. E como produto, tem rótulo, tem visual padronizado, tem prazo de validade (!) e tem propaganda. Na parte da propaganda, aí entra a grande mídia, a mídia das massas, seja ela escrita, televisa ou radiofônica. Ela não tem compromisso com a música, tem compromisso com o dinheiro. Onde estiver o dinheiro, o consumo, ali ela estará. Então, não temos muita esperança com relação a isso. Uma conjuntura imensa de situações tem de mudar para que consigamos chamar a atenção desses veículos e reverter esse ciclo de mediocridade. Tem que ser de dentro pra fora. Mais ou menos os mesmos fatores que permitiram uma criação tão profícua de bandas no fim dos anos 60 e nos anos 70. Na minha opinião, um dos pontos primordiais para isso é a união entre quem ‘milita’ nessa causa (e é uma das coisas mais difíceis de se conquistar hoje em dia).
Whiplash!: "Massahara" tipifica perfeitamente o som do final dos anos 60 e anos 70. Levando em conta suas influências de Grand Funk Railroad, Cream, Black Sabbath, The Jimi Hendrix Experience, etc, como vocês analisam o Rock´n´Roll daquela época em relação ao movimento atual, à nível mundial?
Ronaldo: Para a gente é uma honra poder ser mencionado com adjetivos assim, pois é uma época e um contexto que admiramos muito! Não é uma coisa arquitetada, de tentar soar com aquele mesmo espírito e nem saudosista, porque não vivenciamos isto. É uma coisa natural, de pura identificação nossa com as propostas sonoras dessas bandas citadas e de outras do período, que continuam insistentemente atuais. O rock n’ roll é muito diversificado, é uma cultura com diversas faces. O que fez toda a diferença, no meu entender, foi o contexto em que essas bandas estavam e também suas influências. O rock naquela época estava em plena construção, muitas linguagens se estabelecendo – hard rock, rock progressivo, jazz-rock, space-rock, folk-rock, blues-rock, experimental, etc.
Ronaldo: Por estar em construção, as referências primordias foram o blues, o jazz e a música erudita. Partiu-se muito de elementos distintos para construir o rock daquela época. Hoje, o rock é feito primordialmente de influências passadas do próprio rock. Isso, na minha visão, torna o estilo limitado, fechado, com pouca diversificação e preso a clichês. Outra diferença é que as pessoas que se aventuravam a tocar rock naquela época tinham mais formação musical. Depois da filosofia punk do ‘do it yourself’, a musicalidade passou a não ter muita importância no rock, de modo geral. E isso o empobreceu. Apesar disso, considero que haja muitas boas bandas, hoje. Não diria que existe atualmente um movimento consistente de rock, porque a coisa está muito fragmentada e o universo de bandas de todos os estilos hoje é muito vasto. Muitas boas bandas estão aí na ativa e habitam o universo paralelo do ‘underground’.
Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! agradece pela entrevista desejando boa sorte ao Massahara! O espaço é de vocês para os comentários finais, ok?
Ronaldo: A gente agradece mais essa oportunidade de figurar aqui no Whiplash!, poder falar um pouco sobre nós e o nosso trabalho, e ir, aos poucos, construindo um nome entre os admiradores desse estilo. Sem esse apoio mútuo, nada acontece! Valeu!
Ronaldo: Nosso disco já está aí pela praça, pode ser encontrado em algumas lojas da Galeria do Rock e da galeria Nova Barão em São Paulo e nas lojas especializadas do estilo no Rio de Janeiro. Também pode ser adquirido diretamente conosco. Nossos contatos são – massahara_band@yahoo.com.br , telefones (11) 2965-3888 ou (21) 2524-0216.
Em razão do lançamento do álbum solo "Filling the Void", Simon Kirke, o legendário baterista de Free e Bad Company, concedeu entrevista a Brady Lavia, do ste da Gibson.
