20 de setembro de 2011

Shovel Headed Tour Machine - Exodus



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Curiosamente as preciosidades vieram em caixinhas de CD comuns, ao invés de virem nas de DVDs. Aliás, são duas caixinhas, uma com os vídeos e outra com o disco de áudio, ambas envoltas por um case bem legal. Os encartes, apesar de simples, apenas com ilustrações e fotos do quinteto, são feitos de papel luxuoso, coisa já característica da Laser Company.
Ao dar o play, aparece o vídeo de introdução da Nuclear Blast que, além de muito bem feitinho, é divertido. Começou bem. Quanto à apresentação em si, apresenta imagens em widescreen “normais” digitais, sem nenhum enfeite e a edição também não apresenta surpresas, o feijão com arroz de sempre. Nesse ponto, a Nuclear Blast poderia ter caprichado mais, né? Afinal, um material tão importante assim não poderia ficar somente no óbvio. Mas tudo bem, vamos de fato ao show.
Só que o ele começa com um problema que considero sério: um leve, porém incômodo delay entre som e imagem. Muito estranho assistir Tom Hunting dando uma bordoada no prato e o som vir com décimos de segundo atrasados. Estarei sendo exigente demais? Bom, ok, acredito que ainda sim, poucos perceberão esse fato. Bola pra frente.
A porradaria já começa com um dos maiores clássicos da banda – “Bonded by Blood” – e de lá até o final da apresentação, o que se segue é pura vibração de todos os integrantes que são ferozes no palco, além de exímios músicos. Basta ver a perfeição com que tocam cada um de seus hinos. Os solos são lindos e sempre muito apressados. Performance nota 10!
E já fica o aviso: vocês ouvirão falar do público várias vezes aqui. Afinal, acreditem, ele é o sexto integrante da Exodus. Bom, em “Iconoclasm”, abrem uma roda gigantesca no meio de tudo e fazem subir a poeira. Os fãs dão o sangue!
O vocal de Rob Dukes é muito bom, um dos mais poderosos que já escutei no thrash metal, e dá um incrível peso às composições. De verdade, é um timbre excepcionalmente forte, que eu não ouvia há tempos. E o cara tem muita presença, mesmo parecendo um tanto antipático posando de fodão malvado. Putz, e o cidadão é um tremendo porco: dá aquelas expiradas fortes pra tirar umas catotas do nariz que são puro nojo.
Prosseguindo, “A Lesson in Violence” incendeia de vez o público, como pode ser percebido nas imagens caóticas do pessoal se debatendo. “Children of a Worthless God” é uma das mais empolgantes do show! Na sequência o cantor aparece com uma filmadora e já avisa os fãs que as imagens por ele filmadas estarão no DVD. É hora de ... “PIRANHA”! Aposto que imaginaram a destruição, né? Público insano, movido a selvageria!!!!
Ahahahah e marquem esse tempo: 42’51’. É o momento mais hilário do show, e fica por conta de um fã. Ele avista a câmera e começa a cantar e fazer chifrinhos com cara de mau. Só que o cara esqueceu que estava no meio da roda de porrada e é literalmente atropelado pelos malucos que estavam no circuito. Voltei a imagem várias vezes, dando boas gargalhadas. Muuuuuuuuito engraçado! Outro momento divertido: durante o solo de “Blacklist”, o vocalista – sempre ele – pega a palheta de Lee Altus e fica tocando as cordas enquanto o guitarrista usa sua mão esquerda dando os acordes do riff. Quando Gary Holt “passa” o solo ao a Altus, o cantor repete o gesto e toca em sua guitarra, enquanto Holt, com a mão livre, toma uma cerveja!
A melhor – “Strike of the Beast” – traz consigo certa polêmica, mais uma vez causada por Dukes. Podem me chamar de moralista, mas desaprovo sua atitude de mandar a plateia se dividir em dois lados para fazer o famoso “wall of death”, aquela loucura que parece uma batalha medieval, onde os soldados entram em violenta colisão. A imagem é impressionante. Na boa, qual o objetivo disso?
Aparentemente, tudo acabou bem com “Shovel Headed Kill Machine”, uma das mais brutais da carreira daExodus.
Tecnicamente, o som é muito bom, com todos os volumes dos instrumentos na medida certa e a apresentação do conjunto no Wacken é excelente, tirando os fatos acima mencionados. O show é muito intenso, sendo que o público realmente fez a diferença. Não me lembro de ter visto tanta devoção e agressividade.
E está na hora do DVD 2, com um documentário e outros materiais especiais. Antes que eu me esqueça de mencionar, no menu não tem a opção de colocar legenda, então, façam isso já durante o vídeo rodando, ok?
Bem, e no vídeo, basicamente contam a história da banda, mas não de forma linear. Sua trajetória está misturada com fatos cotidianos do grupo, como sessões de estúdio, tanto da gravação do CD “Shovel Headed Kill Machine”, quanto da animação de Metalocalypse, brincadeiras e outros registros. Aliás, segundo um relato do guitarrista Lee Altus, a Exodus foi a primeira banda do Bay Area. Vai vendo a responsabilidade desses caras...
Outro fato que chama a atenção acontece quando Gary Holt afirma que, quando o ex-vocalista Paul Baloff estava internado, tomaram a decisão de desligar os aparelhos que o mantinham vivo. Detalhe: isso a dois minutos da meia-noite, e sabem por que? Baloff era fã de Iron Maiden, que tem uma música chamada “2 Minutes to Midnight”. Simplesmente arrepiante. O plano não deu certo, mas a intenção ficou marcada na mente de Holt e agora também na de quem assiste ao doc.
Mas voltando aos momentos engraçados: Altus e Holt são pegos em flagrante penteando os longos cabelos, no chamado momento “não-metal” da Exodus, um entre vários espalhados ao longo da narração. Quer saber de mais outro? O cuidadoso guitarrista original do grupo passa creme antirrugas debaixo dos olhos! Que meigo! Pra rir até!
Depois da descontração, a volta aos momentos sérios. Minha antipatia por Rob Dukes só aumenta. Os próprios membros da Exodus afirmam que ele diz coisas desagradáveis, e às vezes se arrepende. Um exemplo? Dukes comenta de um show na Colômbia em que a polícia desligou as luzes, e tiveram que pagar 200 dólares para que religassem tudo. Aí, vem a pérola: “Foi engraçado no final, mas isso é a América do Sul. Pague a polícia ou não vai ter show”. Sinceramente? COMENTÁRIO DESNECESSÁRIO, ROB DUKES! Sim, isso acontece em qualquer lugar, e a América do sul é apenas mais um, ok?
Mas enfim, no geral, o documentário é bem legal, contando histórias bizarras, divertidas, polêmicas, sérias, resumindo, toda a loucura que é a trajetória da Exodus, que faz questão de falar dos fãs. Estes sim parecem ser mais malucos do que a própria banda.
Partindo agora para o material extra, existem cenas deletadas, sem legendas, com momentos interessantes. Portanto, vale a pena tentar entender o que o pessoal está falando. Depois, tem três clipes da banda no material – “Riot Act”, “Now Thy Death Day Come” e “Problems”. E a música não para, com os devidos registros ao vivo de alguns sons em diferentes países. Curioso ver que algumas imagens estão boas, num esquema de várias câmeras que parecem estar no meio da plateia, enquanto o som fica devendo, e vice-versa: quando a filmagem é mais amadora, o som, provavelmente tirado da mesa, está muito bom! Fechando essa parte, existe uma disputa de solos entre Altus e Holt muito bacana, e até Dukes mostra certa habilidade nas seis cordas. Confiram faixa a faixa, com certeza vale a pena.
Outra opção do disco são as mais de 350 fotografias de todas as fases da Exodus. Tá bom para você? Não? Pois então, tome uma entrevista com o conjunto feita em 1985 no Canadá e treine seu inglês nessa raridade.
Encerrando a festa, um trailer desse pacote aqui. E você pode conferir outros dois logo abaixo, combinado? Esquecendo minhas picuinhas, “Shovel Headed Tour Machine – Live at Wacken and Other Assorted Atrocities” é sem dúvida um material que merecidamente eterniza uma das maiores bandas thrash metal que o mundo conheceu, e tudo sendo dedicado aos fãs. Corra muito atrás do seu, porque isso é história da música, meu amigo.
DVD Exodus – Shovel Headed Tour Machine – Live at Wacken and Other Assorted Atrocities
Nuclear Blast – 2010 – Estados Unidos
Lee Altus : Guitar
Tom Hunting : Drums
Rob Dukes : Vocals
Gary Holt : Guitar
Jack Gibson : Bass
1. Bonded by Blood 03:41
2. Iconoclasm 07:54
3. Funeral Hymn 08:46
4. A Lesson in Violence 03:48
5. Children of a Worthless God 07:22
6. Piranha 03:47
7. Deathamphetamine 08:03
8. Blacklist 06:24
9. War Is My Shepherd 04:42
10. Strike of the Beast 05:18
11. Shovel Headed Kill Machine 03:23
01:03:08

