27 de fevereiro de 2011

One Man Army - Vanquish

É impressionante a quantidade de bandas que surgiram no cenário underground brasileiro recentemente. O movimento, que pareceu perder um pouco da sua representatividade cinco anos atrás, vem revelando novos nomes com certa frequência e com discos interessantes. Nessa perspectiva, os paulistas do VANQUISH mostram a personalidade do seu metal/hard rock no ‘debut’ “One Man Army”, que chega às lojas via Voice Music.


Nota: 8 

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Em atividade desde 2004, o VANQUISH ganhou notoriedade no cenário nacional quando excursionou pelo país ao lado do SHAMAN, três anos atrás. A banda, que se preparava para entrar em estúdio, chamou a atenção do cantor Thiago Bianchi que, ao lado de Ricardo Confessori, participou ativamente na produção de “One Man Army”. Embora tenha proporcionado uma ótima oportunidade à banda, os deslizes cometidos em estúdio comprometeram parcialmente o resultado desse ‘debut’. O quinteto paulista formado por Guilherme Falanghe (vocal/guitarra), Fábio Thomé (guitarra), Guilherme Reis (baixo), Daniel Malferrari (teclado) e Mauricio Sousa (bateria) possui um repertório caprichado, mas que pecou em algumas escolhas em meio à gravação.
A banda, que faz uma interessante mistura entre metal tradicional/progressivo e hard rock, parece não ter escolhido os melhores timbres, sobretudo para as guitarras. “One Man Army” possui uma sonoridade demasiadamente crua, características que não combina com a ambição de soar musicalmente moderna e relativamente complexa, em razão da inclusão de teclados assinados ora por Daniel Malferrari, ora por Fabrizio di Sarno (KARMA). Desse modo, a abertura do disco, intitulada “Metal Madness”, parece não ser a mais indicada para a função, sobretudo porque “The Lifes and The Believer” conta com um instrumental provavelmente mais coeso e determinado.
Por incrível que pareça, as guitarras cruas comprometem as faixas de “One Man Army” que possuem uma proposta mais próxima do metal progressivo – sonoridade em que o VANQUISH parece se sentir mais à vontade – mesmo sem explorar a virtuose. A prova disso pode ser encontrada em “The New Song” – que mostra todas as qualidades do cantor Guilherme Falanghe – e “Going Home”. O repertório do disco segue com músicas que reproduzem a mesma tendência, mas com certas particularidades, extremamente bem-vindas. “Fool’s Errand” é mais direta e agitada que a sua anterior e pode ser encarada como um outro destaque do disco.
No entanto, nenhuma faixa de “One Man Army” pode se comparar à “Time Will Tell”. A sua sonoridade mais cadenciada é pouco corrompida pela agressividade das guitarras afinadas em um tom mais cru. Não há dúvidas de que aqui encontramos a melhor performance de Guilherme Falanghe, que passeia por diferentes intensidades vocálicas em uma composição que possui um refrão perfeito. Por outro lado, “Wastedland” pode chamar a atenção por sua proximidade ao hard rock mais simples, mas é inegável que o VANQUISH mostra as suas melhores cartas quando insiste em uma sonoridade mais progressiva. A maioria dos fãs deve pensar exatamente da mesma forma.
Por enquanto não dá para saber se a busca por uma sonoridade mais crua foi intencional ou se não passou de uma pequena falha técnica de “One Man Army”. De qualquer modo, o VANQUISH mostrou competência em seu primeiro disco, inclusive com músicas de impacto que podem impulsionar o grupo a uma carreira de destaque no futuro. Embora evidencie muita personalidade, o caminho mais próximo às influências progressivas se mostra a opção mais consistente para um segundo lançamento.
Track-list:
01. Metal Madness
02. The Lies and the Believer
03. The New Song
04. Going Home
05. Fool’s Errand
06. One Man Army
07. Killing Time
08. Outrider
09. Time Will Tell
10. Wasteland
11. Under Raining Fire

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