Confira alguns trechos da conversa:
Brady: Você foi o único membro do BAD COMPANY que continuou na banda ao longo de todas as formações diferentes. Como a constante mudança de pessoal afeta você, pessoal e musicalmente?
Simon Kirke: Sim, é verdade. Bem, tem sido desde 1973, o que é - meu Deus - 38 anos atrás!
Tem sido uma montanha-russa. Aprendi muito. Eu prefiro a formação original a qualquer uma das formações posteriores. Eu acho que Paul Rodgers é a voz da banda e Mick Ralphs é o guitarrista. E no baixo, Boz Burell, e suponho que eu mesmo na bateria. Mas nós tentamos outras pessoas ao longo do caminho. Eu não queria deixar a banda morrer só porque os outros membros não queriam continuar.
Funcionou até certo ponto e, em outros níveis, não deu certo. Algumas pessoas ficaram desapontadas quando Paul não quis mais estar na banda, então nós colocamos o Brian Howe na banda. Nós, de certa forma, adotamos um novo som. Isso funcionou para a época, no final dos anos 80.
Isso não elevou o nome da BAD COMPANY, mas foi algo que precisávamos tentar e nós mantivemos a banda viva. Eu acho que foi e ainda é uma banda incrível. Apenas passou por algumas mudanças, como um camaleão. Como qualquer outra banda ou qualquer pessoa que tenha uma longa carreira, vai acontecendo um pequeno declive na qualidade. Houve momentos em que fomos culpados por isso.
Brady: Brian Howe foi citado como tendo dito que o motivo pelo qual ele deixou BAD COMPANY foi que ele estava cansado de fazer todo o trabalho. Pode nos dar o outro lado dessa história?
Simon Kirke: (Risos) Sim, eu ouvi isso, eu ouvi isso, que ele estava cansado de fazer todo o trabalho. Bem, sem manter o seu departamento jurídico muito ocupado... (risos) Olha, ele tem direito à opinião dele. Ele, muito sinceramente, não se encaixava na banda. Essa é a pura verdade. Às vezes ele era difícil de lidar, como tenho certeza que eu era, mas a personalidade dele e nossas personalidades se chocavam no final. Nós apenas não nos dávamos bem, e assim nos separamos. Se ele fez ou não a maior parte do trabalho, é algo a ser debatido, mas nós tivemos algum período produtivo com ele. Nós fizemos alguma música muito boa com ele, então eu vou olhar pra trás, sobretudo com lembranças afetuosas. E isso é mais diplomático que eu posso ser.
Brady: Com Paul Rodgers dizendo que não há planos futuros para a BAD COMPANY e este álbum solo terminado, o que o futuro reserva para Simon Kirke?
Simon Kirke: É engraçada a maneira como você formula essa questão, parece que “Filling the Void” se refere ao que estou fazendo agora que a BAD COMPANY não está fazendo nada. Na verdade, eu nunca pensei assim. Eu não estou preenchendo o vazio deixado por Paul e Mick, embora pudesse ser interpretado desse modo.
Isso é algo que eu queria fazer há um longo, longo tempo. Eu tenho um monte de canções. Eu pretendo fazer outro álbum solo, e isso me permitiu a oportunidade de colocar essas músicas pra fora e ver como eles se saem sendo tocada por músicos profissionais. Então, eu finalmente encontrei uma janela de tempo na qual eu pude fazê-lo. Até agora, a reação tem sido muito positiva, por isso estou muito satisfeito.
Mas espero que a BAD COMPANY faça mais shows, porque ainda somos uma banda muito boa. Ainda gostamos de tocar...
O ROCKSBLOG entrevistou o vocalista e o guitarrista da banda paulista RED FRONT. Pedimos desculpas pelas perguntas lugar-comum que foram feitas, mas o objetivo principal aqui é apresentar a banda para os que ainda não conhecem esses guris que hipnotizam a galera quando sobem ao palco como poucos conseguem fazer.
Rocks - Como a banda foi formada?
