Ao dar o play, aparece o vídeo de introdução da Nuclear Blast que, além de muito bem feitinho, é divertido. Começou bem. Quanto à apresentação em si, apresenta imagens em widescreen “normais” digitais, sem nenhum enfeite e a edição também não apresenta surpresas, o feijão com arroz de sempre. Nesse ponto, a Nuclear Blast poderia ter caprichado mais, né? Afinal, um material tão importante assim não poderia ficar somente no óbvio. Mas tudo bem, vamos de fato ao show.
Só que o ele começa com um problema que considero sério: um leve, porém incômodo delay entre som e imagem. Muito estranho assistir Tom Hunting dando uma bordoada no prato e o som vir com décimos de segundo atrasados. Estarei sendo exigente demais? Bom, ok, acredito que ainda sim, poucos perceberão esse fato. Bola pra frente.
Só que o ele começa com um problema que considero sério: um leve, porém incômodo delay entre som e imagem. Muito estranho assistir Tom Hunting dando uma bordoada no prato e o som vir com décimos de segundo atrasados. Estarei sendo exigente demais? Bom, ok, acredito que ainda sim, poucos perceberão esse fato. Bola pra frente.
A porradaria já começa com um dos maiores clássicos da banda – “Bonded by Blood” – e de lá até o final da apresentação, o que se segue é pura vibração de todos os integrantes que são ferozes no palco, além de exímios músicos. Basta ver a perfeição com que tocam cada um de seus hinos. Os solos são lindos e sempre muito apressados. Performance nota 10!
E já fica o aviso: vocês ouvirão falar do público várias vezes aqui. Afinal, acreditem, ele é o sexto integrante da Exodus. Bom, em “Iconoclasm”, abrem uma roda gigantesca no meio de tudo e fazem subir a poeira. Os fãs dão o sangue!
O vocal de Rob Dukes é muito bom, um dos mais poderosos que já escutei no thrash metal, e dá um incrível peso às composições. De verdade, é um timbre excepcionalmente forte, que eu não ouvia há tempos. E o cara tem muita presença, mesmo parecendo um tanto antipático posando de fodão malvado. Putz, e o cidadão é um tremendo porco: dá aquelas expiradas fortes pra tirar umas catotas do nariz que são puro nojo.
Prosseguindo, “A Lesson in Violence” incendeia de vez o público, como pode ser percebido nas imagens caóticas do pessoal se debatendo. “Children of a Worthless God” é uma das mais empolgantes do show! Na sequência o cantor aparece com uma filmadora e já avisa os fãs que as imagens por ele filmadas estarão no DVD. É hora de ... “PIRANHA”! Aposto que imaginaram a destruição, né? Público insano, movido a selvageria!!!!
Ahahahah e marquem esse tempo: 42’51’. É o momento mais hilário do show, e fica por conta de um fã. Ele avista a câmera e começa a cantar e fazer chifrinhos com cara de mau. Só que o cara esqueceu que estava no meio da roda de porrada e é literalmente atropelado pelos malucos que estavam no circuito. Voltei a imagem várias vezes, dando boas gargalhadas. Muuuuuuuuito engraçado! Outro momento divertido: durante o solo de “Blacklist”, o vocalista – sempre ele – pega a palheta de Lee Altus e fica tocando as cordas enquanto o guitarrista usa sua mão esquerda dando os acordes do riff. Quando Gary Holt “passa” o solo ao a Altus, o cantor repete o gesto e toca em sua guitarra, enquanto Holt, com a mão livre, toma uma cerveja!
A melhor – “Strike of the Beast” – traz consigo certa polêmica, mais uma vez causada por Dukes. Podem me chamar de moralista, mas desaprovo sua atitude de mandar a plateia se dividir em dois lados para fazer o famoso “wall of death”, aquela loucura que parece uma batalha medieval, onde os soldados entram em violenta colisão. A imagem é impressionante. Na boa, qual o objetivo disso?
Aparentemente, tudo acabou bem com “Shovel Headed Kill Machine”, uma das mais brutais da carreira daExodus.
Tecnicamente, o som é muito bom, com todos os volumes dos instrumentos na medida certa e a apresentação do conjunto no Wacken é excelente, tirando os fatos acima mencionados. O show é muito intenso, sendo que o público realmente fez a diferença. Não me lembro de ter visto tanta devoção e agressividade.
Tecnicamente, o som é muito bom, com todos os volumes dos instrumentos na medida certa e a apresentação do conjunto no Wacken é excelente, tirando os fatos acima mencionados. O show é muito intenso, sendo que o público realmente fez a diferença. Não me lembro de ter visto tanta devoção e agressividade.
E está na hora do DVD 2, com um documentário e outros materiais especiais. Antes que eu me esqueça de mencionar, no menu não tem a opção de colocar legenda, então, façam isso já durante o vídeo rodando, ok?