Slipknot: Corey Taylor redefine o termo "vergonha alheia"


COREY TAYLOR (SLIPKNOT, STONE SOUR) é um sujeito de fato, excêntrico.
Surgiu na última sexta-feira um vídeo, que supostamente teria sido gravado momentos antes na residência do vocalista, que descreve o conteúdo do arquivo como ‘uma típica noite de sexta-feira na residência dos Taylor’.
É exatamente isso que acontece quando você tem mais dinheiro do que consegue gastar e todo mundo mente pra você e diz que você é engraçado e tudo o que você faz é genial.
Quanto tempo até que Corey e TOMMY LEE (Mötley Crüe) anunciem um projeto entre eles?

Metallica: James Hetfield imitando Dave Mustaine na TV


Em um programa  de TV, o vocalista e guitarrista do Metallica, James Hetfield, imitou de maneira bem humorada Dave Mustaine, vocalista e também guitarrista do Megadeth, em "Symphony of Destruction", um dos maiores sucessos do Megadeth.
Confira abaixo a paródia.


Pantera: clássico Domination em versão "Latin Jazz"


Outro incrível "mashup" feito pelo mago Andy Rhefeldt. A música foi arranjada, tocada e produzida por Andy. Vocais por The Markness.

Guitar Hero: veja como o jogo desgraçou uma geração inteira


No vídeo abaixo, você verá os efeitos do «jogo eletrônico» Guitar Hero nos músicos de hoje. Os ‘roqueiros’ adolescentes provavelmente acabaram de sair do nível fácildo PS3 e então se acharam músicos capazes de tocar os riffs mais complicados que Jari Maenpaa do Wintersun já compôs. Eles decidem que o próximo passo seria montar uma banda.
Ao chegarem na (tradicional loja estadunidense de guitarras) Guitar Center, eles foram recebidos por um simpático vendedor. Enquanto eles explicavam que estavam formando uma banda, o funcionário conseguiu conter seu riso por tempo suficiente para mostrá-los o último modelo da Gibson. Os três sujeitos olharam desconfiados pro vendedor, já que a guitarra era muito mais pesada e maior do que as que eles estavam acostumados a tocar, e, além disso, tinha cordas. Eles fizeram a compra com o cartão de crédito da mãe e começaram a praticar. Depois de 30 minutos de ensaio e um prato de sanduíches de atum feitos pela mãe, com as bordas do pão cortadas, o consenso foi de que eles mandavam bem! Eles se inscreveram no showde talentos da escola, o berço de todas as grandes bandas.
O grande dia chega e a banda toma o palco. Infelizmente os manés sem ouvido vestidos em roupas brilhantes da (grife) Justice fizeram chifrinhos em aprovação ao pior assassinato de uma música do Dragonforce jamais feito, confiram.

Cenário musical no Brasil: grandes bandas, pequenos espaços


Eles queriam impressionar a platéia de qualquer jeito. Terminaram tocando fogo num colégio. Foi assim que teve início o primeiro show da banda VIPER. Realmente eles fizeram um show dos mais quentes. Nada disso tinha sido pensado, só que a platéia vibrou tanto que acabou consagrando a banda.
Da mesma forma que o VIPER, são diversas as bandas de rock que sofrem para começar no chamado underground mundo da música. Toca uma noite aqui, outra ali, e dessa forma começam a ganhar público e reconhecimento. Mas nas vertentes do rock, existe a música mais pesada. E é o heavy metal que cada dia toma conta dos chamados “rock bar”, frequentados pelos headbangers, ou metaleiros na linguagem popular.

Com o aumento de bandas de metal surgindo na capital e outras cidades afora, os bares de São Paulo estão se adaptando cada vez mais. Se antes os finais de semana eram reservados para o jazz ou pop rock, agora pelo menos uma vez na semana a casa é fechada para receber bandas de metal.