Oscar: A banda foi formada em janeiro de 2007, porque todos estavam insatisfeitos com suas antigas bandas e resolveram postar anúncios na internet a procura de integrantes para uma banda. Por sorte todos moravam muito próximos e curtiam o mesmo tipo de som, além é claro de curtir a boa e velha cervejinha no boteco. As influências da banda vão desde classic rock até death metal, na verdade escutamos de tudo, mas o gosto comum é pelo thrash metal. Bandas como Pantera, Slayer, Metallica, Exodus, Testament são unanimidade. O RED FRONT quando foi fundado contava com Léo (vocal e campanhia), Oscar (guitarra e martelo), Marcelo (guitarra e serrote), Bradock (bateria e britadeira) e Marq (baixo e maquiagem) (risos)
Léo: Bom o RED FRONT foi formado como muitas bandas por ai. Todos tinham bandas e estavam insatisfeitos com elas, ai pelo maravilhoso mundo da internet nós nos encontramos. Primeiro eu coloquei um anúncio na comunidade da banda The Haunted no Orkut ai encontrei o Marcelo. Esse canalha já tinha feito contato com o Bradock, o Marq eu já conhecia porque ele tocava na banda de um amigo meu (sim roubamos o Marq dos caras!) e o Oscar simplesmente apareceu no nosso Orkut usando um profile fake chamado O Ninja Paraibano (risos) foi difícil levar ele a sério, até o primeiro ensaio ser marcado ninguém acreditava na existência desse fela da puta!
Rocks - Apresentando o Red Front:
Léo (Vocal): esse é o nosso frontman, ele é especialista em deixar os outros sem graça e tem os peidos mais fedidos do mundo.
Oscar (Guitarra): Por ser o mais velho da banda tem o apelido de Pai, mas esse pai só presta pra ensinar coisas erradas da vida para seus "filhos"!
Marcelo (Guitarra): Descendente de armênios é o menino mais honrado dessa banda e também o mais bem dotado!
Marq (Baixo): Ursinho carinhoso, fofuchinho da mulherada, Senhor Seda Ceramidas. Chame como quiser que ele atende!
Daniel (Bateria): Logo que entrou na banda já ganhou o apelido de lezerinha pelas quantidades cavalares que fuma de maconha, já dá pra perceber que coisa boa não é!
Rocks- A banda tem 4 anos de estrada. O que mudou do inicio até agora?
Oscar: 4 anos se passaram e pouca coisa mudou, pois fazemos tratamento de botox com o doutor pitangui! (risos) Caro leitor não pensem que estou bêbado, é que somos meio idiotas assim mesmo. Falando sério agora. Muita coisa mudou, a começar pelo nosso baterista, agora quem assume as baquetas é o safado do Daniel. Outra coisa que mudou são os shows, no começo tocavamos 1 vez a cada 3 meses e agora tocamos em média 6 ou 7 vezes por mês. Os shows também são melhores, com mais estrutura, muito mais pessoas aparecem pra nos assistir, diferentemente do passado. Por sorte a galera está curtindo nosso som e temos ganhado vários seguidores e amigos ao longo desses 4 anos. Esperamos que isso aumente cada vez mais com o passar do tempo!
Léo: Na minha opinião o que mudou foi que em quatro anos ficamos mais feios, mais bêbados, mais maconheiros e mais violentos auhuauhaua! Brincadeira, nesses quatro anos de banda nós tentamos construir uma identidade, fazer com que a galera se identificasse com nossas letras, nossa música e nossas atitudes tanto no palco quanto fora dele. Queríamos fazer um som violento, direto e conseguimos. Ganhamos experiência tocando com bandas como Death Angel e fazendo nossa primeira tour na Europa, infelizmente o grupo que começou toda essa história não é mais o mesmo (como todos sabem nosso batera original Bradock deixou a banda logo após a turnê européia), mas tenho certeza que agora achamos o cara perfeito para dominar o mundo! (risos)
Rocks - Vocês possuem um estilo headbanger de ser. Tocam por uma ceva, ops por uma breja... Falem sobre esse jeito "Red Front" de ser.