Bem, e no vídeo, basicamente contam a história da banda, mas não de forma linear. Sua trajetória está misturada com fatos cotidianos do grupo, como sessões de estúdio, tanto da gravação do CD “Shovel Headed Kill Machine”, quanto da animação de Metalocalypse, brincadeiras e outros registros. Aliás, segundo um relato do guitarrista Lee Altus, a Exodus foi a primeira banda do Bay Area. Vai vendo a responsabilidade desses caras...
Outro fato que chama a atenção acontece quando Gary Holt afirma que, quando o ex-vocalista Paul Baloff estava internado, tomaram a decisão de desligar os aparelhos que o mantinham vivo. Detalhe: isso a dois minutos da meia-noite, e sabem por que? Baloff era fã de Iron Maiden, que tem uma música chamada “2 Minutes to Midnight”. Simplesmente arrepiante. O plano não deu certo, mas a intenção ficou marcada na mente de Holt e agora também na de quem assiste ao doc.
Mas voltando aos momentos engraçados: Altus e Holt são pegos em flagrante penteando os longos cabelos, no chamado momento “não-metal” da Exodus, um entre vários espalhados ao longo da narração. Quer saber de mais outro? O cuidadoso guitarrista original do grupo passa creme antirrugas debaixo dos olhos! Que meigo! Pra rir até!
Depois da descontração, a volta aos momentos sérios. Minha antipatia por Rob Dukes só aumenta. Os próprios membros da Exodus afirmam que ele diz coisas desagradáveis, e às vezes se arrepende. Um exemplo? Dukes comenta de um show na Colômbia em que a polícia desligou as luzes, e tiveram que pagar 200 dólares para que religassem tudo. Aí, vem a pérola: “Foi engraçado no final, mas isso é a América do Sul. Pague a polícia ou não vai ter show”. Sinceramente? COMENTÁRIO DESNECESSÁRIO, ROB DUKES! Sim, isso acontece em qualquer lugar, e a América do sul é apenas mais um, ok?
Mas enfim, no geral, o documentário é bem legal, contando histórias bizarras, divertidas, polêmicas, sérias, resumindo, toda a loucura que é a trajetória da Exodus, que faz questão de falar dos fãs. Estes sim parecem ser mais malucos do que a própria banda.
Partindo agora para o material extra, existem cenas deletadas, sem legendas, com momentos interessantes. Portanto, vale a pena tentar entender o que o pessoal está falando. Depois, tem três clipes da banda no material – “Riot Act”, “Now Thy Death Day Come” e “Problems”. E a música não para, com os devidos registros ao vivo de alguns sons em diferentes países. Curioso ver que algumas imagens estão boas, num esquema de várias câmeras que parecem estar no meio da plateia, enquanto o som fica devendo, e vice-versa: quando a filmagem é mais amadora, o som, provavelmente tirado da mesa, está muito bom! Fechando essa parte, existe uma disputa de solos entre Altus e Holt muito bacana, e até Dukes mostra certa habilidade nas seis cordas. Confiram faixa a faixa, com certeza vale a pena.
Outra opção do disco são as mais de 350 fotografias de todas as fases da Exodus. Tá bom para você? Não? Pois então, tome uma entrevista com o conjunto feita em 1985 no Canadá e treine seu inglês nessa raridade.
Encerrando a festa, um trailer desse pacote aqui. E você pode conferir outros dois logo abaixo, combinado? Esquecendo minhas picuinhas, “Shovel Headed Tour Machine – Live at Wacken and Other Assorted Atrocities” é sem dúvida um material que merecidamente eterniza uma das maiores bandas thrash metal que o mundo conheceu, e tudo sendo dedicado aos fãs. Corra muito atrás do seu, porque isso é história da música, meu amigo.
DVD Exodus – Shovel Headed Tour Machine – Live at Wacken and Other Assorted Atrocities
Nuclear Blast – 2010 – Estados Unidos
Nuclear Blast – 2010 – Estados Unidos
Lee Altus : Guitar
Tom Hunting : Drums
Rob Dukes : Vocals
Gary Holt : Guitar
Jack Gibson : Bass
Tom Hunting : Drums
Rob Dukes : Vocals
Gary Holt : Guitar
Jack Gibson : Bass
1. Bonded by Blood 03:41
2. Iconoclasm 07:54
3. Funeral Hymn 08:46
4. A Lesson in Violence 03:48
5. Children of a Worthless God 07:22
6. Piranha 03:47
7. Deathamphetamine 08:03
8. Blacklist 06:24
9. War Is My Shepherd 04:42
10. Strike of the Beast 05:18
11. Shovel Headed Kill Machine 03:23
2. Iconoclasm 07:54
3. Funeral Hymn 08:46
4. A Lesson in Violence 03:48
5. Children of a Worthless God 07:22
6. Piranha 03:47
7. Deathamphetamine 08:03
8. Blacklist 06:24
9. War Is My Shepherd 04:42
10. Strike of the Beast 05:18
11. Shovel Headed Kill Machine 03:23
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