O Manifesto Rock Bar, casa de shows localizada na zona sul de São Paulo, se tornou ponto de encontro de amigos e pessoas que buscam conhecer as variadas noites da cidade. E por lá passam bandas pouco conhecidas, mas que estão buscando o sucesso. Além de também se apresentarem bandas e artistas consagrados no Brasil, como ANDRÉ MATOS (ex-VIPER, ANGRA, SHAMAN) e o próprio SHAMAN.
Outros locais também disponibilizam o espaço para as bandas se apresentarem, como é o caso do Blackmore Rock Bar, também localizado na zona sul. Bandas de hard rock e heavy metal se apresentam durante os fins de semana. A maior parte das apresentações se deve a bandas que tocam por hobby ou desejam apresentar o trabalho para o público.
A baterista da banda LOUYE Adriana Pivatti expõe sua opinião sobre o cenário do metal no Brasil: “Não éfácil o espaço. É até compreensível porque o público é pequeno também. Tem muita banda boa de metal que faz sucesso fora do país, como SHAMANANGRA  e agora com a SHADOWSIDE”. Para ela, no Brasil dificilmente se vive da música no Brasil. “Você tem que fazer uma coisa comercial ou algo simples para obter o sucesso. Sou baterista porque sempre gostei e me interessei. E toco nas bandas por prazer ediversão, sem objetivos de conseguir dinheiro”, diz Adriana, que também integra a banda cover de MOTLEY CRÜE chamada MOTLEY CREUZA. Já FÁBIO LAGUNA, experiente músico e tecladista da banda HANGAR, explica a situação: “No metal, geralmente, quem realiza o evento é um dono de uma loja de instrumento, de discos, a própria banda ou até um fã, por exemplo. E isso representa a força que o estilo ainda tem, pois sobrevive por si próprio, mesmo no mainstream. O heavy metal nunca dependeu da grande mídia, mas somente da força de vontade de todos os envolvidos e simpatizantes”.
Para o guitarrista ANDRÉ HERNANDES, a situação tem a ver com as idas e vindas de bandas do exterior para o Brasil e vice-versa.” Acho que como qualquer outro gênero o Heavy Metal também está passando por uma fase de mudança e adaptação a essa nova cultura imediatista e às vezes superficial gerada pela globalização”, afirma o músico.

Com o aumento de bandas brasileiras se apresentando no exterior, o interesse pelas bandas de fora tocarem no Brasil aumentou. Dessa forma, os fãs, além de apreciarem as músicas com as bandas cover nos rock bar, podem ver seus ídolos tocando nas casas de shows ou até mesmo em estádios.

Blind Guardian: impressões sobre o show em Curitiba


Eis que em 2011 rolou! Peguei um voo para Curitiba para visitar meu irmão caçula, aproveitar para conhecer a cidade e claro, ir ao show.
Minha esposa não estava muito empolgada e até entendo. Não é muito fã de metal e a única música que conhece da banda darei uma mariola mordida para quem acertar rsrs.
Bom! Não vou escrever como a maioria dos resenhistas aqui escrevem: -" Os músicos são excelentes... O vocalista tinha a plateia nas mãos... A primeira música foi tal, a segunda tal tal... O público cantou em uníssono... etc etc etc". Resenha desta forma é legal. Não estou criticando. Mas ao meu ver é chover no molhado. Quero falar sobre o show de rock, no sentido literal da palavra. Como na música do Roupa Nova, sacam?
O show do Blind Guardian foi alegre, com um pequeno Master Hall quase cheio. Cerveja gelada e clássico atrás de clássico. A banda estava a vontade. Pudera! Os caras são profissionais e fazem isso há mais de 20 anos. Mas mesmo assim deu para perceber que eles amam a profissão e que o público brasileiro, mesmo no frio daquela noite, é um dos mais "quentes" do mundo.
A galera estava tão empolgada que conseguiu - em uníssono =) - adiantar a execução do clássico Valhalla que sempre é tocada no bis. Momento mágico do show!
Não poderia deixar de citar Majesty. Outra porrada. Incluida especialmente para os shows no Brasil. Que música! Os mais jovens não se empolgavam tanto, até entendo. Mas a música encheu os olhos daqueles que acompanham a banda a mais tempo.
Já fui em muitos show de metal. Mas este foi especial. Público pequeno, clássicos e mais clássicos, a energia do lugar estava ótima e a intimidade que rolou entre público e banda foi tremenda. Só mesmo quem estava lá para entender. Show assim só vi do Viper. Show não: festa! Essa é a palavra certa.
A festa estava tão boa que só faltou o Hansi pegar uma latinha de cerveja após o show, descer o palco, passar no meio de todos em direção ao banheiro para dar uma mijada, como se fosse um simples mortal. Como fez o Pit.
Mas aí já seria pedir demais...

Mike Portnoy: "eu apenas pedi um tempo para eles"