Oscar: Realmente temos este estilo de ser, somos headbangers de verdade, não fazemos um estilo no palco como muitos fazem. Curtimos tocar, tomar umas e outras, ver umas gostosas, trocar uma idéia com os amigos, etc. Se você encontrar a gente na rua durante a semana vai ver que estamos com as mesmas roupas e do mesmo jeito de um dia que tem show. Somos fãs de metal que tocam metal!!! Acredito que heavy metal não é somente música, é um estilo de vida. Realmente muitas vezes tocamos em troca de cerveja (breja), no Brasil a realidade é essa! E se tiver cerveja tocamos e depois fazemos uma faxina no bar. (risos)
Léo: Nossa maior intenção é diversão, mas não só diversão para banda e sim para todo o público. Criamos uma série de brincadeiras para que a galera se tornasse parte dessa brincadeira, eles são os soldados do front. O Oscar é o criador delas. Já as brincadeiras no palco vem com naturalidade, esse é nosso jeitão sempre. Se você encontrar com qualquer um de nós um dia no bar pode ter certeza que vamos armar a mesma putaria de sempre ali mesmo!
Rocks- Presos e fichados em Londres? Conta tudo.
Oscar: Isso foi fodaaaa!!! Ficamos com o cu na mão mesmo!!! O que aconteceu foi que estávamos fazendo a tour pelo leste europeu e percebemos que de um país para o outro não tinha fronteira ou fiscalização, era só uma placa que dividia os paises. Tudo estava correndo bem até o show na Holanda... Como vocês devem saber, lá é legalizada a maconha, e é claro que como bons admiradores da erva resolvemos parar para conhecer um coffe shop (local onde se é vendido a mary). Chegando lá pedimos um white widow e demos aquela relaxada... Caracaaaaaaaa que saudade da Holandaaaaaaa!!! Como curtimos muito a mercadoria resolvemos fazer o estoque de cigarrinho de artista pro resto da tour, o problema é que chegando na fronteira da inglaterra uns dias depois... Lá tinha a porra da fiscalização e como estavámos muito chapados pra lembrar de esconder o orégano, tomamos no cu de verde e amarelo. Os policiais começaram a perguntar informações sobre o show e não tinhamos essas informações. Eles resolveram ligar pro promotor do evento e o fdp mesmo sabendo que chegaríamos na inglaterra naquele dia, simplesmente desligou o celular. Com isso os policiais da fronteira começaram a desconfiar que estávamos tentando entrar ilegalmente no país e resolveram nós revistar, foi ai que a coisa toda ficou feia. Procuraram e acharam. Ficamos presos por 10 horas. Fomos fichados e agora estamos proibidos de entrar na inglaterra por 5 anos.
Léo: Londres se tornou um sonho ainda mais distante (risos), no mesmo dia em que fomos para cidade de Calais na França pegar uma balsa para a Inglaterra demos uma passadinha em Amsterdam, ai já viu né? Entramos no primeiro coffee shop que vimos para repor nosso estoque de cigarrinho de artista, compramos de tudo um pouco, fumamos de tudo um pouco e partimos rumo a Calais. Chegando lá a nossa Van foi parada no departamento de imigração inglês, na hora os caras pediram nosso visto, ai apresentamos a carta convite que nos foi enviada pelo produtor do show em Londres (o único produtor brasileiro que pegamos na tour toda), os caras analisaram o documento e disseram que ele não valia e que caso o produtor não se responsabilizasse por nós o RED FRONT não entraria no país. Ele tentou ligar para o cara duas vezes e nada! Moral da história eles alegaram que estávamos tento entrar de forma ilegal na Inglaterra, fomos levados a uma sala, fomos revistados e dentro do maço de cigarros acharam duas aquelas maravilhosas bombas já boladinhas!
Rocks - Falem da ‘Third War Tour – European Assault’, 30 dias tocando no exterior. Como foi essa experiência para vocês, como músicos, como pessoas?
