Tenho trabalhado com treinadores, então faço muita terapia para manter a forma. É o equivalente a malhar com as cordas vocais. O que inicialmente causou o problema foi algo neurológico, uma paralisia parcial. Um lado de sua voz não funciona mais, você precisa reaprender, é algo muito complicado. Já levou muitas carreiras ao fim, então foi uma luta. Convivo com isso desde 1991, mas piorou em 2006, perto do final da turnê que fazíamos. Acho que parte do problema foi não fazer o treinamento correto, que só fui aprender há dois anos. Passei por vários professores e o último, com quem ainda trabalho, é o melhor. Ele ensinou coisas sobre como fazer minha voz funcionar. Estou muito confiante, mais forte que nunca.
Isso é demais!
A primeira vez que aconteceu foi causado pelo quê? Algo aleatório?
Bem, foi durante a excursão de Heartbreak Station e eu não sabia o que fazer. Fui a vários médicos e eles procuravam problemas mais comuns. Poderia ser pólipos ou nódulos, coisas mais óbvias. Mas um problema neurológico está no sistema nervoso, emite sinais do cérebro para os músculos. Era o lado esquerdo de minha caixa vocal que gerava esses sinais, colocando as coisas de maneira que os leigos possam entender. Isso provoca um estrago, independente de você estar cantando corretamente ou algo do tipo. É causado por um vírus que se aloja naquele nervo e pode degenerá-lo. É muito aleatório e nada divertido, especialmente quando se é um cantor.
E um novo álbum, há planos?
No momento, não. Tentamos fazer isso em 1998 com a Sony, mas acabou em uma grande batalha judicial. Acabamos não podendo gravar por cinco anos ou eles seriam os proprietários dos direitos.
Nossa!
Isso que não queriam que gravássemos. É algo típico de contratos. Uma vez que eles alegam ser donos das músicas, isso dura cinco anos. Compusemos por dois anos e gravamos demos, mas não nos permitiram gravar. Nem preciso falar que ficamos muito magoados. No meio tempo todos começaram a trabalhar em outros projetos. Eu comecei um disco solo e Eric (Brittingham, baixista) lançou outra banda. Fizemos mais três ou quatro turnês desde então. Até que o problema da voz me atingiu em 2006. Então foi uma complicação atrás de outra. Nos últimos seis, oito anos, sentimos que o que realmente funciona é excursionar. Nos divertimos assim. Nos últimos quatro anos ficamos preocupados se o problema de minha voz nos permitiria seguir como banda.
Que estilo musical ouviremos em seu álbum solo? Será muito diferente?
Não muito, pois sou o vocalista e principal compositor, além de gravar várias guitarras no Cinderella. Então é difícil me distanciar muito desse tipo de som. Usei muitas influências nesse trabalho. Mas basicamente é Hard Rock com toques de Blues, música de raiz mesmo. O que fiz com o CInderella é o que gosto, assim como nesse disco. Tento ser verdadeiro para com o que curto. Os álbuns da banda, especialmente Long Cold Winter e Heartbreak Station, possuem diferentes sabores, cores e dinâmicas nas canções. Cresci ouvindo grupos como Led Zeppelin e Rolling Stones, que eram muito abrangentes em termos musicais. Assim será com esse trabalho também.
Você fez tudo sozinho ou trabalhou com outras pessoas?
Alguns músicos da cena de Nashville fizeram as partes rítmicas, baterias, baixo e teclados. Diria que em torno de 95% das guitarras são minhas, mas alguns outros caras também tocaram. Bobby Keys, saxofonista dos Rolling Stones faz uma participação. É um disco legal, estou orgulhoso dele! Provavelmente muitas pessoas nem acreditam que ainda sairá (risos). Já faz cinco anos que estou trabalhando nele, mas finalmente vai sair.
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