Sakis Fragos, editor-chefe da edição grega da revista Rock Hard, conduziu no mês passado uma entrevista com o baterista Mike Portnoy (Adrenaline Mob, Dream Theater, Avenged Sevenfold). Alguns trechos da conversa seguem abaixo (transcritos do áudio original pelo Blabbermouth.Net).
Sobre se ele já havia tomado a decisão de deixar o Dream Theater antes de começar a turnê com o Avenged Sevenfold:
Portnoy: “Eu não havia tomado a decisão de sair doDream Theater antes de sair em turnê com o Avenged Sevenfold, mas eu sabia que algo devia mudar no campo do Dream Theater. Infelizmente, fui eu que tive que mudar, porque eu nunca quis sair da banda – nunca foi minha intenção; eu nunca quis que houvesse essa separação. Eu só pensei que a banda podia dar um tempo, porque acho que o romance estava realmente acabando – no backstage e entre os membros pessoalmente. 25 anos sem descanso é um tempo muito, muito, muito longo e às vezes essas relações precisam de um tempo, uma distância para reacender a chama. Então isso foi tudo o que sugeri. E mesmo antes de cair na estrada com o Avenged Sevenfold, eu me lembro de fazer uma turnê com o (projeto de rock progressivo) Transatlantic no começo de 2010 e já sabendo que havia algo errado no mundo do Dream Theater e que eu realmente precisava de um tempo dos caras e de toda a máquina doDream Theater. E eu sabia que alguma coisa estava fermentando e sabia que eu estava infeliz, e como já foi bem documentado em todo lugar, eu queria somente um tempo. Mas, infelizmente, os caras (do Dream Theater) não viram dessa forma e não respeitaram minha solicitação de tempo. Infelizmente, as coisas acabaram desse jeito.”
Sobre algumas das recentes entrevistas com membros do Dream Theater em que eles descrevem seus papéis na banda como sendo “muito mais equilibrados” após a saída de Portnoy e sobre o comentário do tecladista Jordan Rudess de que Portnoy era “a polícia do Dream Theater” que controlava o processo de composição quando ainda era baterista da banda:
Portnoy: “Me machuco ao ler coisas desse tipo, mas eu também sei que vários websites adoram botar fogo nas coisas, adoram picuinhas, então eu sei que muitas vezes, citações são colocadas fora do contexto; vi isso acontecer tanto comigo mesmo no ano passado. Então entendo que tenho que lidar com essas coisas calmamente e não ficar muito nervoso com isso. Porém, sim, talvez eles estejam mais equilibrados, porque, na verdade, durante todo tempo em que estive no Dream Theater, era eu quem fazia o show; não acho que isso seja segredo e acho que os caras iriam admitir isso. Eu era o mais proativo, o mais apaixonado, o mais focado, o membro da banda mais viciado em trabalho. Eu trabalhei para aquela banda cada dia da minha vida sem descansar um só dia. Eu era obcecado, apaixonado e controlador para com a banda; nunca quis que ninguém chegasse e machucasse, mudasse ou afetasse a banda, e eu tinha o pulso bastante forte sobre como eu achava que a banda tinha que ser e sobre o que eu queria dar aos fãs. Então eu não fico ofendido com o fato de alguém ressaltar isso, porque a verdade era que as coisas eram do jeito que eram. E se, agora, sem mim, eles estão um pouco mais equilibrados e eles estão dividindo as responsabilidades... Que seja do jeito que funcione para eles. Mas eu sempre soube que cada um deles deveria dar um passo à frente com relação ao envolvimento e comprometimento com a banda assim que eu saí, porque antes de eu sair, cada mínima decisão passava por mim, e os caras não deram opinião em muitas decisões durante todos esses anos. Então eu sabia que todos eles teriam que se comprometer mais e dividir as responsabilidades para que eles pudessem trabalhar. Então eu acho que é isso que eles estão fazendo, e se eles estão felizes, então eu fico feliz por eles.”
Sobre o fato de os últimos álbuns do Dream Theater conterem alguns riffs bastante pesados, influenciados por Pantera/Metallica, juntamente com backing vocals brutais de Portnoy, elementos que não são ouvidos no novo álbum do Dream Theater, “A Dramatic Turn of Events”:
Portnoy: “Eu não posso falar pelos caras. Eu só posso falar por mim mesmo. Mas eu sempre quis que oDream Theater mudasse com o passar do tempo. Muita gente queria ouvir o ‘Images and Words’ pelo resto da carreira do Dream Theater, e eu acho que o Dream Theater  precisa ser uma banda que move com o tempo e muda com o tempo. Eu não queria tocar coisas que soassem como ‘Learning to Live’ pelo resto da minha vida. Então eu acho que era importante ter elementos modernos e incorporá-los. E se os caras não concordassem ou não quisessem que a música fosse nessa direção, então eles poderiam facilmente ter falado. Por mais que eu fosse um controlador com tudo no Dream Theater fora a música em si, quando partíamos para a música em si, eu, John Petrucci e Jordan Rudess basicamente compunhamos todas as músicas juntos. Então se eles não gostassem de algo que eu estava apresentando, eles eram sempre bem-vindos para se manifestarem livremente. Então não é justo me culparem pelo direcionamento musical; nós compartilhamos aquela visão juntos.”
Sobre a possibilidade de uma reunião com seus ex-colegas de banda do Dream Theater em algum momento no futuro:
Portnoy: “Bem, você não pode pegar uma relação de 25 anos, jogá-la pela janela e desprezá-la. Então eu nunca digo nunca. Se os caras em algum momento me pedirem para trabalhar com eles novamente, eu iria levar isso em consideração, dependendo de minha disponibilidade e do que tiver acontecendo em minha vida. Mas a realidade é que, agora, eles seguiram em frente e eu segui em frente. Eu não acredito que eles tenham alguma intenção de olhar para trás agora; ao menos não parece. Suponho que se as coisas funcionarem com o novo baterista, então eles provavelmente não teriam razões para olhar para o passado. Mas se, por algum motivo, as coisas não funcionarem, então suponho que talvez fosse algo que eles levariam em consideração. Mas acho que cruzaríamos uma ponte quando chegássemos nessa situação. Mas nesse momento, várias pontes estão destruídas, então há muita coisa a ser reconstruída para que isso aconteça.”
Sobre sua relação atual com seus ex-colegas de banda:
Portnoy: “Jordan tem sido o único membro da banda que tem aparecido e me mandou alguns e-mails me apoiando, muito legais, e eu o agradeço por isso. Jordan sempre foi uma pessoa muito gentil. Quanto ao (baixista) John Myung e ao (vocalista) James (LaBrie), eu não os vejo ou converso com eles desde 9 de setembro de 2010, quando tivemos nossa última conversa. John Myung mora a um quarteirão da minha casa, mas eu não o vejo ou falo com ele desde setembro (de 2010), então já faz quase um ano. E John Petrucci, eu o contactei em outubro de 2010 na esperança de tentar reconciliar, resolver nossas diferenças e fazer as coisas funcionarem. Eu entrei em contato e conversei com ele. Mas essa foi a última vez que eu falei com ele. E ele nunca me respondeu, na verdade – ele apenas mandou seu advogado falar comigo. Então, infelizmente, eu adoraria ter uma relação pessoal com os caras, mas por algum motivo, as portas se fecharam entre nós e isso é muito triste. É triste para mim porque aqueles caras foram meus irmãos por muitos anos. Mas eles seguiram em frente e eu também estou seguindo em frente.”