Oscar: A tour na europa foi um sonho que se tornou realidade. Imaginem viajar um mês inteiro com os seus irmãos de banda, tocando metal todo dia. Conhecendo gente nova toda hora, conhecendo novas culturas, zuando sem parar e ainda ganhando pra isso. Foi muitooo foda!!! Passamos por 10 paises e fizemos 20 shows. Saber que o seu som tá chegando até o outro lado do mundo é uma sensação muito foda. Muitas dessas músicas eu compûs cagando (em vez de ler revista como a maioria das pessoas eu toco violão enquanto faço arte barroca (risos)deve ser por isso que sai uma merda só... hoje tem gente de tão longe que curte. Foram vários momentos bacanas nos shows. Na frança chegamos atrasados para um show por conta de uma nevasca que teve no dia e a casa estava lotada, todo mundo gritava o nome da banda. Não entendemos nada a princípio, ai o promoter local disse que todos estavam lá pra nos ver porque o nosso som estava tocando em uma rádio de veiculação nacional. Na Bélgica teve um grupo de pessoas que viajou 200 km pra assistir novamente ao nosso show, na Eslováquia fizeram fila na porta do camarim pra pedir autógrafo pra gente (me senti a Ivete Sangalo nessa hora). Na Alemanha os shows estavam bem cheios, muitas pessoas conheciam as músicas e fizemos contato com um dos empresários do Destruction, que adorou nosso som e chamou a gente pra abrir o show deles aqui no Brasil. Enfim foi muito bacana e isso abriu muitas portas pra gente.
Léo: Essa foi a viagem da minha vida. Mais de 9 mil quilômetros percorridos pela Europa, dez países, 22 cidades, quilos de maconha consumidos em hotéis de beira de estrada, uma noite na prisão, 20 litros de cerveja consumidos antes dos shows, 3,6 litros durante e 25 litros depois, três inimizades com poloneses, zilhões de amizades pelo caminho, 38 erros gramaticais de inglês cometidos pelo Oscar e muita, muita, mais muita história pra contar.
Rocks- Vocês se apresentaram de uma maneira, digamos, pra lá de inusitada na Europa... só de cuecas na Polônia?
Oscar: (Risos) Isso realmente aconteceu em Warsaw, a capital da Polônia. Estávamos no bar conversando com os caras do Headbanger (banda polonesa que nos acompanhou durante a tour) e comentamos que uma vez tocamos no Brasil apenas de cueca. Os caras duvidaram e apostaram uma caixa de cerveja que não tocariamos de novo, pra que? Só de duvidar a gente já tocaria de cueca... agora imagina valendo umas brejas? Começamos o show vestidos e ao longo do set fomos tirando as roupas, até que a gente ficou só de cueca. Pensavámos que o público iria achar ruim. Aconteceu exatamente o contrário, no final tinha gente na propria platéia que já estava sem camiseta, sem calça, foi uma putaria só! Quando terminamos o show não deixavam a gente descer do palco, pediam pra tocar mais músicas e tal. Tivemos que tocar todo o set nesse dia. Vale lembrar que no dia fazia a temperatura de menos 15 graus e caia uma nevasca forte. Nas fotos parece que não temos "conteúdo" mas é porque estava frio e estavamos com o berimbau encolhido, no calor do Brasil é outra historia!!!!!(risos)
Léo: Estávamos em Varsóvia bebendo muito com os caras do HeadBanger e contando umas histórias sobre nossos shows no Brasil. Foi quando o assunto tocar de cueca entrou em pauta, os caras nos desafiaram: “Se vocês tocarem de cueca aqui, nós pagamos a conta!” Não deu outra, beber de graça e ainda causar polêmica na Polônia??? TÔ DENTRO! O mais legal foi ver que a galera lá curtiu a zuera! Fica a dica não dê corda pra louco, ainda mais quando esses loucos são do RED FRONT.
Rocks- “Memories Of War" tá bombando... agradando a crítica especializada e o público em geral. Qual é o segredo da Red Front?
Oscar: O CD Memories of War está tendo uma ótima aceitação, estamos muito contentes com isso! Temos ótimas vendas no nosso site (www.redfront.com.br) e na nossa lojinha que levamos nos shows. A mídia especializada também elogiou muito, até agora não temos o que reclamar, só ouvimos elogios do álbum! Como é bom ter familia grande, né! (risos)
Léo: Não tem coisa melhor do que ver que seu trabalho está sendo reconhecido, e que o público está gostando das nossas músicas, “Memories of War” é o apanhado das nossas idéias sobre o mundo, nosso melhor está nesse CD. Chegar em algum lugar e ver que as pessoas querem ouvir “Circle of Hate” ou “Institutions Down” não tem preço.
Rocks - Como foram as gravações do álbum de estréia da banda?
Oscar: O álbum foi inteiro gravado no meu home estúdio. Somente fizemos a mixagem no estudio Mr. Som, de propriedade do Korzus, que por sinal faz participação em 2 músicas do álbum. Decidi fazer isso porque começamos a perceber que o resultado em estúdios "baratos" não era satisfatório e gastávamos muita grana. Sempre gostei desse lance de produção e gravação e como era meu sonho ter um estúdio próprio, resolvi investir o dinheiro para montar um home estúdio. Juntei grana por um ano e fui fazer a tour da muamba pelo Paraguai. Lá os equipamentos são em média menos da metade do preço. Comprei bateria, amplificador, computador, microfone, mesa de som, etc, etc, etc. Passar com tudo isso sem pagar imposto foi um sufoco, afinal uma bateria não dá pra esconder na cueca (risos). Por sorte deu tudo certo e consegui montar tudo certinho. Depois foi só aprender a usar os programas de áudio e cair de cabeça nas gravações. Estamos muito satisfeitos com o resultado!
PS: Se precisarem de equipamentos eletrônicos e afins ligue para: xxxx-xxxx (risos)
Rocks- O próximo CD, vocês já têm previsão de quando será lançado?
Oscar: Ainda não temos previsão para o próximo CD. Acabamos de efetivar o Daniel, novo baterista, e agora podemos nos dedicar a compor, pois antes disso estavamos correndo atrás de baterista e não tínhamos tempo de pensar em material novo. Tenho muitas músicas já prontas em casa e só estou esperando a hora certa para levar para os moleques no ensaio e começar a trampar em cima delas. Sei que o Marcelo também tem algumas ideias, ai é so juntar tudo e começar a trabalhar. Posso garantir que o próximo CD vai ficar com melhor qualidade, pois já aprendemos muito com o primeiro, temos melhores equipamentos para gravação e já sei usar melhor os programas de áudio.
Rocks- O Red Front possui estratégias de marketing bárbaras: Bonecos, Gelatina, Camisetas anti-colorido...
Oscar: Normalmente quem cria as estratégias de marketing para a banda sou eu, sempre fico em casa pensando em algo e após uma ou outra cervejinha as idéias vão surgindo. A gelatina surgiu de uma doidera minha... Resolvi fazer algo pra quando chegasse bêbado em casa e minha mãe reclamasse: Caramba filho, bebeu de novo??? E eu não precisasse mentir pra ela, e pudesse dizer a verdade e falar: Não, dessa vez eu só comi. (risos) A Gelatina é engraçada porque quando oferecemos ela nos shows pra galera (distribuimos de graça) todos acham que é zueira, mas ai quando provam ficam bestas de ver que tem álcool no meio. Como diz meu pai, conseguimos perverter até um docinho inocente (risos). Ela é forte, pra vocês terem idéia, quando criei ela, tomei 1 litro dela sozinho, no dia seguinte tinha que acordar às 10h pra trabalhar, mas tava tão bebado que só fui acordar às 15h. Advertência: Apreciem com moderação!!!! (risos)
A malhação do boneco emo surgiu durante um sonho que tive, no meio da madrugada acordei e anotei a idéia. Na manhã seguinte acordei e fui atrás dos materiais pra fazer o boneco. Não comentei nada com o pessoal da banda, somente no dia do show. Quando eles viram o boneco pronto adoraram a idéia e utilizamos no show, não preciso nem dizer que quando jogamos ele pra galera não sobrou nenhum pedaço pra contar a história. Já a camiseta anti coloridos foi somente uma continuação do lance do boneco e um jeito de ir contra toda essa boiolagem colorida que o rock'n'roll se encontra. Se você também não curte essas merdas de hoje, ajude o Red Front nessa campanha e comprem a nossa camiseta anti-colorido.