Sobre se o elemento “diversão” estava ausente do Dream Theater no fim de sua passagem pela banda:
Portnoy: “Eu acho que sim. Acho que o Adrenaline Mob é diversão. Sei que quando saí do Dream Theater, estava deixando um porto seguro. Eu poderia ter ficado no Dream Theater pelo resto da minha vida e ter uma segurança financeira e uma segurança em termos de carreira, mas, para mim, não posso ficar fazendo música porque eu tenho que fazer – eu preciso fazer música com as pessoas porque eu quero fazer. E com o Adrenaline Mob, nós absolutamente adoramos tocar uns com os outros, e há um senso real de animação toda vez que subimos no palco. E estamos definitivamente construindo essa banda do zero. Não posso contar com o fato de tocar para cinco mil fãs do Dream Theater toda noite. Estamos tocando em vários bares para apenas algumas centenas de pessoas toda noite. E isso não importa – nos sentimos com uma banda nova, jovem, que vai de cidade em cidade e fazem novos fãs toda noite; temos que conquistar cada pessoa do público cada noite. E há uma animação, um rejuvenescimento que vem com isso.”
Sobre como ele se sente ao ver o Dream Theater lançar um novo álbum com o qual ele não teve absolutamente nada a ver:
Portnoy: “É algo em que, nem em um milhão de anos, eu teria imaginado. É muito estranho para mim e me machuca em vários aspectos; é muito triste para mim. Eu teria preferido que tivéssemos dado um tempo ao invés de nos separarmos, mas essa foi a forma como as cartas foram dadas e não há nada que eu possa fazer. Se isso é o que eles querem fazer, então eles seguiram em frente e eu seguirei em frente. Então o que eu posso dizer? É algo fora do meu controle.”
Sobre se ele sente que alguns fãs interpretaram mal a decisão dele de sair do Dream Theater e esqueceram todas as contribuições dele para a banda:
Portnoy: “Machuca, porque todo meu coração, alma, sangue, suor e lágrimas para todos aqueles anos deDream Theater foram baseados em fazer coisas para os fãs. E sempre deixei claro que o Dream Theater era uma banda orientada aos fãs, e tudo, de fã-clubes a websites, a bootlegs oficiais, a repertórios, a trabalhos de arte, a merchandising, tudo aqui fui eu que supervisionei e controlei para os fãs. E aí, quando houve a separação, ver tantos fãs do Dream Theater  virarem as costas para mim, me machucou bastante. Sou um ser humano – sou feito de carne e osso – e quando eu leio aquelas coisas na internet, parte meu coração e me incomoda bastante. Mas tive que desligar meu computador e tentar virar minhas costas para aquelas coisas, porque quando eu leio, parte meu coração. Quando não leio, fico muito feliz ao ver onde estou – estou muito confortável com o que estou fazendo em minha vida e carreira e apenas preciso, pela primeira vez em minha vida, tomar decisões para tornar minha vida feliz. Por 25 anos, tomei decisões para fazer os fãs felizes, porém ao menos uma vez em minha vida, preciso seguir meu coração. Me dói na alma quando eu vejo fãs virando as costas para mim, mas, por outro lado, não quero esquecer de mencionar o fato de que há uma quantidade imensa de fãs que estão vendo as coisas e que ainda assim me apoiam e entendem o que aconteceu e estão atrás de meus próximos passos musicais. Então, para aquelas pessoas que ainda estão atrás de mim, eu nunca irei desapontá-los – continuarei a trabalhar bastante e apaixonadamente como fiz com o Dream Theater. Colocarei tudo aquilo dentro de tudo que eu fizer em minha carreira, para que os fãs que ficarem comigo terem um artista direcionado ao fã para o resto da vida. É o jeito que sou, e isso se aplica a toda banda com a qual trabalho.”
Sobre o fato de que a recente turnê européia do Dream Theater ter sido a primeira vez que a banda tocou exatamente o mesmo repertório em todos os shows:
Portnoy: “Bem, tenho certeza de que haverá muitas coisas no Dream Theater que serão diferentes, porque o fato é que eu tomava todas as decisões na banda além da música em si. Então, é claro, haverá algumas coisas que serão diferentes e então, obviamente, haverá outras coisas que seguirão a estrutura e as idéias que eu concebi e eles irão apenas continuar a utilizar o que foi estabelecido no passado comigo. Então como eles conduzem a banda e sugam tudo das minhas folgas, todas as obrigações que eu deixei para eles tomarem conta depois de minha saída, como eles fazem isso é problema deles. Eu não sei. Acho que todos nós estaremos esperando para descobrir.”
Sobre a opinião de alguns fãs do Dream Theater de que “a mágica se foi” da sonoridade da banda e da química das composições, agora que ele não faz mais parte do grupo:
Portnoy: “Eu sempre achei que os elementos e personalidades mais fortes no Dream Theater eram eu e John Petrucci. E, bem no início, Kevin Moore (ex-tecladista do Dream Theater) foi uma grande, imensa parte daquela química, e aí, mais recentemente, Jordan Rudess foi uma grande parte daquela química. Mas, no fim das contas, foi sempre eu e John Petrucci. E John Myung, é claro, mas ele é uma pessoa mais quieta, então ele não é um elemento tão forte porque ele é calmo por natureza. Mas sim, John Petrucci e eu éramos, e acho que sempre seremos, o som, o estilo, o coração e a alma do Dream Theater. E eu acho que se você tirar um de nós, acho que é como quando Roger Waters e David Gilmour se separaram. David Gilmour continuou com o Pink Floyd sem Roger Waters, mas até onde eu sei, nunca mais foi a mesma coisa. Roger Waters era uma grande parte do som em todos os álbuns clássicos do Pink Floyd, e assim que ele saiu, achei que o Pink Floyd passou a soar como uma banda solo de David Gilmour. E acho honestamente que se John Petrucci viesse até mim no ano passado e dissesse que precisava de um tempo, eu não teria continuado o Dream Theater sem ele; eu absolutamente teria respeitado seu desejo de dar um tempo, teria colocado a banda na geladeira e esperaria por ele. Então, me entristeço por ele não ter feito isso por mim, por que eu acho que o Dream Theater, no fim das contas, sempre foi resultado da química entre eu e ele.”
Comentário do perfil de Mike Portnoy no Facebook (postado após esse artigo ter sido publicado no Blabbermouth.Net):
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Use Your Illusion: 20 anos atrás, o Guns no topo do mundo