Léo: Como eu já havia dito, nossa intenção é de fazer com que o público se sinta parte da bagunça, o boneco, a gelatina, o Wall of Death no fim do show, as brincadeiras todas são pensadas pra isso, já o lance do nosso merchandising, a intenção é vender o mais barato possível para que a galera possa ter acesso ao RED FRONT com mais facilidade!
Rocks- Vocês são melhores ao vivo do que em CD, já devem ter falado isso pra vocês. E possuem uma presença de palco invejável...
Oscar: Muito obrigado, ouvir que somos melhores ao vivo do que no CD é um grande elogio, porque não tem firula de estúdio nenhuma pra ajudar, é só a gente mesmo fazendo o som. Acho que isso se deve ao fato de colocarmos muita energia nas apresentaçoes ao vivo. Gostamos de pular, agitar, banguear, dar mosh, etc, etc, etc. Queremos que a galera curta 100% o show e vá embora pra casa com uma boa impressão. Para isso fazemos o nosso melhor e estimulamos a galera a fazer toda a zueira com a gente.
Léo: Ir ao show do RED FRONT é estar em uma festa. Nós gostamos de pular, gritar, ver o bate-cabeça destruidor lá embaixo, para isso tentamos deixar o público o mais a vontade possível e intimo da banda. Por isso fazemos tantos amigos pela estrada!
Rocks- Difícil definir o estilo de vocês...
Oscar: Percebemos que a crítica tem dificuldades de nos rotular. Tem gente que nos classifica como thrash metal, death metal, hardcore, grindcore, etc. Isso é bom porque mostra que não parecemos com nenhuma banda especificamente. Temos influências de vários estilos, misturamos tudo e criamos nosso som. Gostamos do termo metal putão (embora no sul isso não de certo hahahaha), isso pode se resumir ao cara que gosta de metal, curte uma zueira e foda-se o resto. É o velho estilo sexo, drogas e rock'n'roll!!!
Léo: Estilo Metal eu acho uhauahuahua, cada nova resenha sobre nosso CD ou sobre nossos shows lemos classificações diferentes para o nosso som, então somos uma banda de Metal e ponto uhauuahuahuua!
Rocks- Recentemente vocês venceram a seletiva do Wacken Metal Battle em São Paulo. No próximo mês tem a final no Roça 'n' Roll. Falem um pouco disso.
Oscar: A seletiva do Wacken Metal Battle foi outro passo importante na nossa carreira. Ser selecionado entre mais de 500 bandas já é um motivo de orgulho. Agora ganhar a seletiva de São Paulo é outro sonho que se torna realidade, ainda mais com bandas tão boas concorrendo com o RED FRONT. Agora é ensaiar bastante é torcer pra trazer o caneco pra casa na final nacional no roça'n'roll!!!! Estamos de dedos cruzados aqui, se a gente for pro wacken eu morro do coração!!!!
Léo: Disputar essa seletiva para o Wacken com bandas tão boas quanto Woslom, Hellarise, Furia Inc e ainda ganhar já representa uma puta vitória para o som do RED FRONT. Agora vamos representar São Paulo na final nacional e ainda tocar no maior festival underground do país. Prometemos um show destruidor para toda a galera, e vamos dar nosso melhor para tentar levar mais essa para a banda e para todos que acreditam e nos apoiam.
Rocks- Como vocês vêem a cena no Brasil em relação ao exterior.
Oscar: A cena na europa é muito diferente da cena no brasil, infelizmente nesse ponto estamos muito atrás dos europeus. Como foi citado no começo da entrevista, aqui no Brasil muitas vezes tocamos em troca de cerveja. Lá na Europa se tem total apoio de todos os lados, todos fazem o seu trabalho com muita seriedade. O promotor divulga muito bem o show, pagam cachês muito bons a ponto de você ter total condição de viver de música. As casas de show tem equipamentos de primeira qualidade, o público comparece em peso (mesmo durante a semana) e apoia as bandas comprando muito o merchandising, eles não alimentam a cultura do cover (que ao meu ver é o câncer da cena brasileira). Temos muitas bandas boas aqui no brasil, mas em termos de organização ainda estamos muito atras dos gringos.
Léo: Na Europa eles têm um amor muito grande pelo metal, aqui no Brasil também, mas a diferença é que lá eles apoiam muito a cena underground. Eles agitam para uma banda desconhecida do mesmo jeito que agitariam para o Sepultura, Pantera ou Metallica. É difícil de acreditar mas no nosso primeiro show na Alemanha nós anunciamos que iriamos tocar uma cover do Pantera e a galera não quis! Um cara chegou até a gente e disse, “nós pagamos para ouvir o RED FRONT então toquem músicas do RED FRONT!” Uahauuahuhau foi demais, enquanto não tocamos todo o “Memories of War” os caras não param de agitar, tocamos o play de ponta a ponta pela primeira vez!
Rocks- Se quiserem falar dos parceiros da banda, fiquem à vontade.
Léo: Nesses quatro anos de banda ganhamos amigos que nos dão força para continuar nosso trabalho, entre eles temos a Procimar Cine Video que faz as nossas demos que são distribuídas de forma gratuita nos shows, a Metal Media que está sempre apoiando e divulgando as maluquices que fazemos, os caras da Old Jack Produções que fizeram o vídeoclipe da Circle of Hate e mais recentemente o Rodrigo da Black T-Shirt Rock Wear que patrocina nossas camisetas e agora o pessoal do Rocks ai do RS.
Rocks- Agenda da Red Front
14/05 – Ego Club (São Paulo/SP)
21/05 – Califórnia Bar (Poços de Caldas/MG)
28/05 – Billa Rock Bar (Ferraz de Vasconcelos/SP)
29/05 – Central Rock Bar (Santo André/SP)
17/06 – Led Slay (São Paulo/SP)
18/06 – Kaiowas Fest com Torture Squad e Claustrofobia (Jundiaí/SP)
24/06 – Roça N Roll - Final do Wacken Battle (Varginha/MG)
09/07 – Head Stock (Itápeva/SP)
23/07 – (Guarulhos/SP)
27/08 – Carioca Club com Destruction (São Paulo/SP)
30/09 – (São José dos Campos/SP)
05/11 – Show com Dr. Sin e Bittencourd Project (São Paulo/SP)
17/12 – (Uberlândia/MG)
Rocks- Para finalizar... Deixem um recado para os leitores do Rocks.
Oscar: Gostaria de agradecer muitooo pela força que vocês tem dado ao RED FRONT, adoramos tocar ai no sul e esperamos voltar muitas vezes pra fazer uma zueira e curtir um som ai com vocês. São pessoas sérias como vocês que podem mudar a realidade da nossa cena. Vamos se unir e fazer ela ficar cada vez mais forte!
Para os bangers que ainda não conhecem a gente, convidamos a entrar no nosso Myspace e ouvir nosso som (www.myspace.com/bandaredfront) e apareçam num show nosso pra curtir um som, tomar uma gelatina Red front, malhar um colorido e ver umas gostosinhas!!!
Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você!! hahahahaahhahaha