Por Nacho Belgrande
17 de Setembro de 1991.
Se você tem por volta de 30 anos ou mais, deve ter lembranças vívidas do que foi aquele dia «ou aquela noite». E tal como eu, não deve ter referência nenhuma de comoção tão grande em cima de uma banda nem antes, nem depois.
Há exatos 20 anos, o Guns N’ Roses simplesmente tomou de assalto a indústria fonográfica da civilização ocidental por uma noite, e só não o fez também com a oriental porque o sol já havia nascido por lá.
Numa manobra inédita, ousada e megalômana, o grupo lançava dois discos duplos – o vinil ainda era referência – simultaneamente, enquanto já excursionava para promovê-los fazia quase seis meses.
Eu não temo pagar minha língua depois ao afirmar que jamais haverá uma convergência de preparo, potencial, oportunidade, sincronia e momentum para uma banda como houve naquele ano, em torno do tão aguardado ‘novo disco do Guns N’ Roses’. Mas aquela supernova começara a explodir muito antes.
Lembro que em 1989, a Folha de São Paulo, em uma edição dominical, anunciava que o ‘mercado heavy’ queria o recorde de Michael Jackson, fazendo uma referência à prensagem inicial de ‘Bad’, do falecido cantor, que havia sido lançado nas lojas dos EUA com 3,7 milhões de cópias. O ‘mercado heavy’ do qual a Folha falava era o então futuro lançamento de ‘Dr. Feelgood’ do Mötley Crüe, que teria 3 milhões de unidades despachadas no dia 23 de setembro daquele ano. O mesmo artigo dizia que o recorde deveria ser arrebatado pelo novo disco do Guns N’ Roses, previsto para 1990 e que deveria sair do prelo com 4 milhões de cópias prontas.
Pra quem já era fã do grupo ou conhecia a banda de Axl, Slash, Duff, Izzy e Steven, 1990 foi o mais longo dos anos. Tudo que ficamos sabendo – através das pouquíssimas fontes de informação que tínhamos no país na época – foi do lançamento do cover de ‘Knockin’ On Heaven’s Door’ na trilha sonora de ‘Dias de Trovão’ «iniciando uma série de inteligentes parcerias da banda com o cinema – ignorem ‘Dirty Harry na Lista Negra’, com Jim Carrey cantando ‘Welcome to the Jungle’» e da demissão de Steven Adler, assim como de sua substituição pelo ‘baterista do The Cult’, que é como a maioria de referia ao ilustre desconhecido do qual ninguém tinha foto «aonde, em 1990, você procuraria por uma foto de Matt Sorum?».
A MTV chegou ao Brasil no final daquele ano e até ali, só restava aos fãs da banda comprar a «revista» Bizz todo mês e ler quatro linhas que fossem que em sumo, diziam que ‘Axl afirmou que as gravações do novo disco estão quase terminadas’ e/ou comprar a Rock Brigade, que só falava em Guns N’ Roses em caso de escândalo e quase sempre em tom jocoso. A melhor notícia de 1990? O Jornal Nacional anunciar em horário nobre que o Guns N’ Roses faria dois shows na segunda edição do Rock In Rio em janeiro de 1991.
Em 1991, shows estrangeiros no Brasil ainda eram um grande acontecimento. Qualquer gringo de férias pelo país que tocasse pandeiro na praia ganhava duas páginas no Globo. Um festival com as proporções do Rock In Rio ganhava uma importância que todo o circuito de festivais existente em território nacional hoje não alcança. O festival ocorria nas férias escolares, e depois da primeira fase e antes da segunda etapa dos principais vestibulares de universidades públicas, para que mais pessoas tivessem a oportunidade de ir. Sendo assim, e com menos de 10 canais por assinatura disponíveis no mercado «e mesmo assim somente nas quatro maiores cidades do país», a Rede Globo de Televisão adquiriu os direitos de transmissão do RIR para TV aberta no território nacional.
Sem entrar em detalhes sobre a passagem da banda offstage pelo país, a exibição dos dois shows de Axl et al, em especial a do dia 20 de janeiro, expôs a banda a todo o território nacional numa noite de domingo, pouco depois do horário do Fantástico. Foi naquela transmissão que o Guns N’ Roses fundiu em aço sua popularidade no Brasil. Quem não conhecia, ficou conhecendo; quem já conhecia, estava esperando, e quem já gostava, passou a gostar mais; quem não assistiu na época, ou nasceu 10 anos depois do espetáculo, descobriu a banda por esse show no YouTube, e provavelmente sabe o set list de cabeça. Falando de novo em convergência de fatores, o público assistiu a uma banda no auge da carreira se apresentando num país de terceiro mundo, o que era muito incomum. E isso foi muito apreciado. A platéia brasileira também era menos acostumada a shows, e, portanto «mesmo sob um calor que dava novo sentido ao termo ‘Equatorial’ – eu estava lá», muito mais agitada e calorosa – o que comoveu a banda.
Na época, o Guns N’ Roses recebeu 500 mil dólares pelas duas apresentações no Maracanã – metade do que a versão 2001 do grupo receberia por um único show no Rock In Rio 3. Mas eles poderiam ter tocado de graça e o retorno ainda seria compensador. O grupo voltou para Los Angeles com uma nação de dimensões continentais louca para pôr as mãos em qualquer coisa com o logotipo da banda estampado.
O ‘novo disco do Guns N’ Roses’, dizia-se nos telefones sem fio, sairia ainda naquele semestre. Afinal, se o grupo já tinha apresentado tantas faixas novas nos dois shows cariocas – sete no total, o que se supunha então ser mais da metade do álbum – o processo deveria estar próximo do fim. Até estava, e quando a turnê ‘Get In The Ring Motherfucker’ começou em maio de 1991, a demanda por material novo da banda já era tão grande que os shows – já com repertório tirado do vindouro trabalho – gravados ilegalmente e de maneira amadora eram pirateados e comercializados ao redor do mundo em fita cassete e vinil.
No mesmo mês de maio, a – mais uma vez ela – Bizz trouxe em suas páginas «que a essa altura, já figurando uma meia dúzia de jornalistas da ‘escola’ Rolling Stone/NME -brasileiros de nascença com complexo de Londrino e que abominavam qualquer coisa que figurasse no mainstream – escrutinizava a banda em qualquer oportunidade» uma declaração de alguém no campo da banda dizendo que o disco não sairia por enquanto para que fosse mixado novamente, de modo que o som ficasse ‘mais sujo’, e que o lançamento ficaria ‘mais pro final do ano’.
A sensação de fel na boca que o ‘mais pro final do ano’ causou em quem esperava pelo álbum foi dissipada em parte por mais uma incursão do Guns N’ Roses pela sétima arte: ‘You Could Be Mine’, que já era conhecida do público por sua execução no Rock In Rio, era lançada como single e fora incluída na trilha sonora do filme mais aguardado daquele ano: ‘O Exterminador do Futuro 2’. Lançada nas rádios no dia 18 de Junho «o filme chegaria ao Brasil em Agosto», a faixa e o filme, em mais uma martelada certeira do destino em dois pregos ao mesmo tempo, promoveram um ao outro. A capa do single tinha Arnold Schwarzenegger caracterizado como o modelo cibernético T-800, e o vídeo promocional da canção contava com o ator em uma participação inusitada, com todo um contexto do enredo do filme inserido numa apresentação do grupo. Lembremos que na época, Schwarzenegger era o ator mais conhecido do planeta, e qualquer banda pagaria qualquer coisa para tê-lo em seu set.
Voltemos ao Brasil. Cerca de três semanas antes do lançamento de ‘Use Your Illusion’, o Globo Repórter dedicou uma edição inteira a ‘Terminator 2’, ressaltando as revolucionárias técnicas de efeitos especiais do filme, o estrelato do imigrante austríaco que tinha se tornado o ator mais bem pago do cinema de ação, e claro, vários trechos de ‘You Could Be Mine’ ao longo do programa, expondo o Guns N’ Roses mais uma vez ao país todo em horário nobre.
Cerca de uma semana antes do lançamento do disco, ‘Don’t Cry’, uma faixa que a banda não tinha tocado no Rock In Rio e que só era conhecida por quem tivesse ‘descolado’ uma fita cassete bootleg de algum show ocorrido naqueles longos seis meses antecedendo a seu lançamento oficial, chegava às rádios nacionais, e de cara, chegava ao topo das paradas do Brasil. Dado surreal: por ‘paradas’, entenda-se ‘o que tocava na «pasmem!» Jovem Pan e/ou Transamérica’. Isso mesmo, em 1991, a Jovem Pan tocava Guns N’ Roses. A revista Veja «na época em que a revista tinha a relevância de quarto poder» entregue às bancas no domingo anterior a 17 de Setembro deu duas páginas de destaque a ‘Use Your Illusion’, revelando que seriam de fato dois discos, e que a experiência fonográfica ultrapassava 3 horas de audição. E não, a resenha da revista não era lá muito favorável aos compêndios.
O dado mais importante da matéria da Veja: uma data definitiva, 17 de setembro, terça-feira, menos de 48 horas depois deu ter lido a revista.
Claro, as horas seguintes passaram muito devagar para mim, por mais de um motivo: 1 – eu mal podia me aguentar de ansiedade, e 2 – se eu tivesse que comprar dois discos ao invés de um, minha regulada mesada de estudante aos 17 anos vivendo em uma república em Ribeirão Preto seria seriamente desfalcada com essa extravagância. Na verdade, eu não teria dinheiro suficiente para comprar dois vinis ‘zero’ naquela terça.
Na segunda-feira à noite, contudo, liguei a cobrar de um orelhão [não existia telefonia celular no país] para meus pais em GO, e surpreendentemente, meu pai, antenado como nunca – ou como sempre – me disse que sabia do lançamento dos discos, e que quando eu soubesse do preço deles, que o avisasse, e que ele depositaria o dinheiro de presente para mim. Daí então, ao invés das horas passarem mais rapidamente, elas começaram a ficar mais longas.
Voltei para casa e assistindo ao Jornal Da Globo – que na época era apresentado por William Bonner e Fátima Bernardes – ouço antes de uma chamada para o intervalo: ‘E depois dos comerciais, o tumulto nas lojas americanas pelo novo disco do Guns N’ Roses’. Eu já não sei que horas da madrugada eram quando a matéria foi exibida, mas todo aquele furdúncio que podemos ver pela internet hoje em dia estava ali, sendo transmitido pelos escritórios da Globo em Nova Iorque, mas com imagens da Tower Records de Sunset Strip [Los Angeles], que havia aberto as portas às 00h00min para vender o disco. Gente saindo com os CDs em long box [quantos de vocês já tiveram um CD em embalagem long box nas mãos?] gritando e acenando para as câmeras. Estações de rádio tinham montado acampamento em lojas ao redor do país para registrar o fato. Pôsteres gigantes com as capas dos dois discos cobrindo as vitrines do teto ao chão.
E assim eu perdi definitivamente meu sono, na expectativa de que, caso eu matasse aula, poderia adquirir os álbuns ainda pela manhã e começar a ouvi-los antes do almoço. Mas claro que eu não podia, o que eu diria a meus pais?
Minutos depois de a matéria ter sido exibida, meu irmão adentra o apartamento e antes que eu pudesse informá-lo do que eu tinha acabado de ver, ele me diz, sem muito entusiasmo: ‘Você viu os discos do Guns? Eu vi lá no Carrefour do Shopping hoje. São dois discos duplos, né?’. Meu mundo caiu. Então o disco já tinha sido lançado no Brasil, chegado ao interior paulista e eu parado em casa? Mal sabia eu, é praxe que discos sejam lançados em certos países um dia antes dos EUA.
Eu fui a aula naquela terça, ainda que minha mente não tenha se focado por momento algum no que seis qualificados professores tenham explicado das 7h às 12h30min. Quando eu saí da escola, também não me interessava almoçar. Liguei de um orelhão [com fichas de chumbo, não com cartão de papel] para uma loja razoavelmente careira do centro da cidade, e informei o preço a minha mãe em seguida. Ela conseguiu fazer o depósito para minha conta só ligando para o gerente do banco e meu irmão, munido do cartão do Bradesco Instantâneo, rumou para o Carrefour num ônibus, encarregado de trazer as quatro bolachas.
Se não me engano, ele deve ter chegado de volta pouco antes das 4 horas da tarde, e começamos a ouvir da primeira faixa, em ordem cronológica, e sem parar. E assim fomos, eu, ele e nosso outro colega de república, de ‘Right Next Door to Hell’ até ‘My World’. Acabamos por volta de 8 horas da noite, e eu confesso: não ‘entendi’ aquele disco de cara. Era diversificado demais, longo demais, adulto demais, complexo demais. Pois bem, jantamos e o ouvimos de novo, dessa vez pulando as faixas que não nos agradavam tanto.
Naquela semana, o que houve de publicidade pra banda no Brasil nunca se viu e nunca mais vai ser visto. No mesmo domingo em que li a tal edição da Veja, uma banda cover do Guns N’ Roses se apresentou no Domingão do Faustão, com direito a Slash e Axl de peruca tocando ‘You Could Be Mine’. No decorrer da semana, as Lojas Americanas anunciavam em um comercial confeccionado somente para a oferta, que ‘ninguém vendia o novo disco do Guns N’ Roses tão barato’. Na [já finada loja de departamentos] Mesbla, você encontrava até camisetas para crianças de 4 anos com o logotipo do grupo. Mesma coisa no igualmente liquidado magazine Mappin. Foi o começo da super-popularização do grupo, assim como a alvorada de sua saturação.
Use Your Illusion I estreou em #2 na parada da [revista estadunidense] Billboard, vendendo 685 mil cópias em sua primeira semana de lançamento, menos do que Use Your Illusion II, que chegou às 770 mil cópias em 7 dias e, portanto, arrebatou o primeiro posto da tabela.
Cada um dos Illusion venderia mais de 14 milhões de cópias mundo afora.

Ateísmo: vídeo cristão faz reflexão sobre alguns rockstars


Todos que se envolvem com o meio do Rock/Metal sabem que existe um estigma de que tais gêneros possuem uma ligação com o satanismo ou ateísmo, o que não é uma regra, já que existem rockstars assumidamente cristãos, casos de Dave Mustaine e David Ellefson, ambos do MEGADETH, entre muitos outros.
O vídeo abaixo divulgado no you tube, é uma suposição de que John Lennon (BEATLES) e Bon Scott (AC/DC), morreram por zombar de Deus.

Iron Maiden: curiosidades sobre o álbum "Live After Death"


Minha jornada pela música começou por volta de 1985/1986, com uma fita K7 que tinha as seguintes músicas gravadas em um dos lados: Judas Priest - "Breaking the Law"; Iron Maiden - "The Number of the Beast"; Scorpions - "Blackout" e "Rock You Like a Hurricane"; e também Ozzy Osbourne - "Paranoid". Eu escutava a fita diariamente, e a música que mais me chamava a atenção era a do Iron Maiden, com a sua narrativa inicial.
Assim sendo, naturalmente o próximo K7 de que consegui uma cópia foi com a gravação do álbum Live After Death, que até hoje é considerado como um dos mais marcantes álbuns ao vivo da história. Lembro das primeira audições, onde algumas músicas chamavam mais a atenção do que outras por terem partes marcantes, as introduções com o vocalistaBruce Dickinson "gritando" os nomes das músicas, os famosos e imortais gritos de "Scream for me Long Beach" e pela pronta resposta do público. Inesquecível para quem estava iniciando no mundo do rock.
As gravações desse álbum foram feitas durante a turnê World Slavery Tour, para a divulgação do álbum Powerslave, em dois lugares: Long Beach Arena (EUA) e Hammersmith Odeon (UK), com capacidade aproximada de 14.000 e 5.000 pessoas respectivamente. No total, foram oito apresentações nas seguintes datas: 08, 09, 10 e 12 de outubro de 1984 no Hammersmith Odeon, e 14, 15, 16 e 17 de março de 1985 no Long Beach Arena. (Lembrando que entre essas datas, o Iron Maiden se apresentou no Rock in Rio 01, no dia 11 de janeiro de 1985, entre o Whitesnake e o Queen, que encerrou aquela noite).
Algumas curiosidades são para a capacidade (um tanto quanto modestas) das casas em comparação aos shows que a banda faz hoje em dia, e que foram oito apresentações, onde o produtor Martin Birch pode gravar diversas vezes a banda ao vivo e condensar os principais momentos tanto no disco como no vídeo, lançado simultaneamente.
Mesmo assim, alguns overdubs foram feitos para ajustar determinadas faixas (informação confirmada pelo próprio Dickinson à época do lançamento do disco ao vivo Rock in Rio). Não acredita? Confira o vídeo de "Run to the Hills" e repare principalmente no vocalista Bruce Dickinson, onde muitas vezes ele está com o pé no retorno, e na imagem seguinte, em frente aos mesmos, e essa alternância se repete algumas vezes durante a música.
Além disso, boa parte da música ele aparece apenas em imagens de costas, exatamente onde o áudio foi refeito. Isso de forma alguma tira o mérito ou a importância do disco, mas me parece mais um capricho do Steve Harris do que uma real necessidade. Para isso, basta comparar com os bootlegs da época para conferir que a banda estava numa forma incrível.
Live After Death saiu originalmente em vinil duplo e VHS em outubro de 1985, e posteriormente foi relançado em LD (laser-disc), CD e DVD (até o momento, nada de Blu-ray). Detalhar o disco é uma viagem a uma fase da banda com músicas mais diretas, e retomar os clássicos que fizeram a trilha sonora da minha vida, e acredito que de muitos mais.

"Intro - Churchill's Speech / Aces High", que considero simplesmente a melhor música escrita em todos os tempos, ao vivo traz a intro de arrepiar com parte de um discurso de Winston Churchill (primeiro ministro da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial) convocando os britânicos para lutar pela sua ilha, já disparando a música com uma energia extra (notem que a versão do vídeo é diferente da versão do álbum).

"2 Minutes to Midnight" e "The Trooper" são hinos por si só, mas escutá-los a todo volume, com Dickinson agitando e levando a galera, é, com certeza, a última coisa que será apagada da minha memória. "Revelations" fica absurdamente melhor ao vivo. A interação do público com a banda é emocionante. Uma aula de canto, e de como se apresentar ao vivo. Assista qualquer versão dela para provar o que o Iron Maiden é.
"Flight of Icarus", em uma versão mais acelerada que a versão de estúdio, é mais uma evidência de como a banda estava com tudo.

Além das citadas acima, temos "The Rime of the Ancient Mariner", "Powerslave", "The Number of the Beast", "Hallowed be Thy Name", "Iron Maiden" e "Run to the Hills", para não restar dúvida alguma de qual é a maior banda de Heavy Metal de todos os tempos, com performances perfeitas de todos os integrantes.
Para finalizar as faixas que aparecem em todas as versões, temos "Running Free", que em algumas versões está editada, e em outras completa, com alguns minutos a mais onde Dickinson apresenta a banda e faz o público cantar o refrão por diversas vezes.

Na versão lançada em LP e na versão do CD, relançada em 1998, temos as faixas gravadas no Hammersmith Odeon, que são "Wratchild" (onde eu acho que Dickinson mostra que consegue ser melhor em tudo em relação ao seu antecessor), "22 Acacia Avenue", "Children of the Damned", "Die With Your Boots On" e "The Phantom of the Opera", em versões arrepiantes, e que, devido à qualidade da gravação, ficaram melhores que as versões em estúdio.
Para completar os registros, nos singles lançados na época e reeditados na versão do CD de 1995, temos as faixas "Losfer Words (Big 'Orra)", "Murders in the Rue Morgue" e "Sanctuary" (que aparece também na versão em DVD), onde nessas duas últimas, novamente Dickinson supera as expectativas, e mostra quem é o vocalista definitivo da banda.
Live After Death é um registro de uma época gloriosa, onde a banda cresceu, quase acabou devido ao cansaço, e virou referência em termos de música pesada. Aliado a isso, tem a incrível capa feita por Derek Riggs, que já virou três versões de Action Figures (01, 02 e 03), e os encartes cheios de fotos da época (exceto na primeira versão do CD, que é simples demais e sem nenhuma informação).
Um item obrigatório na discografia de qualquer rockeiro que se preze, e download obrigatório para quem se interessa por boa música.

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